sexta-feira, 28 de agosto de 2015

CAPA PRINCIPAL


EDITORIAL



Pirâmide Econômica invertida

Que o Brasil está em crise, isso nem é preciso dizer, estamos todos sentindo na pele e, principalmente no bolso. E, num clima de recessão e inconsistências políticas, se voltarmos nossas atenções para o Norte, vamos encontrar um Amapá diferente, um Estado que além da crise geral, ainda enfrenta problemas estruturais, as mazelas deixadas pelo descaso e incompetência do governo passado e, a inversão de valores e prioridades na economia, onde o setor terciário (comércio e serviços) forma a base da pirâmide econômica local.
Diretamente ligado a preservação ambiental, o Amapá ainda se arrasta com suas principais fontes de renda, a pecuária, a mineração e os serviços, este último que representa mais de 85% do PIB amapaense, e, claro, o comércio que também se esforça para impulsionar a economia local.
Uma economia diretamente dependente dos recursos naturais, caracterizando-se pela exploração de matérias-primas, produtos primários e semielaborados. O setor primário é caracterizado por baixo nível tecnológico. O secundário está concentrado nas atividades do extrativismo mineral, da construção civil e da indústria de transformação e, tem sua capacidade de expansão limitada pela oferta de energia e por outras deficiências em infraestrutura. E, por fim, o setor terciário, incluído aí a administração pública, o mais representativo da economia amapaense, apesar de não ser o principal empregador.
O setor industrial, pouco desenvolvido, hoje destacado nos setores de mineração e alimentação, também deverá receber a atenção do atual governo, que se mostra preocupado com as dificuldades de infraestrutura nos serviços de energia, comunicação e transporte.
Apesar de o Amapá ter conseguido lugar de destaque entre os Estados brasileiros, quando o assunto é renda mensal dos trabalhadores formais e renda média no Brasil, fruto da velha ‘economia do contracheque’, isso não representa desenvolvimento.
Mesmo com toda a riqueza existente, economicamente não se destaca como um grande produtor, mas contribui de maneira reduzida na composição do PIB nacional, e consome muitos produtos oriundos dos outros Estados.
Ora, quando se exporta quase 40% de ouro, quase 30% de madeira e pouco mais de 20% de minério de ferro e se importa mais de 40 milhões de dólares em materiais eletroeletrônicos, escavadoras, perfuradoras, carregadoras, caminhões, solventes, bens de informática e artigos de perfumaria, além de ferro e aço, motores, produtos de couro e peles e equipamentos médicos, é lógico que a estratégia tem que mudar.
Visando reverter essa situação, o governador Waldez Góes, através de um termo de cooperação, assinado esta semana com o SEBRAE, busca o desenvolvimento econômico do Estado com ênfase na produção florestal e de alimentos.
E este parece ser o melhor caminho, impulsionar o cultivo de arroz, feijão, milho, mandioca, frutas, pimenta-do-reino, e, obviamente a soja, entre outros, além de melhorar as condições para a pesca, que hoje exerce grande participação na economia estadual, investimentos públicos em infraestrutura e uma espécie de chamamento as organizações empreendedoras para a construção de uma nova realidade rentável para o Amapá.
É preciso motivar os setores envolvidos para que se possa gerir com responsabilidade, avançar com determinação e viabilizar as condições para que esse desenvolvimento seja possível.
A meta parece ser proporcionar visibilidade à agricultura comercial e familiar, pecuária, pesca, extrativismo alimentar e as potencialidades do setor primário como os grãos, açaí, pecuária bubalina e bovina, piscicultura e mel, apresentar as potencialidades da madeira e oleaginosas como andiroba, pracaxi, copaíba, castanha do Brasil e dar chance ao setor de produção florestal de oferecer na industrialização de produtos como alimentos, cosméticos e farmacêuticos.

Só assim, se conseguirá inverter a pirâmide econômica do Amapá, transformando este Estado num grande polo de desenvolvimento.

ANÁLISE


O bônus demográfico do Brasil perdeu o bonde da história!

