sexta-feira, 28 de agosto de 2015
EDITORIAL
Pirâmide Econômica invertida
Que
o Brasil está em crise, isso nem é preciso dizer, estamos todos sentindo na
pele e, principalmente no bolso. E, num clima de recessão e inconsistências
políticas, se voltarmos nossas atenções para o Norte, vamos encontrar um Amapá
diferente, um Estado que além da crise geral, ainda enfrenta problemas
estruturais, as mazelas deixadas pelo descaso e incompetência do governo
passado e, a inversão de valores e prioridades na economia, onde o setor
terciário (comércio e serviços) forma a base da pirâmide econômica local.
Diretamente
ligado a preservação ambiental, o Amapá ainda se arrasta com suas principais
fontes de renda, a pecuária, a mineração e os serviços, este último que
representa mais de 85% do PIB amapaense, e, claro, o comércio que também se
esforça para impulsionar a economia local.
Uma
economia diretamente dependente dos recursos naturais, caracterizando-se pela
exploração de matérias-primas, produtos primários e semielaborados. O setor
primário é caracterizado por baixo nível tecnológico. O secundário está
concentrado nas atividades do extrativismo mineral, da construção civil e da
indústria de transformação e, tem sua capacidade de expansão limitada pela
oferta de energia e por outras deficiências em infraestrutura. E, por fim, o
setor terciário, incluído aí a administração pública, o mais representativo da
economia amapaense, apesar de não ser o principal empregador.
O
setor industrial, pouco desenvolvido, hoje destacado nos setores de mineração e
alimentação, também deverá receber a atenção do atual governo, que se mostra
preocupado com as dificuldades de infraestrutura nos serviços de energia,
comunicação e transporte.
Apesar
de o Amapá ter conseguido lugar de destaque entre os Estados brasileiros,
quando o assunto é renda mensal dos trabalhadores formais e renda média no
Brasil, fruto da velha ‘economia do contracheque’, isso não representa
desenvolvimento.
Mesmo
com toda a riqueza existente, economicamente não se destaca como um grande
produtor, mas contribui de maneira reduzida na composição do PIB nacional, e
consome muitos produtos oriundos dos outros Estados.
Ora,
quando se exporta quase 40% de ouro, quase 30% de madeira e pouco mais de 20%
de minério de ferro e se importa mais de 40 milhões de dólares em materiais
eletroeletrônicos, escavadoras, perfuradoras, carregadoras, caminhões,
solventes, bens de informática e artigos de perfumaria, além de ferro e aço,
motores, produtos de couro e peles e equipamentos médicos, é lógico que a
estratégia tem que mudar.
Visando
reverter essa situação, o governador Waldez Góes, através de um termo de cooperação,
assinado esta semana com o SEBRAE, busca o desenvolvimento econômico do Estado
com ênfase na produção florestal e de alimentos.
E
este parece ser o melhor caminho, impulsionar o cultivo de arroz, feijão,
milho, mandioca, frutas, pimenta-do-reino, e, obviamente a soja, entre outros,
além de melhorar as condições para a pesca, que hoje exerce grande participação
na economia estadual, investimentos públicos em infraestrutura e uma espécie de
chamamento as organizações empreendedoras para a construção de uma nova realidade
rentável para o Amapá.
É
preciso motivar os setores envolvidos para que se possa gerir com
responsabilidade, avançar com determinação e viabilizar as condições para que
esse desenvolvimento seja possível.
A
meta parece ser proporcionar visibilidade à agricultura comercial e familiar, pecuária,
pesca, extrativismo alimentar e as potencialidades do setor primário como os
grãos, açaí, pecuária bubalina e bovina, piscicultura e mel, apresentar as
potencialidades da madeira e oleaginosas como andiroba, pracaxi, copaíba,
castanha do Brasil e dar chance ao setor de produção florestal de oferecer na
industrialização de produtos como alimentos, cosméticos e farmacêuticos.
Só
assim, se conseguirá inverter a pirâmide econômica do Amapá, transformando este
Estado num grande polo de desenvolvimento.
ANÁLISE
O bônus demográfico do Brasil
perdeu o bonde da história!
Foram quinze anos de mercado de trabalho fraco, baixa
taxa de poupança e produtividade estagnada. Esses ingredientes podem encerrar o
fenômeno, que conduziu o crescimento econômico do país nas últimas décadas. É o
que revela a Revista VEJA, na edição do dia 30 de maio último.
Tudo vem desde a década de 1970, o Brasil tem colhido
frutos do chamado “bônus demográfico”, fenômeno que ocorre quando há,
proporcionalmente, um maior número de pessoas em idade ativa, aptas a
trabalhar, do que crianças e idosos. Quando esse benefício atinge uma sociedade
em desenvolvimento, significa que ela disporá de mais força de trabalho do que
pessoas inativas, que, em diferentes graus, são mais dependentes dos Governos
Federal, Estaduais e Municipais. Como é o caso dos aposentados. Ou seja, há um
excedente de pessoas para produzir e pagar impostos. Trata-se de um evento
típico de países jovens. E, como tudo na vida, tem data para terminar. Uma vez
que essa população envelhece, as novas gerações tendem a ser menos numerosas e
a base da pirâmide demográfica se afunila cada vez mais. É o que acontece em
vários países da Europa, cuja população idosa supera os jovens em idade ativa.
No Brasil, as previsões apontavam 2030 como a década em que os efeitos do bônus
começariam a se dissipar. Contudo, devido justamente ao mau aproveitamento
dessa vantagem demográfica, especialistas começam a projetar o início de seu fim
para já: entre 2015 e 2020.
