sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
EDITORIAL
Obras atrasadas, transtornos dobrados.
A confirmação de que muitas das obras em
andamento na Capital não serão mais concluídas dentro dos prazos estabelecidos
pelos cronogramas do município, começa a complicar para a vida dos munícipes
que residem no entorno, além de prejuízos para o erário municipal.
Quando nem mesmo uma oportunidade rara como a
oferecida pelas emendas parlamentares e/ou verbas dos programas
federais conseguem ser bem aproveitadas para alavancar investimentos, há muito
tempo aguardados pelos contribuintes, é importante que a máquina administrativa
reflita seriamente sobre onde estão os erros e o que pode
ser feito para eliminá-los.
Isso os moradores do entorno da Avenida Caubi
de Melo que será o eixo central de interligação entre as Rodovias do Pacoval e
a Tancredo Neves, que deverá desafogar o trânsito caótico na Zona Norte de
Macapá e ai se incluem os bairros Pacoval, Pantanal e São Lazaro, que viram
iniciar em maio de 2014, duplicação, calçamento e asfaltamento, acreditando que
dentro de oito meses estariam livres dos transtornos. Mas, passados quase dois
anos, eles ainda são obrigados a conviver com o barulho das máquinas, calçadas
abertas e entulhos de construção.
Outra obra que caminha em ritmo lento é a
Creche Tia Chiquinha, que, apesar de estar com a estrutura avançada, foi
detectado erro de alinhamento das paredes, o que poderá levar a demolição e
nova construção, além do atrás e os demais gastos financeiros. O resultado são
paralisações, materiais que vão se deteriorando e a necessidade de mais
recursos.
E isso leva tempo, pois a verba é federal e
normalmente isso não facilita pela burocracia. Erro de engenharia, erro de
fiscalização que é de responsabilidade da prefeitura de Macapá.
O cenário ilustra uma situação frequente no
âmbito de obras públicas, quando a execução se estende por mais tempo do que o
previsto, inicialmente. Explicações para a lentidão não faltam e vão de mau
planejamento e problemas crônicos na elaboração dos editais de licitação revelando
a grande dificuldade da máquina pública municipal de cumprir com suas
finalidades básicas. A fiscalização deficiente e a certeza de que não haverá
punição são outros fatores que contribuem para a perpetuação dos atrasos na
execução de obras públicas do município. Por isso, não basta a comunidade
exigir o cumprimento dos prazos revistos. Precisa se dispor também a cobrar
mais eficiência da burocracia daqui pra frente.
Assim mesmo com todos os problemas que vem
enfrentando e que não são poucos, principalmente em sua periferia, com ruas
transformadas em piscinão de lama, o Tribuna Amapaense aproveita para
homenagear essa Macapá querida, que completa 258 anos eque recebeu nesses centenários anos migrantes atrás de
novas oportunidades. E com aqueles que aqui viviam e aqueles que cá chegavam,
começaram a construir uma nova capital, uma nova identidade, a perfeita mistura
da cultura de Macapá com os que por aqui passaram. Desde então, esse somatório
fez com que a capital amapaense crescesse muito.
Parabéns Macapá, cidade querida e abençoada
por Deus.
CISMANDO - PEDRO VELLEDA
Relutâncias de aceitação
Aqui, na agitada redação do Tribuna, procuro
o arquivo da edição 489, que entre outras coisas mostra as minhas obrigações,
revisão, reforço na editoria, e claro, o artigo do Velleda, o meu texto
semanal, ora pois..., para a coluna Cismando. Pela primeira vez, não sei o que
escrever. Respiro, saboreando o delicioso café da Rose Brau, e finalmente pesco
um ágil pensamento sobre a dificuldade que a gente tem de aceitar as coisas,
principalmente as mais lógicas. Ora, aceitar é um início da transformação.
Aceitar + ação.
Receber de boa vontade aquilo que é
oferecido.
Mas porque é tão difícil aceitar? Aqui peço
uma ajuda ao amigo espírito Hammed.
Quando precisamos aceitar uma circunstância
que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à
nova situação. A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em
aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos
submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos. De verdade, se
quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos
começar aceitando. Simplesmente nos aceitando.
Mas o que é auto aceitar-se... Reconhecer os
erros e acertos, respeitando a si próprio como um Espírito em evolução; não se
revoltar ou ficar triste porque ainda não tem as boas atitudes que gostaria;
aceitar o próprio corpo físico.