Foram quinze anos de mercado de trabalho fraco, baixa taxa de poupança e produtividade estagnada. Esses ingredientes podem encerrar o fenômeno, que conduziu o crescimento econômico do país nas últimas décadas. É o que revela a Revista VEJA, na edição do dia 30 de maio último.
Tudo vem desde a década de 1970, o Brasil tem colhido frutos do chamado “bônus demográfico”, fenômeno que ocorre quando há, proporcionalmente, um maior número de pessoas em idade ativa, aptas a trabalhar, do que crianças e idosos. Quando esse benefício atinge uma sociedade em desenvolvimento, significa que ela disporá de mais força de trabalho do que pessoas inativas, que, em diferentes graus, são mais dependentes dos Governos Federal, Estaduais e Municipais. Como é o caso dos aposentados. Ou seja, há um excedente de pessoas para produzir e pagar impostos. Trata-se de um evento típico de países jovens. E, como tudo na vida, tem data para terminar. Uma vez que essa população envelhece, as novas gerações tendem a ser menos numerosas e a base da pirâmide demográfica se afunila cada vez mais. É o que acontece em vários países da Europa, cuja população idosa supera os jovens em idade ativa. No Brasil, as previsões apontavam 2030 como a década em que os efeitos do bônus começariam a se dissipar. Contudo, devido justamente ao mau aproveitamento dessa vantagem demográfica, especialistas começam a projetar o início de seu fim para já: entre 2015 e 2020.
Por outro lado a ONU, em 2012 divulgou um estudo que apontava que o Brasil estaria vivendo um “bônus demográfico”, que duraria dez anos. Ou seja, encerraria em 2022. O certo é que agora estamos caminhando para o fim, como aponta os estudiosos.
Segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (IBGE), o Brasil não fez bom uso de seu bônus porque não investiu suficientemente em educação de ponta e inovação, a exemplo de países como China e Coreia do Sul. Somam-se a esse déficit as sucessivas crises econômicas que se abateram sobre o país nas últimas três décadas e tem-se o cenário perfeito para o desperdício da vantagem. "Surfar nesse fenômeno significa aproveitar a população ativa e torná-la cada vez mais produtiva. Hoje, temos 10 milhões de jovens que não estudam, nem trabalham: a 'geração nem nem'. Isso é potencial desperdiçado. Esse seria o momento de melhorar as condições de vida da população, enriquecer antes de envelhecer. O que está acontecendo é que o país está envelhecendo sem enriquecer, sem conseguir equacionar os problemas básicos da população", afirma. Segundo Alves, a crise econômica atual encerra com ‘chave de ouro’ um ciclo de mau uso do bônus. "O que vemos hoje na economia é resultado de decisões erradas e falta de investimento. O que foi feito na última década corroeu pelo menos quinze anos de bônus demográfico", afirma o professor.
Artigo publicado na Folha de São Paulo (31/05/2015), intitulado “Um trabalhador americano produz como quatro brasileiros”, reflete bem esta realidade. O estudo foi ele elaborado pelo Conference Board, organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas privadas de 60 países e pesquisadores.
O estudo revela que a distância vem se acentuando e está chegando próximo do nível de 1950. Refletindo-se no baixo nível educacional do Brasil, falta de qualificação de mão de obra, gargalos na infraestrutura e os poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.
Para o pesquisador Fernando Veloso da FGV/IBRAE, o baixo nível educacional do Brasil é destacado como um dos mais graves problemas para uma economia que precisa crescer e manter o padrão de vida da população. Ainda, segundo o pesquisador: “o brasileiro estuda em média sete anos, nem completa o ensino fundamental. Nos EUA, são de 12 a 13 anos, o que inclui uma etapa de ensino superior, sem mencionar à qualidade do ensino”.
Segundo o professor Hugo Braga Tadeu, da Fundação Dom Cabral, com relação a treinamento (capacitação), a média que recebe um americano varia de 120 a 140 horas ao ano. No Brasil, são 30 horas ano.
São gargalos como estes que nos tornam menos competitivos. PIB fraco, inflação em alta, aumento do desemprego, crescimento das desigualdades, governo sem apoio do Congresso e carga tributária elevada. Dados divulgados no dia 05 de maio último, pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), de janeiro a maio 41,37% de todo o rendimento que os brasileiros ganharam em média foram destinados a pagamentos de tributos. Isso equivale a 151 dias de trabalho até o dia 31 de maio.

Como vamos competir com os americanos?

POLÍTICA LOCAL

Agenda Criança Amazônia
Governador Waldez Góes assina com a UNICEF



Da Editoria

Para promover, proteger e realizar os direitos de todas as crianças e adolescentes do Estado do Amapá, o governador Waldez Góes assinou a Agenda Criança Amazônia, desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O ato ocorreu na quinta-feira (27), no Palácio do Setentrião, com a presença do coordenador do UNICEF em Belém, Fábio Morais, e de secretários de Estado que, de alguma forma, já realizam trabalhos voltados a esse público.
"Ao assinar esse documento, estou assumindo um compromisso com a UNICEF, em nome do Amapá, de contribuir com o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes da Amazônia Legal brasileira", afirmou Waldez Góes.
O objetivo do UNICEF é mobilizar os Estados da Amazônia Legal para assegurar as mais de nove milhões de crianças e adolescentes da região o direito de sobreviver e se desenvolver, de aprender, de se proteger do HIV e AIDS e de crescer sem violência e se tornar um adolescente que exerce a cidadania, sendo respeitada e valorizada em sua identidade étnica e cultural.
"A partir dessa agenda, estamos construindo uma parceria com os Estados. O próximo passo é, durante o Fórum de Governadores da Amazônia Legal Brasileira, construir um plano de trabalho em comum", declarou Morais.
Para operacionalizar a Agenda Criança Amazônia no Amapá, o governador irá criar um comitê de articulação, que ficará encarregado de construir um plano de ação para ser desenvolvido em conjunto com a sociedade civil e a iniciativa privada.
No Amapá, algumas instituições, como o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e a Polícia Militar (PM-AP), já desenvolvem trabalhos sociais que garantem cidadania. O CMB tem os projetos Bombeiro Mirim Cidadão e Bombeiro Mirim Músico, que promovem aulas de civismo e de música. Na PM, são oito projetos desenvolvidos e o Programa Educacional de Resistências às Drogas (PROERD) está sendo reformulado para atender aldeias indígenas.
Estiveram representadas as secretarias de Estado da Inclusão e Mobilização Social, da Educação, de Políticas para os Afrodescendentes, de Políticas para a Juventude, dos Povos Indígenas, de Desenvolvimento das Cidades, de Políticas para as Mulheres, Fundação da Criança e do Adolescente, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Militar.