Por outro lado a ONU, em 2012 divulgou um estudo que
apontava que o Brasil estaria vivendo um “bônus demográfico”, que duraria dez
anos. Ou seja, encerraria em 2022. O certo é que agora estamos caminhando para
o fim, como aponta os estudiosos.
Segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola
Nacional de Ciências Estatísticas (IBGE), o Brasil não fez bom uso de seu bônus
porque não investiu suficientemente em educação de ponta e inovação, a exemplo
de países como China e Coreia do Sul. Somam-se a esse déficit as sucessivas
crises econômicas que se abateram sobre o país nas últimas três décadas e tem-se
o cenário perfeito para o desperdício da vantagem. "Surfar nesse fenômeno
significa aproveitar a população ativa e torná-la cada vez mais produtiva.
Hoje, temos 10 milhões de jovens que não estudam, nem trabalham: a 'geração nem
nem'. Isso é potencial desperdiçado. Esse seria o momento de melhorar as
condições de vida da população, enriquecer antes de envelhecer. O que está
acontecendo é que o país está envelhecendo sem enriquecer, sem conseguir
equacionar os problemas básicos da população", afirma. Segundo Alves, a
crise econômica atual encerra com ‘chave de ouro’ um ciclo de mau uso do bônus.
"O que vemos hoje na economia é resultado de decisões erradas e falta de
investimento. O que foi feito na última década corroeu pelo menos quinze anos
de bônus demográfico", afirma o professor.
Artigo publicado na Folha de São Paulo (31/05/2015),
intitulado “Um trabalhador americano produz como quatro brasileiros”, reflete
bem esta realidade. O estudo foi ele elaborado pelo Conference Board,
organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas privadas de 60
países e pesquisadores.
O estudo revela que a distância vem se acentuando e está
chegando próximo do nível de 1950. Refletindo-se no baixo nível educacional do
Brasil, falta de qualificação de mão de obra, gargalos na infraestrutura e os
poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.
Para o pesquisador Fernando Veloso da FGV/IBRAE, o baixo
nível educacional do Brasil é destacado como um dos mais graves problemas para
uma economia que precisa crescer e manter o padrão de vida da população. Ainda,
segundo o pesquisador: “o brasileiro estuda em média sete anos, nem completa o
ensino fundamental. Nos EUA, são de 12 a 13 anos, o que inclui uma etapa de ensino
superior, sem mencionar à qualidade do ensino”.
Segundo o professor Hugo Braga Tadeu, da Fundação Dom
Cabral, com relação a treinamento (capacitação), a média que recebe um
americano varia de 120 a 140 horas ao ano. No Brasil, são 30 horas ano.
São gargalos como estes que nos tornam menos competitivos.
PIB fraco, inflação em alta, aumento do desemprego, crescimento das
desigualdades, governo sem apoio do Congresso e carga tributária elevada. Dados
divulgados no dia 05 de maio último, pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT), de janeiro a maio 41,37% de todo o rendimento que os
brasileiros ganharam em média foram destinados a pagamentos de tributos. Isso
equivale a 151 dias de trabalho até o dia 31 de maio.
Como vamos competir com os americanos?
POLÍTICA LOCAL
Agenda Criança Amazônia
Governador Waldez Góes assina
com a UNICEF
Da
Editoria
Para
promover, proteger e realizar os direitos de todas as crianças e adolescentes
do Estado do Amapá, o governador Waldez Góes assinou a Agenda Criança Amazônia,
desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O
ato ocorreu na quinta-feira (27), no Palácio do Setentrião, com a presença do
coordenador do UNICEF em Belém, Fábio Morais, e de secretários de Estado que,
de alguma forma, já realizam trabalhos voltados a esse público.
"Ao
assinar esse documento, estou assumindo um compromisso com a UNICEF, em nome do
Amapá, de contribuir com o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes
da Amazônia Legal brasileira", afirmou Waldez Góes.
O
objetivo do UNICEF é mobilizar os Estados da Amazônia Legal para assegurar as
mais de nove milhões de crianças e adolescentes da região o direito de
sobreviver e se desenvolver, de aprender, de se proteger do HIV e AIDS e de
crescer sem violência e se tornar um adolescente que exerce a cidadania, sendo
respeitada e valorizada em sua identidade étnica e cultural.
"A partir dessa agenda, estamos construindo uma parceria com os Estados. O próximo passo é, durante o Fórum de Governadores da Amazônia Legal Brasileira, construir um plano de trabalho em comum", declarou Morais.
"A partir dessa agenda, estamos construindo uma parceria com os Estados. O próximo passo é, durante o Fórum de Governadores da Amazônia Legal Brasileira, construir um plano de trabalho em comum", declarou Morais.
Para
operacionalizar a Agenda Criança Amazônia no Amapá, o governador irá criar um
comitê de articulação, que ficará encarregado de construir um plano de ação
para ser desenvolvido em conjunto com a sociedade civil e a iniciativa privada.
No
Amapá, algumas instituições, como o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e a
Polícia Militar (PM-AP), já desenvolvem trabalhos sociais que garantem
cidadania. O CMB tem os projetos Bombeiro Mirim Cidadão e Bombeiro Mirim
Músico, que promovem aulas de civismo e de música. Na PM, são oito projetos
desenvolvidos e o Programa Educacional de Resistências às Drogas (PROERD) está
sendo reformulado para atender aldeias indígenas.
Estiveram
representadas as secretarias de Estado da Inclusão e Mobilização Social, da
Educação, de Políticas para os Afrodescendentes, de Políticas para a Juventude,
dos Povos Indígenas, de Desenvolvimento das Cidades, de Políticas para as
Mulheres, Fundação da Criança e do Adolescente, Corpo de Bombeiros Militar e
Polícia Militar.
