sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CAPA DA EDIÇÃO 398


EDITORIAL

EDITORIAL------------------------------

É carnaval, cuidado

O carnaval está às portas e a preocupação de muita é uma só: Como ficar protegido da violência durante os dias de festa? De um lado a folia, bailes de salão, desfiles de blocos, escolas de samba, a banda, festas de rua, enfim, é carnaval. Do outro, está a bandidagem esperando a melhor oportunidade para atacar o frágil cidadão, exposto e desavisado. 
A polícia já avisou que vai estar presente e peso nos eventos principais, mas será o bastante? Se cobre um lado e se descobre outro. Segundo a própria PM, metade do efetivo está fora do quartel para cumprir expediente em gabinetes refrigerados. Garantem que pediram para que todos retornassem. Se isso acontecerá há tempo não se sabe. 
Câmeras de segurança irão monitorar o palco da folia de Momo, o sambódromo. A concentração de militares será maior por lá. A verdade é que a população está com medo e não dá dois passos para frente sem olhar para trás e para os lados. Alguns já se assustam até com a própria sombra. A frase temida é: Isso é um assalto!!! Ou então, perdeu!!!
A sensação deve ser das piores. Sentimento de impotência e pavor exalando dos poros provocada pelo cano de uma arma empunhada por um desconhecido que não dá a mínima para sua vítima ou se ela é pai ou mãe. Isso é indiferente. A vítima nada mais é que um objeto de lucro, um marionete que pode ser descartado com um único puxar de gatilho. 

Tem sido cada vez mais difícil conviver com este fantasma horrendo chamado medo. Somos observados sem saber e estudados. Frágeis presas prestes a sofrer o bote do predador. Antes de pensar em diversão no carnaval, pensa-se antes em, será que eu vou? Ou até mesmo em, será que eu volto? Infelizmente este é o modelo de vida que foi se moldando ao nosso dia a dia. O tempo dos pierrôs e das colombinas já vai longe. O que se vê nos dias de hoje são máscaras usadas com um propósito bem diferente do carnaval. E isso quando eles as colocam, pois a auto confiança é tanta, que as abordagens criminosas já são feitas de cara limpa em plena luz do dia.  

•Goiabal
No momento em que os leitores leem a coluna, estou em Goiabal, distrito de Calçoene. Chegar aqui é uma verdadeira aventura. A estrada, de apenas 22 quilômetros que separam a praia da sede do município, parece uma eternidade. Os 51 milhões que o governador aplicou no Ramal do Bacabinha seriam melhor aplicados aqui. O local tem potencial agrícola e turístico. É um paraíso na terra.



•A bunda
É carnaval. E certamente um personagem será reiteradamente visto nesta época. Senhoras e senhores, eu falo dela. Dela que, de tão influente, já estendeu seus domínios às mais altas esferas da vida pública. Não há uma só manifestação em que ela não esteja ali, insuflando multidões com sua palidez robusta, difundindo ideais de uma sociedade para quem o mundo virou as costas, e que agora repete o gesto para que todos saibam com quem é que estão se metendo. Senhoras e senhores, sabeis de quem eu falo. Eu falo dela que também no esporte já deu o ar de sua graça. Nos torneios de tênis, entre uma bola e outra, quando menos esperamos por ela, eis que cruza então a quadra com uma agilidade menina, com uma lepidez de dar inveja a qualquer Pete Sampras. Sim, senhoras e senhores, eu falo dela. Dela e de seu esplendor anatômico. Dela, o apogeu da estética feminina, a deusa da geometria rotunda. Senhoras e senhores, calai-vos, por que eu falo dela: da bunda. Mas, como diria Paulinho Lopez, filósofo iconoclasta do Bar do Abreu, a bunda tornou-se uma coisa ambígua. Ora lúbrica, ora cômica, agrada aos olhos, mas é risível aos instintos. A bunda virou piada morfológica. Daquelas que você ri do começo porque já conhece o final.

•Hélio Pennafort


Nas últimas duas semanas tenho citado nesta coluna, mesmo que em passant, o saudoso jornalista Hélio Pennafort. E não faço isso à toa. Acredito que o jornalismo amapaense deve muito ao Hélio Pennafort. Trabalhei com ele no jornal do Luiz Melo e confesso ter aprendido muito com essa convivência. O Hélio nasceu no Oiapoque, onde também começou sua produção jornalística e literária, através do Jornal Vaga-lume. Foi repórter de A Voz Católica, Rádio Educadora São José e TV Amapá além de ter publicado diversos livros e escrito e dirigido curtas metragens e documentários para televisão com temas regionais. Atuou como correspondente do Jornal do Brasil e foi colaborador do Jornal da Tarde e de O Estado de São Paulo, sem falar que foi um dos nossos maiores cronistas. Se tivessem um compromisso com a cultura e a memória, certamente governo e prefeitura reeditariam as obras do Hélio. Enquanto isso não acontece, cabe a nós relembrá-lo para que não seja esquecido pelas gerações futuras.


CAUSOS & LOROTAS DA POLÍTICA

Pauxy Gentil Nunes governou o Amapá de fevereiro de 1958 a março de 1961. Não abandonou o seu espírito extrovertido e se apegou mais ainda à sua vocação populista. Tanto que, a pretexto de festejar os aniversários do mês, Pauxy convocava todo mundo, no último sábado de cada mês, para uma feijoada na praia do Araxá, que era de sua propriedade, onde corria muita comida, cerveja e batida. A diferença  que tinha das outras festanças de aniversário era porque nessas feijoadas havia também calorosos debates sobre os problemas do Amapá, com todos os presentes dispondo de ampla liberdade de expressão. Como estavam ali, além do governador, todos os diretores de divisão (hoje secretarias de governo), essas discussões geralmente tinham consequências imediatas. Muitos problemas saíam dali praticamente solucionados graças às sugestões oferecidas. Depois da discussão havia jogo de futebol. Enquanto Janary visitava os governados de cada em cada, Pauxy preferia o "furdunço" de uma feijoada. E não é que dava certo.                

POLITICA LOCAL

ALAP


Projeto  de Lei isenta de taxas 
de fiscalização o  agricultor

Projeto de Lei do Deputado Zezé Nunes valoriza o Agricultor Familiar Amapaense

O deputado Zezé Nunes, do Partido Verde, apresentou na ultima sexta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Amapá, o Projeto de Lei nº 0015/2014, que isenta da taxa de fiscalização e serviços diversos, o Agricultor e empreendedor familiar Rural, ou suas organizações, detentores de Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiares (DAP) e enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), de que trata a Lei Federal nº 11.326, de 24 de Julho de 2006.
Para o autor da propositura, deputado Zezé Nunes, o objetivo do Projeto é beneficiar os agricultores amapaense garantindo a inserção da taxa de serviço para emissão da Nota Fiscal. A lei especifica que todos os agricultores que possuam a Declaração de Aptidão ao Pronaf, documento que identifica o agricultor como familiar, bem como todas as informações sobre sua produção.
A medida vale também para os agricultores que fornecem sua produção para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
 A lei visa valorizar os agricultores amapaenses e suas organizações que estejam incluídos no cadastro da ADAP Jurídica. "Não podemos deixar de reconhecer o trabalho daquele pequeno agricultor que trabalham diariamente para garantir o sustendo da sua família e ajudaaquecer a economia local. A medida é para o pequeno agricultor continuar produzindo e ajudando movimentar a economia do nosso Estado", avaliou o parlamentar.

Serviço 

É importante ressaltar que para fazer a emissão da Nota Fiscal, os agricultores devem se dirigir a Gerencia da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ).


GARRAS DO FELINO

Irresponsabilidade
Acompanhantes de pacientes que procuraram atendimentos no HE devem ter atenção redobrada. Segundo denúncia, os servidores estavam sendo obrigados a ministrar medicamentos com data de validade expirada. É a saúde de primeiro mundo do Camilo. Onde está a ética do profissional que se submete a esse tipo de ordem?