Outros projetos do UNICEF

O governador também ficou interessado em desenvolver o projeto Viva Melhor – Fique Sabendo Jovem, ligado ao UNICEF. Voltado para pessoas entre 14 e 25 anos, o objetivo é formar jovens que possam ser os disseminadores de informações relativas à prevenção da transmissão do HIV/AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
Em outra fase, através de uma unidade móvel, testes rápidos serão realizados dentro do protocolo internacional 90-90-90, que propõe que 90% dos jovens e adolescentes façam o teste rápido, 90% dos que forem confirmados positivos iniciem, imediatamente, o tratamento e 90% dos que iniciaram o tratamento, permaneçam nele.


NAS GARRAS DO FELINO


Rumores
Há e bastante ensurdecedor os rumores das bandas da ALAP de que haverá uma eleição disputadíssima para a presidência daquela Casa de Leis. Moisés Souza já não governa com céu de brigadeiro sobre sua cabeça e nem sua gestão navega em águas calmas. Aguardem!

Rumores II
Segundo os plantonistas da ALAP o adversário de Moisés deve sair da sua base. Leia-se Michel JK. Será?

Mentiroooooso
O ‘Mentira Fresca’ está com uma bomba relógio nas mãos. É que ele, para ter tranquilidade na gestão, prometeu mundo e fundos aos vereadores. Lógico, não cumpriu e agora a edilidade macapaense ameaça revoada do ninho do ‘Mentira Fresca’. Inclusive anunciam de que haverá um candidato apoiado pelos revoltosos. Quem será?

Doente
A sanidade da saúde municipal está sendo colocada em xeque pelos auditores do Ministério da Saúde. Desembargou em Macapá, mais precisamente na SEMSA, auditores que querem saber como foi contratado as obras municipais do setor com recursos federais. Dizem que os métodos não foram nada republicanos e ortodoxos, mas eu digo disque. Vamos aguardar pra conferir. Heim, Mentira!

Fazendo o dever de casa
W 12 mais uma vez demonstra que não tem medo de “bicho papão”, e direciona as ações do Estado para o incremento do setor produtivo e arrocha o nó nas pastas das atividades meios. Custeio zero, investimento 100.

Calando a boca
A Rádio Difusora de Macapá aos poucos vai colocando ovo quente na boca daquela turminha que apostava no fracasso da emissora. Eles enterraram e pensavam que haviam lacrado o túmulo, mas esqueceram o cadeado aberto e a RDM tá aí ó, em primeiro lugar na audiência. Aceitem que dói menos.

Mudança
Os búzios apontam que deverá haver mudança na Prefeitura Municipal de Oiapoque. Segundo os Orixás, Miguel do Posto, em 2016, deve desocupar a cadeira e lá sentará uma menina muito bela e competente que atende pelo nome de depois eu conto.

Bomba, Bomba...

O ‘Mentira Fresca’ e sua equipe da educação municipal estão comendo todo o dinheiro dos Programas, Agricultura Familiar e Mais Educação. Enquanto os alunos do município de Macapá passam a pão e água, a turma do ‘Mentira Fresca’ está embolsando a grana. E olhem! São ladrões caprichosos, montaram um escritório de contabilidade para dividir o produto do furto. Égua, não! Égua, não! Essa é a esquerda Caviar.

PIRÂMIDE INVERTIDA - Comércio é a base da economia do Amapá

PIRÂMIDE INVERTIDA
Comércio é a base da economia do Amapá



Em toda economia o setor primário (agropecuária, agricultura, mineração, pesca) é quem sustenta a pirâmide econômica. Depois, seguem-se os setores secundário (indústria e construção civil) e terciário (comércio e serviços). No Amapá, a chamada pirâmide econômica está invertida tendo o comércio como sustentação, sendo seu maior consumidor o funcionalismo público. Hoje, de acordo com o IBGE, o segmento representa nada menos que 85,92% na economia do Amapá. Indústria e construção civil ficam com 10,83% e a agropecuária e agricultura têm somente 3,25%. O governador Waldez Góes disse apostar na tecnologia e nos investimentos para mudar essa realidade e tirar o Amapá da economia do contra cheque.

José Marques Jardim
Da Redação

O Amapá é um Estado que hoje vislumbra um futuro de fortalecimento econômico apostando na cultura de grãos. A soja, que em outras regiões representa uma boa alternativa se apresenta como solução para garantir o fim da economia do contra cheque, o que significa dizer que grande parte da economia local é mantida pelo funcionalismo público. O “aquecimento” é sentido a partir do dia 30 de cada mês quando inicia o pagamento municipal e vai até três ou quatro dias depois do dia 5 do mês seguinte, com o vencimento dos funcionários federais. O restante do mês é de espera, dizem os comerciantes.


