sexta-feira, 25 de abril de 2014

CAPA PRINCIPAL DA EDIÇÃO 406


EDITORIAL

Reprovados

Os oito deputados federais do Amapá, ao que parece, serão as primeiras vítimas da enorme rejeição que orna a gestão de Camilo Capiberibe. Segundo o IBOPE/CNI, 75% do povo do Amapá não aprova a administração do PSB. Longe de querer comparar uma simples enquete com uma pesquisa realizada com rigor científico, mas a bancada de deputados federais foi reprovada por 70% dos eleitores, que responderam à enquete deste periódico.

Fica, assim, evidenciado nos números auferidos pela enquete que os parlamentares federais perderam a confiança do eleitorado. E a relação ruiu exatamente em virtude de um comportamento silente com os desmandos praticados por esta gestão estadual, que tem disponibilizado serviços de péssima qualidade nas áreas da educação, saúde e segurança pública.

Cansado de clamar por socorro, o povo constata que gritam a sós e não ouvem do lado dos parlamentares uma voz fazendo coro às suas reclamações. Na realidade, a população que já foi para as ruas em 2013, pedindo moralização na política, não viu nada mudar. Por isso, demonstram desinteresse pelas eleições vindouras. Lamentável que seja assim.

Outras ferramentas de controle da atividade parlamentar são a TV Câmara e as redes sociais. Hoje, a notícia voa por entre celulares e a distância entre o povo e o Congresso, atualmente, é nenhuma. As matérias de interesse do Amapá são acompanhadas pelos olhos vigilantes dos interessados, que pouco ou nenhum interesse vêm no desempenho dos parlamentares.

Dos oito deputados federais do Amapá, cinco respondem a processos no STF. Entre os mais faltosos do Congresso Nacional há um parlamentar amapaense: Vinicius Gurgel (PRTB). Deste modo, fica patente o motivo dos eleitores amapaenses estarem querendo mudança. O Amapaense está cansado, ao que tudo indica, de palavrório. O que querem ver é ação, uma solução para a economia de um estado que agoniza e definha a olhos vistos.


A rejeição do eleitorado é o preço da incompetência. Tal reprovação ao fraco desempenho dos deputados federais é diretamente proporcional ao alinhamento automático que os parlamentares mantem com o catastrófico governo de Camilo Capiberibe. Trocando em miúdos: se for confirmada nas urnas, a rejeição virá em efeito dominó. Chegou a hora do salve-se quem puder.

ARTOGOAVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Continua II...

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO PROCESSO
DE APRENDIZAGEM Continua II...


2 CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS
A APO é uma técnica de direção de esforços por meio de planejamento e controle administrativo fundamentado no princípio de que para atingir resultados a organização precisa antes definir em que negócio está atuando e aonde pretende chegar, através de um processo entre o superior e os subordinados de uma organização para estabelecer em conjunto metas comuns, definindo as áreas de responsabilidade de cada elemento em função dessas metas, assim como critérios que serão utilizados para avaliar e recompensar seu desempenho, seja em termos quantitativos ou qualitativos.
Essa tendência de substituição do modelo hierárquico de administração fez grande sucesso nos anos 60 e 70, porém sua popularidade como sistema para implementação de estratégias declinou nos anos seguintes já que sua essência tornou-se redundante devido ao aparecimento dos modelos de gestão participativos do final dos anos 90. De qualquer forma seus princípios básicos continuam válidos e serviram como base para os modelos subsequentes:
" Objetivos específicos: identificar as principais áreas de resultados ou desempenho para uma equipe ou unidade da organização e estabelecer objetivos (metas) específicos e mensuráveis. 
" Tempo definido: definir prazo para a realização dos objetivos e prazos intermediários para a avaliação do desempenho. 
esses objetivos, os quais devem levar em conta a área de atuação da empresa, onde esta deseja chegar, seus pontos fracos e fortes e as circunstâncias favoráveis e desfavoráveis do mercado. Esses objetivos devem facilitar a o processo de avaliação e recompensa. 
Descentralização administrativa: elevar o desempenho organizacional através de uma descentralização, que deve ser fita de forma cuidadosa, levando em confederação fatores como objetivos de longo prazo, implementação de ferramentas de controle de resultados e formação de equipes específicas e distribuição seletiva das responsabilidades. 
Ênfase na mensuração e controle dos resultados: quantificar e medir os resultados atingidos para poder compará-los às metas estabelecidas. 
Contínua avaliação e revisão dos planos de ação: os planos de ação devem ser continuamente revistos e reajustados de acordo com as novas exigências e aspirações da organização. Uma das grandes vantagens da APO é permitir ao administrador o autocontrole de seu desempenho. 
Participação atuante das gerências: a alta administração deve estar comprometida com o programa de implementação da APO, através de exemplos para as demais unidades organizacionais. 
Intensivo apoio da equipe: o programa deve contar com a ajuda de uma equipe previamente treinada e preparada, pois ele exige coordenação e integração de esforços. 

MUNICIPIOS

Qualidade de vida 
Prefeitura de Serra do Navio apresenta plano de saneamento básico 
SERRA DO NAVIO

A necessidade da melhoria da qualidade de vida aliada às condições insatisfatórias de saúde ambiental e a importância da preservação de recursos naturais para a manutenção da vida são pontos fundamentais para que o Município adote uma política de saneamento básico adequada, considerando os princípios da universalidade, equidade, desenvolvimento sustentável, entre outros.
Em 2007, foi promulgada uma legislação que regulamenta as políticas públicas de saneamento básico através da  Lei Federal nº 11.445/2007, que obriga os municípios brasileiros a elaborarem o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB).


Em Serra do Navio, a prefeitura promoveu no último dia 12 de abril, o  primeiro fórum com a participação da comunidade e da sociedade civil organizada, para implementação do PMSB na cidade. O evento aconteceu na Câmara de Vereadores, e foi aberto para sugestões.
Na ocasião, o prefeito José Maria do Amaral Lobato falou sobre a importância da elaboração do plano e da contratação de uma empresa especializada no assunto, com recursos próprios. "Sem o PMSB, a prefeitura não poderá receber recursos federais para projetos de saneamento básico", disse.
O vice-prefeito Luiz Carlos, que é membro da área de saúde, palestrou sobre "A importância do saneamento na saúde pública", como conjunto de serviços, infra-estruturais e instalações operacionais relativos a processos de abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Segundo ele, o PMSB deve abranger as quatro áreas, relacionadas entre si. 
O vereador Jeziel Silva e Silva, presidente da Câmara de Vereadores, enumerou os benefícios que Serra do Navio desfrutará com a elaboração do plano e disse que o  documento, depois de aprovado, será utilizado como instrumento estratégico de planejamento e de gestão participativa.
Reginaldo Picanço, representante da Funasa, órgão responsável pela execução dos serviços de saneamento básico,  falou sobre os componentes do plano: esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem pluvial e água potável. "O município de Serra do Navio está à frente dos demais municípios do estado, com a entrega dos produtos já elaborados", disse. 