Outros projetos do UNICEF
O
governador também ficou interessado em desenvolver o projeto Viva Melhor –
Fique Sabendo Jovem, ligado ao UNICEF. Voltado para pessoas entre 14 e 25 anos,
o objetivo é formar jovens que possam ser os disseminadores de informações
relativas à prevenção da transmissão do HIV/AIDS e de outras doenças
sexualmente transmissíveis.
Em
outra fase, através de uma unidade móvel, testes rápidos serão realizados
dentro do protocolo internacional 90-90-90, que propõe que 90% dos jovens e
adolescentes façam o teste rápido, 90% dos que forem confirmados positivos
iniciem, imediatamente, o tratamento e 90% dos que iniciaram o tratamento,
permaneçam nele.
NAS GARRAS DO FELINO
Rumores
Há
e bastante ensurdecedor os rumores das bandas da ALAP de que haverá uma eleição
disputadíssima para a presidência daquela Casa de Leis. Moisés Souza já não
governa com céu de brigadeiro sobre sua cabeça e nem sua gestão navega em águas
calmas. Aguardem!
Rumores II
Segundo
os plantonistas da ALAP o adversário de Moisés deve sair da sua base. Leia-se
Michel JK. Será?
Mentiroooooso
O ‘Mentira
Fresca’ está com uma bomba relógio nas mãos. É que ele, para ter tranquilidade
na gestão, prometeu mundo e fundos aos vereadores. Lógico, não cumpriu e agora
a edilidade macapaense ameaça revoada do ninho do ‘Mentira Fresca’. Inclusive
anunciam de que haverá um candidato apoiado pelos revoltosos. Quem será?
Doente
A
sanidade da saúde municipal está sendo colocada em xeque pelos auditores do
Ministério da Saúde. Desembargou em Macapá, mais precisamente na SEMSA,
auditores que querem saber como foi contratado as obras municipais do setor com
recursos federais. Dizem que os métodos não foram nada republicanos e
ortodoxos, mas eu digo disque. Vamos aguardar pra conferir. Heim, Mentira!
Fazendo o dever de casa
W
12 mais uma vez demonstra que não tem medo de “bicho papão”, e direciona as
ações do Estado para o incremento do setor produtivo e arrocha o nó nas pastas
das atividades meios. Custeio zero, investimento 100.
Calando a boca
A
Rádio Difusora de Macapá aos poucos vai colocando ovo quente na boca daquela
turminha que apostava no fracasso da emissora. Eles enterraram e pensavam que
haviam lacrado o túmulo, mas esqueceram o cadeado aberto e a RDM tá aí ó, em
primeiro lugar na audiência. Aceitem que dói menos.
Mudança
Os
búzios apontam que deverá haver mudança na Prefeitura Municipal de Oiapoque.
Segundo os Orixás, Miguel do Posto, em 2016, deve desocupar a cadeira e lá
sentará uma menina muito bela e competente que atende pelo nome de depois eu
conto.
Bomba, Bomba...
O ‘Mentira
Fresca’ e sua equipe da educação municipal estão comendo todo o dinheiro dos
Programas, Agricultura Familiar e Mais Educação. Enquanto os alunos do
município de Macapá passam a pão e água, a turma do ‘Mentira Fresca’ está
embolsando a grana. E olhem! São ladrões caprichosos, montaram um escritório de
contabilidade para dividir o produto do furto. Égua, não! Égua, não! Essa é a
esquerda Caviar.
PIRÂMIDE INVERTIDA - Comércio é a base da economia do Amapá
PIRÂMIDE INVERTIDA
Comércio é a base da
economia do Amapá
Em
toda economia o setor primário (agropecuária, agricultura, mineração, pesca) é
quem sustenta a pirâmide econômica. Depois, seguem-se os setores secundário
(indústria e construção civil) e terciário (comércio e serviços). No Amapá, a
chamada pirâmide econômica está invertida tendo o comércio como sustentação,
sendo seu maior consumidor o funcionalismo público. Hoje, de acordo com o IBGE,
o segmento representa nada menos que 85,92% na economia do Amapá. Indústria e
construção civil ficam com 10,83% e a agropecuária e agricultura têm somente 3,25%.
O governador Waldez Góes disse apostar na tecnologia e nos investimentos para
mudar essa realidade e tirar o Amapá da economia do contra cheque.
José
Marques Jardim
Da
Redação
O
Amapá é um Estado que hoje vislumbra um futuro de fortalecimento econômico
apostando na cultura de grãos. A soja, que em outras regiões representa uma boa
alternativa se apresenta como solução para garantir o fim da economia do contra
cheque, o que significa dizer que grande parte da economia local é mantida pelo
funcionalismo público. O “aquecimento” é sentido a partir do dia 30 de cada mês
quando inicia o pagamento municipal e vai até três ou quatro dias depois do dia
5 do mês seguinte, com o vencimento dos funcionários federais. O restante do
mês é de espera, dizem os comerciantes.
Com
esse aspecto, o comércio, que se encaixa no setor terciário está na base da
pirâmide econômica, o que representa do ponto de vista dos estudiosos, um
fenômeno de inversão. No Amapá, ele é sustentação da economia e não o setor
primário, que fica em segundo plano, seguido do setor secundário. Na linguagem
dos economistas, o Estado tem uma pirâmide invertida.
Na
ordem correta de toda economia está o setor primário, que agrega a agricultura,
pesca, minérios e produção energética. O setor secundário vem depois, com a
produção de bens, indústria, construção e manufatura. O setor terciário fica no
topo, reunindo a prestação de serviços, bancos e o comércio.