Com esse aspecto, o comércio, que se encaixa no setor terciário está na base da pirâmide econômica, o que representa do ponto de vista dos estudiosos, um fenômeno de inversão. No Amapá, ele é sustentação da economia e não o setor primário, que fica em segundo plano, seguido do setor secundário. Na linguagem dos economistas, o Estado tem uma pirâmide invertida.
Na ordem correta de toda economia está o setor primário, que agrega a agricultura, pesca, minérios e produção energética. O setor secundário vem depois, com a produção de bens, indústria, construção e manufatura. O setor terciário fica no topo, reunindo a prestação de serviços, bancos e o comércio.  
Tudo ocorre por conta da falta de investimentos no setor primário. O Amapá, ao longo dos anos, nunca executou uma política agrícola com foco na produção de larga escala. O Estado é desprovido de grandes plantações, fazendas e granjas. O resultado disso é que quase a totalidade do que vai para a mesa do amapaense vem de fora. Do tomate, arroz e feijão ao frango, tudo é comprado de outras regiões e o dinheiro que circularia aqui, se houvesse um setor primário forte, vai para outro Estado.
O que fica depois da aquisição e venda dos produtos é tão somente o lucro do empresário e o capital que vai repor a mercadoria. Em resumo o Amapá não produz, apenas compra, vende e compra de novo.
Para se ter uma ideia, a última pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelou que o setor de comércio e serviços (terciário) representa nada menos que 85,92% na pirâmide econômica do Amapá. Em segundo estão indústria e construção civil (secundário) com 10,83% e a agropecuária e agricultura (primário) respondem por apenas 3,25% da economia local. Os números confirmam a teoria de inversão explicada pelos economistas, ou seja, o comércio e os serviços sustentam o Amapá na base da pirâmide em vez da agropecuária e agricultura.

A SAÍDA ESTÁ NO PRÓPRIO CAMPO...


O Tribuna Amapaense em sua edição de 20 a 26 de junho passado abordou a preocupação do Estado em mudar essa realidade. A matéria tratou da preocupação da atual gestão com a realidade do Estado. Um dos caminhos é o investimento no setor que deveria sustentar a tão falada pirâmide econômica e com isso reverter a ordem dos setores. 
Waldez Góes disse ao Tribuna que tem visto na agricultura um dos pilares para fortalecer a economia do Amapá. Além dos grandes investimentos do agronegócio, a agricultura familiar tem sido tratada em primeiro plano pela atual gestão. Para o governador, com os devidos incentivos, a produção do homem do campo pode sim, contribuir para que o Estado tenha uma agricultura forte.
O setor tem crescido. De acordo com o censo agropecuário publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda em 2006, existem no Amapá nada menos que 2.863 estabelecimentos da agricultura familiar. O total corresponde a 81% dos estabelecimentos rurais do Estado. A pesquisa ainda revela que este setor é responsável por 79% das pessoas (10.371) ocupadas no meio rural e 37% do valor bruto da produção agropecuária do Amapá.

DADOS DA PRODUÇÃO...


As famílias agricultoras correspondem a 93% do feijão, 89% da mandioca e 78% do café produzidos nas terras do Amapá. Já em 2014, o IBGE divulgou novos dados dando conta que a mandioca ocupa o primeiro lugar entre os gêneros agrícolas produzidos no Amapá, com uma produção de 160 mil toneladas. O volume é colhido em uma área de aproximadamente 15 mil hectares. Neste caso, os incentivos para aquisição de máquinas são mais que necessários. A retomada, este ano, do Programa de Produção Integrada (PPI), é, segundo Waldez, um passo para o avanço da agricultura. Outros mais e mais largos virão.
A agricultura familiar é hoje um dos focos da gestão de Waldez Góes, que em seu primeiro mandato (2003 a 2010) criou o PPI para incentivar e beneficiar os pequenos agricultores do Estado. Depois de quatro anos de estagnação e "maquiagem" com a mudança de nome do programa, as ações voltam a acontecer. Hoje, ainda segundo o governador, o Estado já pode hoje financiar o produtor e ainda comprar o que ele produz. A produção, no entanto, ainda não consegue mexer nos percentuais econômicos, mas se mostra como um começo que deixa otimista tanto os agricultores quanto o próprio governador.

A GRANDE AGRICULTURA...
Se por um lado a nova gestão foca na ajuda ao pequeno produtor e acredita no resultado de seu trabalho par impulsionar a economia, por outro acredita também nos grandes investimentos. Desde seu primeiro mandato (2003 a 2010) que o governador Waldez Góes já via com bons olhos a implantação da cultura da soja no Amapá e sonha com o Estado transformado em um corredor do produto considerando sua localização geográfica privilegiada.
Waldez assumiu em 2003 um Amapá que vinha de quase oito anos de atraso por conta da utopia de um Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDSA) anunciado como se fosse a “descoberta da pólvora” pela gestão anterior.
Do ponto de vista dos economistas, o plano só funciona em Estados e países bem desenvolvidos e de economia forte.
O governador pedetista, naquela época já flertava com o mercado da soja sabendo que essa cultura poderá significar um impulso significativo. O Estado, segundo especialistas, tem um solo e clima propícios para o cultivo do grão que representa uma gorda fatia de lucros para outras regiões da Federação e investidores.
Com o novo mandato em mãos, as conversas com os produtores recomeçaram em março quando foi discutido o projeto de instalação de indústrias que produzem fécula e soja. O município em questão é Serra do Navio. Equipes da prefeitura e do governo do Amapá continuam tratando do assunto. O foco é o desenvolvimento da região pela diversificação das atividades econômicas. Hoje, Serra do Navio depende economicamente da mineração, incluída no setor primário. A variação para uma nova cultura significaria reforço econômico, também dentro do mesmo setor.

