Tecnologia no Amapá
Como anda este segmento no Estado
Thais Pucci
Colaboradora
Unir técnica, arte, ofício e estudo. Este é o significado do termo grego
para o conhecimento específico e as ferramentas necessárias para fazê-lo
funcionar. A tecnologia cria ferramentas, técnicas e métodos, que quando
aplicados, auxiliam a resolução de problemas complexos e diversificam as formas
habituais de se realizar uma tarefa. Desde os tempos dos primórdios que o homem
busca integrar facilidade e perfeição em seu cotidiano, e a tecnologia é uma
grande aliada no processo de desenvolvimento e aprimoramento dessas questões.
Diretamente ligada ao desenvolvimento tecnológico, estão às economias bem
sucedidas, pois sociedades que conseguem combinar recursos, conhecimentos e técnicas
para produzir o que precisam, tendem a ter resultados econômicos positivos.
Os Governos, Prefeituras e Órgãos Federais devem buscar soluções
práticas e de baixo custo, que facilitem o dia-a-dia dos produtores e
fornecedores de produtos do Amapá, para que o Estado consiga participar de
forma direta nas concorrências de mercado. Diversas vezes os produtores locais
acreditam que seu desenvolvimento vagaroso deve-se a distância dos grandes
centros urbanos do país, mas este não deve ser o motivo da falta de
investimento no Estado por parte de suas autoridades.
Algumas instituições vêm desenvolvendo métodos no intuito de
proporcionar um avanço técnológico, mas esse processo tem se dado de forma
lenta e gradual. A Embrapa Amapá desenvolveu recentemente uma publicação
utilizando uma linguagem simplificada, visando à melhoria do nível tecnológico
dos produtores. Ela apresenta uma nova técnica para construção de viveiros e
produção de mudas sadias. É recomendada a utilização de uma tecnologia de baixo
custo de implantação para melhorar a qualidade dos cultivos que venham a ser
desenvolvidos.
Na pecuária, os produtores do Estado muitas vezes não têm aplicado as
técnicas e manejos adequados às peculiaridades da região, e os Programas
Governamentais de incentivo na área se resumem a realização de exposições,
feiras e aquisição de mais animais tendo em vista a melhoria do rebanho. Falta
uma orientação precisa aos criadores, e o desenvolvimento de técincas que
facilitem a criação do gado, além de aumentar a qualidade de produção do local.
Baseado no conceito de popularizar de forma gratuita diversas
tecnologias criadas para melhorar a qualidade de vida da população, promover a
inclusão social através da ciência e inovação, e com o tema “compartilhar
experiências, divulgar conhecimento”, o projeto já tem data marcada para o
início de sua programação no interior. O Oiapoque receberá a visita da equipe
no dia 26 de junho e o município do Laranjal do Jari, nos dias 28 e 29 do mesmo
mês.
Já a capital do Estado está focada no avanço da estrutura da banda larga
para seus moradores. O Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação da
Amazônia, criado em Macapá no ano de 2012, tem como uma de suas metas de curto
e médio prazo o avanço da estrutura de banda larga na região e fortalecimento
de ambientes de inovação. Segundo Henrique Vila, assessor do Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos (CGEE), a intenção não é atender demandas específicas dos
Estados e sim, pensar na região como um todo, para que o desenvolvimento possa
beneficiar todas as unidades da Federação, e discutir o que pode ser feito para
impulsionar o crescimento econômico com desenvolvimento sustentável.
BOX – INTERNET
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Enquanto outros Estados do Brasil já utilizam a conexão 4G, com
velocidade e qualidade de ponta, o Amapá ainda tem dificuldade de ofertar a
conexão 3G. Apesar do avanço notável dos últimos anos no desenvolvimento
tecnológico do Estado, ele ainda está muito aquém das necessidades da população,
que diariamente tem dificuldades de se conectar a internet, ou mesmo se manter
conectada durante os períodos de maior acesso, entre 12 e 14 horas e após as 20
horas. Com esse setor caminhando lentamente, a economia e a sociedade sofrem as
consequências.
A internet e os meios de comunicação são os grandes responsáveis pelo
avanço cultural, econômico e social no mundo moderno. Uma população bem
informada tem condição de reivindicar melhorias e conhecer melhor sobre locais
que nunca visitou através de reportagens e sites na grande rede. A oferta de
conhecimento e informação disponibilizada gratuitamente na internet é uma
oportunidade para os interessados em se desenvolver de forma independente e até
mesmo aos que não têm recursos financeiros para tal.
A internet banda larga facilita o acesso a esse conhecimento, e contato
com um universo distante do dia-a-dia, aproximando culturas e local
extremamente distante fisicamente, fazendo com que o povo vivencie em tempo
real os acontecimentos do outro lado do mundo. As redes de TV por assinatura,
com uma gama imensa de canais, dos mais diferentes assuntos, também oferecem
aos seus assinantes a facilidade de estar bem informado e conectado com tudo
que acontece, com velocidade e qualidade.
No Amapá, a internet é uma ferramenta relativamente nova para a
população, que há poucos anos iniciou o processo de conexão com a internet
discada. De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, no Amapá
93% da população possuía televisão, 61% rádio e 83% telefone celular. Mais de
26% possuía um micro computador e 16% tinham o aparelho com acesso a internet.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2011, os estudantes do
Estado são os que mais utilizam a internet, correspondendo a 60% da população
total, e 98% deles estudam na rede privada.
A cada dia cresce o número de pessoas que adquiriram seu primeiro
computador ou smartphone, e com isso o número de conexões cresce de forma
espantosa no Estado, proporcionando aos amapaenses mais um meio de obter
conhecimento e informação de forma eficiente. Exemplo disso é a Caravana da
Ciência, projeto da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Setec), que
proporciona atendimentos sociais e conhecimento para crianças, jovens e adultos
do Amapá.
Está claro que todos esses investimentos direcionados a tecnologia
representarão para o Estado a possibilidade de aumentar sua representatividade
perante os outros Estados do Brasil, porém o desenvolvimento deve ser realizado
de forma concisa e integrado, junto a outros fatores que ainda colocam o Amapá
em uma posição de desvantagem, e o maior exemplo disso é a educação.
Quando o acesso à tecnologia e conhecimento for um direito estendido a
todos os cidadãos, e não apenas constar na constituição, o desenvolvimento
sócio-econômico e cultural será uma consequência inevitável, assim como as
reivindicações por melhoria em todos os setores. Será que essa seria uma das
explicações para esse marasmo na evolução tecnológica do Estado? Vale refletir.
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