Auto aceitação não deve significar acomodação
ou revolta, mas uma atitude de humildade para aceitar que ainda somos
imperfeitos e mudar para melhor. A auto aceitação fortalece a paciência e a fé,
nos auxiliando a viver em harmonia conosco e com os outros.
É difícil aceitar as perdas materiais ou
afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições. A
nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que
nos gera sofrimento. Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir
nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais
complicado e pesado.
Em outras ocasiões, nossa reação é a de
negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais
como revolta, tristeza, culpa e indignação. Todas essas reações são destrutivas
e desagregadoras.
Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e
insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades e nos
impedem de enxergar as soluções. Pode parecer que quando nos resignamos diante
de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e sendo fracos. Mas não.
Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e
que a vida é regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com
serenidade e fé.
Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção
de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes mudanças que a vida nos
apresenta, devemos começar admitindo a nova situação. A aceitação é um ato de
força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e humildade,
e nos impulsiona para a luta. É detentora de um poder transformador que só quem
já experimentou pode avaliar. Existem inúmeras situações na vida que não estão
sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las. É fundamental entender que
esse posicionamento não significa desistir, mas sim manter-se lúcido e otimista
no momento necessário.
Aceitar é exercitar a fé. É expandir a
consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter uma atitude
saudável diante da vida. É nos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos
oferecer. Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova
oportunidade de renascimento no corpo físico.
Os sentimentos de amargura, desespero e
revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das próprias dificuldades em
lidar com os problemas.
Lembremos que todas as dores são
transitórias. Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e
resignação. Olhemos para elas como mecanismos da Lei Universal que o Pai
utiliza para que possamos crescer em direção a Ele. Busquemos, desse modo, as
fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor nos dirá
como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.
Bem, deves estar encafifado com o que leste.
Mas não te cobres tanto, as vezes fica difícil aceitar... Portanto, busque
alicerçar a sua vida na alegria de viver e na esperança, na certeza de que “não
há mal que dure sempre”, posto que Deus a tudo conduz e vela por todos os
filhos, nas variadas situações do planeta terrestre.
Economia
Festejos envolvem cultura e investimentos
Reinaldo Coelho
Com o objetivo de difundir e preservar a
cultura japonesa no Estado, a Semana do Japão no Amapá, que está em sua oitava
edição e o evento deste ano teve como tema: “Diversidade Cultural na Linha do
Equador”.A festa também encerra as comemorações dos 120 anos de relações
diplomáticas entre o Brasil e o Japão, comemorado em 2015 com mais de 500
eventos em todo o país. O cônsul do Japão em Belém, Masahiko Kobayashi, abordou
esse assunto na sua palestra inicial no Museu Sacaca.
O cônsul japonês visitou o governador do
Estado do Amapá, Waldez Góes, quando apresentou a possibilidade do governo
ofertar um curso de língua japonesa para estudantes da rede pública de ensino e
ressaltou o interesse em ofertar bolsas de graduação e pós-graduação para
alunos amapaenses, com a possibilidade de intercâmbio.
A ideia do curso surgiu a partir da
solicitação dos estudantes que participam da semana do Japão no Amapá e o chefe
do Executivo informou que levará a proposta à Secretaria de Estado da Educação
(SEED). “É uma possibilidade. Vou repassar à SEED que vai dialogar com o
Consulado japonês sobre o projeto. Temos o curso de francês e estudamos a
implantação dos cursos de inglês e espanhol. Assim, teremos um centro de
línguas”, disse Góes.
Investimentos Na ocasião, Waldez Góes falou
sobre a regulamentação da Zona Franca Verde e pediu para que a Amcel Celulose
(empresa com capital japonês que atua no Amapá) faça investimentos na diversificação
de atividades no Estado, como o plantio de grãos ou de mandioca, alternativas
que contribuem para o desenvolvimento econômico da região.
Projetos
Os visitantes também mostraram interesse em
continuar investindo no Estado.Na ocasião, Waldez Góes falou sobre a
regulamentação da Zona Franca Verde e pediu para que a Amcel Celulose (empresa
com capital japonês que atua no Amapá) faça investimentos na diversificação de
atividades no Estado, como o plantio de grãos ou de mandioca, alternativas que
contribuem para o desenvolvimento econômico da região.
