sábado, 27 de maio de 2017

INFORMANDO

BRASIL: DECADÊNCIA SEM ELEGÂNCIA
Por Marco Antônio

Música incidental marcante chega aos nossos ouvidos. É mais um plantão de notícias. Já nos ocorre: Quem foi preso desta vez? Parece brincadeira, mas a coisa é séria, alarmante e vergonhosa!
Não é de agora, mas desta vez acontece no dia a dia. O Brasil mergulha em um mar de... Lama. Para não dizer outra coisa. Valha-nos quem, diria o saudoso jornalista Carlos Bezerra. Também é dele a máxima, e pertinente, frase: "Quando pensamos que estamos no fundo do poço, descobrimos que ainda há mais poço". Vergonhosamente o Brasil, uma potencia que parecia ter acordado e ido à luta, é derrubado por aqueles a quem confiamos as regras de nossa segurança, saúde e educação. A quem confiamos a nossa moral perante ao mundo.
O brasileiro está tão profundamente envergonhado que finge não se aperceber de sua dor. Disfarçado de malandro brejeiro, leva no sangue a infelicidade de incontáveis vexames. Oprime-lhe a alma o peso histórico de tantos fracassados projetos, tantas malogradas esperanças, tantos ideais pensados em vão. Tudo parece um tanto irreal e cínico; somos levados a um mórbido parecer à maneira de personagens dos filmes sobre mortos-vivos.  Eles ainda se agrupam em bsuca de cérebros. Mas, nem isso. Somos, ao que parece um bando de "mortadelas" e "coxinhas", ou, mais regionalmente, mururés, levados pelas águas. No caso, enxurrada. Mas, o que poderíamos fazer? Esta sim, é a pergunta que não quer calar. Depor mais um? E quem entraria, pois, com toda a certeza, taparíamos um buraco com um rombo. Qual o lenimento para uma autoestima combalida?
É claro que numa certa da parte da sociedade, mais habituada a observar com cuidado o que se passa na política e na economia, os episódios causaram estarrecimento. Refiro-me, todavia, ao reflexo destes episódios nos grandes “meios”, que formam a denominada “opinião pública” e o seu reflexo no chamado “senso comum”. Este é composto por aquelas manifestações da subjetividade popular, que atravessam todas as classes sociais, de forma mais ou menos naturalizada e silenciosa, cujas manifestações de solidariedade ao outro, hoje parecem exauridas pela lógica farsesca que propaga a luta contra a corrupção como o componente exclusivo da redenção da nação. Farsa, aliás, que já prepara, impaciente, o nosso Berlusconi nacional, em moldagem na figura pitoresca do empresário João Dória. Ou , quem sabe, da própria, e mais bizzara ainda, versão da ditadura de um homem só: Bolsonaro. Seria o nosso Coringa?
O país está em xeque! E a partida não é amistosa. Esta discussão, verdadeiramente, seria a busca de uma “Terceira Via”, que não está entre a social-democracia em crise e o neoliberalismo triunfante, como propôs Toni Blair, mas entre a social-democracia e o socialismo “ocidental”. Talvez, se tentarmos por aí, as nossas táticas se tornem menos supérfluas para enfrentar o medo do futuro incerto, que a violência do capitalismo vem espalhando sobre o planeta. Este medo, disseminado no “senso comum” manipulado, é o medo da democracia, no sentido integral do seu conceito. É o medo de uma desigualdade decente sem carências elementares,  promessa não cumprida de todas as revoluções, que permanece no horizonte como um desafio da decadência.
Mais do que quilhotinas, precisamos, urgente, de ideias. Ao menos sucumbiremos com estilo. Decadence Avec Elegance!



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