quinta-feira, 30 de maio de 2013

Editorial ---------------------------------------------------------

Uma Andorinha "faz Verão"

O engenheiro Florestal e ex-vereador Laércio Aires, nunca aceitou a maneira como foi criado o Parque Montanhas do Tumucumaque. 
No dia 22 de agosto de 2002, o Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, com uma só canetada engessou quase quatro milhões de hectares de terras amapaenses e paraenses. O negócio foi assim mesmo. À época o que ficou parecendo é que Fernando Henrique quis dar uma satisfação a Europa e aos Estados Unidos, que aparelhavam o mundo sobre a necessidade da preservação da Amazônia. Discurso que a cada ano ganha mais força.
O que não desceu goela abaixo dos amapaenses foi à forma. Sem discussão com as populações tradicionais, sem debater com as sociedades que seriam atingidas diretamente e indiretamente. Uma decisão arbitrária, de cima pra baixo. Usou a prerrogativa constitucional que a função lhe garantia (presidente do Brasil) e achou que isso seria suficiente.
A decisão do sociólogo FHC não foi digerida por muita gente, mas o vereador Laércio Aires tomou uma atitude que deveria ser seguida por toda a sociedade. Ele procurou a justiça numa tentativa, solitária, de reverter o quadro. Os céticos diriam que esta é uma luta inglória, mas não foi assim que pensou o juiz federal João Bosco. Numa decisão liminar ele propõe que dentro de um ano a União faça as audiências públicas para dar as atrasadas explicações aos amapaenses e paraenses sobre o Parque e sua melhor forma de utilização em prol das sociedades atingidas pela decisão.
Na realidade poucos dividendos o Amapá tem tirado do parque. Nem se entra na discussão sobre a importância da preservação, mas não podemos nos furtar de discutir as contra partidas prometidas pela União e que até hoje não foram cumpridas.
Fica na perseverança do engenheiro florestal Laércio Aires o exemplo de que uma Andorinha faz Verão sim, e essa luta pela reabertura dessa "Caixa Preta" que até hoje o Parque precisa ser reaberta e discutida.

O Amapá nessa e em outras questões parece aceitar pacificamente a subtração de seus direitos. Nossa sociedade não cria fatos que possam exigir do Brasil uma revisão para nossas causas. A CEA é outro exemplo de que seremos subtraídos de um patrimônio nosso, que a bem verdade foi dilapidado por governos corruptos, mas não é justo pagarmos a dívida da Companhia e entregarmos a empresa ao governo federal. No mínimo essa dívida deveria ser perdoada e aí a Federação assumisse a empresa. Isso seria o justo, mas o Amapá vai se endividar para pagar dívida. Lá na frente sentiremos o efeito disso.

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