sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Piscicultura
Embrapa Amapá participa do Projeto Pirarucu da Amazônia

Jamille Nascimento 
Da Reportagem

O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce, podendo medir dois metros e pesar até 200 kg. Ele pertence a um grupo de animais muito antigo e resultado de 90 milhões de anos de evolução, por isso, é considerado um contemporâneo dos dinossauros. Pirarucu significa no idioma indígena, peixe vermelho. Ele vive em águas calmas e lagos inundados, mas também pode ser encontrado em rios de correnteza moderada.

Cientificamente o pirarucu chama-se Arapaima gigas e sua carne é muito valorizada o que o torna presa fácil dos predadores. Hoje ele é caçado indiscriminadamente na Amazônia o que vem reduzindo sua produção e comercialização. Para os pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, a alternativa para reduzir essa pressão e garantir o consumo de sua carne, é criar o peixe em cativeiro.
 Isso vem acontecendo em diversos Estados da Região Norte. O Sebrae Nacional deu início em 2007 ao Projeto Pirarucu da Amazônia, sob a coordenação regional do Sebrae de Rondônia. A iniciativa se baseou na experiência pioneira daquele Estado, onde foi desenvolvido o trabalho de criação, engorda e reprodução em cativeiro. Os bons resultados levaram à expansão do projeto a outros Estados do Norte. Além da preservação da espécie, o Projeto Pirarucu da Amazônia tem o objetivo de realizar pesquisas aplicadas para gerar conhecimento e tecnologia sobre a produção do peixe em cativeiro, em diferentes sistemas de criação.

Embrapa/Amapá

 A Embrapa Amapá participa do projeto realizando, entre outras atividades, o diagnóstico das pisciculturas que produzem pirarucu no Estado e também por meio da instalação de uma unidade de observação em reprodução de pirarucu, que está sendo instalada em uma piscicultura no distrito de Fazendinha (Macapá).

De acordo com a pesquisadora Eliane Yoshioka, a unidade de observação da Embrapa é voltada para avanços na pesquisa com reprodução de pirarucu, a fim de disponibilizar conhecimentos técnicos aos produtores e alcançar um bom patamar de produção de alevinos de pirarucu, insumo bastante demandado pelos produtores locais.

Os pesquisadores da área de piscicultura da Embrapa Amapá receberam, no auditório da instituição, a Coordenadora Nacional do Projeto Estruturante Pirarucu da Amazônia (Sebrae), Newman Costa, acompanhada da equipe da gerência do setor de piscicultura do Sebrae Amapá. Durante a reunião técnica foi definida a parceria entre Embrapa e Sebrae, para execução da segunda fase das atividades do Projeto Pirarucu da Amazônia no Estado do Amapá. "Este projeto é totalmente focado em pesquisa, e desta forma o Sebrae tem a expectativa de consolidar as parceiras com todas as unidades da Embrapa na região Norte, incluindo o Amapá que é um estado onde temos grande demanda de conhecimentos em produção de alevinos de pirarucu?€ , afirmou o técnico do Sebrae, Alexsandro Cascaes.


Participaram da reunião técnica, uma equipe da Embrapa Amapá, formada pelo Chefe Geral Substituto Joffre Kouri, pelos pesquisadores Eliane Yoshioka, Cesar Santos e Jamile Araújo, e pelos analistas Leandro Damasceno e Daniel Montagner, além dos técnicos do Sebrae Alexsandro Cascaes e Keyla Reis de Oliveira, e pelos consultores do Sebrae, Márcia Daaddy e Tácito Bezerra.

Pirarucu

Hábito alimentar: Carnívoro.

Peso: Podem chegar a mais de 200 kg e 3 m de comprimento.

Sistema de cultivo: O sistema mais utilizado é o viveiro escavado, mas já existem alguns experimentos em tanques-rede.

Aspectos produtivos: Seu cultivo ainda é incipiente. Nos primeiros experimentos chegou a crescer mais de 6 kg/ano. Apesar de ser uma espécie carnívora, aceita bem ração com altos índices de proteína, desde que seja feito corretamente o acondicionamento alimentar. Sua carne não tem espinhos em ''y'' e são comercializadas em mantas de pura carne. Apesar do grande interesse, o seu pacote tecnológico ainda não está totalmente definido, porém, é uma das espécies mais promissoras da aquicultur a brasileira.

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