Agentes Penitenciários
Uso de armas de fogo é autorizado
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
Agentes
e guardas prisionais, assim como guardas portuários, poderão portar arma de
fogo fora do serviço. A autorização está no Projeto de Lei da Câmara (PLC) 28/2014,
aprovado no Plenário do Senado nesta quarta-feira (21), que segue para sanção
presidencial.
De
acordo com o texto, os profissionais ficam autorizados a portar arma de fogo
particular ou fornecida pela repartição. O porte, no entanto, só será permitido
se os profissionais se submeterem a regime de dedicação exclusiva, se passarem
por formação funcional (nos termos de regulamento a ser adotado) e se forem
subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
De
iniciativa do Poder Executivo, a proposta sofreu modificações na Câmara dos
Deputados. Originalmente, o texto concedia o porte de arma fora de serviço
apenas aos agentes e guardas prisionais, com a justificativa de que as
atividades desempenhadas pelas duas categorias deixam esses profissionais
sujeitos a riscos constantes.
Na
Câmara, o projeto foi emendado para que os guardas portuários também sejam
atendidos, sob o argumento de que desempenham atividade de segurança pública,
em ambiente propício à criminalidade. No Senado, chegou a ser apresentada
emenda para retirar a previsão de porte para os agentes portuários, mas ela foi
rejeitada. Esse adendo poderá ser vetado pela presidente Dilma.
Líderes
sindicais de vários estados, que são membros da diretoria da Federação
Brasileira dos Servidores Penitenciários (Febrasp), caso do Amapá, também
estiveram em Brasília-DF participando de reuniões e buscando o apoio dos
senadores para aprovação do projeto.
O
presidente do Sindicato do Grupo Penitenciário do Amapá (Sinapen), Clemerson
Gomes Sá comemorou a vitória e disse que os resultados positivos alcançados até
o momento foram conquistados com muita luta. "Junto com a Federação
Brasileira dos Servidores Penitenciários (Fenaspen) lutamos muito por esse
pleito, tão necessário para a nossa profissão. Agora falta pouco para que
encerremos de vez essa discussão quanto ao porte de arma do agente
penitenciário", salientou.
O Amapá na discussão
Os
agentes penitenciários amapaenses estiveram representados no Congresso
Nacional, pelos membros do sindicato da categoria. O presidente Sinapen,
Clemerson Gomes Sá, foi assessorado por Carlos Alberto, membro fundador do
Sindicato do Amapá e quem desde o início das discussões vêm mantendo a bandeira
do porte de armas em discussão nas Assembleias Legislativa, que concedeu essa
entrevista.
Carlos Alberto, membro fundador do Sindicato do Amapá |
“A
necessidade do uso de armas de fogo pelo agente penitenciário, dentro e fora do
seu lugar de serviço, se faz necessário pelo risco de vida contínuo e esse projeto
é justo porque dá instrumentos adequados para pessoas pela característica de
suas atividades, e que se submetem a uma situação de extrema tensão e perigo
constante e por isso é necessário portar arma a qualquer tempo e em qualquer
ponto do território nacional”.
O uso
depois do trabalho se torna necessário, pois o serviço do agente contraria
interesses de criminosos de alta periculosidade. “As pessoas de bem estão
desarmadas e à mercê de bandidos armados até quando está dentro de casa, caso
do nosso colega Clodoaldo Brito Pantoja, de 37 anos, foi assassinado
no ramal da Infraero, em 2012”.
De
acordo com o Carlos Alberto, os servidores sofrem diariamente ameaças de
morte. “Os agentes precisam do porte de arma para dentro do
presídio e para a segurança pessoal. Foram 5 anos de luta, com
três projetos que foram aprovados e que foram vetados pela presidência, mas
agora conseguimos justiça e temos muito que agradecer a Nova Central e a CSPB,
que nos deu apoio irrestrito nessa luta. É a valorização e o fortalecimento do
estado. Esse servidor está mais fortalecido então a segurança do estado está
mais fortalecida com esse projeto.
Legislação Estadual
Vinte e
dois estados e o Distrito Federal já regulamentaram o porte de arma em serviço
ou fora para os agentes penitenciários dentro de seus limites territoriais,
porém o Amapá teve a Lei que autorizava o porte de armas dentro e fora do
IAPEN, vetado pelo governador Camilo Capiberibe.
“O
projeto de Lei estadual, de iniciativa do deputado Charles Marques (PSDC), que
já foi agente prisional e pertence aos quadros da Policia Civil e conhece a
nossa situação. Porém, foi vetado pelo atual governador que infelizmente não
tem apoiado a categoria, nesse e em outros pleitos. E utilizamos a Assembleia
Legislativa que é a Casa do Povo”, relata Carlos Alberto.
O
projeto foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares, inclusive os da base
do governo. Poderíamos ter conseguido a derrubada do veto governamental, porém
o sindicado achou por bem não apoiar. “Tomamos conhecimento que o projeto deveria ser de iniciativa do governo federal e do estadual”.
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