Espectro
Ano eleitoral e a Polícia Federal inicia ronda por repartições públicas. Na quinta-feira, 27, a Seinf foi visitada pela PF. Quantas mais secretarias serão? Pule de 10 é a SESA. E você o que diz?

Imagina se não fosse
A empresa que aluga carros para a administração municipal sofreu um bombardeio midiático, acusada de ser apadrinhada do Prefeito Clécio. Vários motoristas entraram em contato com a redação do Tribuna para reclamar - pasmem! - de três meses de salários atrasados. Pelo andar da carruagem chegará ao quarto. Pague, prefeito, os motoras também comem e pagam contas.

Pizza
O Ministro Luís Roberto Barroso disparou o tiro de misericórdia, dado da forma mais fria e cruel na justiça. A toga que lhe cobria as costas e devia lhe assegurar o pretório respeito à lei, serviu para escamotear com um discurso cheio de malícia a culpa dos heróis petistas e algozes de um Brasil faminto e analfabeto. Te conforma, Joaquim Barbosa, és preto e vieste da pobreza. Mas quem gosta do Brasil, está contigo.

Pega na mentira
A primeira dama Claudia Camargo Capiberibe postou uma foto do governador ladeado por dois anciãos, e anunciava em seu blog a inauguração de uma ponte. A foto ao lado é flagrante. Tudo não passou de um remendo, inclusive mal feito, com tábuas pregadas sem o devido acabamento. Mas Camilo tá assim, fazendo festa até em velório. Fazer o quê? É ficar de olho, e lembrar o que o povo passa neste estado abandonado.

Sinal Amarelo
França mapeia as cidades brasileiras ranqueando-as de acordo com o nível de violência. Usa para isso as cores. Azul, cidade pacífica, amarelo cidade perigosa e vermelho estado de guerra. O Amapá está com o indicador amarelo e a recomendação é: franceses que vão à Copa do Mundo, não visitem o Amapá. E haja o Capiberibe puxar saco desses gauleses que só nos pisam e nos humilham perante o mundo.



Geração "Nem-Nem"

Geração "Nem-Nem"

Tragédia anunciada

Régis Sanches
regis.sanches@yahoo.com.br


Filho de pais separados, Marlon Ferreira Sobrinho, aos 26 anos, ainda mora com a mãe, em Santana. Maria Lucia Ferreira Sobrinho é empregada doméstica, ganha salário mínimo. Marlon nem estuda, nem trabalha. Para suprir as necessidades básicas, se arranja com alguns bicos: lava e toma conta de carros. Como se dizia antigamente, Marlon vive "à bangú", faz um biscate, aqui, outro acolá. Caçula, ele destoa de seus cinco irmãos, todos casados e empregados. "Moro sozinho com a minha mãe, eu cuido da casa", resume.

Houve um tempo em que Marlon frequentou a escola. Mas parou na quinta série, e diz não ter motivação para retomar os estudos. "A minha mãe bem que insiste. Mas não tenho vontade de estudar. Quanto ao emprego, nunca me interessei em procurar", admite.
Questionado sobre o projeto de vida, Marlon responde que é necessário estudar. Porém, "parado" há mais de oito anos, demonstra não ter pressa. E ainda ressalta: não tem namorada, não pensa em casar, não frequenta bares e nem bebe.

Para justificar esse perfil, Marlon lembra um momento triste de sua vida. "Tive uma experiência negativa, que foi praticar assaltos. Fui preso e cumpri cana no Iapen", relata.
Após a temporada "no inferno", ele passou por um tratamento e, garante, está recuperado. "Mas ainda não consegui retornar à sociedade. Tenho receio de voltar a ser delinquente", conclui.


   Geração “nem-nem”
O retrato da legião de desocupados foi estampado no relatório "Trabalho Descente e Juventude na América Latina: Políticas para Ação", da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado em 13 de fevereiro.
O estudo revela números preocupantes: 21,8 milhões dos latino-americanos entre 15 e 24 anos não estudam, nem trabalham. Carimbados com a grife de geração "nem-nem" (nem estuda; nem trabalha), eles representam 20,3% dos jovens do continente.
Entre os 21,8 milhões de "nem-nem", 30% são homens e 70%, mulheres, diz o estudo. Aproximadamente 25% desses jovens (5,3 milhões) buscam trabalho, mas não conseguem; 16,5 milhões não trabalham, nem procuram uma ocupação. E cerca de 12 milhões de jovens dedicam-se a afazeres domésticos, sendo 92% desse grupo constituído de mulheres jovens.
Segundo o relatório, cerca de 4,6 milhões de jovens são considerados pela OIT o "núcleo duro" dos excluídos. Eles representam o maior desafio e estão sob o risco de exclusão social: não estudam, não trabalham, não procuram emprego e, tampouco, se dedicaram aos afazeres domésticos.
Os países da América Latina com o maior percentual de jovens "nem-nem" são Honduras (27,5%), Guatemala (25,1%) e El Salvador (24,2%). Entre os de menor expressão estão o Paraguai (16,9%) e a Bolívia (12,7%).
No Brasil, 19,6% dos jovens entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam. O universo corresponde a uma população superior aos habitantes do estado de Pernambuco, que, de acordo com o Censo de 2010, era de 8,7 milhões de pessoas.


   Amapá tem quase 
   50 mil desocupados

Marlon Ferreira Sobrinho é apenas um dos quase 50 mil jovens "nem-nem" amapaenses. A legião de desocupados veio à tona na Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad/2012), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Amapá, segundo a Pnad-2012, com um percentual de 27,8%, a geração "nem-nem" supera a média nacional. São 49.600 jovens entre 15 a 29 anos de idade que não frequentavam escola nem trabalhavam. Trocando em miúdos: no Amapá 2 a cada 7 jovens são "nem-nem".

Em termos comparativos, os 49.600 "nem-nem" amapaenses equivalem a uma população maior que a do município de Laranjal do Jari, no sul do Estado, estimada em 2013, em 43.832 habitantes.

Ao lado de outros aspectos negativos, o Amapá desponta no cenário nacional com a maior taxa percentual de desocupados. Em segundo lugar aparece o estado de Alagoas com 27,4% dos jovens nessa situação.

Na faixa de 15 a 17 anos, a proporção dos jovens que não estudavam nem trabalhavam, em 2012, foi de 11,9%. Essa incidência era de 35% entre aqueles com 18 a 24 anos, e de 32,3% na faixa de 25 e 29 anos.

Em junho de 2013, as passeatas e os protestos de rua revelaram um aspecto cruel da realidade brasileira. No bojo das manifestações, a mídia retratou e as ocorrências policiais confirmaram que sempre havia um jovem como autor ou comparsa das quadrilhas protagonistas dos delitos.

Essa triste realidade pode ser aferida no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN). Nas celas do presídio é difícil encontrar um condenado com mais de 40 anos de idade. Em outras palavras, o Amapá se transformou numa fábrica de jovens bandidos.

A dificuldade de arranjar algum tipo de renda aliada ao ócio cotidiano, inevitavelmente, desaguam na delinquência. Uma realidade frustrante que, em síntese, significa que parte considerável de várias gerações já está perdida. Muitos desses jovens continuarão à margem da sociedade. E, conforme constatado nos presídios, suas vidas terão curta duração.