Os japoneses se mostraram interessados em
atender o pedido e investir em outros ramos. Também apresentaram o andamento de
três projetos no Estado: geração de energia, produção de alimentos e produção
de laminados e MDF.
Em relação a geração de energia, a empresa
concluiu a primeira fase do projeto que é o estudo de viabilidade da atividade.
Agora, o plano segue para a próxima etapa que é a análise dos custos de
implantação devido o alto custo de investimento.
No setor de alimentos, o projeto está em
processo de identificação das áreas que podem ser utilizadas para plantio. Já a
produção de laminados e MDF, os empresários procuraram a Agência de
Desenvolvimento Econômico do Amapá onde encontraram uma empresa que tem
interesse em implantar uma fábrica no estado.
Essas e outras potencialidades do Amapá serão
apresentadas pelo governador em março, durante uma palestra em São Paulo para
empresários japoneses. Após isso, um grupo visitará o Amapá para estreitar relações.
“Estamos planejando diversificar nossas atividades no Amapá. Isso é de total
interesse do empresariado japonês”, ressaltou Kobayashi.
NAS GARRAS DO FELINO
Nas Garras do
Felino
Esse barco tá
cheio demais
Se você der uma
olhada despretensiosa para as parcerias do Mentira Fresca vai perceber uma
coisa. O barco está cheio demais e como diz o cancioneiro popular, não vai
chegar do lado de lá. Ali, se jogarem a PMM pra cima, não sobra uma lasquinha
para povo, os larápios pegam tudo.
Fugindo à tradição
A Festa de
aniversário da cidade sempre no Largo dos Inocentes. O Clécio só dá tiro no pé.
Mudou o feriado de 4 pra 5 e agora vai fazer o vento oficial do município
na Praça da Bandeira. Mentira vai descaracterizar a tradição da tua cidade,
Belém, não da nossa Macapá.
Depois não querem
crítica
O Ministério
público entrou com aproximadamente 20 ações de improbidade administrativa
contra vários deputados por receberem diárias indevidas, mas poupou
Camilo Capiberibe, Lucas Barreto e Randolfe Frederick. Segundo consta os
três também receberam diárias consideradas ilegais. Alô MPE caolho, “Erga
Omnes”. Disque é a lei.
Bastidores
perigoso
Os Bastidores do
Poder é algo que guarda muito segredo. Os desafetos do ex-deputado Fran Junior
que o digam. Ele solta cada pérola e jura de pés junto que é verdade. Segundo
ele, teve um deputado que por diária virava chupa chupa. Adorava um “paletero”.
Quem será?
Salve Jorge
Parece que os
ventos sopram na direção de Jorge Amanajás como o pré-candidato que receberá
apoio do Setentrião para a cadeira de Alcaide de Macapá. É muito melhor, mas
muito melhor do que essa turma que já posta no tabuleiro eleitoral. Salve
Jorge!
No estlilo Mentira
Fresca
A turma da
PMMentira foi no Marabaixo II arrebentaram a avenida principal dizendo
que iam melhorar. Fizeram uma engalicagem e deixaram a rua pior do que
encontraram. Resultado: os moradores estão doidinhos pra chegar a eleição para
votar no Mentira.
MPE caolho
O Mentira Fresca
aplica calote na Macaprev e não recolhe o dinheiro dos consignados dos barnabés.
Nenhuma açãozinha contra o ele. Por que heim?
Se acabando tudo
MATÉRIA DE CAPA
Rodovia do Pacoval: Abandono e descaso
Candidato Clécio e o senador Randolfe afirmavam em
campanha que a falta de asfaltamento nas vias de Macapá era preguiça ou
corrupção, e hoje, qual será o motivo?
Reinaldo Coelho
Uma das obras,
considerada a ‘menina dos olhos’ de David Alcolumbre, quando era candidato a
prefeitura de Macapá, em 2012, era a Rodovia do Pacoval. Essa artéria é uma das
alternativas para desafogar o tráfego da Ponte Sérgio Arruda. Mas a obra
assumida pelo candidato psolista Clécio Luís, estava prevista à sua entrega era
o dia do aniversário de Macapá em 2015. E sua conclusão em agosto do mesmo ano.
Estamos em 2016 e...? Bem... Macapá não vai receber o presente.