Tudo
ocorre por conta da falta de investimentos no setor primário. O Amapá, ao longo
dos anos, nunca executou uma política agrícola com foco na produção de larga
escala. O Estado é desprovido de grandes plantações, fazendas e granjas. O
resultado disso é que quase a totalidade do que vai para a mesa do amapaense
vem de fora. Do tomate, arroz e feijão ao frango, tudo é comprado de outras
regiões e o dinheiro que circularia aqui, se houvesse um setor primário forte,
vai para outro Estado.
O
que fica depois da aquisição e venda dos produtos é tão somente o lucro do
empresário e o capital que vai repor a mercadoria. Em resumo o Amapá não
produz, apenas compra, vende e compra de novo.
Para
se ter uma ideia, a última pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística revelou que o setor de comércio e serviços (terciário)
representa nada menos que 85,92% na pirâmide econômica do Amapá. Em segundo
estão indústria e construção civil (secundário) com 10,83% e a agropecuária e
agricultura (primário) respondem por apenas 3,25% da economia local. Os números
confirmam a teoria de inversão explicada pelos economistas, ou seja, o comércio
e os serviços sustentam o Amapá na base da pirâmide em vez da agropecuária e
agricultura.
A SAÍDA ESTÁ NO PRÓPRIO
CAMPO...
O Tribuna
Amapaense em sua edição de 20 a 26 de junho passado abordou a preocupação do
Estado em mudar essa realidade. A matéria tratou da preocupação da atual gestão
com a realidade do Estado. Um dos caminhos é o investimento no setor que
deveria sustentar a tão falada pirâmide econômica e com isso reverter a ordem
dos setores.
Waldez
Góes disse ao Tribuna que tem visto na agricultura um dos pilares para
fortalecer a economia do Amapá. Além dos grandes investimentos do agronegócio,
a agricultura familiar tem sido tratada em primeiro plano pela atual gestão.
Para o governador, com os devidos incentivos, a produção do homem do campo pode
sim, contribuir para que o Estado tenha uma agricultura forte.
O
setor tem crescido. De acordo com o censo agropecuário publicado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda em 2006, existem no Amapá
nada menos que 2.863 estabelecimentos da agricultura familiar. O total
corresponde a 81% dos estabelecimentos rurais do Estado. A pesquisa ainda
revela que este setor é responsável por 79% das pessoas (10.371) ocupadas no
meio rural e 37% do valor bruto da produção agropecuária do Amapá.
DADOS DA PRODUÇÃO...
As
famílias agricultoras correspondem a 93% do feijão, 89% da mandioca e 78% do
café produzidos nas terras do Amapá. Já em 2014, o IBGE divulgou novos dados
dando conta que a mandioca ocupa o primeiro lugar entre os gêneros agrícolas
produzidos no Amapá, com uma produção de 160 mil toneladas. O volume é colhido
em uma área de aproximadamente 15 mil hectares. Neste caso, os incentivos para
aquisição de máquinas são mais que necessários. A retomada, este ano, do
Programa de Produção Integrada (PPI), é, segundo Waldez, um passo para o avanço
da agricultura. Outros mais e mais largos virão.
A
agricultura familiar é hoje um dos focos da gestão de Waldez Góes, que em seu
primeiro mandato (2003 a 2010) criou o PPI para incentivar e beneficiar os
pequenos agricultores do Estado. Depois de quatro anos de estagnação e
"maquiagem" com a mudança de nome do programa, as ações voltam a
acontecer. Hoje, ainda segundo o governador, o Estado já pode hoje financiar o
produtor e ainda comprar o que ele produz. A produção, no entanto, ainda não
consegue mexer nos percentuais econômicos, mas se mostra como um começo que
deixa otimista tanto os agricultores quanto o próprio governador.
A GRANDE AGRICULTURA...
Se
por um lado a nova gestão foca na ajuda ao pequeno produtor e acredita no
resultado de seu trabalho par impulsionar a economia, por outro acredita também
nos grandes investimentos. Desde seu primeiro mandato (2003 a 2010) que o
governador Waldez Góes já via com bons olhos a implantação da cultura da soja
no Amapá e sonha com o Estado transformado em um corredor do produto
considerando sua localização geográfica privilegiada.
Waldez
assumiu em 2003 um Amapá que vinha de quase oito anos de atraso por conta da
utopia de um Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDSA) anunciado como se
fosse a “descoberta da pólvora” pela gestão anterior.
Do
ponto de vista dos economistas, o plano só funciona em Estados e países bem
desenvolvidos e de economia forte.
O
governador pedetista, naquela época já flertava com o mercado da soja sabendo
que essa cultura poderá significar um impulso significativo. O Estado, segundo
especialistas, tem um solo e clima propícios para o cultivo do grão que
representa uma gorda fatia de lucros para outras regiões da Federação e
investidores.
Com
o novo mandato em mãos, as conversas com os produtores recomeçaram em março
quando foi discutido o projeto de instalação de indústrias que produzem fécula
e soja. O município em questão é Serra do Navio. Equipes da prefeitura e do
governo do Amapá continuam tratando do assunto. O foco é o desenvolvimento da
região pela diversificação das atividades econômicas. Hoje, Serra do Navio depende
economicamente da mineração, incluída no setor primário. A variação para uma
nova cultura significaria reforço econômico, também dentro do mesmo setor.
NÚMEROS ANIMADORES...
De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Amapá terá
safras recordes de soja mostradas no Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola. A previsão de 2014 foi de 253,96% na produção do grão. O percentual
foi 45,6 mil toneladas a mais do que a safra de 2013 que ficou em 12,9 mil.
O
crescimento foi atribuído ao aumento da área de plantio. Em 2013, a soja
ocupava uma área de 4.528 hectares e rendia em média 2.850 toneladas por
hectare com resultado final de 12.906 toneladas. No ano seguinte o salto
produtivo foi para 15.825 hectares plantados, tendo previsão de 2.887 toneladas
por hectare. O aumento também abrangeu a produtividade para 45.682 toneladas
por hectare, de acordo com os dados do instituto.