Por fim, os engenheiros Décio de Oliveira e Maurilo André  apresentaram o PMSB de Serra do Navio à plenária do fórum. Décio é gestor da empresa M.D.L. Ambiental, responsável pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento de Serra do Navio.  Ele especificou que a empresa atuou na elaboração do documento com 14 profissionais "de ilibado conhecimento técnico", com seis engenheiros na equipe, e destacou que o plano está em andamento com toda a equipe envolvida na sua execução. 
O PMSB teve a participação de vários segmentos sociais, estudantes, agricultores, militares, taxistas, professores, empreendedores e servidores públicos. 


 Após as discussões com a comunidade, o PMSB deve ser apreciado pelos vereadores e votado na Câmara. Se aprovado, o plano passará a ser a referência de desenvolvimento do município, estabelecendo as diretrizes para o saneamento básico e fixando as metas de cobertura e atendimento com os serviços de água; coleta e tratamento do esgoto doméstico, limpeza urbana, coleta e destinação adequada do lixo urbano e drenagem e destino adequado das águas de chuva.

NAS GARRAS DO FELINO




Reprovados
Os deputados federais foram reprovados na enquete feita pelo jornal Tribuna Amapaense: 70% dos investigados disseram que o desempenho dos parlamentares é ruim e que eles não representam, dignamente, os interesses do cidadão amapaense. Renovação à vista a Câmara Federal. Só duas escaparam da degola.

Golpe na ALAP
Mais uma do MPE/TJAP contra os deputados Moisés Souza e Edinho Duarte. Ambos foram novamente afastados dos cargos de presidente e primeiro secretário da Mesa Diretora. Fato novo? Não! Mas fazer o que. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. O jeito é recorrer a BSB, porque na República Camiliana tudo acontece.

Surpresa
Kaká Barbosa do PT do B resolveu soltar a voz na ALAP e, pasmem, se posicionou contra uma ameaça de Camilo Capiberibe. O governador anunciou que iria virar a artilharia pra cima da Assembleia. "Governador! Não ameace. Os deputados não têm medo das suas ameaças." Será Kaká?

Insegurança
No Amapá a insegurança é total. Os meliantes entram nos estabelecimentos comerciais sem máscara, gazua ou qualquer disfarce. Enfrentam as câmeras e roubam na maior cara de pau. Onde vamos parar?

Mais desemprego
Com o fechamento da fábrica da Coca-Cola no Distrito Industrial e a demissão em massa das terceirizadas que prestavam serviço para a Zamim, o número de desempregados no Amapá chega a patamares assustadores. Socorro! Que esse governo passe logo, senão a economia do Amapá para de vez.

Educação
Quer saber como o governador trata a educação? Vá à Escola Estadual Antônio Cordeiro Pontes. Ali está o retrato do abandono e do pouco caso, e olha que é uma escola tradicional do Estado. Aliás, será que o Camilo conhece a história do Amapá?

Quem fiscaliza o MPE?
O TCE divulgou relatório que aponta irregularidades na prestação de contas de Iaci Pelaes e Marcio Alves. Segundo o TCE, na gestão dos dois no período 2006/2009, o MP comprou champanhe e relógios com dinheiro do contribuinte. E daí que eles fizeram isso. Quem vai investigar fiscal da lei?

Abandono
Reverbera das bandas do Calçoene que o município está entregue à própria sorte. As coisas por lá não funcionam e a prefeita nem tchum para os problemas. Rapadura é doce, mas não é mole, não.

Perseguição
No Amapá as coisas não andam. Bastou o Amapá virar notícia nacional como nova área de expansão agrícola, que CPT (Comissão Pastoral da Terra) e GEA se juntaram para combater a grilagem. Grilagem de que? O negócio é que no Amapá o progresso tem que passar do outro lado do rio.

MATÉRIA DE CAPA

Deputados federais
na linha de tiro do eleitor

Roberto Gato
Da Superintendência

O Tribuna Amapaense realizou, durante esta semana, uma enquete na qual foram entrevistadas 500 pessoas, com objetivo de saber como o eleitor avalia o desempenho da bancada federal do Amapá na Câmara dos Deputados. A resposta não foi uma surpresa. Setenta por cento dos investigados avaliaram o desempenho dos parlamentares como ruim; quinze por cento consideraram regular; dez por cento classificaram como bom; e cinco acharam ótimo. A maioria dos que opinaram como sendo ótimo, tiveram como referência a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 111 (PEC 111), que transfere para o quadro da União servidores do Estado e dos Municípios que trabalhavam antes de 1988 no Território, ou seja, antes da transformação do Amapá em Estado. Mas as pessoas que reconhecem esse ganho são servidores públicos.

Metodologia da enquete

Durante o trabalho de investigação não identificamos o grau de escolaridade, idade, renda, mas apenas a profissão e sexo. Não pedimos identificação, até porque a consulta foi feita de forma aleatória. Nossos investigadores ligavam para um número de telefone, se identificavam e explicavam o objetivo da enquete. Portanto, as pessoas que não queriam participar do questionamento, desligavam o telefone e não foram poucos os assim o fizeram, perfazendo exatos 30%. Ou seja, 150 dos inquiridos demonstraram, dessa forma, o desinteresse pelo processo eleitoral.
Como frisamos acima, entrevistamos 500 pessoas, sendo 200 do sexo feminino e 300 do sexo masculino. Dentro do universo investigado (500), 70%, ou seja, 350 pessoas opinaram. Destas, 110 eram mulheres e 240 homens. No universo dos que opinaram, 70% (245) disseram que o trabalho da bancada é ruim; 15%, (52,5) avaliaram o desempenho como regular; 10% (35) como bom e 17,5 pessoas (5%) como ótimo.
A enquete consistiu de três perguntas simples: pedia a avaliação do eleitor sobre o desempenho da bancada federal. O resultado foi o seguinte: ruim (70%), regular (15%), bom (10%) e ótimo (5%).  A segunda questão é sobre a necessidade de mudança ou não de parlamentares, e quais deles.
A resposta para Janete Capiberibe foi: 147 eleitores disseram que ela deve deixar o mandato e 203 que ela deve continuar. Portanto 58% dos investigados querem Janete Capiberibe de volta à Câmara.
Dalva Figueiredo também teve o mandato aprovado pelos eleitores. 52%, ou seja, 182 investigados disseram que a petista continuar na Câmara Federal; 168 declararam que gostariam de vê-la fora do Congresso.
Fátima Pelaes recebeu votação negativa: 196 dos entrevistados (56%) disseram não ao mandato da pemedebista e 154 (44%) afirmaram sim.
Outro reprovado foi Evandro Milhomem (PCdoB) com uma rejeição de 70%; ou seja, 245 eleitores disseram que Milhomem não deve retornar à Câmara.
Davi Alcolumbre também foi reprovado com 65% de rejeição; Vinicius Gurgel tem desaprovação de 60%, enquanto Luiz Carlos é rejeitado por 75%; Bala Rocha tem reprovação de 55% dos entrevistados. (Veja Quadro ao lado).

Resultado da enquete




Qual dos parlamentares você reconduziria?