A obra tem
recursos de emenda parlamentar do ex-deputado federal e hoje senador Davi
Alcolumbre, inserido no Projeto Calha Norte. O recurso foi dividido em dois
convênios, no valor total de R$ 5 milhões, a contrapartida ficou por conta do Tesouro
Municipal no valor de R$ 250 mil.
A Rodovia do
Pacoval é a segunda artéria de interligação da zona norte ao centro da capital
e pelo projeto serão mais de 3,7 quilômetros de vias recuperadas, com serviços
de pavimentação, calçamento, meio-fio, ciclovias, terraplenagem e drenagem.
A obra tem sido
feita em etapas. Numa demonstração inequívoca de falta de planejamento. A recuperação
asfáltica é um exemplo disso. Previa melhoria da trafegabilidade e da
mobilidade no eixo que vai do início da Rodovia do Pacoval (início da ponte),
passando pelos bairros Pantanal e Renascer, até chegar à Avenida Tancredo Neves
e as avenidas do entorno. Mas até agora somente trechos intercalados estão com
cobertura asfáltica e, aliás, nossa reportagem constatou “in loco” que é de
péssima qualidade. Diferente das promessas de campanha que alardeavam asfalto
com espessura de 15 cm.
A empresa responsável
pela obra
empresa JM Construtora, cometeu um grave crime
ambiental. O piche colocado na avenida de acesso vazou e encobriu a vegetação e
a água da ressaca local. Segundo o que a reportagem apurou com populares ele
teria sido trazido pelas chuvas após o espalhar o “piche” da Rua Benedito Rodrigues
Ferreira. A Secretaria Municipal de Obras (SEMOB) informou que a empresa
responsável pela pavimentação da via teria
iniciado a limpeza em seguida. No local fomos informados por moradores que essa
informação não é procedente.
Enfim! Estamos na
semana do aniversário da Cidade de Macapá, e o presente aos moradores da Zona Norte,
por ocasião dos festejos da cidade está inconcluso. Se dinheiro tem. Por que
Clécio não aprontou a obra? Incompetência ou preguiça?
Resultados negativos da obra
A falta de
planejamento da obra fica evidenciada na utilização da avenida Caubi de Melo,
que por não ter acesso paralelo não poderia ser utilizada para interligar os
bairros Renascer II e o Pantanal. Essa artéria tem barrancos naturais em suas
laterais, o que dificulta mais ainda a mobilidade dos moradores e o fluxo do
tráfego local, principalmente dos coletivos.
A obra iniciada em
novembro de 2014 logo foi paralisada em função das chuvas que caem em Macapá
nesse período e só foi retomada em agosto de 2015. Ficando paralisada por longo
10 meses e quando os serviços foram retomados foi em ritmo lento demais. Acabou
que a avenida Caubi Melo, recebeu recapeamento asfáltico, com obras de terraplanagem
nas laterias da via, ou seja, razão para o lamaçal que se vivifica no início invernoso
de 2016.
As outras vias do
Bairro do Pantanal, mais longe das obras de acesso, receberam uma nova técnica
de cobertura asfáltica, mistura de seixos com pinche, com menos de 1 cm de espessura,
ou seja, para esconder temporariamente a poeira e a lama. Qual é o prazo de
duração desse arremedo asfáltico, pois não tem obras de galeria para escoamento
de águas pluviais.
Algumas vias que
não estão contempladas no projeto se transformaram em verdadeiros atoleiros.
Andando pelas vias transversais, constatamos que é possível identificar o
abandono e o total descaso para com esse povo que usa essa rua para ir e vir
cotidianamente. Muito mato e lixo, em alguns pontos o mato tomou conta de toda
extensão da rua.
E o que já estava
ruim piorou com a chegada das chuvas, pois como não há pavimentação o lamaçal
se forma e contribui para agravar a situação de intrafegabilidade da rua.
Alguns moradores explicam que só há como sair de casa com sacos amarrados nos
pés. Vergonhoso.
O estudante
Mariano Levy (15), diz que quando chove
não pode sair de casa porque a lama suja os seus pés. E no sol, os carros
passam em alta velocidade e enchem as pessoas de poeira.
A avenida Nicolau
Libório acumulam reclamações. A avenida que nunca foi pavimentada, de acordo
com o período do ano causa problemas aos habitantes que sofrem ora com a
poeira, ora com a lama.