NÚMEROS ANIMADORES...
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Amapá terá safras recordes de soja mostradas no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. A previsão de 2014 foi de 253,96% na produção do grão. O percentual foi 45,6 mil toneladas a mais do que a safra de 2013 que ficou em 12,9 mil.
O crescimento foi atribuído ao aumento da área de plantio. Em 2013, a soja ocupava uma área de 4.528 hectares e rendia em média 2.850 toneladas por hectare com resultado final de 12.906 toneladas. No ano seguinte o salto produtivo foi para 15.825 hectares plantados, tendo previsão de 2.887 toneladas por hectare. O aumento também abrangeu a produtividade para 45.682 toneladas por hectare, de acordo com os dados do instituto.
Para um Estado que vem buscando meios para sair da economia do contra cheque e reverter sua pirâmide econômica, o investimento na agricultura é prioridade.

PIB DE ONTEM E HOJE, BONS SINAIS...
De forma simplificada o Produto Interno Bruto é a soma em valores monetários de todos os bens e serviços finais produzidos por um Estado, País ou cidade durante determinado período. Ele é um dos indicadores mais usados na macroeconomia para quantificar a atividade econômica de uma região.
No PIB é considerado somente bens e serviços finais e se exclui todos os bens de consumo intermediário. O objetivo é evitar a dupla contagem, que acontece quando valores gerados na cadeia de produção aparecem duas vezes na soma do Produto Interno Bruto.
No Amapá, o registro do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística tem registros desde 1999. Naquele ano o registro foi de R$ 2.128,307 bilhões. A escala é crescente até 2012, com o registro de R$ 10. 419, 539 bilhões. Um ano antes, o PIB chegou a R$ 8.968,032 bilhões. O crescimento foi de 4,9%, acima da média do País (2,9%) e da região Norte (3,5%), um bom sinal. 

RENDA PER CAPTA TAMBÉM CRESCE...
Junto ao PIB, existe outro elemento que caminha de “mãos dadas”, é a renda  per capita ou rendimento per capita. Ela é um indicador que ajuda a economia a ter conhecimento sobre o grau de desenvolvimento econômico, também de um País ou região. Em termos simples, renda per capta nada mais é que a soma dos salários de toda a população, dividido pelo número de habitantes. Consiste na divisão da renda nacional, produto nacional  bruto (PNB), menos os gastos de depreciação do capital e impostos indiretos pela sua população.


No Amapá, a renda per capta medida em 2012 foi de R$ 14. 914, 84. Em 2011 era de R$ 13.105,24.   
O crescimento pesquisado pelo IBGE e divulgado em um histórico de escalas até 2012 revelou que 48,7% do PIB do Estado está diretamente ligado ao funcionalismo público. Naquele ano o comércio ficou com a segunda colocação, 13,6%.

Na leitura dos investidores, o Amapá pode virar o “jogo econômico” e dar uma goleada na cultura do contra cheque passando a ter um setor primário forte. A iniciativa para isso já existe e deve ser associada à tecnologia e incentivos concretos. Hoje, a gestão trabalha para solucionar problemas que ainda impedem esse crescimento que deve deslanchar nos próximos anos mudando o cenário econômico do Estado.


Área de exploração de petróleo no Amapá

Área de exploração de petróleo no Amapá

Pesquisadores mapeiam dados para licença de exploração de petróleo na costa amapaense.



 As empresas BP Energy do Brasil Ltda., Queiroz Galvão Exploração e produção S.A. e Total E&P do Brasil Ltda serão responsáveis pela exploração após aderirem o leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2013, 12 blocos exploratórios na costa norte do Amapá, numa faixa oceânica que se estende do Oiapoque, passando por Calçoene, até o Amapá.
O total dos arremates somou R$ 802 milhões, o que representa quase 30% de toda a licitação leiloada pela ANP, que alcançou a cifra de R$ 2,2 bilhões. O investimento mínimo obrigatório em pesquisas a serem realizadas pelas empresas no Amapá vai ser de R$ 1,624 bilhão.
Para iniciar a exploração do petróleo, as empresas operadoras precisam obter junto ao Ibama as licenças ambientais. A exploração de petróleo está prevista para iniciar em 2018.

Diagnostico
Esta semana as três empresas receberam um diagnóstico sobre as espécies de peixes e flora existentes na costa do estado. O documento ainda contém informações sobre a aquicultura e economia dos cinco municípios que serão afetados pelas multinacionais.


