quinta-feira, 30 de maio de 2013

Tecnologia no Amapá
Como anda este segmento no Estado


 Thais Pucci
Colaboradora




Unir técnica, arte, ofício e estudo. Este é o significado do termo grego para o conhecimento específico e as ferramentas necessárias para fazê-lo funcionar. A tecnologia cria ferramentas, técnicas e métodos, que quando aplicados, auxiliam a resolução de problemas complexos e diversificam as formas habituais de se realizar uma tarefa. Desde os tempos dos primórdios que o homem busca integrar facilidade e perfeição em seu cotidiano, e a tecnologia é uma grande aliada no processo de desenvolvimento e aprimoramento dessas questões. Diretamente ligada ao desenvolvimento tecnológico, estão às economias bem sucedidas, pois sociedades que conseguem combinar recursos, conhecimentos e técnicas para produzir o que precisam, tendem a ter resultados econômicos positivos.
Os Governos, Prefeituras e Órgãos Federais devem buscar soluções práticas e de baixo custo, que facilitem o dia-a-dia dos produtores e fornecedores de produtos do Amapá, para que o Estado consiga participar de forma direta nas concorrências de mercado. Diversas vezes os produtores locais acreditam que seu desenvolvimento vagaroso deve-se a distância dos grandes centros urbanos do país, mas este não deve ser o motivo da falta de investimento no Estado por parte de suas autoridades.
Algumas instituições vêm desenvolvendo métodos no intuito de proporcionar um avanço técnológico, mas esse processo tem se dado de forma lenta e gradual. A Embrapa Amapá desenvolveu recentemente uma publicação utilizando uma linguagem simplificada, visando à melhoria do nível tecnológico dos produtores. Ela apresenta uma nova técnica para construção de viveiros e produção de mudas sadias. É recomendada a utilização de uma tecnologia de baixo custo de implantação para melhorar a qualidade dos cultivos que venham a ser desenvolvidos.
Na pecuária, os produtores do Estado muitas vezes não têm aplicado as técnicas e manejos adequados às peculiaridades da região, e os Programas Governamentais de incentivo na área se resumem a realização de exposições, feiras e aquisição de mais animais tendo em vista a melhoria do rebanho. Falta uma orientação precisa aos criadores, e o desenvolvimento de técincas que facilitem a criação do gado, além de aumentar a qualidade de produção do local.
Baseado no conceito de popularizar de forma gratuita diversas tecnologias criadas para melhorar a qualidade de vida da população, promover a inclusão social através da ciência e inovação, e com o tema “compartilhar experiências, divulgar conhecimento”, o projeto já tem data marcada para o início de sua programação no interior. O Oiapoque receberá a visita da equipe no dia 26 de junho e o município do Laranjal do Jari, nos dias 28 e 29 do mesmo mês.
Já a capital do Estado está focada no avanço da estrutura da banda larga para seus moradores. O Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação da Amazônia, criado em Macapá no ano de 2012, tem como uma de suas metas de curto e médio prazo o avanço da estrutura de banda larga na região e fortalecimento de ambientes de inovação. Segundo Henrique Vila, assessor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), a intenção não é atender demandas específicas dos Estados e sim, pensar na região como um todo, para que o desenvolvimento possa beneficiar todas as unidades da Federação, e discutir o que pode ser feito para impulsionar o crescimento econômico com desenvolvimento sustentável.
BOX – INTERNET  __________________________________________________________________
Enquanto outros Estados do Brasil já utilizam a conexão 4G, com velocidade e qualidade de ponta, o Amapá ainda tem dificuldade de ofertar a conexão 3G. Apesar do avanço notável dos últimos anos no desenvolvimento tecnológico do Estado, ele ainda está muito aquém das necessidades da população, que diariamente tem dificuldades de se conectar a internet, ou mesmo se manter conectada durante os períodos de maior acesso, entre 12 e 14 horas e após as 20 horas. Com esse setor caminhando lentamente, a economia e a sociedade sofrem as consequências.
A internet e os meios de comunicação são os grandes responsáveis pelo avanço cultural, econômico e social no mundo moderno. Uma população bem informada tem condição de reivindicar melhorias e conhecer melhor sobre locais que nunca visitou através de reportagens e sites na grande rede. A oferta de conhecimento e informação disponibilizada gratuitamente na internet é uma oportunidade para os interessados em se desenvolver de forma independente e até mesmo aos que não têm recursos financeiros para tal.
A internet banda larga facilita o acesso a esse conhecimento, e contato com um universo distante do dia-a-dia, aproximando culturas e local extremamente distante fisicamente, fazendo com que o povo vivencie em tempo real os acontecimentos do outro lado do mundo. As redes de TV por assinatura, com uma gama imensa de canais, dos mais diferentes assuntos, também oferecem aos seus assinantes a facilidade de estar bem informado e conectado com tudo que acontece, com velocidade e qualidade.
No Amapá, a internet é uma ferramenta relativamente nova para a população, que há poucos anos iniciou o processo de conexão com a internet discada. De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, no Amapá 93% da população possuía televisão, 61% rádio e 83% telefone celular. Mais de 26% possuía um micro computador e 16% tinham o aparelho com acesso a internet. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2011, os estudantes do Estado são os que mais utilizam a internet, correspondendo a 60% da população total, e 98% deles estudam na rede privada.
A cada dia cresce o número de pessoas que adquiriram seu primeiro computador ou smartphone, e com isso o número de conexões cresce de forma espantosa no Estado, proporcionando aos amapaenses mais um meio de obter conhecimento e informação de forma eficiente. Exemplo disso é a Caravana da Ciência, projeto da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec), que proporciona atendimentos sociais e conhecimento para crianças, jovens e adultos do Amapá.


Está claro que todos esses investimentos direcionados a tecnologia representarão para o Estado a possibilidade de aumentar sua representatividade perante os outros Estados do Brasil, porém o desenvolvimento deve ser realizado de forma concisa e integrado, junto a outros fatores que ainda colocam o Amapá em uma posição de desvantagem, e o maior exemplo disso é a educação.
Quando o acesso à tecnologia e conhecimento for um direito estendido a todos os cidadãos, e não apenas constar na constituição, o desenvolvimento sócio-econômico e cultural será uma consequência inevitável, assim como as reivindicações por melhoria em todos os setores. Será que essa seria uma das explicações para esse marasmo na evolução tecnológica do Estado? Vale refletir.


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