A praça está
depredada e não oferece nenhuma segurança. O espaço continua sem bancos, sem
lixeiras e com a estrutura comprometida. Quem realiza a limpeza paliativa do
local é a própria população. “Passou o
ano de 2015 e continuamos sem ver uma equipe da Prefeitura, pelo menos para
amenizar o problema do bairro. Enquanto isso vamos ajeitando como podemos, já
que as crianças usam a Praça para um projeto de futebol”, explicou o
comerciante Antônio Braga.
Rodovia destruindo a Ressaca.
A obra no trecho
entre o Pantanal e o Pacoval, que pelo projeto inicial deveria ser duplicada,
vem recebendo aterramento que está comprometendo a Ressaca do Jandiá, que
inclusive teve seu centro transformado em rua de acesso, considerado ilegal pelo
Instituto de Licenciamento e Ordenamento Territorial do Amapá (IMAP), que
informou em 2015 que não houve, no plano de obras da prefeitura de
Macapá, um pedido para intervenção na área de ressaca onde o município executava
obras de asfaltamento no Bairro Pantanal.
Na audiência, Éden
Quaresma, coordenador de licenças do IMAP, disse na ocasião que a licença para
os serviços da prefeitura foi emitida no segundo semestre de 2014, e
contemplava obras de recapeamento e recuperação de vias e não para aterramento
da Ressaca. E continua acontecendo. Em certos locais os moradores já estão
transformando em lixeiras viciadas. Ou seja, meteram os pés pelas mãos, numa
ação criminosa contra o meio ambiente.
Indenização?
Grande extensão de
um barranco que existia paralelo a avenida Caubi de Melo, onde existem proprietários particulares de extensas áreas, com
atividades empresariais, tiveram essas terras retiradas e seus limites avançados
em mais de 10 metros para poder duplicar a via e fornecer terra para os
aterros. Inclusive já está sendo montando um pequeno condomínio no local, com
obras de residências particulares. Não conseguimos informações se esses
proprietários foram indenizados.
Obras na malha viária
A malha viária de
Macapá foi um dos pontos da campanha em 2012, do prefeito Clécio Luís, em
dezembro de 2014, em uma entrevista a um blog, declarou o seguinte: “fizemos, junto com o governo do Estado, 43
quilômetros de asfalto novo. O trabalho foi feito em ruas que nunca foram
asfaltadas e também naquelas onde a pavimentação já não prestava mais. Isso
equivale a 10% do que foi feito durante 30 anos em Macapá. Agora, imagina se
cada um tivesse feito sua parte. Conseguimos habilitar Macapá em três
programas, ou seja, ainda vamos ter R$ 144 milhões para investir nas ruas da
cidade, assim que o governo federal aprovar os projetos e liberar esse recurso”.
A pergunta que o
Tribuna Amapaense faz é a seguinte: a prefeitura recebeu esses recursos? Foram
ou estão sendo aplicados nas ruas da cidade? Considerando o que se vê Clécio
Luís fez só 10% mesmo e o restante da malha foi solenemente abandonado. Uma
imagem, segundo os marqueteiros fala mais que mil palavras. Vejam os senhores.
COTIDIANO
REINALDO COELHO
Muita gente não consegue ficar em paz
com o barulho nas ruas. Carros, serestas, bares, carros de propaganda e até
buzinas são os maiores vilões que intranquilizam o sossego alheio. O que fazer
se a Lei do Silêncio prevê 70 decibéis?
Bom, então o que diz a lei? Artigo 42
da Lei de Contravenções Penais, no capítulo referente à paz pública: perturbar alguém, o trabalho ou o sossego
alheio, com gritaria ou algazarra, abusando de instrumentos sonoros, não pode
(o dia todo e não somente após 22h, como muitos pensam) com pena de detenção de
15 dias a três meses ou multa.
Mas não é só isso. A necessidade de
se combater a poluição sonora permite que seja aplicado também o artigo 54 da
Lei 9605/98, Lei de Crimes Ambientais – LCA:que criminaliza o ato de “causar poluição de qualquer natureza em
níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana”. Neste
caso a pena é de reclusão de um a quatro anos mais multa. Se for culposo, de
seis meses a um ano.