O diagnóstico servirá como base para as petrolíferas solicitarem a licença de exploração ao Instituto de Meio Ambiente (Ibama) e foi produzido pelo Instituto Estadual de Pesquisa (Iepa) e Universidade do Estado do Amapá (Ueap).
As informações vão montar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (Rima) das empresas, documentos obrigatórios para o Ibama autorizar a exploração na costa amapaense.
De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap), Mary Guedes, os estudos feitos por pesquisadores do estado foram financiados pelas empresas que ganharam o leilão de exploração de petróleo. Foram investivos R$ 267 mil nos estudos, desembolsados pela BP Energy, Queiroz Galvão e Total.
"Foi um acordo de cooperação técnica com a fundação e as três empresas para gerar esses estudos. A pesquisa obedece ao termo de referência do Ibama, que exige estudos para prever algum tipo de impacto ambiental. Esse documento dá a certeza de que a exploração de petróleo não vai afetar a vida das espécies, por exemplo", disse a diretora-presidente.
A Fapeap também propôs às empresas a realização de estudos mais aprofundados sobre os temas nas áreas onde a exploração de petróleo vai influenciar. A próxima etapa seria com visitas a campo e ocorreria somente depois de o Ibama apontar alguma inexistência de informações no diagnóstico apresentado nesta terça-feira.
 Os dados foram divididos em informações inéditas sem publicação, conhecidas por "primárias"; e divulgados em outras fontes de pesquisas, chamadas por "secundárias".
O estudo reúne informações dos municípios de Calçoene, Itaubal, Macapá, Oiapoque e Santana, no Amapá; e Chaves e Afuá, no Pará. Todas as localidades estão na bacia da foz do rio Amazonas.

Descoberta de petróleo
Nos dias 14 e 15 de maio de 2013, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) leiloou 14 blocos para exploração de petróleo no litoral do Amapá. O total dos arremates somou R$ 802 milhões, o que representa quase 30% de toda a licitação leiloada pela ANP, que alcançou a cifra de R$ 2,2 bilhões. A previsão é inciar a exploração a partir de 2018.

Pesquisas


As pesquisas de diagnóstico ambientais foram realizadas por meio de um Termo de Cooperação no valor aproximado de R$ 268 mil com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap) – órgão vinculado ao governo do Estado.
Atuaram diretamente no processo 20 profissionais do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) e da Universidade do Estado do Amapá (Ueap). O material subsidia as empresas BP e Total na construção do plano de Estudos de Impactos Ambientais, utilizado para a retirada da licença ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

MP/AP investiga furtos de veículos e alerta para o golpe do ‘Chapolin’

MP/AP 
Investiga furtos de veículos e alerta para o golpe do ‘Chapolin’



Reinaldo Coelho
Da Editoria

A aprendizagem criminosa é célere, as novidades são importadas rapidamente pelos aprendizes do crime. Macapá tem uma frota de mais de 140 mil automóveis e a falta de rodovias que de acesso outros Estados não vem inibindo o roubo de carros no Amapá, principalmente em Macapá.
A Polícia Civil, com seu serviço de inteligência, vem atuando contra este segmento criminoso, descobrindo desmanches, localizando e prendendo as quadrilhas que praticam os crimes de roubo e interceptação de veículos em Macapá.
A maioria dos assaltos na capital é cometida por motociclistas, garantiu a Polícia Militar do Amapá (PM). De acordo com os registros, mais de 50% das ocorrências de roubos apontam que os assaltantes utilizaram motos quase sempre roubadas.
O subcomandante da PM, Rodolfo Oliveira, informou que este ano, 127 motocicletas foram roubadas na capital e segundo ele, os veículos permanecem na cidade para serem utilizados em crimes ou serviços clandestinos, como por exemplo, de transporte.
Em 2014 dois homens foram presos pela Polícia Interestadual (POLINTER) suspeitos de integrarem uma quadrilha descoberta em 2013 que praticava os crimes de roubo e interceptação de veículos em Macapá. Dos seis carros roubados, a polícia ainda conseguiu recuperar dois em 2013. Segundo as investigações, os suspeitos tinham preferência em roubar carros no modelo 'sedan' e de cor preta.

A novidade
Trata-se do uso de um dispositivo conhecido como “chapolin”, que, acionado pelos criminosos a certa distância do veículo, bloqueia o alarme e suas funções, como o travamento de portas.


O Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Investigações Cíveis e Criminais (PICC), depois de denúncias, instaurou procedimentos para investigar furtos em automóveis que vêm ocorrendo sem nenhum arrombamento, no centro de Macapá.
Segundo a promotora de justiça e coordenadora do Núcleo de Investigação da PICC, Andréa Guedes de Medeiros, o “chapolin” é um controle remoto para eletroeletrônicos, vendido ilegalmente em sites estrangeiros e brasileiros. Os criminosos descobriram um “efeito colateral” desse aparelho: quando acionado, ele inibe e invalida o comando de outros controles, como os dos alarmes de veículos. Dessa forma, o dono acredita que o carro foi trancado, mas o ladrão conseguirá abri-lo facilmente.
O Ministério Público recomenda que as pessoas fiquem atentas ao som do bip, pois, quando o bloqueador é acionado, não é possível ouvir o barulho do travamento das portas, nem o acionamento do alarme.