BRASIL

AMAPÁ

   País mal educado
De acordo com os dados do Pisa - Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes, divulgados em 02 de dezembro de 2013, em Paris, 67% dos alunos brasileiros ficaram no menor nível do exame. O avanço mais significativo se deu em matemática. Aqui no Brasil, o estudo é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Enquanto o governo federal apregoa que o ensino público melhorou no país, os números da pesquisa confirmaram um antigo e desafiador problema: as taxas de reprovação no Brasil ainda preocupam.  O foco da prova, neste ano, foi matemática. Nesta disciplina, os brasileiros tiveram uma média de 391 pontos. Em Xangai, na China, os estudantes alcançaram o patamar de 613 pontos, o topo do ranking entre os que participaram do Pisa 2013.
Na escala de desempenho, nosso país ficou com a nota 1. O grau de repetência também chamou a atenção: 36% dos brasileiros que responderam ao teste admitiram já ter repetido o ano letivo pelo menos uma vez. Mas a pesquisa também indicou que houve uma melhora crescente dos alunos brasileiros nos itens avaliados: leitura, matemática e ciências.
O estudo mostra que quando comparadas as notas das avaliações de 2009 e 2012, o Brasil - 58º do novo ranking - caiu em leitura (412 pontos para 410); marcou passo em ciências (405) e registrou melhora em matemática (386 para 391). Praticamente estagnado na faixa dos 400 pontos, o país permanece distante dos líderes do levantamento - a província chinesa de Xangai, por exemplo, com média geral de 588 pontos. E se mantém na vizinhança de nações como Albânia e Tunísia. A pontuação não é decorativa.
Se a educação vai mal, não se pode dizer que é por falta de recursos financeiros. No Orçamento Geral da União de 2012, do total de R$ 1,712 trilhão 3,34% foram destinados à Educação. Na Previsão Orçamentária para 2014, de R$ 2,361 trilhões, a Educação está carimbada com 3,44%. Em ambos os casos, os percentuais só ficam abaixo das verbas para a saúde (Auditoria Cidadã).
As razões do fracasso são outras. Na maioria dos municípios brasileiros, as escolas estão caindo aos pedaços, há carência de professores. Aliás, problemas com os professores em 2013 foram recorrente em vários estados, um reflexo da péssima política salarial e da carreira estressante.

   Mendigo federal
No Amapá, a situação é pior. As greves e paralisações da categoria deixaram evidente um problema crônico: a falta de habilidade do governo estadual em dialogar como os educadores, provavelmente a classe de trabalhadores mais importante para alavancar o desenvolvimento do país.
Os números dessa tragédia anunciada foram coligidos e processados pelo IBGE. Em 2012, no Amapá, 49.600 jovens de 15 a 29 anos de idade (um em cada três) não frequentava escola e não havia trabalhado na semana de referência. No grupo de 15 a 17 anos, a proporção dos jovens que não estudavam nem trabalhavam foi de 11,9%. Essa incidência foi de 35% entre aqueles com 18 a 24 anos, e de 32,3% na faixa de 25 e 29 anos.
Os dados são estarrecedores para um Estado onde a indústria é inexistente e o setor primário sequer abastece o mercado local. Até farinha e açaí, dieta primordial dos tucujus, são importados do Pará. E, pela falta de planejamento governamental, já se transformaram em artigos de luxo, por causa dos preços inflacionados.
Mais que isso: a ausência de um plano de desenvolvimento governamental transformou o Amapá numa espécie de mendigo federal.  Todos os meses, o governador e a bancada federal (três senadores e oito deputados) rodam o chapéu em Brasília em busca das migalhas do Orçamento Geral da União e das verbas oriundas de emendas parlamentares.
Um dado assustador havia sido revelado no Censo de 2010. Segundo o IBGE, no Amapá 9,5% das crianças de 4 a 14 anos estavam fora da escola. Com relação à faixa etária de 15 a 17 anos, em Macapá, existiam 4.445 jovens fora da sala de aula. Ou seja, a tragédia amapaense começa na educação básica e no ensino médio.
Portanto, o quadro negro da educação amapaense sinaliza que o desenvolvimento estará sempre além de qualquer luz no fim de um túnel sem fim. Na verdade, um verdadeiro buraco negro, que multiplica de forma exponencial a legião de condenados ao fracasso. Sejam eles jovens "nem-nem" ou subprodutos de uma escola pública falida. No final das contas, o governo é, ao mesmo tempo, pai e mãe da legião de desvalidos. E, como diz aquele ditado: quem pariu Mateus, que o embale.



Tráfico humano

Tráfico humano
Amapá é uma das rotas

REINALDO COELHO

O tráfico de pessoas, terceiro crime mais praticado pelas quadrilhas organizadas em todo o mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas, faz cerca de 2,5 milhões de vítimas e movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).


Quem é são vítimas desse crime hediondo? São os jovens de baixa escolaridade, a maioria entre 16 e 25 anos, que viajam atraídos pela promessa de trabalhar, receber em euro e regressar quando quiser. O sonho de ganhar dinheiro, o embaraço das meninas que precisam se prostituir e o medo dos chefes das quadrilhas são os principais obstáculos para o combate aos traficantes. Quando conseguem voltar, os jovens não querem denunciar por vergonha e medo de represálias dos integrantes do esquema no Brasil.


CPI do Senado
No Congresso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado foi criada em 2011 para dar um norte para as políticas de combate ao tráfico de pessoas. A tarefa foi difícil. As audiências e as investigações dos senadores se limitaram a concluir que existem esquemas milionários com tentáculos no Brasil, e que a legislação nacional contribui para o aumento dos casos e ainda, que há falhas graves dos agentes públicos. 


"As investigações mostraram que São Paulo, o maior centro financeiro do país, ostenta o indigno título de maior polo receptor de tráfico para exploração sexual do Brasil, principalmente quando se trata de vítimas homossexuais ou transexuais. Entretanto, apenas dez inquéritos foram abertos no estado no ano passado", ressaltou a então presidente da CPI, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).


Relatório da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPI, aprovado em 2012, destaca que uma das falhas da legislação vigente é vincular o tráfico de pessoas exclusivamente à exploração sexual, deixando de lado, por exemplo, os casos ligados à remoção de órgãos ou ao trabalho escravo.


Triste realidade


Há estudos que mostram que o Amapá é rota de origem e de passagem do tráfico de pessoas, por ser uma área de extensa fronteira. As cidades com os maiores índices são Macapá e Oiapoque. 




As vítimas geralmente recebem propostas para ganhar dinheiro fácil em outras cidades do Brasil ou do exterior, mas quando chegam ao destino acabam sendo exploradas dia e noite e têm seus documentos retidos. A falta de oportunidades, a pobreza e a busca por uma vida melhor são os principais fatores para que as vítimas caiam na rede de tráfico de pessoas.


Para a coordenadora em exercício do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) do Amapá, Talita Pontes, a inauguração da ponte binacional será um agravante para o estado. "Essa será uma problemática, porque nós temos uma grande região de fronteira no Amapá com a Guiana Francesa e Suriname. Na Guiana Francesa ainda há um tipo de repressão para quem quer entrar no país sem documentação devida, já no Suriname não existe nenhuma restrição, isso o torna um país de portas abertas e faz com que os aliciadores e traficantes entrem pelo Suriname", disse.


Talita diz que o problema é tão grande que será abordado pela Campanha da Fraternidade deste ano, organizada pela igreja católica. "Pretendemos fazer a prevenção no interior do estado e principalmente em Oiapoque. Precisaremos ter alguém lá após a inauguração da ponte, porque isso irá facilitar a entrada de brasileiros em território francês", frisou.


De dezembro de 2013 a fevereiro deste ano, o NETP recebeu quatro denúncias de suspeita de tráfico de pessoas na fronteira do estado com a Guiana Francesa e o Suriname. A facilidade em transitar em território estrangeiro e a grande extensão da área de divisa entre os países (em média 700 quilômetros) são os principais obstáculos no enfrentamento ao tráfico de pessoas. "No Suriname o caso é ainda mais sério, pois não há controle", afirmou.