O que acham do desempenho da Bancada Federal do Amapá




















   Conjuntura volátil

Como dizem os mineiros, política é como nuvem – a cada momento em que olhamos está de um jeito -, por isso a conjuntura é volátil. Portanto, a cinco meses da eleição o quadro é de reprovação da bancada federal amapaense. No universo de 30% dos que não quiseram opinar, houve os que desligaram o telefone ao serem informados que se tratava de uma enquete. Outros afirmaram que não acreditam mais na política, e houve os que se omitiram de dar opinião em função do quadro de desconfiança que paira hoje no Amapá.
A terceira pergunta aferiu se o eleitor já havia decidido em quem votar: 257 não possuem candidato e 93 declinaram suas preferências. (Veja Quadro ao lado).
 Ao pesquisarmos no site no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá constatamos que os atuais parlamentares foram muito bem avaliados pelos eleitores em 2010. A deputada Janete Capiberibe (PSB) obteve 28.147 votos; Vinicius Gurgel (PR) 21.479; Dalva Figueiredo (PT) 20.203; David Alcolumbre (DEM) 14.655; Fátima Pelaes(PMDB) 14.193; Evandro Milhomem (PC do B) 13.974; Sebastião Bala Rocha (SDD) 12.739; e Luiz Carlos (PSDB) 10.945.
A enquete revelou que passados quase quatro anos de mandato, os parlamentares amapaenses perderam a credibilidade perante o eleitorado. O resultado da enquete aponta que, dos oito deputados, apenas dois receberam aprovação de seu desempenho. Os demais foram reprovados, sendo o deputado Luiz Carlos o que tem a maior rejeição, com o percentual de 75%.
Em meados de 2013 um movimento iniciado nas redes sociais colocou o Brasil nas ruas para cobrar respostas das instituições públicas. A iniciativa espontânea e apartidária cobrou melhoria nos serviços essenciais como saúde, educação e segurança. E, e, sobretudo, um comportamento ético dos parlamentares brasileiros, sempre envoltos em escândalos de corrupção.
Essa relação promíscua entre o Poder Executivo e o Legislativo, foco de reportagens investigativas da imprensa brasileira, ganhou contornos mais graves com o julgamento dos envolvidos no escândalo do mensalão, que levou para a cadeia caciques petistas como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, além de outros políticos de biografia mais modesta, como Waldemar Costa Neto, por exemplo.
O Trabalho da ONG Congresso em Foco confirma o comportamento nada republicano dos parlamentares brasileiros. Essa anomalia foi esmiuçada em reportagem da Revista da instituição, publicada em 2013 sob o título “Número de Parlamentares Investigados bate Recorde”. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF) nada menos que 542 inquéritos e ações contra 224 parlamentares federais tramitam da corte suprema.
No Amapá, de uma bancada de oito membros, mais de 50% respondem a processos no STF.



Má gestão de Camilo respinga em parlamentares

Pelo baixo percentual de eleitores que demonstram interesse nas eleições, percebe-se que essa inapetência política é fruto de um ambiente de desconfiança que paira sobre o céu das casas legislativas. Muitos parlamentares foram mal avaliados, por exemplo, por não se posicionarem contra o atual governo estadual, que tem feito uma administração desastrosa e reprovada pelo cidadão amapaense, eleitor ou não.
Os parlamentares que estão alinhados ao governo, e que não falam dos desmandos administrativos que ocorrem no Amapá, também são rejeitados na mesma proporção. É o caso da mãe do governador, Janete Capiberibe, que foi a mais votada nas duas últimas eleições, e a enquete evidenciou que ela também está sendo penalizada pela má gestão do filho.
Outros deputados, como Luiz Carlos (PSDB) e Evandro Milhomem (PC do B), carregam como herança maldita o mesmo fardo que pesa sobre os ombros do governador Camilo Capiberibe, uma rejeição pesadíssima.
Dentro de um mês, o Tribuna Amapaense irá repetir esse trabalho num universo mais ampliado, e com maior rigor científico. Na próxima edição, mostraremos a enquete que já iniciamos sobre o parlamento estadual. Aguardem!

Deputados Federais processados no STF


  Deputado Evandro Milhomem, uma denúncia contra o parlamentar no Ministério Público do Estado envolvendo uma menor de idade.  A mesma menor teria prestado depoimento no final de 2013 para a Polícia Federal em Brasília, juntamente com mais duas testemunhas.

 

Deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), responde ao inquérito 3577 (peculato). 






 Deputada Dalva Figueiredo  é quem mais tem problemas com a justiça . A deputada e alvo da ação penal 491 (prevaricação) e dos inquéritos 2838, 2671 e 3648, por peculato e crimes eleitorais, todos relacionados ao período  que a parlamentar foi governadora do Estado. 






 n Deputado federal, Bala Rocha, o parlamentar responde à ação penal 508 e ao inquérito 2709 por corrupção passiva, prevaricação e crimes da lei de licitações referente ao período que ocupou o cargo de secretário de saúde do Estado, durante a gestão do ex-governador Waldez Góes.




Deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) responde ao inquérito 3529, por crimes contra a ordem tributária.

COTIDIANO

Delírio virtual

A banda larga soviética de Camilo


REGIS SANCHES

Reza o dito popular: 'na Bahia há três ritmos: devagar, quase parando e Dorival Caymmi.'. Agora, transfira isso para a banda larga, cuja campeã de velocidade absoluta no mundo é a Coreia do Sul. Nesse ranking, o Brasil ocupa apenas a 83ª posição. E o Amapá? Bem, sobre isso, vamos contar uma breve história da promessa de banda larga feita pelo atual governador. 
No dia 17 de março de 2014, Camilo Capiberibe lançou, com pompa e circunstância, a banda larga no Amapá. Mobilizou a mídia, a banda de música da Polícia Militar e acionou os asseclas de plantão. Para impressionar os viciados em vertigem digital, na ilharga do Teatro das Bacabeiras foi montado um estande.

Naqueles dias, tudo funcionou como se Alice estivesse no país das maravilhas. Não é segredo que Camilo é um paciente digital. O problema é que, agora, passados quase quarenta dias daquela cerimônia espetaculosa, o governador também é vítima da internet soviética, uma vez que a banda larga no Amapá continua sendo um delírio digital, uma espécie de conto do vigário tecnológico.
Sem nenhuma ofensa, não estamos falando mal do governador mais jovem do país. São os internautas que reclamam. Há milhares de piadinhas nas ruas de Macapá dando conta de que a banda larga do Camilo é uma ficção.
Entenda-se por internauta toda sorte de ser vivente que habita o solo amapaense: taxistas, moto-taxistas, donas de casa, estudantes, enfim, até os que se autodenominam integrantes da corporação VASP - Vagabundos Anônimos Sustentados pelos Pais.
Se até os afiliados à VASP estão 'putos' com a banda larga, imagine quem realmente depende da velocidade da internet camiliana para viver? É como dizem os jornalistas do Sul e Sudeste do país, quando vêm a Macapá. "É 'Flórida', aqui a internet é soviética".



Conexão à internet no Brasil é mais lenta que no Azerbaijão e Iraque

Conexão à internet no Brasil é mais lenta que no Azerbaijão e Iraque
Na última quarta-feira (23), a Akamai liberou mais um relatório do estado da internet mundial, referente ao último trimestre de 2013, que revela dados como a velocidade das conexões por país e a quantidade de ataques a servidores. A boa notícia é que, no mundo todo, as conexões melhoraram 27% em um ano. A má notícia é que o Brasil amarga o 83º lugar, atrás de países menos desenvolvidos, como Azerbaijão e Iraque.