Como o elemento subjetivo da conduta
é o dolo, o infrator precisa ter a vontade consciente de perturbar o sossego
alheio para que se considere uma infração penal. E não é isso que normalmente
acontece com um motorista, por exemplo, que aumenta o som de seu carro para
beber num bar. Mas ele assume o risco, então teve dolo eventual. Ao homem
médio, é natural se concluir que aquele volume de som pode causar incômodo a
alguém. Portanto a guarnição realmente determinará ao dono do veículo que cesse
o ruído, informando-lhe sobre o incômodo que o som está provocando.
Havendo insistência do condutor, há o
cometimento da contravenção e agora do crime de desobediência, Art. 330 do
Código Penal, já que a ordem do servidor foi legal.
Na prática, é apenas solicitado ao
dono que abaixe ou desligue o som. Não é a medida esperada pela lei. Cessado o
ruído perturbador, não cessam seus efeitos. O PM não deve mensurar a
ofensividade do bem, concluindo que se refere a uma infração de menor potencial
ofensivo, pois já fez isso o legislador, que até o momento não revogou o
dispositivo que ainda vige. Então a condução à delegacia é a medida que se
espera do policial para que se previna a infração, que se responsabilize o seu
autor e que o bem jurídico tutelado, o sossego alheio, recupere a lesão
sofrida. E o solicitante, aquele mesmo que chamou a guarnição, tem o direito de
exigir o cumprimento da lei.
Pouco importa se a Prefeitura
Municipal concedeu ou não alvará para a prática de algum evento ou
funcionamento de algum bar ou casa noturna. O âmbito aqui é penal. Cabe aos
proprietários de seus bares e de suas casas noturnas impedir a saída do som
para a parte externa de seus estabelecimentos. Pouco importa também a
existência de prova técnica que ateste a quantidade de decibéis.
No Amapá
A Delegacia Estadual de Meio Ambiente
(Dema) vem fazendo mobilização para combater crimes de poluição sonora
cometidos na zona urbana de Macapá. A demanda de reclamação
diária na especializada é grande conforme relatou o delegado Francisco Sávio
Pinto.
“Vamos promover uma ação para
encontrar as pessoas denunciadas por vizinhos de abusar com volume de som além
do permitido. Algumas pessoas foram chamadas a Dema, porém não compareceram por
isso vamos até o local onde está ocorrendo os abusos”, enfatizou Sávio.
Os alvos são de características
diferenciadas, ou seja, pessoas comuns, empresários, igrejas, veículos
adaptados com equipamentos especiais, lojas entre outras pessoas físicas e
jurídicas que vão ter que dá explicações à polícia.
De acordo com o delegado esta
mobilização deverá acontecer pelo menos uma vez por mês a fim de evitar a
proliferação desse tipo de problemas em Macapá.
As ocorrências lavradas anteriormente
serão atualizadas e será dado prosseguimento a partir da identificação dos
acusados.
Segundo o delegado existem alguns
casos que a polícia lavrou um Termo Circunstanciado (TC), ocasião em que o
acusado se comprometeu a não mais infringir, porém não atendeu atenção ao caso,
então agora os agentes vão ao local do fato dá continuidade ao procedimento.
DESPORTO
Superando limites: deficiente visual aposta na
corrida e vence desafios
Paratleta
deficiente visual amapaense supera a deficiência, com a corrida de rua. Porém a
barreira mais difícil de suplantar é a do patrocínio.
Reinaldo Coelho
Nos Jogos Paralímpicos
de Londres (2012), nossos atletas deram um show de superação. O atletismo foi o
esporte que mais fez o Brasil subir ao pódio, com 18 medalhas — sete de ouro,
oito de prata e três de bronze. E em todo o mundo, fala-se muito sobre a
inclusão dos portadores de deficiência à sociedade: leis determinam a
contratação de deficientes em empresas, cidades adaptam sua arquitetura para
facilitar o acesso a diferentes lugares, meios de transporte são modificados
para dar cada vez mais autonomia a essas pessoas, que representam 18,8% da
população brasileira (de acordo com o IBGE – Censo 2010).
Mas há uma área
em que os avanços para a inclusão do deficiente ainda são muito tímidos:
competições esportivas, especialmente corridas de rua. E principalmente em Macapá,
devida as ruas ser cheias de remendos, sem calçamentos e muitas sem cobertura
asfáltica, predominado a lama no inverno e a poeira no verão.
Conheça um pouco
mais da história dos nossos medalhistas de ouro do atletismo, que mostraram que
a paixão pelo esporte é capaz de vencer qualquer barreira menos da do
patrocínio, esta está difícil, tanto oficial quanto privada.