Além das áreas de fronteira, os municípios do estado necessitam de atenção do NEPT. Tanto que o núcleo criou o Plano Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Amapá, que vai priorizar 4 municípios que estão na região de fronteira do estado. O plano traçou medidas eficazes para combater a prática no estado, principalmente nos municípios de Laranjal do Jari, Amapá, Calçoene e Oiapoque, que estão dentro da região de fronteira.
O Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico Humano afirma que o único caso que ainda não teve nenhum registro foi o de tráfico de pessoas com fim de remoção de órgão e tecidos. Pessoas, cuja condição socioeconômica encontra-se vulnerável, tornam-se alvos fáceis das ações de traficantes.


Pela internet
"A internet é um dos principais meios do tráfico humano", disse Rileny Mascarenhas, que relatou casos de vítimas de tráfico atendidas pela ONG Instituto de Mulheres do Amapá (IMA). 
A declaração da representante da IMA vem reforçar o que o presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares Nunes de Oliveira, alertou, sobre o perigo do uso da internet como meio de aliciamento de vítimas das redes criminosas do tráfico de pessoas. Segundo Thiago, a SaferNet recebeu denúncia sobre a existência de cerca de 700 sites de recrutamento de modelos, sendo que muitos são comunidades do site de relacionamento pessoal.
Para captar suas vítimas, estes sites costumam fazer propostas 'irrecusáveis' para eventos e congressos, por exemplo, e pedem que seus alvos enviem fotografias com trajes de banho para avaliação. Essas fotografias são enviadas depois para sites de prostituição no exterior.


Além dos sites e comunidades, existem também anunciantes que servem à rede criminosa do tráfico humano. O presidente da SaferNet explicou que estes anúncios costumam usar o código "ficha rosa" para indicar que estão recrutando modelos que, além de participarem de eventos, também estarão disponíveis para programas sexuais. Por isso, ele destacou a importância de se desenvolver um trabalho de conscientização para que os/as jovens não se exponham tanto na internet e tomem precauções diante de uma suposta oferta de trabalho.

O tráfico de pessoas, terceiro crime mais praticado pelas quadrilhas organizadas em todo o mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas, faz cerca de 2,5 milhões de vítimas e movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Quem é são vítimas desse crime hediondo? São os jovens de baixa escolaridade, a maioria entre 16 e 25 anos, que viajam atraídos pela promessa de trabalhar, receber em euro e regressar quando quiser. O sonho de ganhar dinheiro, o embaraço das meninas que precisam se prostituir e o medo dos chefes das quadrilhas são os principais obstáculos para o combate aos traficantes. Quando conseguem voltar, os jovens não querem denunciar por vergonha e medo de represálias dos integrantes do esquema no Brasil.

CPI do Senado
No Congresso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado foi criada em 2011 para dar um norte para as políticas de combate ao tráfico de pessoas. A tarefa foi difícil. As audiências e as investigações dos senadores se limitaram a concluir que existem esquemas milionários com tentáculos no Brasil, e que a legislação nacional contribui para o aumento dos casos e ainda, que há falhas graves dos agentes públicos. 
"As investigações mostraram que São Paulo, o maior centro financeiro do país, ostenta o indigno título de maior polo receptor de tráfico para exploração sexual do Brasil, principalmente quando se trata de vítimas homossexuais ou transexuais. Entretanto, apenas dez inquéritos foram abertos no estado no ano passado", ressaltou a então presidente da CPI, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Relatório da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPI, aprovado em 2012, destaca que uma das falhas da legislação vigente é vincular o tráfico de pessoas exclusivamente à exploração sexual, deixando de lado, por exemplo, os casos ligados à remoção de órgãos ou ao trabalho escravo.

Triste realidade
Há estudos que mostram que o Amapá é rota de origem e de passagem do tráfico de pessoas, por ser uma área de extensa fronteira. As cidades com os maiores índices são Macapá e Oiapoque. 
As vítimas geralmente recebem propostas para ganhar dinheiro fácil em outras cidades do Brasil ou do exterior, mas quando chegam ao destino acabam sendo exploradas dia e noite e têm seus documentos retidos. A falta de oportunidades, a pobreza e a busca por uma vida melhor são os principais fatores para que as vítimas caiam na rede de tráfico de pessoas.
Para a coordenadora em exercício do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) do Amapá, Talita Pontes, a inauguração da ponte binacional será um agravante para o estado. "Essa será uma problemática, porque nós temos uma grande região de fronteira no Amapá com a Guiana Francesa e Suriname. Na Guiana Francesa ainda há um tipo de repressão para quem quer entrar no país sem documentação devida, já no Suriname não existe nenhuma restrição, isso o torna um país de portas abertas e faz com que os aliciadores e traficantes entrem pelo Suriname", disse.
Talita diz que o problema é tão grande que será abordado pela Campanha da Fraternidade deste ano, organizada pela igreja católica. "Pretendemos fazer a prevenção no interior do estado e principalmente em Oiapoque. Precisaremos ter alguém lá após a inauguração da ponte, porque isso irá facilitar a entrada de brasileiros em território francês", frisou.
De dezembro de 2013 a fevereiro deste ano, o NETP recebeu quatro denúncias de suspeita de tráfico de pessoas na fronteira do estado com a Guiana Francesa e o Suriname. A facilidade em transitar em território estrangeiro e a grande extensão da área de divisa entre os países (em média 700 quilômetros) são os principais obstáculos no enfrentamento ao tráfico de pessoas. "No Suriname o caso é ainda mais sério, pois não há controle", afirmou.
Além das áreas de fronteira, os municípios do estado necessitam de atenção do NEPT. Tanto que o núcleo criou o Plano Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Amapá, que vai priorizar 4 municípios que estão na região de fronteira do estado. O plano traçou medidas eficazes para combater a prática no estado, principalmente nos municípios de Laranjal do Jari, Amapá, Calçoene e Oiapoque, que estão dentro da região de fronteira.
O Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico Humano afirma que o único caso que ainda não teve nenhum registro foi o de tráfico de pessoas com fim de remoção de órgão e tecidos. Pessoas, cuja condição socioeconômica encontra-se vulnerável, tornam-se alvos fáceis das ações de traficantes.

Pela internet
"A internet é um dos principais meios do tráfico humano", disse Rileny Mascarenhas, que relatou casos de vítimas de tráfico atendidas pela ONG Instituto de Mulheres do Amapá (IMA). 
A declaração da representante da IMA vem reforçar o que o presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares Nunes de Oliveira, alertou, sobre o perigo do uso da internet como meio de aliciamento de vítimas das redes criminosas do tráfico de pessoas. Segundo Thiago, a SaferNet recebeu denúncia sobre a existência de cerca de 700 sites de recrutamento de modelos, sendo que muitos são comunidades do site de relacionamento pessoal.
Para captar suas vítimas, estes sites costumam fazer propostas 'irrecusáveis' para eventos e congressos, por exemplo, e pedem que seus alvos enviem fotografias com trajes de banho para avaliação. Essas fotografias são enviadas depois para sites de prostituição no exterior.
Além dos sites e comunidades, existem também anunciantes que servem à rede criminosa do tráfico humano. O presidente da SaferNet explicou que estes anúncios costumam usar o código "ficha rosa" para indicar que estão recrutando modelos que, além de participarem de eventos, também estarão disponíveis para programas sexuais. Por isso, ele destacou a importância de se desenvolver um trabalho de conscientização para que os/as jovens não se exponham tanto na internet e tomem precauções diante de uma suposta oferta de trabalho.


   O que é trafico de pessoas?