A velocidade média da internet mundial é de 3,8 Mb/s. Sem surpresa, Coreia do Sul e Japão encabeçam a lista de países com as conexões mais rápidas do mundo: eles possuem conexões com médias de 21,9 Mb/s e 12,8 Mb/s, respectivamente. O ranking é seguido por Países Baixos, Hong Kong, Suíça, República Checa, Suécia, Letônia, Irlanda e Estados Unidos, todos com médias entre 10,0 Mb/s e 12,4 Mb/s.
Com velocidade média de 2,7 Mb/s, o Brasil está apenas em 83º lugar. Mesmo considerando apenas o nosso continente, nossa posição não é boa: em nono lugar nas Américas, estamos bem atrás dos líderes Estados Unidos (10º) e Canadá (16º) e logo abaixo da Argentina (73º) e Colômbia (79º). Nossa conexão é pior que a do Azerbaijão (2,8 Mb/s), Iraque (2,9 Mb/s) e Cazaquistão (3,9 Mb/s).
O relatório da Akamai também aponta as médias de pico, ou seja, a média entre as velocidades máximas entre os IPs únicos em uma região geográfica. Nesse ranking, nossa velocidade aumenta bastante, mas a dos outros países também, o que não nos ajuda muito a subir na lista: em 76º lugar, a média de pico no Brasil foi de 20,4 Mb/s, também abaixo da média mundial, de 23,2 Mb/s. Hong Kong é o líder, com invejáveis 68 Mb/s.

AVESSO DO AVESSO

• Sobre essa onda 
de ostentação...
Sou um crítico mordaz dessa ostentação desenfreada nas redes sociais. Um país jamais se fortalecerá com uma juventude que acha que estar no ápice do sucesso é estar com uma garrafa de vodka na mão, e não um diploma.

• Aliás...
Pessoas que conseguem te fazer esquecer do celular enquanto você está com elas. São essas pessoas que você deve manter por perto.

• Deprimido
Impossível sentir orgulho do meu Estado do jeito que ele está. E o que é pior, é que não dá nem pra disfarçar. E haja propaganda...
• Seguindo o conselho
Esta semana bati um animado papo com alguns membros do clã Capiberibe. E recebi um conselho: não vote em Camilo. O governador conseguiu a proeza de desagregar a família e não terá o apoio nem o voto de boa parte dos tios. Se eles que conhecem Camilo desde "gito", não votam, alvará eu...

• R$ 3 bilhões
É quanto a prefeitura precisaria para tornar de Macapá uma cidade melhor pra se viver. Desse montante, R$ 1 bilhão e 300 milhões seriam apenas para pavimentação. Sem uma solução para a malha viária, a prefeitura logo logo vai enfrentar outro embate: terá de reajustar a tarifa de ônibus. É que não cumpriu sua parte no acordo formulado no ano passado e que possibilitou a redução da tarifa.

• História do Amapá
Reputo Fernando Rodrigues como um grande historiador. Terminei de ler esta semana seu mais recente livro: História da Conquista do Amapá. A obra é primorosa e resgata a conquista desta região de 1500 a 1800. Vale a pena ser lida.

• Sobre Gabo
Quando li Cem anos de Solidão, aos 14 anos, entendi que estava diante do maior escritor latino do século passado. Desde então passei a devorar tudo que dizia respeito a Gabriel Garcia Marquez, até mesmo seus discursos, que ganhei numa coletânea em meu último aniversário. Aquele bigode de padeiro e seu sorriso inconfundível serão marcas que guardarei na memória sempre que reler algo dele. Gabo vai agora a eternidade dos grandes escritores.

CAUSOS & LOROTAS DA POLÍTICA


O eleitor entra no gabinete do candidato a prefeito, esparrama-se na poltrona e diz:
- Eu vim aqui porque estou precisando de umas dúzias de tábua pra construir um puxadinho lá em casa para o meu filho que acaba de casar.
- Mas eu não estou dando madeira, diz o candidato
- Bom, então eu aceito alguns milheiros de tijolo pra levantar o muro de casa.
- Mas eu não estou dando tijolo.
- Então me dê uma passagem pra Belém que eu quero visitar uns parentes que tenho por lá.
- Também não estou dando passagens.
- O que o senhor está dando então?
- Eu dou esperança e a minha palavra de que essa cidade vai melhorar muito se eu for eleito.
- Pois isso que o senhor tá dando eu não quero.
- Por que?
- Esperança não enche barriga e político de palavra ainda não nasceu.
(Do livro "Zero Voto", de Alcinéa Cavalcante e Rostan Martins)


ELEIÇÕES 2014

Eleição 2014 - Mais mudanças nas regras eleitorais - IV


Conforme o texto, o TSE e os Tribunais Regionais Eleitorais convocarão, a partir de 8 de julho, os partidos e a representação das emissoras de TV e de rádio para elaborarem o plano de mídia, destinado ao uso da parcela do horário eleitoral gratuito, devendo ser garantida a todos a participação nos horários de maior e menor audiência.
A resolução ainda trata da propaganda eleitoral na internet, também permitida somente a partir de 6 de julho. Estabelece algumas proibições, como a veiculação de qualquer tipo de propaganda paga, em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, e em páginas oficiais ou hospedadas por órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Já sobre condutas ilícitas, o texto traz o que é permitido e o que é proibido não somente no dia das eleições, mas também durante todo o processo eleitoral.
No dia do pleito é permitida a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos.
Entre as condutas proibidas aos agentes públicos durante o processo eleitoral estão: ceder ou usar, em benefício de candidato, partido ou coligação, bens móveis ou imóveis que pertencem à administração direta ou indireta da União, dos estados, do DF, dos territórios e dos municípios, ressalvada a realização de convenção partidária; fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo poder público; e fazer revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir de 8 de abril de 2014 até a posse dos eleitos.
O objetivo é proibir ações que afetem a igualdade de oportunidades entre candidatos no pleito, atendendo o que dispõe a Lei das Eleições.


EM DIAS

Fim do prazo do alistamento eleitoral


O TRE-AP  alerta a população que o final do prazo de inscrição e transferência do Título Eleitoral, será no dia 7 de maio de 2014. A data obedece ao calendário eleitoral e é limite para os eleitores realizarem mudança de local de votação e transferência de domicílio eleitoral.
 De acordo com o titular da Secretaria Judiciária (Sejud/TRE), Orlando Junior, no dia 7 de maio também encerrará a confecção do primeiro título, que é o caso de jovens que completarão 16 anos até o dia do pleito, 5 de outubro de 2014 e podem se tornar eleitores. Ele destacou ainda que, para tirar a segunda via do Título Eleitoral, o prazo final será 25 de setembro.
 O secretário judiciário ressaltou que o aviso tem o objetivo de evitar filas por conta do fechamento do cadastro eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ocorrerá no dia 8 de maio de 2014, para que os preparativos das eleições deste ano.
 
Procedimento e horário

 Os eleitores que desejam efetuar transferências de Título ou tirar o documento deverão comparecer aos cartórios dos municípios onde votam, no horário de 8h às 14h.
 Os documentos necessários são Carteira de Identidade e comprovante de residência recente. Pessoas do sexo masculino com mais de 18 anos que farão o alistamento precisam apresentar certificado de alistamento militar.
 O voto e o alistamento eleitoral são facultativos em se tratando de pessoas com idade entre 16 e 18 anos e com mais de 70 anos.