Um
paratleta de ouro.
Gilson Machado perdeu a visão aos 10 anos de idade, vítima de um
glaucoma. Mas, mesmo com a deficiência, sua paixão por esportes continuou e ele
superou obstáculos na corrida de rua. A prática esportiva sempre foi o sonho
desse jovem de 35 anos de idade, porém a oportunidade nunca surgiu devido a sua
deficiência. “Na minha infância e juventude, pratiquei artes marciais, como o
Jiu-jitsu, com amigos. Quanto a pratica de atletismo sou recém-chegado na
modalidade. Há mais de dois anos que estou competindo”.
Com uma
determinação de dar inveja a qualquer atleta de alto rendimento, Gilson Machado
precisou ainda superar as dificuldades de apoio para os treinos e patrocínio
para competir fora do Estado.
Porém, Gilson
Machado necessita de apoio para custear as despesas da viagem. De acordo com
GeerceMachado, esposa e guia, as despesas
com hospedagem, as passagens aéreas e dinheiro para manter os dois nos locais
da competição são o maior drama.
“Infelizmente
essa é a realidade do atletismo local. O Gilson está treinando forte, tem
resultados muito bons, mas a dúvida é quando chegam as competições, pois não
sabemos se iremos conseguir viajar por falta de apoio”.
“O poder
público, não apoia os atletas de modalidades de menor destaque, como a corrida
de rua. Os gestores do desporto beneficiam modalidades de artes marciais e
futebol. Tenho recebido apoio de amigos, que fazem coleta e me ajudam a
viajar”, desabafa Gilson.
Corrida em Belém
MATÉRIA DO JORNAL O LIBERAL |
Em 2015, Gilson
Machado participou da Corrida do Círio, em Belém e ficou em segundo lugar na
categoria deficiente visual e continua treinando bastante, para obter resultados
significativos no Norte/Nordeste de 2016,que acontecerá de 4 a 6 de março em
Recife (PE), onde espera conquistar uma medalha de ouro, repetindo os feitos de
2014, quando participou do circuito em
Natal (RN).
Naquele ano
Gilson conquistou o primeiro lugar nos 400 metros, foi o segundo colocado nos
200 metros e repetiu a segunda posição nos 100 metros. Em 2015, o pódio foi o
de segundo lugar do Norte/Nordeste e da Corrida do Círio.
“Nas competições
locais, os títulos de 1º lugar são meus na minha categoria de deficiente visual
masculino. Fora do Estado em 2014, conquistei o primeiro lugar nos 400 metros,
fui o segundo colocado nos 200 metros e repeti a segunda posição nos 100
metros, no circuito de Natal (RN) e, em 2015 de novo em Recife (PE) fiquei com
o segundo lugar no Norte/Nordeste”.
A segunda
vitória veio quando disputou a mini maratona do Meio do Mundo, evento esportivo
que inaugurou a nova pista de atletismo do Estádio Olímpico Milton de Souza
Corrêa, o "Zerão".
Vitorias em 2016
E em 2016 o
paratleta já participou da Corrida Cidade de Belém, onde conquistou a medalha
de prata e está se preparando para a Norte/Nordeste de 2016. Para participar da
corrida paraense passou muita dificuldade mas conseguiu e foi o único
representante do Amapá no evento que tem concorrentes de todo o país. “Eu
representei o Amapá, levantei a bandeira do meu Estado, para o pódio da Corrida
Cidade de Belém, e não tive nenhum apoio oficial nem
privado, apenas alguns amigos me ajudaram. E quero agradecer a esses amigos que
me apoiam o senhor Ailton, o promotor Flávio Cavalcante, Valdo Quezia e o
professor e técnico João Santos da Equipe Portal do Sol e o meu guia Maxwell,
que está a dois meses me apoiando e já conquistamos medalha e espero conseguir
mais para o Amapá”.
ANÁLISE
As organizações da sociedade
civil, que se envolvem com a transparência no poder público estavam com suas
expectativas em alta. Todas voltadas, para a aprovação da proposta de Auditoria
da Dívida Pública, contida no Plano Plurianual (PPA), para o período de 2016 à
2019 que fora aprovado pelo Congresso Nacional. Como, aliás, determina a nossa
Constituição Federal desde a sua promulgação em 1988.