 
Ainda não existe um conceito perfeito para o tráfico de pessoas, mas o protocolo de Palermo, que é um documento internacional, ao qual o Brasil aderiu em 2004, por meio de um decreto da presidência da República, diz que ocorre quando a vítima é aliciada por meio de engano, de fraude, ou por meio de força. Ela pode ser obrigada ou mesmo convencida a ir para outro local para desenvolver determinado trabalho e quando chega lá a realidade não é aquela. Ela passa a viver em regime de quase escravidão, ou de escravidão, em que ela é obrigada, ela cria dívidas. O esquema de tráfico de pessoas cria dívidas para ela, e ela passa a ser explorada por exploração sexual ou prostituição, trabalho escravo, mendicância ou ainda a extração de órgãos.

Denuncie
Para receber denúncias, o NETP disponibilizou os telefones 0800 280 9488 e (96) 3225-8578, do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Amapá. A Central de Atendimento à Mulher atende no telefone 180, e para casos de violações dos direitos humanos, o número disponibilizado é o 100. As informações sobre casos de tráfico de pessoas também podem ser repassadas na página oficial do NETP na mídia social.

Vela de Urucuri

Vela de Urucuri

Arma contra dengue não é rentável

REINALDO COELHO


Uma vela que serve como repelente natural de insetos, com eficiência comprovada no combate aos mosquitos transmissores da dengue e da malária, começou a ser produzida comercialmente no Estado do Amapá em 2007. 

A vela do urucuri, produzida a partir do caroço da palmeira de mesmo nome, foi pesquisada a partir de 1997 pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa). O instituto obteve a patente do produto concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). 

Industrialização 
Em novembro de 2007 foi assinado um contrato entre Governo do Estado e a empresa incubada Anizart autorizando a produção e comercialização da vela, já licenciada pelo Iepa.
A proprietária da empresa Anizart, Lisandra Cristina Hass, responsável pela licença e comercialização da vela do urucuri, destacou na época que o parceiro maior desta realização foi o Sebrae/AP, que prestava consultoria para a confecção das embalagens e fornecia orientações empresariais. "Pretendemos comercializar a vela em todos os municípios do Amapá, e também em outras regiões do Brasil e no exterior. A Anizart é uma empresa que trabalha na comercialização de velas de diversos modelos", explicou Lisandra na epoca.
Infelizmente o entusiasmo esfriou, depois de seis anos, a realidade industrial não correspondeu ao entusiasmo do lançamento. A reportagem do Tribuna Amapaense, procurou saber como estava a produção e vendas desse primeiro produto patenteado pelo Amapá.

Em conversa com a empresária Lisandra Cristina ela declarou que infelizmente os investimentos realizados no produto amapaense não teve retorno. "A produção da Vela do Urucuri teve  um retorno menor de que 10%. Infelizmente a barreira maior é cultural, pois é difícil em um centro urbano o cidadão acender velas para repelir insetos, se ele tem produtos de maior envergadura tecnológica. As vendas nos municípios interioranos também não atenderam a expectativa comercial, pois os ribeirinhos utilizam suas técnicas rudimentares para combater os mosquitos".

A empresa continua fabricando as velas repelentes, porém em menor escala. A empresária diz que outro  entrave é o grande número de impostos agregados aos preços, tornando o produto local difícil de competir com os importados. "Mesmo com os benefícios fornecidos pela Área de Livre Comercio (ALCMS) e as vantagens dadas pela SUFRAMA, temos de adquirir a matéria prima da fabricação de velas fora do estado, o que encarece os produtos e que são transferidos para o consumidor, o que o torna conflitante com outros produtos nas prateleiras amapaenses", desabafa a empresaria.

CAPA DO SEGUNDO CADERNO




"Tem várias ações que a Embrapa está trazendo para o Amapá, que são justamente para mostrar aos técnicos e aos produtores como devolver esse equilíbrio. Então o segredo para controlar essa ameaça sanitária e qualquer outra é o manejo integrado". Jefferson Costa - coordenador da Caravana Embrapa de Alerta às Ameaças Fitossanitárias


Esta semana entrevistamos Jefferson Costa, pesquisador, assessor da diretoria executiva da Embrapa Amapá e coordenador da Caravana Embrapa de Alerta às Ameaças Fitossanitárias, com foco no controle da lagarta Helicoverpaarmigera. Ele fala da vinda de técnicos ao estado para orientar agricultores amapaenses no combate a essa nova praga. Acompanhe a entrevista.

Isaias Silva

Tribuna Amapaense - Em que consiste e por quem é composta a caravana da Embrapa?
Jefferson Costa - A caravana da Embrapa foi uma iniciativa da diretoria executiva, para responder às ameaças sanitárias que estão chegando ao Brasil, especialmente uma ameaça chamada Helicoverpaarmigeraque, que no ano passado quebrou a safra brasileira. Tivemos um prejuízo de R$ 3 bilhões. A Embrapa se reuniu, mobilizou seus pesquisadores e descobriu que nós tínhamos pessoas espalhadas pelo Brasil com conhecimento para controlar essa praga. Então juntamos essa competência e sintetizamos o conhecimento e modulamos palestras para levar pelo Brasil, para ensinar os técnicos transformadores de opinião, como viver e como combater essa nova praga.

TA - Como é o ataque dessa praga que apareceu no Brasil na safra 2012/2013?
JC - Na verdade, é uma praga quarentenária, é uma praga que, segundo o ministério da agricultura, já existe no Brasil, e como chegou, não sabemos. São diversas as formas e que estão sendo investigadas. Muitos pensam que pode ter sido um bioterrorismo, para poder derrubar a agricultura brasileira. Isso não é mérito da Embrapa, não trabalhamos nesse sentido. O bicho apareceu na Bahia, provavelmente a praga já estava no Brasil, o que causou o problema de elas fugirem no começo do ano foi a falta do equilíbrio ecológico do agro e do ecossistema. Ser você tem um desequilíbrio no sistema produtivo como tinha em 2012 e 2013 caracterizado pelo uso intenso de inseticidas  sem monitoramento  adequado, as pessoas usam sem seletividade, inseticidas  sem moléculas, produtos  inadequados, isso deu um prejuízo imenso ao país.

TA - Como ela chegou ao Brasil e ao Amapá? Existe algum meio de condução dessa praga de região para região?
JC - É uma praga que tem a capacidade de voar quilômetros rapidamente. Ela pode se mobilizar muito rápido dentro do estado do Amapá. Como ela chegou não sabemos, estão sendo investigadas as diversas portas de entrada no Brasil, exclusive aqui na Região Norte. Temos a grande faixa de fronteira aqui no Amapá, temos várias portas de entrada de pragas, e isso é uma preocupação do governo federal. Precisamos aumentar a fiscalização. 

TA - O que essa lagarta pode provocar numa lavoura?
JC - Ela pode atacar toda e qualquer parte da planta, essa é a verdade. No início, quando ela chegou, assustou, quando ela começou a atacar, foi primeiro nos brotos, nas flores. O produtor já tinha investido na lavoura, foi quando ela chegou e causou o maior dano, mas hoje vimos que essa praga come de tudo, qualquer parte da planta, ela deposita ovos durante todo o ciclo, em uma única safra de soja você pode, por exemplo, ter até quatro gerações de todos os tipos de praga, todas as gerações que essa praga gera são capazes de causar danos a essa planta.
TA - Quais os prejuízos que ela já trouxe para a agricultura brasileira e amapaense?
JC - Bom, no Amapá, de acordo com os dados locais, em 2013, ela atingiu em torno de 20% da safra de grãos do estado, resultando na perda de cinco mil toneladas na produção dos produtos, segundo apontam pesquisadores. Não tenho esse levantamento oficial, eu teria que ver calmamente, mas no Brasil, na safra passada, como eu disse, chegou a R$ 3 bilhões, foi o prejuízo estimado. 
lagarta Helicoverpaarmigera

TA - Quais as indicações aos produtores para combater essa praga sem atingir o meio ambiente?
JC - Essa praga tem uma enorme capacidade de adaptação a inseticidas, ela não tem condição de ser controlada por um único produto, tem gente aí comprando inseticidas, e até  contrabandeando inseticidas. Mas, pensando em combater com um único tipo de inseticida, isso não resolve, pois ela não é uma praga que se combate com único produto. Se já foi usada ou está sendo usada, ela pode dar sim um bom controle, sendo que daqui a dois anos ela perde esse controle. O que não se pode é controlar uma praga pensando na aplicação. Você tem primeiro que monitorar sua população e o seu nível de dano. Se você monitora uma praga, você vai entrar no momento certo para combatê-la. A Helicoverpaarmigera e essas novas ameaças chegam porque o sistema está desequilibrado, então você tem que devolver ao sistema o equilíbrio ecológico dele e para isso você tem que adotar o manejo adequado de pragas, que preconiza vários tipos de controles biológico, cultural, químico. Tem várias ações que a Embrapa está trazendo para o Amapá, que são justamente para mostrar aos técnicos e aos produtores como devolver esse equilíbrio. Então o segredo para controlar essa ameaça sanitária e qualquer outra é o manejo integrado.  