CAPA 2º CADERNO


TRALHOTO

RONALDO RONY


ARTIGO DO TOSTES

José  Alberto Tostes

O terminal no filme de Tom Hanks.


Entre inúmeras viagens que tenho oportunidade de realizar, por diversas ocasiões tive que fazer a escala em Belém no aeroporto Val de Cães, obrigatoriamente quem vem de Macapá, tem que parar em Val de Cães, exceto voos em direção às cidades de Brasília e São Paulo, quase sempre é o mesmo voo. A logística nos aeroportos brasileiros é muito desconfortável não oferece as mínimas condições para quem vai ficar no terminal por diversas horas. Lembro-me de uma viagem de Manaus para Belém, a escala de voo era através da Azul, o horário, pior possível, o voo saiu de Manaus às 3 da manhã e cheguei a Belém por volta de 5 horas.
O voo para Macapá só iria sair às 13 horas, pensei em ir para um hotel, porém, fiquei preocupado em dormir e perder a hora do voo, nos dias atuais, perder um voo custa caro, você chega a pagar o dobro do valor da passagem, quando cheguei ao aeroporto Val de Cães, estava exausto, comprei um jornal e fui para o final do terminal, tirei o cinto, coloquei atravessado na bagagem de mão, me deitei na cadeira e lá dormi, por quase 05 horas, quando despertei, parecia sonso, as costas literalmente "quebradas".
Sempre que passo por tais situações recordo do filme de Tom Hanks: O terminal, o personagem de Tom vem para os Estados Unidos, mas é proibido de entrar por falta de documentos legais, o personagem passa meses morando no aeroporto, consegue fazer várias amizades, torna-se conhecido, graças a isso, consegue uma série coisas a partir da convivência cotidiana com os diversos setores do terminal aeroportuário. O filme é interessante, mostra a faceta, muitos de nós não conhecemos na grande maioria dos aeroportos do mundo inteiro, o cumprimento dos dispositivos legais, causam múltiplos constrangimentos.
Ao longo dos anos realizando trabalho de pesquisa, indo para eventos científicos, ou de férias sempre passei em diversas escalas na cidade de Belém, guardadas as devidas proporções, me senti como o personagem de Tom Hanks, quando você passa constante por um lugar, começa a fazer amizades nos mais diversos setores, é como se você fizesse parte daquele contexto. A vida em um terminal aeroportuário não é fácil, é uma vida dura, são os ruídos dos aviões, barulho permanente, agitações de todo tipo para quem trabalha duro e troca o sono da madrugada pelo dia, cotidianamente.
A vida de "Tom Hanks" é dura para muitos que passam a maior parte de sua vida trabalhando em um terminal de aeroporto. Em diversos países da Europa e dos Estados Unidos, os terminais tem muita qualidade. No Brasil, é uma vergonha, neste período, que antecede a Copa do Mundo e as Olimpíadas virou um tormento. Portanto, esse é um cenário desconhecido para muitos, outro fator importante, é como no Brasil cria-se logísticas de voo inacreditáveis. O sujeito vai para Aracaju, e a rota de voo programada pela companhia aérea vai dar em Campinas, Belo Horizonte ou em São Paulo, algo impensável tendo em vista que tal situação cria mais transtornos em todas as rotas.
A situação deve ser analisada com muita atenção, requer pensar melhor a malha aérea brasileira, evitando desperdícios absurdos, voltando ao terminal, um dos motivos da minha mala de mão conter vários equipamentos eletrônicos, são as adversidades dos terminais aeroportuários. Um bom número de artigos foram escritos para o jornal ou para blogspot dessa forma, sentado em uma cadeira, ou em uma mesa de aeroporto, não foram poucas as reflexões importantes sobre a vida do país, do Amapá, do Brasil e do contexto internacional, quando você está concentrado, consegue produzir muito, o propósito e o objetivo inspira a escrever temas relevantes. Quando você espera em um terminal de aeroporto por diversas horas, você aprende a dinâmica do lugar e as particularidades, conversa com pessoas, percebe a individualidade e a complexidade para chegar e sair de um terminal, há casos de pessoas que entre a entrada e saída do trabalho levam cerca de 14 horas.
Como sugere o filme de Tom Hanks, a vida no aeroporto é um aprendizado, adaptação completa diante de tantas adversidades que o personagem tinha que enfrentar. Todos nós brasileiros enfrentamos a maratona dos aeroportos diariamente. Para quem viaja constantemente, como é o meu caso, aproveito para aprender permanentemente. Escrever é uma arte, quem sabe escrever, sabe o que digo, existe um enredo para tudo, até para adversidade da qual o sujeito está submetido, neste caso, o aeroporto, o terminal, aonde a cada minuto chega e saí gente de todo o lugar, talvez, seja o cenário mais apropriado para se manifestar as inquietações das pessoas. No meu caso, busco na adversidade, um aliado.


CIDADE







DECADÊNCIA 

Balneário da Fazendinha está perto do fim


REIANLDO COELHO

O espaço antes considerado um dos principais pontos de encontro para banhos de rio, especialmente nos fins de semana em Macapá, está tomado por lixo, caramujos e muito mato. Atualmente, poucas pessoas se arriscam numa visita ao tradicional balneário da Fazendinha.
Localizado a 9 quilômetros de Macapá, o lugar pontificou no roteiro turístico do Amapá nos anos 1970 e 1980, quando a natureza, então intocável, encantava visitantes de todas as regiões brasileiras. Apesar da falta de conforto e estrutura, o espaço encantava com a exuberância ambiental, fauna e flora, além da águas límpidas do rio Amazonas. O balneário foi, por muito tempo, referência em entretenimento no Amapá.

O urbanista José Alberto Tostes lembra que o balneário foi descoberto no fim da década de 60. À época, havia poucas opções de lazer para a população de Macapá e Santana. O espaço, então, tornou-se o ponto para divertimento e banho, sendo intitulado balneário da Fazendinha. 
"Desde então, chegaram mais famílias visando fixar residências no local, e assim foram surgindo os primeiros estabelecimentos comerciais e barzinhos ao longo da praia, para atender aos banhistas", lembrou Tostes.
NA DÉCADA DE 70 FOI REVITALIZADO
No artigo que escreveu sobre o balneário, José Tostes diz "a partir de então [descoberta do espaço], o governo viu-se na obrigação de criar um lugar com mais infraestrutura de praia para atender às necessidades daqueles que procuravam a localidade, e, para tanto, construiu barraquinhas, estacionamento, calçadão, asfaltou a via que existe ali, e procurou melhorar também o sistema de transporte coletivo para que a população de baixa renda pudesse desfrutar deste lazer nos finais de semana".

NOVAS ESTRUTURAS DE LAZER
Revitalizado e com nova roupagem estrutural, o balneário recebeu novidades que atraíram mais ainda os visitantes. Passado o tempo, porém, o poder público freou nos investimentos e as atrações que ocorriam no local minguaram. O comércio passou a cobrar preços altos pelos produtos consumidos, afastando os mais carentes. 

Outra situação que ajudou na decadência do local, foi a estruturação de outros balneários que passaram a atender os moradores mais distantes de Fazendinha, como os da Zona Norte, atuais frequentadores do balneário do Curiaú.