Para
um Estado que vem buscando meios para sair da economia do contra cheque e
reverter sua pirâmide econômica, o investimento na agricultura é prioridade.
PIB DE ONTEM E HOJE, BONS SINAIS...
De
forma simplificada o Produto Interno Bruto é a soma em valores monetários de
todos os bens e serviços finais produzidos por um Estado, País ou cidade
durante determinado período. Ele é um dos indicadores mais usados na macroeconomia para
quantificar a atividade econômica de uma região.
No
PIB é considerado somente bens e serviços finais e se exclui todos os bens de consumo intermediário. O
objetivo é evitar a dupla contagem, que acontece quando valores gerados na
cadeia de produção aparecem duas vezes na soma do Produto Interno Bruto.
No
Amapá, o registro do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
tem registros desde 1999. Naquele ano o registro foi de R$ 2.128,307 bilhões. A
escala é crescente até 2012, com o registro de R$ 10. 419, 539 bilhões. Um ano
antes, o PIB chegou a R$ 8.968,032 bilhões. O crescimento foi de 4,9%, acima da
média do País (2,9%) e da região Norte (3,5%), um bom sinal.
RENDA PER CAPTA TAMBÉM
CRESCE...
Junto
ao PIB, existe outro elemento que caminha de “mãos dadas”, é a renda per capita ou rendimento per capita.
Ela é um indicador que ajuda a economia a ter conhecimento sobre o grau de
desenvolvimento econômico, também de um País ou região. Em termos simples,
renda per capta nada mais é que a soma dos salários de toda a população,
dividido pelo número de habitantes. Consiste na divisão da renda nacional, produto
nacional bruto (PNB), menos os
gastos de depreciação do capital e impostos indiretos pela sua população.
No
Amapá, a renda per capta medida em 2012 foi de R$ 14. 914, 84. Em 2011 era de
R$ 13.105,24.
O
crescimento pesquisado pelo IBGE e divulgado em um histórico de escalas até
2012 revelou que 48,7% do PIB do Estado está diretamente ligado ao
funcionalismo público. Naquele ano o comércio ficou com a segunda colocação, 13,6%.
Na
leitura dos investidores, o Amapá pode virar o “jogo econômico” e dar uma
goleada na cultura do contra cheque passando a ter um setor primário forte. A
iniciativa para isso já existe e deve ser associada à tecnologia e incentivos
concretos. Hoje, a gestão trabalha para solucionar problemas que ainda impedem
esse crescimento que deve deslanchar nos próximos anos mudando o cenário
econômico do Estado.
Área de exploração de petróleo no Amapá
Área de exploração de petróleo no Amapá
Pesquisadores
mapeiam dados para licença de exploração de petróleo na costa amapaense.
As empresas BP Energy do Brasil Ltda., Queiroz
Galvão Exploração e produção S.A. e Total E&P do Brasil Ltda serão
responsáveis pela exploração após aderirem o leilão da Agência Nacional de
Petróleo (ANP), em 2013, 12 blocos exploratórios na costa norte do Amapá, numa
faixa oceânica que se estende do Oiapoque, passando por Calçoene, até o Amapá.
O
total dos arremates somou R$ 802 milhões, o que representa quase 30% de toda a
licitação leiloada pela ANP, que alcançou a cifra de R$ 2,2 bilhões. O
investimento mínimo obrigatório em pesquisas a serem realizadas pelas empresas
no Amapá vai ser de R$ 1,624 bilhão.
Para
iniciar a exploração do petróleo, as empresas operadoras precisam obter junto
ao Ibama as licenças ambientais. A exploração de petróleo está prevista para
iniciar em 2018.
Diagnostico
Esta
semana as três empresas receberam um diagnóstico sobre as espécies de peixes e
flora existentes na costa do estado. O documento ainda contém informações sobre
a aquicultura e economia dos cinco municípios que serão afetados pelas
multinacionais.
O
diagnóstico servirá como base para as petrolíferas solicitarem a licença de
exploração ao Instituto de Meio Ambiente (Ibama) e foi produzido pelo Instituto
Estadual de Pesquisa (Iepa) e Universidade do Estado do Amapá (Ueap).
As
informações vão montar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de
Impacto do Meio Ambiente (Rima) das empresas, documentos obrigatórios para o
Ibama autorizar a exploração na costa amapaense.
De
acordo com a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá
(Fapeap), Mary Guedes, os estudos feitos por pesquisadores do estado foram
financiados pelas empresas que ganharam o leilão de exploração de petróleo.
Foram investivos R$ 267 mil nos estudos, desembolsados pela BP Energy, Queiroz
Galvão e Total.
"Foi
um acordo de cooperação técnica com a fundação e as três empresas para gerar
esses estudos. A pesquisa obedece ao termo de referência do Ibama, que exige
estudos para prever algum tipo de impacto ambiental. Esse documento dá a
certeza de que a exploração de petróleo não vai afetar a vida das espécies, por
exemplo", disse a diretora-presidente.
A
Fapeap também propôs às empresas a realização de estudos mais aprofundados
sobre os temas nas áreas onde a exploração de petróleo vai influenciar. A
próxima etapa seria com visitas a campo e ocorreria somente depois de o Ibama
apontar alguma inexistência de informações no diagnóstico apresentado nesta
terça-feira.
Os dados foram divididos em informações
inéditas sem publicação, conhecidas por "primárias"; e divulgados em
outras fontes de pesquisas, chamadas por "secundárias".
O
estudo reúne informações dos municípios de Calçoene, Itaubal, Macapá, Oiapoque
e Santana, no Amapá; e Chaves e Afuá, no Pará. Todas as localidades estão na
bacia da foz do rio Amazonas.