TA - Vocês estarão ajudando a combater outras pragas? Seria através do Manejo Integrado de Pragas [MIP]?
JC - Exatamente, o MIP [Manejo Integrado de Pragas] objetiva todo o complexo de pragas, inclusive aquelas que ainda não chegaram ao Brasil, porque o conceito é muito claro, o produtor tem que mudar a mentalidade dele, parar de pensar em entrar na safra com o calendário de proliferações. Ele tem que entrar na safra com um calendário de monitoramento, ele tem que pensar como monitorar a lavoura. Essa frequência de monitoramento é que vai dar para ele e vai regular o sucesso do plantio e a eficiência das tecnologias aqui existentes no controle químico, no controle biológico, no uso de progênito e assim por diante.     

TA - A caravana tem outras finalidades além do combate a essa nova praga?

JC - A caravana, na verdade, tem a finalidade de dar um alerta ao produtor rural, ser produtivo brasileiro, como é importante a gente devolver esse equilíbrio, então a Helicoverpaarmigera foi a praga que motivou essa mensagem, mas ela continua através dos tempos. A Embrapa vai à fase dois da caravana que é treinar técnicos, especialmente técnicos que estão no campo, para identificar essa praga, e naturalmente outras pragas que causam problemas no Brasil, como mosca branca. Temos aqui na Região Norte essa mosca da carambola, são pragas que por trás delas tem o mesmo conceito, elas estão aí porque o nosso sistema está desequilibrado, então a grande mensagem da caravana é contra a praga.

Infância e Adolescência

Infância e Adolescência
Comissariado de Santana intensifica ações 
noturnas para educar e coibir abusos

O Comissariado da Vara da Infância e Juventude de Santana tem realizado deste o início do ano, campanhas educativas e fiscalizações em bares, lanchonetes, boates, danceterias e congêneres, em vista aos cuidados que esses estabelecimentos noturnos devem ter quanto à permanência, consumo de bebida alcoólica e outras ameaças e riscos a que estão expostos os adolescentes do município santanense. 
Em  mais uma dessas ações, foram distribuídos panfletos e cartazes informativos de prevenção e advertência. Por ocasião das fiscalizações, que aconteceram sempre nos fins de semana, no período noturno até madrugada, as operações contaram com o apoio da promotoria de Justiça, Delegacia da Infância, Conselho Tutelar, Meio Ambiente, Vigilância Sanitária, Bombeiros, Polícia Militar e outros órgãos de Santana.
Com  essa força tarefa, pelo menos 34 adolescentes foram apreendidos por estarem em estabelecimentos comerciais impróprios. Nessas abordagens, vários pontos comerciais e de lazer foram autuados com penalidades administrativas por permitirem o ingresso, permanência e consumo de substâncias nocivas à saúde e formação dos menores.
Outra forma eficaz de fiscalização, e que tem produzido resultados positivos, em Santana, estão nas chamadas através do Disque-Denúncias 0800 2851581, que funciona na sala do Comissariado. Por meio dele, situações, como por exemplo, maus tratos no âmbito familiar ou quando algum direito do menor foi violado o Comissariado também está em alerta constante para ir até o local da ocorrência.

Segundo o cronograma montado pelo Comissariado, as ações vão prosseguir nos fins de semana, especialmente nas localidades ribeirinhas como a área portuária, Elesbão, Delta do Matapi e a Ilha de Santana. Além das abordagens em via pública.

ARTIGO DO TOSTES

JOSÉ TOSTES


A visão metodológica do Planejamento urbano


O planejamento constitui um processo que visa analisar os conflitos inerentes as diversas questões urbanas de ordem social, espacial, cultural, econômica e ambiental. Não é um processo finalizado por onde a cidade deve traçar seus passos para alcançar uma proposta de desenvolvimento, é, sobretudo, um trajeto dialético, e como tal, deve estar de acordo com os interesses de várias coletividades, e deve, também, ser periodicamente revisado, para que os conflitos entre gerações distintas sejam pesados durante a construção da cidade (HARVEY, 2006.).
É inegável que todo o conjunto da problemática urbana tem a sua maior referência na revolução industrial, é no advento do processo de industrialização, que o capitalismo é alçado como o motor das transformações urbanas contemporâneas. A industrialização decorre de todo processo de fortalecimento do interior da vida urbana e gerador do estágio atual das cidades aos moldes atuais definidos para atender a necessidade de mobilidade para reprodução do capital e do próprio espaço urbano.
A sociedade se tornou induzida por este processo, tanto o espaço quanto a própria sociedade, de alguma forma houve a parcela de adaptabilidade às mudanças do meio urbano (LEFEBVRE, 2010). Sempre que se quebra algum paradigma, buscam-se novos efeitos através outras comparações históricas. Tais comparações permitem perceber os ciclos históricos entre as relações que determinam e avaliam o comportamento urbano, seja nas cidades medievais ou nas cidades modernas, com  relação aos meios de produção e de trabalho, no período medieval ou moderno são significativas. Se na sociedade medieval o trabalho foi caracterizado pela opressão, na contemporânea é substituída pela exploração; se a produção medieval era caracterizada pela criação artesanal, na moderna é banalizada  (LEFEBVRE,2010).
LEFEBVRE (2010) discute, os conflitos urbanos modernos ocorreram pela  substituição dos valores de troca pelos valores de uso. A cidade é uma obra, e esta característica contrasta com a orientação irreversível na direção do dinheiro, na direção do comércio, na direção das trocas, na direção dos produtos. Com efeito, a obra é valor de uso e o produto é valor de troca. O uso principal da cidade, isto é, das ruas e das praças, dos edifícios e dos monumentos, é a Festa (que consome improdutivamente, sem nenhuma outra vantagem além do prazer e do prestígio, enormes riquezas em objetos e dinheiro. (LEFEBVRE, 2010, p. 12)
O valor de uso e troca na cidade é determinado principalmente pela intensidade provocada pela dinâmica entre os agentes sociais que interagem sobre o espaço. O valor de troca e a generalização da mercadoria pela industrialização tendem a destruir, a subordiná-las a si, a cidade e a realidade urbana, refúgios do valor de uso, embrião de uma virtual predominância e uma revalorização do uso.  (LEFEBVRE, 2010, p. 14). A afirmação evidencia a questão a partir deste momento da forte influência do produto industrial e da marca definitiva na troca das relações simbólicas da influência e poder do capital.
 Importante trabalho foi desenvolvido por Amado (2009)  sobre o planejamento urbano sustentável, o autor destaca vários métodos de planejamento elaborados no último século, para avaliá-los frente a proposta de desenvolvimento urbano sustentável revisitados nesta monografia. Sua abordagem ao planejamento quanto processo trouxe a seguinte definição. De acordo com este autor, o método constitui um processo racional de tomada de decisão onde se identificam os objetivos, se desenham propostas de execução, se conjugam meios operativos, se programam ações e se reveem resultados face aos objetivos iniciais (FIDELIS apud AMADO, 2009, p. 28).
 Amado destaca ainda que entre os modelos desenvolvidos estão: O planejamento racional: que volta seu foco para o desenho e a paisagem urbana; Os modelos compreensivos e incrementalista: que são entendidos como uma evolução do racional, e acrescentam mais elementos de análise ao planejamento racional; O modelo advocativo (ou advocatório como apresenta também o mesmo autor): centra o foco no componente social e político para as tomadas de decisão.
E o modelo participativo: difere-se dos outros por seu amplo espectro de elementos de estudo, de valores associados e principalmente pela participação de diversos grupos de interesses. Além dos métodos inicialmente apresentados, coloca outros dois que foram desenvolvidos e adaptados ao planejamento: o método científico e o método do desenho urbano adaptado ao método científico. Os métodos científicos compõem-se por cinco etapas chaves: teoria, hipóteses, observações, generalizações empíricas e decisões, destinadas a atender os critérios do método científico. Outras etapas podem ser inseridas durante o processo de investigação para auxiliar na operacionalidade do método (AMADO, 2009).
Para (TOSTES, 2011), a visão metodológica do Planejamento Urbano passa essencialmente pela compreensão dos aportes históricos, sociológicos, filosóficos, culturais, técnicos e mais recentemente os aspectos de caráter tecnológicos e conceituais. Entender esta configuração visa ampliar o repertório de análise e avaliação da realidade urbana local, regional, nacional e internacional, e ter melhores condições de propor, sugerir, controlar e monitorar as reais condições sobre os avanços da qualidade de vida urbana e a eficácia dos diferentes níveis de planejamento urbano.