Cobrança 
ESTA É A SITUAÇÃO DO TRADICIONAL BALNEÁRIO>: VAZIO

Moradores das ruas no entorno do balneário estão se mobilizando por meio de um abaixo-assinado. No documento, eles exigem do poder público uma manutenção mais eficaz no lugar. 
Os moradores do local são unânimes em afirmar as péssimas condições das ruas e avenidas do distrito, além da grande quantidade de lixo encontrado em vários trechos. “É só vocês entrarem em algumas ruas para ver a sujeira espalhada por todos os lados. Aqui ninguém faz nada para melhorar o bem estar dos moradores da Fazendinha. Estamos esquecidos”, reclamou a dona de casa Marcia Pera.

Os moradores dizem que o distrito recebe a atenção do poder público em duas ocasiões: no Macapá Verão e durante a Expofeira, eventos realizados na região uma vez por ano, cada. “Fazendinha ganha alguma coisa quando tem essas programações. Eles limpam os canteiros, fazem na verdade um ‘aga’ nessa época, mas passa muito rápido, e temos que esperar um ano para tudo acontecer de novo”, lamentou o pedreiro Antônio Vilhena.

Segurança

Apesar de ter um posto da Polícia Militar na área, os moradores dizem que os policiais não exercem as atividades corretamente. Segundo a comunidade, o posto fica a maior parte do dia sem policiamento, e a onda de violência é cada vez mais presente no distrito. Durante a noite, a ausência de luminárias favorece a ação de bandidos, na prática de assaltos e furtos na redondeza. 
Para o comerciante Moacir Souza, “muito se prometeu durante o ano passado, incluindo até uma audiência pública, onde todas as necessidades dos moradores seriam correspondidas através de ações do governo do estado e prefeitura”. “Tudo em vão, sabíamos que a conversa era para ‘boi dormir’. Esta aí a situação que ficou esse lugar, a cada dia cresce a criminalidade e nenhuma medida enérgica foi tomada. A verdade é que estamos no meio do tiroteio”, resumiu.
Abastecimento de água
O fornecimento de água tratada é outro problema enfrentado pelos moradores. “A água é um problema antigo e sem solução. Às vezes passamos dias sem uma gota na torneira”, reclamou Maria Dolores. 

Macapá Verão 
a TURMAS DOS PRIMEIROS MACAPÁ VERÃO
Em 2011, Fernando Canto, destacou em sua coluna ‘Canto da Amazônia’, os 30 anos do evento Macapá Verão. Ele criticou a falta de programação ou intenção de realizar o tradicional evento na capital.
O programa existe desde 1981 e iniciou em Fazendinha, como uma promoção do antigo departamento de turismo da Secretaria de Planejamento, à época dirigida pelo turismólogo pernambucano Flávio Zírpolli. O evento foi amplamente criticado por setores políticos contrários ao governo de Annibal Barcellos, o último governador do Amapá da era da ditadura militar.
Depois que a coordenação passou para a prefeitura, o Macapá Verão foi ampliado por todo o município e passou a exigir um grande aparato técnico e financeiro para a execução, dada a necessidade de contratação de sonorizações e artistas de diversos segmentos. Muitos deles ainda hoje reclamam do não-pagamento pelos seus trabalhos realizados no ano passado.
O evento tornou-se grandioso e caiu na graça do macapaense. Para este ano, segue a expectativa sobre a realização da programação durante as férias.


Despencam as vendas no comércio alternativo do balneário 

UM DOS VILÃO É PREÇO: SALGADO


Nos últimos 15 anos, o balneário da Fazendinha passou por várias transformações, a maioria promovida pela ação direta do homem sobre o meio ambiente. Encravado no sudeste macapaense, o distrito da Fazendinha, com seus mais de 22 mil moradores, é formado pelo conjunto habitacional Alphaville, o Pólo Hortifrutigranjeiro, o Mini Pólo, Murici, Vale Verde, Chefe Clodoaldo, Manari e Loteamento Pôr do Sol. 
Em pouco mais de uma década, a economia no local despencou. Quem reside no distrito garante: “prefere fazer compras em Macapá”. Por essa razão, quase todo tipo de comércio estagna e entra em decadência na região.

SEM NINGUÉM PARA COMPRAR
No balneário da Fazendinha, o declínio é visível.  Apesar da afluência de visitantes nos fins de semana e feriados, alguns comércios (bares e restaurantes) pararam de funcionar desde 2010. Os proprietários fecharam as portas, transferiram móveis e equipamentos para outros endereços e largaram os imóveis “ao Deus dará”. Antigos estabelecimentos comerciais, com clientela fidelizada em anos de atendimento, estão desmoronando e virando abrigos de desocupados, viciados em drogas e esconderijo de delinquentes.
O entorno das barracas sobre o calçamento, na frente dos bares e restaurantes, é outro retrato da decadência. “O lixo demora a ser recolhido e então exala um odor insuportável em alguns pontos da praia”, reclama a autônoma Joseane Medeiros, de 34 anos, que mora em Macapá. 
Apesar desse ‘estado’ de decadência, o cenário emoldurado pelo rio Amazonas ainda é rico pela beleza que a natureza produz e o homem destrói. “Falta mais cuidado. Só um pouquinho de atenção das autoridades para que isso aqui se transforme no melhor e mais ‘badalado’ balneário do Amapá. Tem tudo para dar certo”, diz a visitante.

ÉPOCA ÁUREA DO BALNEÁRIO LOTADO

O que restou da tradição

Antigos frequentadores do tradicional balneário dizem que apenas as boas lembranças restam do lugar. 
Imagine um local em que você poderia passear com a família e curtir momentos de lazer.  Imagine também que esse lugar seja um espaço arborizado e público, equipado com pista de bicicross e skate, quiosques com churrasqueiras, sanitários e vestuários, mesas e quadra de vôlei. Tudo de graça.
Acredite se quiser, esse era o balneário da Fazendinha. O espaço que conhecemos hoje, era um espaço público, conservado, e que atraía pessoas de várias cidades e principalmente na época do Macapá Verão, evento de esporte e lazer promovido durante as férias, que atraía milhares de amapaenses e paraenses.

Imagens do abandono


O Tribuna Amapaense visitou a Fazendinha, onde fez uma sessão fotográfica para mostrar a estrutura física da área danificada. Bancos e mesas estão quebrados, já não existe quadra de vôlei, nem quiosques com churrasqueiras e, muito menos, todo aquele espaço de lazer antes citado.
É nítido o abandono do balneário. A maioria dos quiosques está quebrada. As luminárias estão sem utilização, a concha acústica dos shows do Macapá Verão está abandonada. 
“Cansamos de tantas promessas. Não acreditamos mais em nenhum político. É revoltante saber que existem 24 deputados estaduais, 8 deputados federais, 3 senadores, governador, vereadores e prefeito fingindo que trabalham para o povo, mas o único interesse de assumir o cargo é para pensar em si, e que o povo se dane!”, reclamou Sena*.







ATLETA DE PONTA

Ecio Barbosa

Jonathan Almeida de Souza - goleiro



Jonathan Almeida de Souza, 16 anos, filho de José Jerrian Bentes de Souza e de Lucilene Lobato de Almeida. Natural de Macapá, no Amapá, ele cursa o 1º ano do ensino médio no Colégio Amapaense.

Com sonhos semelhantes ao de muitos jovens brasileiros, o pequeno atleta almeja ser um jogador de futebol. Ele é o destaque da editoria desta edição do TA.