“Nós estamos preocupados, temos conhecimento das denúncias há quase três meses, e posteriormente, demos início às investigações na tentativa de alertar e ajudar na segurança da população”, ressaltou a promotora.
Além do MP-AP, participam também das investigações o Centro integrado de Operação e Defesa Social (CIODS). Outra recomendação é para que as pessoas, mesmo acionando o bip do carro, retornem ao veículo verificando se realmente as travas do carro foram trancadas.


Foto em anexo de divulgação: Promotora de Justiça, coordenadora do núcleo de investigação da PICC Andréa Guedes de Medeiros.

VIAJANDO PO AÍ...



Por dentro do coletivo


Quando eu entro no ônibus, me deparo com uma cena tanto surpreendente quanto tristonha. Não importa se na ida ou vinda do trabalho, a maioria das pessoas lá dentro estão... dormindo.
Fico pensando nos motivos. Um e o primeiro que vem a mente: não dormiram direito. Bem normal que numa cidade grande, agitada e que "nunca dorme", as pessoas tenham noites mal dormidas. Dois e o que também me parece óbvio: o balanço do ônibus induz ao sono. Eu posso falar isso certificado por vivência própria: desde os meus oito, nove anos, quando no ensino fundamental ia e voltava pra casa de ônibus, na volta principalmente, eu cambaleava e adormecia em grande parte do trajeto. É incrível o poder hipnotizador que o mexe-remexe do ônibus possui e exerce sobre os passageiros!
Ao ver todas aquelas pessoas dormirem, me vem a mente uma infinidade de outras coisas. Como e qual será o trabalho de cada uma delas? Serviços gerais ou atendente? Garçom ou gerente? Deve haver algum chefe por ali, com certeza. Uma dona de casa, uma mãe. Um pai solteiro. E começo a pensar nos desafios que essas pessoas tem passado. Será que já estão enjoadas do emprego atual? Ou o emprego novo não é como imaginavam ser, mas a crise tá feia e não tá dando pra escolher? Penso que levaram uma bronca do "superior imediato", e estão cansadas de só trabalhar, trabalhar e não ter quase nunca uma folga no orçamento.
Tem algumas pessoas que estão tão cansadas, pensem, tão cansadas, que o pescoço parece de borracha. Explico. Imagine a cena, é simples: o pescoço está curvado de tal forma que o queixo afunda no peito. E no zig-zag do ônibus os pescoços de muitas delas rola de lá pra cá, e de cá pra lá. Dói de ver.
Penso que, de certa forma, o caminho entre a casa e o trabalho numa cidade grande e com trânsito apocalíptico, dormir seja uma ideia inteligente. Você se encosta ali e, quando o sono vem, dá pra tentar recuperar alguma coisa. O cérebro hiberna, os músculos relaxam... afinal, a média de tempo da viagem é de 45 minutos, uma hora.
Tudo bem que os assentos dos ônibus não são aquela coisa mais confortável do mundo, especialmente na parte pra se encostar a cabeça. Aliás, essa é a coisa mais mal projetada num ônibus, penso eu.
Apesar das buzinas, cochichos e apitos do sinal de parada solicitada que é recorrente dentro do ônibus, seja na ida ou volta do trabalho, muitas pessoas conseguem dormir bem.
Só as sentadas, porque as que vão em pé, e eu sempre estou nesse meio – por opção mesmo –, bem, aí não tem sossego.

CAPA 2º CADERNO


POLÍTICA

Atuantes
Levantamento, tendo por base a produção parlamentar, aponta quatro parlamentares como os mais atuantes no parlamento: Pedro da Lua, Paulo Lemos, Jory Oeiras e Fabrício Furlan. Todos são deputados de primeiro mandato. O levantamento leva em consideração o volume de proposições (excluindo requerimentos), aparições na imprensa e uso da tribuna.

Expulsão
O deputado Ericlaudio Alencar recebeu esta semana uma notificação do PRB dando conta que o partido o havia expulsado de suas fileiras. Os motivos da expulsão seriam a falta de contribuição partidária e por ser o líder do governo sem autorização do partido. Em entrevista a jornalista Ana Girlene, Ericlaudio disse que recebeu com espanto a decisão, já que o processo de expulsão violou princípios: o parlamentar jamais recebeu qualquer notificação para apresentar a sua defesa. O PRB é presidido no Amapá pelos Gurgel, que também mandam no PHS, PR e PRP.

PP
PP deve ser o próximo partido a ir para o controle dos Gurgel. O clã também se mobiliza para conseguir uma vaga no Tribunal de Contas e a vice-presidência da ALAP na eleição da próxima mesa diretora.

Cassação
Deputado Augusto Aguiar correndo contra o tempo para justificar as 43 faltas que teve no primeiro semestre. É que ele pode perder o mandato se não o fizer. Caindo Aguiar, ascende Edinho Duarte (PP).