Descoberta de petróleo
Nos
dias 14 e 15 de maio de 2013, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) leiloou 14
blocos para exploração de petróleo no litoral do Amapá. O total dos arremates
somou R$ 802 milhões, o que representa quase 30% de toda a licitação leiloada
pela ANP, que alcançou a cifra de R$ 2,2 bilhões. A previsão é inciar a
exploração a partir de 2018.
Pesquisas
As
pesquisas de diagnóstico ambientais foram realizadas por meio de um Termo de
Cooperação no valor aproximado de R$ 268 mil com a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Amapá (Fapeap) – órgão vinculado ao governo do Estado.
Atuaram
diretamente no processo 20 profissionais do Instituto de Pesquisas Científicas
e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) e da Universidade do Estado do Amapá
(Ueap). O material subsidia as empresas BP e Total na construção do plano de
Estudos de Impactos Ambientais, utilizado para a retirada da licença ambiental
no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
MP/AP investiga furtos de veículos e alerta para o golpe do ‘Chapolin’
MP/AP
Investiga furtos de
veículos e alerta para o golpe do ‘Chapolin’
Reinaldo Coelho
Da Editoria
A aprendizagem criminosa é
célere, as novidades são importadas rapidamente pelos aprendizes do crime.
Macapá tem uma frota de mais de 140 mil automóveis e a falta de rodovias que de
acesso outros Estados não vem inibindo o roubo de carros no Amapá,
principalmente em Macapá.
A Polícia Civil, com seu
serviço de inteligência, vem atuando contra este segmento criminoso,
descobrindo desmanches, localizando e prendendo as quadrilhas que praticam os
crimes de roubo e interceptação de veículos em Macapá.
A maioria dos assaltos na
capital é cometida por motociclistas, garantiu a Polícia Militar do Amapá (PM).
De acordo com os registros, mais de 50% das ocorrências de roubos apontam que
os assaltantes utilizaram motos quase sempre roubadas.
O subcomandante da PM,
Rodolfo Oliveira, informou que este ano, 127 motocicletas foram roubadas na
capital e segundo ele, os veículos permanecem na cidade para serem utilizados
em crimes ou serviços clandestinos, como por exemplo, de transporte.
Em 2014 dois homens foram
presos pela Polícia Interestadual (POLINTER) suspeitos de integrarem uma
quadrilha descoberta em 2013 que praticava os crimes de roubo e interceptação
de veículos em Macapá. Dos seis carros roubados, a polícia ainda conseguiu
recuperar dois em 2013. Segundo as investigações, os suspeitos tinham
preferência em roubar carros no modelo 'sedan' e de cor preta.
A novidade
Trata-se do uso de um
dispositivo conhecido como “chapolin”, que, acionado pelos criminosos a certa
distância do veículo, bloqueia o alarme e suas funções, como o travamento de
portas.
O Ministério Público do
Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Investigações Cíveis e Criminais
(PICC), depois de denúncias, instaurou procedimentos para investigar furtos em
automóveis que vêm ocorrendo sem nenhum arrombamento, no centro de Macapá.
Segundo a promotora de
justiça e coordenadora do Núcleo de Investigação da PICC, Andréa Guedes de
Medeiros, o “chapolin” é um controle remoto para eletroeletrônicos, vendido
ilegalmente em sites estrangeiros e brasileiros. Os criminosos descobriram um
“efeito colateral” desse aparelho: quando acionado, ele inibe e invalida o
comando de outros controles, como os dos alarmes de veículos. Dessa forma, o
dono acredita que o carro foi trancado, mas o ladrão conseguirá abri-lo
facilmente.
O Ministério Público
recomenda que as pessoas fiquem atentas ao som do bip, pois, quando o
bloqueador é acionado, não é possível ouvir o barulho do travamento das portas,
nem o acionamento do alarme.
“Nós estamos preocupados,
temos conhecimento das denúncias há quase três meses, e posteriormente, demos
início às investigações na tentativa de alertar e ajudar na segurança da
população”, ressaltou a promotora.
Além do MP-AP, participam
também das investigações o Centro integrado de Operação e Defesa Social
(CIODS). Outra recomendação é para que as pessoas, mesmo acionando o bip do
carro, retornem ao veículo verificando se realmente as travas do carro foram
trancadas.
Foto em anexo de divulgação:
Promotora de Justiça, coordenadora do núcleo de investigação da PICC Andréa
Guedes de Medeiros.
VIAJANDO PO AÍ...
Por dentro do coletivo
Quando
eu entro no ônibus, me deparo com uma cena tanto surpreendente quanto
tristonha. Não importa se na ida ou vinda do trabalho, a maioria das pessoas lá
dentro estão... dormindo.
Fico pensando nos motivos. Um e o primeiro que vem a mente: não dormiram direito. Bem normal que numa cidade grande, agitada e que "nunca dorme", as pessoas tenham noites mal dormidas. Dois e o que também me parece óbvio: o balanço do ônibus induz ao sono. Eu posso falar isso certificado por vivência própria: desde os meus oito, nove anos, quando no ensino fundamental ia e voltava pra casa de ônibus, na volta principalmente, eu cambaleava e adormecia em grande parte do trajeto. É incrível o poder hipnotizador que o mexe-remexe do ônibus possui e exerce sobre os passageiros!
