domingo, 23 de abril de 2017

Artigo do Velleda Coluna CISMANDO



Caso sério!

Confesso que a gente se surpreende todos os dias com os absurdos que acontecem e que nos chegam, de várias formas, pelas redes sociais, telefone, tv, rádio e jornais. Agora é a essa tal de "Blue Whale” – ou Baleia Azul – uma espécie de desafio, perigoso, sobre tudo para os incautos adolescentes, que culmina com mutilação e suicídio. Grupos fechados nas redes sociais, onde só pode entrar quem tem a permissão de um curador (administrador do grupo).
Mas que onda é essa? Desafios, músicas psicológicas de suicídio, vídeos de suicídios, filmes de terror...
Mas que loucura é essa? Onde elencam até sugestões de como se suicidar – pular de um prédio, se enforcar, pular na frente de um trem – isso é muito doido...
Parece bobagem, que ninguém vai entrar num jogo onde se deve morrer. Do seu ponto de vista sim, você pode até estar certo. Mas no ponto de vista de um jovem com problemas não, talvez esta seja a forma de “apertar eject” com certa honra ou uma das únicas maneiras de sentir uma alta estima e se despedir de violência doméstica, bullying, rejeição, abuso sexual, etc.
O Desafio Baleia Azul nasceu na Europa e já gerou mais de 150 suicídios diretos. O Brasil é o oitavo país em taxa de suicídio do mundo. Sabemos muito pouco sobre isso, e costumamos lidar com este grave problema de saúde mental de forma preconceituosa e sem grande importância.
O quadro é simples – temos neste momento milhares de jovens que por falta de expectativa em suas vidas, se tivessem uma tecla de “morrer”, apertariam sem pestanejar. E fazer um chamamento para um “desafio” parece ser um trunfo de quem está por detrás deste jogo macabro. Logo de cara ao entrar no “desafio baleia azul” o jovem cede endereço, documentos, filiação e os responsáveis, caso as tarefas não sejam cumpridas, ameaçam matar familiares, e compartilhar coisas íntimas. Mesmo que eles não possam fazer isso, a chantagem surte efeito numa mente perturbada.
Você deve estar pensando que basta rastrear o nome “baleia azul” e seu filho está protegido. Não. No Brasil os casos que a polícia já está investigando eram sites e comunidades de “empoderamento para gordinhos” e “vença o bullying”. A inspiração do jogo é uma crença popular segundo a qual a baleia azul seria capaz de se suicidar indo voluntariamente encalhar na praia. O “desafio” consiste em incitar os participantes, geralmente em grupos secretos no Facebook, a completar 50 desafios, que conduzem lentamente à morte.
Além do jogo macabro, o suicídio está sendo abordado em uma série que virou “febre” no Netflix, o 13 Reasons Why, que é a história de um estudante que encontra em casa uma caixa contendo sete fitas cassete, gravadas por uma colega que tinha se matado. Nas fitas, ela explica a treze pessoas como eles desempenharam um papel na sua morte. Nunca tivemos uma juventude tão frágil, uma estrutura familiar tão incompetente e uma mídia tão irresponsável. Nunca se consumiu tanto drogas para dormir e levantar.
Suicídio é coisa séria!
Existem pessoas propensas ao suicídio e outras não. E não é você que vai conseguir definir isso julgando o outro. Existem fatores genéticos, comportamentais, químicos e do meio que podem influenciar e dar o start neste desejo. Doenças como depressão e outros transtornos de humor; transtornos de personalidade como borderline (quando a pessoa tem momentos de estabilidade emocional), pedofilia; uso de drogas como maconha, cocaína, chás alucinógenos podem despertar o demônio suicida que estava dormindo – e até a moda dos hormônios (testosterona, hgh, etc.) para malhar e ficar sarado podem ativar estes processos mentais em estado latente.
Pais devem ficar alerta. Devem conversar com seus filhos sobre o suicídio – isso não vai os fazer despertarem para isso, do contrário – vai gerar comunicação, informação, carinho, preocupação e respeito.
Já existe outra página em resposta a jogo Baleia Azul, que lança desafios de valorização da vida.
A verdade é que precisamos ficar atentos!
Como forma de esclarecimento sobre o tema suicídio, conversamos com o Dr. Felipe Menezes, da Federação Espírita do Amapá, e ele nos respondeu a alguns questionamentos.
O que é suicídio?
– Para Doutrina Espírita, suicídio é o aniquilamento do corpo apenas. Mata-se o corpo, mas não a alma que é a nossa individualidade, o ser essencial, o que somos de verdade, ou seja, o eu verdadeiro. 
O que leva a pessoa a se servir desse subterfúgio em detrimento a vida?
– Geralmente é a ideia materialista de que somos o corpo e que seu fim decretaria a morte de nossos problemas. Na maioria dos casos a pessoa desesperada que matar o problema, a dor que sente e não o corpo que é apenas um instrumento que a alma se serve para viver no mundo material. Porém, como somos imortais o espírito leva para o além todas as dores que sentia acrescida do trauma que impôs ao corpo, ou seja, continua sofrendo as dores que provocou com a morte dolorosa. 
O que pode ser feito para diminuir os índices?
– Propagando a ideia da imortalidade, dos objetivos da vida, da Lei Divina e da realidade do mundo espiritual.
Como o espiritismo se posiciona frente ao assunto?
– O espiritismo privilegia a vida, entendendo que ela é oportunidade de crescimento espiritual e que os dissabores naturais do viver são oportunidade de fortalecimento espiritual se bem compreendido. 
O que a Federação Espírita do Amapá faz quanto a esse problema, já que somos os campeões nacionais em suicídio e aborto na juventude?
– A Federação criou o projeto SEMEAMAR, que leva cine debate às escolas de ensino médio esclarecendo os jovens quanto as consequências espirituais desses dois flagelos que assolam as famílias amapaenses.

O caso é muito sério!

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