CAUSOS DA POLÍTICA
 61 anos do suicídio de Getúlio Vargas
 Esta semana o suicídio de Getúlio Vargas completou 61 anos. Foi, sem dúvida, um dos grandes fatos políticos do Brasil no século passado. Getúlio Dornelles Vargas nasceu na cidade de São Borja, na região oeste do Estado do Rio Grande do Sul. Detalhe: São Borja é a cidade do também ex-presidente João Goulart.
Como boa parte das famílias portuguesas que colonizaram o Rio Grande do Sul, a família Vargas é origem açoriana. Getúlio prestou o serviço militar, servindo em diversas cidades. A patente mais alto que alcançou foi a de sargento. Ele era formado em direito. Bacharelou-se em 1907 e trabalhou primeiramente como promotor público em Porto Alegre.
Getúlio tinha apenas 1,60 metros e fazia questão de ser fotografado de modo que parecesse mais alto. Era um incorrigível apreciador de charutos, chegando a fumar oito por dia. Não era ambidestro, mas costumava fazer muitas coisas com a mão esquerda (erguer copos, segurar chicotes etc...).
Getúlio não era uma pessoa muito religiosa. Pelo contrário. Considerava o cristianismo “contra a natureza humana”, e afirmava ser ele “inimigo da civilização”.
Mesmo depois de casado, Getúlio costumava frequentar um puteiro de Porto Alegre chamada Clube dos Caçadores – ou Centro dos Caçadores. Além de cassino, o clube oferecia mulheres de diversas nacionalidades para o “entretenimento” de seus frequentadores.
O governo de Getúlio entregou a militante política judia Olga Benário ao regime nazista. Foi também responsável pela perseguição de diversos intelectuais, entre eles Monteiro Lobato e Graciliano Ramos.
O revólver usado por Getúlio para se suicidar foi um Colt calibre 32.  A arma continua em poder da família, passando de geração em geração.


As últimas palavras de Getúlio, em carta suicida, foram: “… e saio da vida para entrar na história”.

A morte súbita de Getúlio provocou grande comoção nacional. O velório foi realizado no Rio de Janeiro, então capital federal, e o enterro, em São Borja. A população formou uma longa fila para se despedir do presidente. Houve choro, convulsões, desmaios e tumultos. Calcula-se em mais de 100 mil, o número de pessoas que acompanharam o velório.

ARTIGO



CUIDADO COM O ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA


Rodolfo Juarez

Apesar de todos concordarem com a tese de que é nos tempos de crise que surgem as oportunidades para que as pessoas sejam criativas e inovem renovando a forma de resolver os problemas do cotidiano, não são raros os exemplos de melhorias em decorrência dessa condição que os tempos atuais impõem a todos.
Tenho a impressão que a avaliação está sendo mal feita com relação à necessidade de ser criativo e de inovar, pois bem, não basta querer, tem que investir pesado nessas propostas de modificar comportamentos, que buscam resultados por outras vertentes e que sejam eficientes.
Não adianta imaginar que inovar está em apenas querer. É preciso organizar, planejar definindo, com clareza os objetivos, para então, aplicar na modificação da maneira de alcançar os resultados pretendidos.
Claro que a maior necessidade é de quem está passando pelo maior aperto. Aquele que ainda entente que pode enfrentar a crise esperando o “tempo melhorar” apenas cruza os braços ou dá um descanso para a parte produtiva de sua mente e, em algumas oportunidades, conforme a conveniência engana-se a si próprio, avançando em projetos que sabe não dar certo, mas que imagina que “pode dar certo”.
Também há aqueles que estão preocupados apenas com as atribuições que os regulamentos ou o costume lhe impuseram, não se esforçando para mudar o regulamento ou se rebelar contra os costumes. Esse está completamente perdido e sem referência ou entendimento do que está acontecendo no país.
Levar em consideração que o primeiro que sofre, de fato, as consequências maléficas de uma crise é a população e é exatamente a população que por último percebe que a crise passou, deve ser um dos fatores predominantes para aqueles que querem alterar as condições de gerir os interesses comuns.
A gestão pública está cada vez mais exposta quando mais se espera dela. E os momentos de dificuldades são aqueles que mais se espera da gestão pública.
De nada adianta o gestor esconder-se, deixar de discutir as questões básicas e não ter coragem para tomar as decisões que são necessárias. Querer não significar que o fato vai acontecer ou a providência vai ser tomada. Querer deve ser avaliado, cuidadosamente para não conter falhas em sua concepção e possibilitar chegar aos objetivos por rumos diferentes, honestos e ajustados com a capacidade atual dos colaboradores e dos que terão o usufruto dos resultados.
Os costumes, se não forem mudados, contribuirão para a derrocada, que no caso do setor público, é para todos, sem exceção.
De nada adianta, mesmo com reconhecida capacidade de trabalhar, querer manter os padrões dos outros tempos nos tempos atuais. Claro que não vai dar certo. E vale para todos, desde os mais graduados, até aqueles que são escalados para apoiar as propostas em teste ou em repetição.
É preciso que seja compreendido a excepcionalidade da ocasião. Recursos escassos e demandas em crescimento, se não forem bem equacionados, pode geral um sucessão de erros e responsabilizar a todos e, o indesejável: castigar pessoas que confiaram e que esperavam resultados melhores.

A postura tem que ser diferente. Não basta a ordem, tem que haver comando efetivo e participativo em todas as etapas de cada proposta. Assim funcionaria a inovação e a criatividade. De outra forma, resta a decepção, a desconfiança e a certeza de que, ao final, os responsáveis receberão o atestado de incompetência.

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...