Ao ver todas aquelas pessoas dormirem, me vem a mente uma infinidade de outras coisas. Como e qual será o trabalho de cada uma delas? Serviços gerais ou atendente? Garçom ou gerente? Deve haver algum chefe por ali, com certeza. Uma dona de casa, uma mãe. Um pai solteiro. E começo a pensar nos desafios que essas pessoas tem passado. Será que já estão enjoadas do emprego atual? Ou o emprego novo não é como imaginavam ser, mas a crise tá feia e não tá dando pra escolher? Penso que levaram uma bronca do "superior imediato", e estão cansadas de só trabalhar, trabalhar e não ter quase nunca uma folga no orçamento.
Tem algumas pessoas que estão tão cansadas, pensem, tão cansadas, que o pescoço parece de borracha. Explico. Imagine a cena, é simples: o pescoço está curvado de tal forma que o queixo afunda no peito. E no zig-zag do ônibus os pescoços de muitas delas rola de lá pra cá, e de cá pra lá. Dói de ver.
Penso que, de certa forma, o caminho entre a casa e o trabalho numa cidade grande e com trânsito apocalíptico, dormir seja uma ideia inteligente. Você se encosta ali e, quando o sono vem, dá pra tentar recuperar alguma coisa. O cérebro hiberna, os músculos relaxam... afinal, a média de tempo da viagem é de 45 minutos, uma hora.
Tudo bem que os assentos dos ônibus não são aquela coisa mais confortável do mundo, especialmente na parte pra se encostar a cabeça. Aliás, essa é a coisa mais mal projetada num ônibus, penso eu.
Apesar das buzinas, cochichos e apitos do sinal de parada solicitada que é recorrente dentro do ônibus, seja na ida ou volta do trabalho, muitas pessoas conseguem dormir bem.
Só as sentadas, porque as que vão em pé, e eu sempre estou nesse meio – por opção mesmo –, bem, aí não tem sossego.
Fico pensando nos motivos. Um e o primeiro que vem a mente: não dormiram direito. Bem normal que numa cidade grande, agitada e que "nunca dorme", as pessoas tenham noites mal dormidas. Dois e o que também me parece óbvio: o balanço do ônibus induz ao sono. Eu posso falar isso certificado por vivência própria: desde os meus oito, nove anos, quando no ensino fundamental ia e voltava pra casa de ônibus, na volta principalmente, eu cambaleava e adormecia em grande parte do trajeto. É incrível o poder hipnotizador que o mexe-remexe do ônibus possui e exerce sobre os passageiros!
Ao ver todas aquelas pessoas dormirem, me vem a mente uma infinidade de outras coisas. Como e qual será o trabalho de cada uma delas? Serviços gerais ou atendente? Garçom ou gerente? Deve haver algum chefe por ali, com certeza. Uma dona de casa, uma mãe. Um pai solteiro. E começo a pensar nos desafios que essas pessoas tem passado. Será que já estão enjoadas do emprego atual? Ou o emprego novo não é como imaginavam ser, mas a crise tá feia e não tá dando pra escolher? Penso que levaram uma bronca do "superior imediato", e estão cansadas de só trabalhar, trabalhar e não ter quase nunca uma folga no orçamento.
Tem algumas pessoas que estão tão cansadas, pensem, tão cansadas, que o pescoço parece de borracha. Explico. Imagine a cena, é simples: o pescoço está curvado de tal forma que o queixo afunda no peito. E no zig-zag do ônibus os pescoços de muitas delas rola de lá pra cá, e de cá pra lá. Dói de ver.
Penso que, de certa forma, o caminho entre a casa e o trabalho numa cidade grande e com trânsito apocalíptico, dormir seja uma ideia inteligente. Você se encosta ali e, quando o sono vem, dá pra tentar recuperar alguma coisa. O cérebro hiberna, os músculos relaxam... afinal, a média de tempo da viagem é de 45 minutos, uma hora.
Tudo bem que os assentos dos ônibus não são aquela coisa mais confortável do mundo, especialmente na parte pra se encostar a cabeça. Aliás, essa é a coisa mais mal projetada num ônibus, penso eu.
Apesar das buzinas, cochichos e apitos do sinal de parada solicitada que é recorrente dentro do ônibus, seja na ida ou volta do trabalho, muitas pessoas conseguem dormir bem.
Só as sentadas, porque as que vão em pé, e eu sempre estou nesse meio – por opção mesmo –, bem, aí não tem sossego.
POLÍTICA
Atuantes
Levantamento,
tendo por base a produção parlamentar, aponta quatro parlamentares como os mais
atuantes no parlamento: Pedro da Lua, Paulo Lemos, Jory Oeiras e Fabrício
Furlan. Todos são deputados de primeiro mandato. O levantamento leva em
consideração o volume de proposições (excluindo requerimentos), aparições na
imprensa e uso da tribuna.
Expulsão
O
deputado Ericlaudio Alencar recebeu esta semana uma notificação do PRB dando
conta que o partido o havia expulsado de suas fileiras. Os motivos da expulsão
seriam a falta de contribuição partidária e por ser o líder do governo sem
autorização do partido. Em entrevista a jornalista Ana Girlene, Ericlaudio
disse que recebeu com espanto a decisão, já que o processo de expulsão violou
princípios: o parlamentar jamais recebeu qualquer notificação para apresentar a
sua defesa. O PRB é presidido no Amapá pelos Gurgel, que também mandam no PHS,
PR e PRP.
PP
PP
deve ser o próximo partido a ir para o controle dos Gurgel. O clã também se
mobiliza para conseguir uma vaga no Tribunal de Contas e a vice-presidência da ALAP
na eleição da próxima mesa diretora.
Cassação
Deputado
Augusto Aguiar correndo contra o tempo para justificar as 43 faltas que teve no
primeiro semestre. É que ele pode perder o mandato se não o fizer. Caindo
Aguiar, ascende Edinho Duarte (PP).