Comércio Informal





Comércio Informal
Ocupação do entorno do Canal da Mendonça Junior

REINALDO COELHO

O Amapá é um dos Estados brasileiros que mais recebe migrantes, concentrados na capital Macapá e no município de Santana. O efeito imediato é a pressão nos serviços públicos e solo urbano não acompanhado pela expansão da infraestrutura necessária. Um dos casos mais polêmicos na cidade de Macapá é o da ocupação do entorno do Canal da Mendonça Júnior pelo comércio informal, o que vem ocasionando uma série de reflexos de caráter ambiental e urbanístico, como: poluição das águas, restrição ao passeio público, contaminação alimentar etc.

 De acordo com o IBGE (2010), o Amapá apresenta 669.526 mil habitantes, destes, 398.204 mil estão concentrados na cidade de Macapá. Para isso a ocupação urbana da capital amapaense tem sido intensa e desordenada.

O grande número de imigrantes, e principalmente sem capacitação profissional e educacional tem levados ao inchaço da periferia urbana e a proliferação do comercio informal. 

A ocupação desordenada de pontos comerciais, descumprindo o Plano Diretor da Cidade de Macapá tem dado as calçadas e passeios públicos um aspecto favelado a cidade, causando problemas seríssimos a mobilidade urbana dos macapaenses.

Canal da Mendonça 
Junior 

  Em se tratando do espaço urbano, e em especial o do canal da Mendonça Júnior, é de se discutir a importância de um ordenamento que viabilize o aspecto de melhor aproveitamento da área, haja vista ter influência direta em outros pontos da cidade e com a orla da mesma, já que sua função é justamente drenar a água da chuva para o rio Amazoanas , cabendo um planejamento mais efetivo de revitalização.

Antes um igarapé que desaguava no Rio Amazonas, foi urbanizado na década 50, com o intuito de coletar e dar vazão as águas da chuva, num sistema de drenagem interligado com o Rio Amazonas. 
Com o passar do tempo, foi transformado num receptor de esgoto das edificações de seu entorno e hoje, utilizado até, como lixeira pública.

Comercio informal 
no entorno 

Além da poluição visual gerada ao redor pela ocupação de camelôs, dando ares de um processo semelhante ao da favelização e demonstrando total descumprimento das legislações vigentes que tratam do uso e ocupação do solo urbano.

Também é preciso destacar que a ocupação do passeio público não está ocorrendo apenas  pelos estabelecimentos informais, mais também pelos formais (restaurantes, lanchonetes, revendedoras de carro etc).

A situação piora quando se trata de barracos que vendem comida. Ai se faz, que  os fiscais da vigilância sanitária, chegue em uma dessas   lanchonetes onde são  degustando iguarias temperadas com moscas, ratos e baratas, servidas em louças lavadas no próprio canal.

Reformas e revitalização
A deterioração destruição da estrutura são evidentes, em boa parte canal não existe mais muretas.  O projeto de reforma do canal em 2010 está até hoje paralisada  o que  põe em risco a integridade física da população que circula pelo seu entorno, principalmente de crianças. 
Em alguns pontos, as muretas de proteção se encontram danificadas ou retiradas, podendo provocar acidentes, inclusive com pessoas caindo em seu interior. 

As obras do Canal da Mendonça Júnior estavam orçadas em mais de R$ 8 milhões, com recursos da Prefeitura de Macapá e do Governo Federal. O primeiro crime ambiental foi a derrubada e morte de mais de 40 árvores que existiam no calçamento do canal e que propiciavam sombra e arejavam mais a cidade.

Outra questão a ser observada é que estão estreitando as bordas do Canal o que pode trazer problemas em casos de muita chuva e maré alta, podendo ocorrer o transbordamento das águas, causando inundação naquela redondeza. O que não defere da situação  preocupante  dos outros canais que cortam Macapá: do Jandiá, do Beirol e das Pedrinhas.



É de se ressaltar, ainda, que sua recuperação, também trará maior dividendo econômico a partir do momento de se reintegrar o passeio público e transformá-lo em cartão postal, pois está diretamente ligado ao complexo turístico.

NA BATIDA DO TAMBORIM

Tica Lemos

Afoxé do Formigueiro comemora 
20 anos na quarta de cinzas


"O Afoxé do Formigueiro é como a Fênix que renasce das cinzas, reabastece com o caldo, se sacode no trio elétrico e vai se unir ao Caldeirão do Pavão". Assim define Eri Milhomem, um dos organizadores do bloco Afoxé do Formigueiro, que este ano completa 20 anos de muita disposição para esticar o carnaval amapaense na quarta-feira de cinzas.

Tudo começou em fevereiro de 1994, quando amigos e moradores do Formigueiro, a primeira denominação do bairro que fica atrás e nas mediações da Igreja Matriz de São José, no começo da Vila de São José de Macapá, em 1758, retornavam do encerramento do carnaval e ainda cheio de energias decidiram transformar a quarta-feira de cinzas, no prolongamento do carnaval.

" E, quando termina aqui, no Formigueiro, vamos nos unir com a rapaziada do Caldeirão do Pavão e a festa continua", narra Eri Milhomem, responsável pela distribuição de abadás e caldo de legumes com mocotó aos guerreiros foliões do Afoxé.

O cantor e compositor Val Milhomem foi quem animou a rapaziada a esticar a festa. E, com instrumentos improvisados, continuaram a festa. No ano seguinte, já havia uma estrutura preparada com caldo e instrumentistas que saiam pelas ruas, na cercania da Igreja Matriz. E a medida que os anos foram passando, outras pessoas passaram a engrossar o cordão de foliões e, com o advento dos abadás, cada ano um motivo para marcar a data.

"Na comemoração dos 20 anos, o folião Norberto Tavares, ex-craque de futebol, que sempre participou do Afoxé do Formigueiro e faleceu recentemente, estará presente no bloco como o grande homenageado", informou Eri Milhomem.

