domingo, 23 de abril de 2017

Amapá vai exportar primeira carga de açaí com selo internacional
Foram 15 toneladas de açaí certificado procedente do Arquipélago do Bailique. Uma parte abastecerá o mercado local e outra parte será exportada.
A certificação do açaí valoriza a produção local e incentiva os extrativistas a entrarem no mercado de exportação
Desembarcou nesta sexta-feira, 21, no Igarapé da Fortaleza, na divisa entre Macapá e Santana, as primeiras 15 toneladas de açaí certificado vindas do Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá, a 160 km da capital.  A comunidade é a primeira a conquistar o selo socioambiental de manejo. No período da tare, a carga será beneficiada e uma parte abastecerá o mercado local e a outra será exportada.
A cooperativa dos Produtores Agroextrativista do Bailique, AmazonBai, filiada à Organização das Cooperativas do Amapá (OCB), recebeu, recentemente, do Conselho de Manejo Florestal (FSC - Forest Stewardship Council), o certificado de manejo da floresta que incentiva à regularização fundiária, garante o manejo florestal e incentiva a segurança do trabalhador, com uso de proteção individual.
O selo foi concedido porque o açaí do Bailique corresponde às características exigidas pelo Conselho de Manejo Florestal, atendendo aos padrões do FSC, com benefícios sociais e viabilidade econômica. Este é o selo mais conhecido do mundo no segmento.
O presidente da AmazonBai, Rubens Gomes, considera que a exportação do produto certificado é um marco no processo da agroindústria amapaense e comprova que é possível ter desenvolvimento com uso sustentável da floresta.
Cadeia produtiva
Outra situação comemorada é a saída da figura do atravessador. Pois, todas as cooperativas de açaí estão filiadas à OCB, que é a organização das cooperadas. E, com esse trabalho, o ribeirinho passa a ser o investidor, vendendo o seu produto direto para a Organização das Cooperativas e recebe pelo preço real.
“Hoje, o trabalhador também é o patrão. O que ocorria antes é que, o ribeirinho tinha que vender seu produto a preços insignificantes para ser transformado em polpa e vendido a mil dólares fora do país. E a nossa atual realidade não permitirá que isso volte a acontecer”, comparou o presidente da AmazonBai.
Rubens Gomes, também destacou a participação de 16 técnicos que estão sendo qualificados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em parceria com a Embrapa/AP para fazer a neofilização da polpa do açaí e transformá-la em superalimentos.
Cooperativismo
A AmazonBai e outras 11 cooperativas fazem parte do consórcio de produção de alimentos que é gerenciado pela OCB. A organização atua em três cadeias produtivas: açaí (seis cooperativas), pescado (três cooperativas) e castanha do brasil (três cooperativas).
Recentemente, os representantes da OCB solicitaram o apoio e incentivo do governo do Estado para se instalar no Distrito Industrial de Santana. Os cooperados já receberam orientação da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá), quanto à documentação e incentivos fiscais da Zona Franca Verde.
As cooperativas também aguardam a liberação de um financiamento do Fundo de Desenvolvimento Rural do Amapá (Frap), para que possam modernizar e expandir a produção de alimentos no Estado do Amapá.
“A Agência tem cumprido com o seu papel de buscar o investidor, seja ele grande, médio ou pequeno. Queremos dar oportunidade a todos e, claro, percebendo que o nosso investidor tem grandes potenciais como é o caso desses cooperados, nós temos o maior orgulho de incentivá-los”, destacou o diretor-presidente da Agência Amapá, Eliezir Viterbino.
A certificação do açaí por um conselho mundial torna o produto mais valorizado e incentiva os extrativistas do açaí a entrarem no mercado de exportação.

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