De origem humilde, a exemplo de muitos craques de futebol que brilharam pelo mundo, Jonathan disse que começou a dar os primeiros passos com a bola na escolinha de futebol 'Ki golaço', do professor Evaldo Cardoso. Sem muita estrutura, a escolinha fica no bairro Renascer, Zona Norte de Macapá.

Início

Em meados de 2011, o jovem ele lembra que iniciou na equipe de futsal da categoria sub 13, que faz parte do projeto social do governo federal, denominado Sest/Senat, comandado em Macapá pelo professor Cesar Augusto.

Naquela ocasião, o professor perguntou se Jonathan queria ser goleiro da equipe, e fez o convite para participação no campeonato organizado pela Federação Amapaense de Futebol de Salão (FAFS), daquele ano. A disputa não foi muito boa. O time foi eliminado ainda na 1ª fase da competição. Mas a derrota não desanimou o jovem de continuar em busca do sonho.
Ele arregaçou a manga da camisa e voltou a atuar, desta vez na equipe sub 15, pertencente ao mesmo projeto social. Na nova tentativa, Jonathan chegou à semifinal da competição.

Ele conta com propriedade que a partida realizada contra a poderosa equipe do Meta/Oratório foi memorável. E não era para menos, o time tem a renomada professora de educação física e uma das melhores treinadoras do futsal amapaense, Sonia. O placar elástico foi de 9 a 5 para o futuro do futsal amapaense. "Poxa, era o início de realizar um grande sonho meu, tudo estava indo bem para mim naquela oportunidade. Nunca esqueci essa partida", reforçou.

Início dos treinos 
Em 2012, o jovem começou os treinos na arena do bairro Renascer I, no campo de terra batida. Por causa dos problemas estruturais, o recém-criado time de futebol teve que ser transferido para o campo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amapá, localizado às margens da BR 156, onde está até hoje.

Ascensão do jovem 
talento
Em 2013, Jonathan se transferiu para a equipe de futebol Sociytedo* Santos Futebol Clube, do Amapá, onde disputou o campeonato da categoria sub 17. Esta competição, inclusive, foi organizada pela federação. Naquele ano, o jovem sagrou-se campeão. "Foram partidas bem disputadas, vencemos todas, fechei o gol", lembra.
Ainda naquele ano, o jovem talento conquistou mais um título. Trata-se do campeonato sub 17 organizado pela empresa de segurança LMS. Os jogos foram realizados em outubro no Centro de Treinamento Santista.
A competição marcou o luxuoso complexo esportivo do 'Peixe da Amazônia', localizado na Rodovia Duca Serra. O time santista conquistou o campeonato também invicto ao vencer o São Paulo na partida decisiva por placar de 2 a 1. Marcaram os gols daquele jogo os atacantes Luciano Marba e Aldair. "Formamos um belo time, e graças a Deus tivemos sucesso", declarou.
Após o bom desempenho no certame sub 17, surge a surpresa na vida do jovem goleiro. Ele foi convidado pelo então treinador Jason Rodrigues a participar dos treinos do time profissional do 'Peixe da Amazônia'. "Me senti bem pelo convite do professor. Fiquei surpreso em poder estar treinando com os goleiros do time profissional, Diego Cabral e o Zé Maria, porque eles já são experientes e pretendo aprender a cada dia com a experiência deles. E um dia ser um goleiro do time titular", disse.
O jovem diz que se sente bem em poder fazer parte do time de goleiros do grupo principal do Santos. "Hoje, os goleiros não são bem vistos, mas, espero poder continuar crescendo, com a ajuda de meus pais, pretendo completar meus estudos e ser alguém na vida". O goleirinho já acumula dois títulos, um no futebol society e outro no futebol de campo sub 17.












ESPORTES

'Pé Quente'

Presidente do Santos, Luciano Marba fala sobre o bom desempenho da equipe
Presidente do Santos comanda 
goleada contra o Macapá


Técnico Jason Rodrigues foi demitido do cargo.


ÉLCIO  BARBOSA


O presidente do Santos no Amapá, Luciano Marba, realizou um fato inédito no futebol brasileiro. Ele assumiu o comando técnico do "Peixe da Amazônia" na partida contra o Esporte Clube Macapá. O então treinador, Jason Rodrigues havia sido demitido do cargo.

Conhecedor do futebol, o presidente 'pé quente' montou uma equipe competitiva e diferenciada para a partida. O resultado deu certo, e o Santos goleou o Macapá por 3 a 0. Marcaram gols: Fabinho, Hector Vazquez e Maicon Gaúcho. A partida era válida pela última rodada do 1º turno do Campeonato Estadual 2014.

Com o resultado favorável, o Peixe terminou o 1º turno invicto com sete pontos ganhos na tabela de classificação. O Macapá ficou na segunda colocação com quatro pontos somados. As equipes retornam para campo no sábado (26), para decidir o 1º turno. O jogo está marcado para às 18h, no estádio Glicério Marques.


O jogo

Na primeira etapa, as duas equipes bem que buscaram o gol, mas a bola não balançou a rede. O jogo era de paciência e emoção. O Macapá tentava subir ao ataque, mas, postado na defesa, o Peixe impedia.  As emoções mais intensas ficaram para a segunda etapa.

No retorno, as equipes voltaram mais arrumadas e dispostas a inaugurar o marcador. As principais jogadas saíram pelas laterais do gramado. No meio campo, os times duelavam disputas acirradas. Logo aos 18 minutos, o meio Fabinho recebeu pela esquerda e entrou livre na área. Ele chutou rasteiro no goleiro Rodrigues, 1 a 0. O Santos estava melhor na partida, e por isso ganhou confiança.

O Macapá não arrumou os setores da defesa, o que facilitou o domínio do Peixe. A pressão era tanta que, aos 38 minutos, após cruzamento na área, o zagueiro Hector Vazquez subiu mais que a defesa azulina, e ampliou o marcador para 2 a 0. Superior em campo, o Peixe pressionou e conseguiu o terceiro gol aos 46 minutos. Fabinho recebeu na área e, de calcanhar, tocou para o ala Maicon Gaúcho. Placar final, 3 a 0 para o Santos.


O meia Fabinho, que abriu a contagem, disse que o grupo conseguiu no 2º tempo fazer as recomendações que o técnico havia pedido. "No segundo tempo conseguimos realmente fazer o que o treinador pediu. Tivemos mais calma e tranquilidade para trabalhar as jogadas e deu certo. Agora vamos para a final do primeiro turno que será uma nova batalha", disse Fabinho.

O zagueirão Hector Vazquez agradeceu aos seus colegas pelo belo gol. O ala Maicon Gaúcho também agradeceu pelo lindo gol que marcou na partida. "Obrigado senhor pela vitória. Muito feliz pelo gol!", disse Gaúcho.

O presidente Luciano Marba falou do desempenho da equipe, das orientações recomendadas por ele no decorrer da partida. "O Santos está na partida final porque tem demonstrado ser a melhor equipe do campeonato, e enquanto não acho um bom nome para comandar a equipe continuarei na área técnica. Tenho o Souza como auxiliar, que também conhece e tem me ajudado bastante. E vamos à decisão do turno". Após o jogo, o presidente ofertou ao grupo um jantar em uma churrascaria da cidade.