A distribuição do caldo começa as 6:00 h. Lá pelas 7h começa a distribuição dos abadás e a folia segue até ao meio dia, depois de percorrer pela Av. Mendonça Furtado, Rua General Rondon, Av. FAB, Cândido do Mendes e retorna pela Av. General Gurjão até ao Formigueiro, de onde se concentra para ir ao Bairro do Laguinho prestigiar e acompanhar o Caldeirão do Pavão, sem hora para acabar. (G1)
 
Carnaval da Liesap injeta R$ 1,2 
milhão na economia amapaense


Enquanto as escolas de samba trabalham o ano inteiro para se apresentarem na Ivaldo Veras, no Sambódromo, o comércio amapaense também acompanha a movimentação. Ainda que não disponham de todo o material necessário para atender às agremiações, segundo observa a Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap), os empresários, aos poucos, começam a se articular para não perder esse nicho de mercado.

"O recurso liberado pelo governo gera outras receitas", enfatizou o coordenador de Eventos do Estado, Jean Alex Nunes. Dos R$ 3 milhões investidos pelo Governo do Amapá - e rateados entre as agremiações -, pelo menos R$ 1,2 milhão é injetado na economia amapaense, estima o presidente da Liesap, Luiz Motta, o Geleia.
"Com esse dinheiro, compramos aqui os materiais mais básicos como tecidos e ferros. Os demais que não encontramos no comércio local são adquiridos em outros estados", frisou.

Apesar de o comércio amapaense não atender completamente à demanda das agremiações, mesmo assim os empresários têm investido em produtos carnavalescos. "Muitos brincantes procuram adereços para os desfiles de blocos. Por isso, esses materiais não se perdem, pois as escolas também compram para confecção de fantasias", conta o auxiliar administrativo Paulo Trindade, que trabalha numa loja de festas.
Já o gerente administrativo de uma loja de tecidos, Clenilton Costa, disse que a empresa procurou a Liesap, ainda em 2013, para verificar que tipos de produtos as escolas mais compram."Com isso, percebeu-se que os mais procurados são oxford, lamê, esponjado, entre outros. A partir daí, investimos na compra de uma remessa maior desse material. E a expectativa é aumentar em 10% o faturamento em relação ao ano passado", explicou.

Mesmo com o alto custo das agremiações, o presidente da Liesap, Luiz Motta, considera importante o investimento do Estado no desfile das escolas de samba. "Quando os empresários locais pensarem o Carnaval como uma oportunidade de divulgação da sua marca e a mídia apostar na transmissão estimulando os patrocínios, poderemos diminuir a dependência de repasses do governo", avaliou. (G1)

ATLETAS DE PONTA

Mesatenistas do Amapá

Amapaenses disputam 'International Top 10'


Reinaldo Coelho





Mais uma vez os atletas amapaenses  demonstram sua capacidade técnica em disputas nacionais. O mesatenismo  uma das modalidades que mais tem se destacado  nos últimos anos, revelando grandes nomes da modalidade e realizando investimentos  que resultam na vinda de técnicos com curriculam internacional e medalhistas olímpicos que realizam treinamentos e capacitação desses jovens.

O ano de 2014 começa com a participação de três  mesatenistas locais, Katisa Lima, Caio Lobato e Djalma Del'Castillo,  em uma competição internacional que teve mais de 300 atletas concorrendo. É o 'International Top 10' que se realizará de 7 a 9 de março em Guadalupe. Os amapaenses conseguiram assegurar participação no 'International Top 10', após bom desempenho na seletiva do ano passado.

Nessa seletiva  Djalma faturou o primeiro lugar na categoria até 18 anos, e ele destaca que essa oportunidade lhe possibilitará demostrar que a aprendizagem que vem ocorrendo em seus treinamentos lhe dará condições de mostrar bom serviço na competição. "Estou treinando intensivamente , pois sei que o nível dos competidores é muito elevado , pois vão estar lá os melhores da França

Caio Lobato que já participou de diversas competições nacionais, individual e em dupla, em 2013 na sua última participação nos jogos escolares  Caio faturou a quinta medalha para o Amapá. Na ocasião ele se despediu dessa fase de sua trajetória esportiva e disse que se prepararia para os eventos nacionais e internacionais de 2014. E é essa a oportunidade de Caio que irá disputar o evento na categoria adulta e por estar em excelente posição no ranking nacional.
 
Assim como Caio, a atleta Katisa Lima também foi  selecionados devido à pontuação no ranking nacional. Ela que irá disputar pela primeira vez uma competição internacional, afirma que está firme fazendo os treinamentos e que sua participação tem uma grande importância na troca de experiências e conhecer novas técnicas na pratica e disputa da modalidade. 

O presidente da Federação Amapaense de Tênis de Mesa (FATM), Alan Cardoso, está entusiasmado com essa participação dos atletas amapaense "É uma grande conquista para o Amapá está participando desse torneio, pois no meio de mais de 300 atletas, três amapaenses foram selecionados". 

Alan Cardoso, Presidente da FTM
O presidente da FATM informou do interesse em realizar  esse torneio em Macapá. "Após retornamos de Guadalupe vamos tentar organizar esse mesmo evento para outubro aqui no estado, mas não em caráter top 10 e sim, reunir todos os participantes de Guiana, Martinica, Guadalupe e outros convidados", afirmou.
Essa será uma oportunidade ótima para esses atletas, porque a premiação de € 5 mil com adversários franceses. Além disso, a disputa possibilita o intercâmbio e troca de experiências. 

Calendário da Federação 
Alan destacou que o calendário estadual deste ano já está definido. Ele será dividido em três etapas totalizando 11 competições, cinco campeonatos de nível técnico, cinco por categoria e um por equipes. "A grande novidade é que conseguimos fazer com que todas as nossas competições estaduais façam parte do calendário da confederação, ou seja, isso quer dizer que toda a pontuação que o amapaense fizer aqui no estado valerá para o nacional. Além disso, poderemos escolher dois eventos desses 11, para fazerem parte do ranking nacional, que pode oportunizar os mesatenistas do estado a  ganharem bolsa atleta, caso eles tenham um bom desempenho no decorrer do ano", explica.
-------------------------------------------------------------------------------
Mesatenista defensivo do AP 
fará treinamento em São Paulo


O mesatenista Higo Santos é único atleta do Amapá que pratica o estilo ‘jogo defensivo’. Com a intenção de aprimorar técnicas, o mesatenista Higo Jordan Santos, 19 anos, embarca na primeira quinzena de março para o município de Santa Barbara D’oeste em São Paulo, onde participará de um treinamento voltado ao estilo de jogo defensivo. Higo passará 90 dias no interior paulista, o intercâmbio irá possibilitar treinos com técnicos especialistas na categoria..
A temporada fora do estado irá ajudar na troca de experiências com outros atletas da mesma modalidade, e poderá possibilitar a sua evolução, já que no Amapá, não existem praticantes do estilo. 
“Poucos conhecem mas é um dos tipos de tênis de mesa bastante conhecido pelo mundo. A troca de experiência visa melhorar muito meu estilo de jogo e isso poderá surtir efeito nas competições desse ano. Espero absorver o máximo as técnicas repassadas pelos colegas”, comentou Higo.
De acordo com Alan Cardoso, presidente da Federação Amapaense de Tênis de Mesa (FATM), esta será uma ótima oportunidade para o atleta a convivência com mesatenistas e monitores de alto rendimento. A expectativa é a de que após esse período longe de casa, Higo retorne com mais habilidades e possa aplicá-las nas competições.
- Se aqui em Macapá ele treina em média duas horas por dia e em dias alternados, em São Paulo será de segunda à sexta e em média com seis horas de treinamento. Ou seja, é bem mais pesado”, finalizou Alan. (G1)



ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...