domingo, 23 de abril de 2017

Editorial


“Gato escondido com o rabo de fora”.



Um dito popular que diz que “Gato escondido com o rabo de fora” retrata quando se pensa que escondeu muito bem algo, mas deixou um rastro. Essa é a situação de centenas de políticos Brasil afora que em algum tempo e em algum lugar cometeram atos ilícitos de pequenas ou grandes envergaduras, e que hoje tem sobre seus pescoços a Espada da justiça pelos horrorosos delitos praticados contra a sociedade, a democracia e desonrando os mandatos a eles conferido.
O conteúdo da videoteca da Odebrecht aponta para a conclusão de que a ideologia foi usada para a rapinagem de dinheiro do tesouro brasileiro, a fim de financiar o perpetuamento no poder e a boa qualidade de vida de altos políticos.
Os delatores estão atirando na esquerda, na direita e no centro do alvo político e preparem-se que os petistas ora denunciados resolveram abrir o bico, vem o contra-ataque socialista caviar. Palocci diz a Moro que está disposto a revelar ‘nomes e operações do interesse da Lava Jato’.

Na longa lista do ministro Edson Fachin consta o nome de seis prefeitos de capitais que foram delatados pelos executivos da Odebrecht, como mostram as declinações de competência. Como os gestores municipais não detêm prerrogativa de foro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), os depoimentos dos delatores foram enviados a outras instâncias.
Os delatores não estão medindo esforços para diminuir suas penas, vão lembrando e vão falando. Caso do executivo da Odebrecht, Alexandre José Lopes Barradas, que relatou o pagamento em caixa 2, no valor de R$ 450 mil, no âmbito da campanha eleitoral de Clécio Luís Vieira à prefeitura de Macapá, em 2012.

Na época, o político amapaense era filiado ao PSOL e foi eleito. Clécio se reelegeu em 2016, desta vez como candidato da Rede Sustentabilidade. O depoimento foi enviado ao TRF1, em Brasília.

De acordo com o procurador Vladimir Aras que é uma das melhores cabeças penais do Ministério Público Federal. “...A lógica da colaboração premiada é trocar um suspeito por mil em uma progressão que temos como estimar que vale a pena...”

E ai temos um Mistério!!! Porque e pelas quantas o alto executivo de uma bilionária empresa multinacional, que lida com bilhões de dólares e compra desde presidentes da república a servidor de terceiro escalão, denunciariam um político do longínquo Estado do Amapá, onde nunca sentou um canteiro de obras? De acordo com a delação de Barrados “...investimentos futuros” Será?


Bom, a denúncia foi feita, o prefeito e seu padrinho político já emitiram nota repudiando a denúncia. Mas, a justiça tem que ser feita, se for inocente, arquive-se e puna-se o delator mentiroso. Se não... E se os políticos brasileiros adotassem o harakiri? O que aconteceria se o harakiri fosse importado para os dias interessantes em que vivemos? Diante das sucessivas notícias sobre corrupção, temo que não haveria espadas (ou navalhas) suficientes para tantos empresários e políticos ... 

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