Entretanto, no último dia 14 (quinta-feira) foi publicado o
veto da presidente Dilma (PT) no Diário Oficial União sobre a proposta de
Auditoria da Dívida Pública que fora incluída na lei do PPA de 2016 à
2019, por
emenda do deputado Edmílson Rodrigues (PSOL-PA), acatada pela Comissão de
Finanças e Tributação da Câmara e posteriormente aprovada pelo Congresso
Nacional (deputados e senadores).
Foi uma bola fora da dona Dilma!
Ela considerou a proposta irrelevante
para esta contida no PPA, alegou que a dívida pública já vem sendo monitorada
por CGU, TCU, Banco Central e outros órgãos. Essa decisão pode custar ao país
mais alguns bilhões de reais de prejuízos. A auditoria da dívida é um pedido
antigo dos partidos de esquerda, que criticam, principalmente, o percentual
elevado do Orçamento destinado ao pagamento dos juros e do principal da dívida.
De acordo, com a Auditoria Cidadã da
Dívida que é defensora da proposta, em 2014, o governo federal gastou R$ 978
bilhões com juros e amortizações da dívida pública, o que representou 45,11% de
todo o orçamento efetivamente executado no ano. Veja o gráfico:
Para o Prof. José Eustáquio Diniz
Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, (..) a dívida
bruta do governo geral do Brasil caminha para os R$ 4.000.000.000.000,00
(quatro trilhões de reais), segundo dados do Banco Central. Em 5 anos de
governo de Dilma Rousseff, a dívida dobrou de tamanho, passando de 2 para 4
trilhões de reais. Os volumes envolvidos na explosão da dívida não têm
precedentes na história do Brasil e é uma herança maldita que vai durar
décadas.
Como podemos ver os números da dívida
pública brasileira são astronômicos. e insustentáveis. Para se ter uma ideia
desse montante, vamos tomar como exemplo um dos programas sociais do governo
federal mais conhecido que é o Bolsa Família. O programa abarca mais de 15
milhões de famílias e aproximadamente 54 milhões de pessoas e que o governo
federal desembolsa em torno 24 milhões para o seu custeio anual. Enquanto, para
dívida pública são destinados mais de R$ 2 bilhões diários somente para
pagamento de juros e amortizações. Com esses valores em um pouco mais de dez
dias se paga no Brasil um Bolsa Família.
Segundo estudos da organização Auditoria
Cidadã, a dívida consome aproximadamente 45% do Orçamento Federal. Número cerca
de dez vezes maior do que é investido em saúde.
Como então explicar os tais 45% do
orçamento?
O Brasil gasta 45% do seu orçamento pagando bancos,
enquanto educação e saúde recebem menos de 4% cada. Ou seja, os 45% do orçamento equivalem à soma dos juros e das
amortizações. O
dinheiro do povo é usado para sustentar o lucro bilionário de banqueiros
“desconhecidos”. Com isso, quando os juros estão elevados, o
empregado tem que trabalhar mais para pagar os seus empréstimos pessoais. Fica
mais difícil comprar um carro, reformar a casa, contratar um empréstimo
bancário, adquirir um bem ou ate mesmo fazer a realização deinvestimentos
pessoais.
A
presidenta Dilma (PT) perdeu ótima oportunidade de avançar nessa importante
questão do buraco negro que é a dívida pública. Se o Congresso corajosamente
aprovou a medida, a presidente Dilma (PT) deveria ter aproveitado e sancionado.
Esses valores que são destinados ao pagamento de juros e amortizações da Divida Pública são algo surreal. Por que impedir uma auditoria cidadã da dívida? A quem interessa que o Brasil continue pagando valores astronômicos, com base em dívidas e critérios duvidosos que foram apontados pela CPI da Dívida (2010)?
Agora, é aguardar para ver se o Congresso Nacional derruba esse veto. O Brasil, e seu povo não quer dar calote em ninguém. Quer apenas pagar o que for justo e realmente devido.
Para, Maria
Lucia Fattorelli, que é Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, afirmou: “Que dívida é essa que não para de
crescer e que leva quase a metade do Orçamento? Qual é a contrapartida dessa
dívida? Onde é aplicado esse dinheiro?“.
O povo também quer saber dona Dilma!
AdrimauroGemaque, é analista do IBGE
e articulista e expressa seu ponto de vista em caráter pessoal (adrimaurosg@gmail.com).
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