O Macapá jogou com: Rodrigues, Fernando Belém, Max, Gian, Capanema, Rivandro, Marquinho, Mateus, Armando Maranhão, Deco e Fabricio. Técnico, Ovídio Neto. O Santos atuou com o futebol do: Diego, Maicon Gaúcho, Hector Vazquez, Wellington, Pretão, Sandro, Roberto (Jean Marabaixo), Raí, Everton (Tiquel), Fabinho e Cabralzinho. Técnico: Luciano Marba.





NOS BASTIDORES

José Caxias

   Marba
O empresário e desportista Luciano Marba da Silva entrou definitivamente na vida partidária. Na última quarta-feira 23, nas dependências da casa noturna Copacabana no centro da cidade aconteceu a sua pré-candidatura para o governo do estado. O evento recebeu muita gente de todos os seguimentos da sociedade, inclusive da ex-deputada e conselheira Raquel Capiberibe que falou em nosso programa na rádio Tarumã 104,3 FM que seu candidato é sim Marba e aproveitou para dizer que disputará o senado federal.   

   RDM
Fui bastante questionado pelo torcedor amapaense querendo saber o porquê a emissora oficial do governo do estado a nossa querida velha boa a rádio Difusora de Macapá não estar retransmitindo os jogos do campeonato amapaense desta temporada. Fui bastante claro, deve ser retaliação política. "O governo tem interesse de fazer cobertura do evento que Roberto Góes é presidente"?  Ainda falando nesse assunto acho isso mesquinho e acima de tudo falta de respeito com o povo do Amapá, a rádio Difusora é patrimônio nosso e não de quem está no poder hoje. Acho que o governador Camilo Capiberibe tem que abrir os olhos muito bem, porque o inimigo está morando e convivendo com ele. Olha eu vou te falar!  

  Bota X Embroncado
 O Botafogo recebeu pelo menos R$ 4 milhões da patrocinadora Telexfree, acusada por autoridades norte-americanas de ser uma pirâmide financeira bilionária. Este valor é maior do que o arrecadado pela empresa com a comercialização de pacotes VoIP, sistema de telefonia por internet utilizada como fachada para esconder a fraude, de acordo com autoridades. A Telexfree anunciou parceria com o clube carioca no dia 9 de janeiro, válido até o final deste ano. O valor do acordo, no entanto, nunca foi revelado. Em 30 de dezembro, o Botafogo recebeu cerca de US$ 1,7 milhão (R$ 4 milhões, no câmbio da época, segundo documento da Securities and Exchange Comission (SEC), equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil) do estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, lugar onde está localizada a sede da empresa. Essa dita cuja é considerada na terra do Tio Sam uma verdadeira sonegadora de impostos e a qualquer momento poderá ser confiscada pelas autoridades americanas. Como diz aquele dito popular: Tem coisas que só acontecem com o glorioso Botafogo.   

CAPA DO 3º CADERNO


PIONEIRISMO

REINALDO COELHO

"O Amapá foi muito bom para mim. Criei meus filhos. 
Hoje estão todos formados e bem de vida. Na minha 
época, a formação do jovem era rígida e moldada para 
o bem, o que infelizmente não acontece hoje”

Nabi Ami Eichne






A migração sírio-libanesa para a Amazônia trouxe uma contribuição para o comércio amapaense, especialmente durante o ciclo da economia da borracha. Com atividades tipicamente espontâneas, vinculadas principalmente ao comércio varejista, os migrantes eram em geral mascates ou vendedores ambulantes, que circulavam pelo país utilizando os mais diversos sistemas de transporte, e na Amazônia, ao longo dos rios, em regatões, levando mercadorias aos mais afastados lugares. Os sírio-libaneses eram majoritariamente homens solteiros, denominados também como turcos, por viajarem com passaportes da Turquia.

Entre esses migrantes libaneses, estava a família Eicheni, que aportou em Soure, município do Pará, em 1914, onde passou atuar no comércio de madeira beneficiada denominada Amim Adala Eicheni. A família era composta por 10 pessoas, dos quais oito eram irmãos, e, daí, saiu o pioneiro desta semana do TA: Nabi Ami Eichne, 76 anos, libanês-paraense e amapaense por adoção. "Meu pai trabalhava com estância madeireira e eu, desde novo, já fazia minhas tarefas, contribuindo para o crescimento econômico de minha família. Tive uma infância normal".

Chegada ao Amapá

Em 1947, o patriarca da família Eichne, juntamente com os filhos mais velhos, aventurou-se no recém-desmembrado Território Federal do Amapá, onde se estabeleceu na periferia da capital amapaense, Macapá. "Meu pai montou sua loja de estivas e fixou residência numa área de terra do antigo 'Bairro da Favela', onde abriu uma casa de comércio na esquina da Leopoldo Machado com a Mendonça Junior, que recebeu seu nome, e ali ficou até o seu falecimento, quando assumi os negócios da família", lembra Amim.

Em 1951, chegou em Macapá Nabi Ami Eichne para ajudar nos negócios. "Após o falecimento de meu pai e ter assumido os negócios da família, procurei manter o mesmo padrão de vida ensinado por ele". Essa dedicação não inclui na vida de Nabi o casamento, pois não era homem de uma mulher só e o concubinato aconteceu com diversas delas e gerando sete filhos (sendo somente um homem).

Anos 60 - Barcos da Senava atracados no Trapiche Eliezer Levy
O velho Trapiche Eliezer Levy é uma das lembranças de Amim. Nele atracavam embarcações para o transbordo de mercadorias e passageiros que abasteciam o comércio macapaense.

Era desse trapiche que saiam os navios com destino a Belém. No final das férias, partiam lotados de universitários que voltavam para as faculdades (não havia ensino superior no Amapá naquela época).

Remexendo a memória, Ami diz que o 'Bairro da Favela' era onde terminava Macapá Antiga. Segundo ele, na cidade pequena não havia economia própria, tudo dependia do Pará. "Havia a mobilização de comerciantes, como o Manoel Pinheiro, filho de Celestino, outro pioneiro amapaense. Tinha também um comércio na outra esquina do cruzamento, a Casa Duas Estrelas, por ele fundada. Ele é pai do nosso desembargador Gilberto Pinheiro, que conheci garoto correndo nas ruas de piçarra da 'Favela'. Eles me consideravam da família, tanto que até hoje me tratam como tal e com toda consideração".
TRAPICHE ELIEZER LEVY


Nabi acompanhou o crescimento de Macapá, tanto que passou a residir no bairro Santa Rita, logo que a região foi loteada. "Moro neste bairro desde 1972. Acompanhei o crescimento do Santa Rita e dos outros no entorno".

Agradecimento


O pioneiro desta semana aproveitou a homenagem para agradecer ao Amapá e a seus habitantes pelas oportunidades dadas a ele e aos filhos. "O Amapá foi muito bom para mim. Criei meus filhos. Hoje estão todos formados e bem de vida. Na minha época, a formação do jovem era rígida e moldada para o bem, o que infelizmente não acontece hoje. O que me preocupa, e peço aos nossos governantes que deem aos meus quatro netos, é a segurança, oportunidade e estabilidade. Quero que eles [netos], ao concluírem os estudos, tenham um futuro. Hoje sou tranquilo, estou aposentado e feliz, isso se deve à tranquilidade que tive no início de minha vida".












ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...