CAUSOS DA POLÍTICA
61
anos do suicídio de Getúlio Vargas
Esta
semana o suicídio de Getúlio Vargas completou 61 anos. Foi, sem dúvida, um dos
grandes fatos políticos do Brasil no século passado. Getúlio Dornelles Vargas nasceu
na cidade de São Borja, na região oeste do Estado do Rio Grande do Sul.
Detalhe: São Borja é a cidade do também ex-presidente João Goulart.
Como
boa parte das famílias portuguesas que colonizaram o Rio Grande do Sul, a
família Vargas é origem açoriana. Getúlio prestou o serviço militar, servindo
em diversas cidades. A patente mais alto que alcançou foi a de sargento. Ele
era formado em direito. Bacharelou-se em 1907 e trabalhou primeiramente como
promotor público em Porto Alegre.
Getúlio
tinha apenas 1,60 metros e fazia questão de ser fotografado de modo que
parecesse mais alto. Era um incorrigível apreciador de charutos, chegando a
fumar oito por dia. Não era ambidestro, mas costumava fazer muitas coisas com a
mão esquerda (erguer copos, segurar chicotes etc...).
Getúlio
não era uma pessoa muito religiosa. Pelo contrário. Considerava o cristianismo
“contra a natureza humana”, e afirmava ser ele “inimigo da civilização”.
Mesmo
depois de casado, Getúlio costumava frequentar um puteiro de Porto Alegre
chamada Clube dos Caçadores – ou Centro dos Caçadores. Além de cassino, o
clube oferecia mulheres de diversas nacionalidades para o “entretenimento” de
seus frequentadores.
O
governo de Getúlio entregou a militante política judia Olga Benário ao regime
nazista. Foi também responsável pela perseguição de diversos intelectuais,
entre eles Monteiro Lobato e Graciliano Ramos.
O
revólver usado por Getúlio para se suicidar foi um Colt calibre
32. A arma continua em poder da família, passando de geração em
geração.
As
últimas palavras de Getúlio, em carta suicida, foram: “… e saio da vida para
entrar na história”.
A
morte súbita de Getúlio provocou grande comoção nacional. O velório foi
realizado no Rio de Janeiro, então capital federal, e o enterro, em São Borja.
A população formou uma longa fila para se despedir do presidente. Houve choro,
convulsões, desmaios e tumultos. Calcula-se em mais de 100 mil, o número de
pessoas que acompanharam o velório.
ARTIGO
CUIDADO COM O ATESTADO DE
INCOMPETÊNCIA
Rodolfo
Juarez
Apesar
de todos concordarem com a tese de que é nos tempos de crise que surgem as
oportunidades para que as pessoas sejam criativas e inovem renovando a forma de
resolver os problemas do cotidiano, não são raros os exemplos de melhorias em
decorrência dessa condição que os tempos atuais impõem a todos.
Tenho
a impressão que a avaliação está sendo mal feita com relação à necessidade de
ser criativo e de inovar, pois bem, não basta querer, tem que investir pesado
nessas propostas de modificar comportamentos, que buscam resultados por outras
vertentes e que sejam eficientes.
Não
adianta imaginar que inovar está em apenas querer. É preciso organizar,
planejar definindo, com clareza os objetivos, para então, aplicar na
modificação da maneira de alcançar os resultados pretendidos.
Claro
que a maior necessidade é de quem está passando pelo maior aperto. Aquele que
ainda entente que pode enfrentar a crise esperando o “tempo melhorar” apenas
cruza os braços ou dá um descanso para a parte produtiva de sua mente e, em
algumas oportunidades, conforme a conveniência engana-se a si próprio,
avançando em projetos que sabe não dar certo, mas que imagina que “pode dar
certo”.
Também
há aqueles que estão preocupados apenas com as atribuições que os regulamentos
ou o costume lhe impuseram, não se esforçando para mudar o regulamento ou se
rebelar contra os costumes. Esse está completamente perdido e sem referência ou
entendimento do que está acontecendo no país.
Levar
em consideração que o primeiro que sofre, de fato, as consequências maléficas
de uma crise é a população e é exatamente a população que por último percebe
que a crise passou, deve ser um dos fatores predominantes para aqueles que
querem alterar as condições de gerir os interesses comuns.
A
gestão pública está cada vez mais exposta quando mais se espera dela. E os
momentos de dificuldades são aqueles que mais se espera da gestão pública.
De
nada adianta o gestor esconder-se, deixar de discutir as questões básicas e não
ter coragem para tomar as decisões que são necessárias. Querer não significar
que o fato vai acontecer ou a providência vai ser tomada. Querer deve ser
avaliado, cuidadosamente para não conter falhas em sua concepção e possibilitar
chegar aos objetivos por rumos diferentes, honestos e ajustados com a
capacidade atual dos colaboradores e dos que terão o usufruto dos resultados.
Os
costumes, se não forem mudados, contribuirão para a derrocada, que no caso do
setor público, é para todos, sem exceção.
De
nada adianta, mesmo com reconhecida capacidade de trabalhar, querer manter os
padrões dos outros tempos nos tempos atuais. Claro que não vai dar certo. E
vale para todos, desde os mais graduados, até aqueles que são escalados para
apoiar as propostas em teste ou em repetição.
É
preciso que seja compreendido a excepcionalidade da ocasião. Recursos escassos
e demandas em crescimento, se não forem bem equacionados, pode geral um
sucessão de erros e responsabilizar a todos e, o indesejável: castigar pessoas
que confiaram e que esperavam resultados melhores.
A
postura tem que ser diferente. Não basta a ordem, tem que haver comando efetivo
e participativo em todas as etapas de cada proposta. Assim funcionaria a
inovação e a criatividade. De outra forma, resta a decepção, a desconfiança e a
certeza de que, ao final, os responsáveis receberão o atestado de
incompetência.
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