sexta-feira, 30 de maio de 2014

ARTIGO

GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A GESTÃO DE PESSOAS NA ESFERA PÚBLICA SEGUNDO A LITERATURA – II Parte



A publicidade consiste na divulgação oficial de todo ato administrativo, para conhecimento do público e início de seus efeitos externos. Em princípio todo ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a Administração que o realiza, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais.
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, para obtenção de resultados positivos para o serviço público e atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
Tais princípios buscam uma gestão mais transparente e profissional com ações que visam o atendimento das demandas, anseios e necessidades da sociedade. Portanto, independente da administração ser direta ou indireta ela precisa se orientar pelos princípios constitucionais, cumprindo assim a função para que foi criada.

GESTÃO DE PESSOAS

Historicamente, a gestão de pessoas surgiu em função da demanda de atividades para cumprimento das leis trabalhistas e para adotar medidas de controle, principalmente disciplinares.
Ao se referir à gestão de pessoas no setor público, Bergue (2007, p. 18) define como “esforço orientado para o suprimento, a manutenção e o desenvolvimento de pessoas nas organizações públicas, em conformidade com os ditames constitucionais e legais, observadas as necessidades e condições do ambiente em que se inserem.”
A gestão de pessoas não pode ser vista isoladamente das demais áreas que envolvem a administração pública, ela necessita de planejamento para desenvolver não apenas a parte burocrática que lhe cabe, mas também para articular mecanismos de desenvolvimento, capacitação dos servidores propiciando melhorias na qualidade de trabalho e no atendimento a população.
A gestão de pessoas envolve várias ações previamente planejadas das necessidades entre a organização e as pessoas.  O objetivo do sistema de gestão de pessoas é auxiliar as organizações a desenvolverem competências diferenciadas e conquistar consistentemente um desempenho melhor, o crescimento e desenvolvimento da organização e das pessoas que nela trabalham. Quando esse conjunto de esforços está direcionado a pessoas, temos o conceito de Gestão de Pessoas, que segundo Claro (apud DUTRA, 2006) é: “Um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo.”
O desempenho de uma organização depende das pessoas que a compõem, da forma como elas estão organizadas, estimuladas, capacitadas, além do ambiente onde trabalham. É sabido que a gestão deve estar orientada para resultados, com mecanismos que levem aos objetivos traçado.

GESTÃO DE PESSOAS NA ÁREA PÚBLICA

Conforme Chiavenato (1999, p. 4) afirma que:
O contexto de Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. Boa parte da vida das pessoas é passada dentro das organizações que, por sua vez, dependem das pessoas para atingirem seus objetivos. Se por um lado, as pessoas dependem das organizações para sua subsistência e sucesso pessoal, as empresas jamais existiriam se não fossem as pessoas, que lhes dão vida, dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade. 

Quando esse conjunto de esforços está direcionado a pessoas, temos o conceito de Gestão de Pessoas, que segundo Claro (apud DUTRA, 2006) é: “um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo.”
Segundo Santos (2009, p. 19) “a idéia de gerir pessoas parece estar inteiramente ligada à de administrar pessoas, mas não é bem assim. A administração de recursos humanos prevê o ser humano como um recurso na administração e cuida de sua instrumentalização: seleção, contratação, treinamento, demissão etc.”
Continua a mesma autora (2009, p. 19) “já a gestão de pessoas, denota o caráter subjetivo do indivíduo dentro da organização, não o mostra apenas como parte do processo, mas como pessoa: um ser complexo, mutável, criativo e fantástico.
Sabe-se que o planejamento é de vital importância para o sucesso da organização, principalmente quando esta for pública. Então, segundo Bergue (2007, p. 97), o planejamento estratégico de recursos humanos deve ser parte integrante do Planejamento Estratégico da Organização, devendo nele constar: a) valores institucionais relativos à gestão de Pessoas; b) cenários atual e futuro de atuação do órgão ou ente público; c) diretrizes gerais das políticas de dimensionamento das necessidades de pessoas, treinamento e desenvolvimento de pessoas, remuneração e incentivos, atuação e integração social.
Percebe-se que as administrações públicas, não valorizam e a devida importância à área de recursos humanos, tratando-a apenas como um setor que admite e demite pessoas, esquecendo que o mesmo deve buscar a qualificação dos servidores, além de servir como elo entre a administração e os servidores. Sabe-se que dentro dos órgãos públicos havia um grande apadrinhamento de pessoas da família, sem contar na falta de capacitação de tais pessoas, a Constituição de 88 iniciou um processo de mudança neste quadro, procurou buscar da Administração Pública maior transparência, profissionalismo e menos injustiças, além do concurso público que oferece aos cidadãos oportunidade igual no ingresso ao serviço público.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A administração pública tendo como norteador os princípios constitucionais, tem por missão realizar ações que vão ao encontro com dos anseios da população. Todavia a gestão de recursos humanos no setor público realizou, por muito tempo, atividades meramente operacionais, devido à falta de diretrizes claras e planejadas, em virtude do que também não havia um quadro de servidores qualificados. A literatura apresentada, traz fundamentos capazes de auxiliar aos agnetes públicos no desenvolvimento de políticas voltadas para a gestão de pessoas na área pública, diminuindo a lacuna existente entre o modelo ideal de gerenciamento dos recursos humanos como aquele praticado. Este cenário tem mudado a medida em que os gestores públicos tem-se conscientizado da necessidade de servidores capacitados tanto na realização das tarefas dentro da organização quanto no atendimento às demandas da sociedade
Esta análise da literatura buscou contribuir não só na obtenção de uma administração pública de excelência tanto que tange aos servidores como no atendimento ao cidadão, mas também na parte técnica (sistemas e ambiente) e na parte humana (capacitação, valorização). Sabe-se que várias políticas de recursos humanos vêm sendo adotadas em muitos países, inclusive no Brasil em diversas esferas. Muitos modelos de gestão de políticas de recursos humanos buscam aprimorar as forças de trabalho no sentido de melhorar o atendimento a população. Isto significa que a eficiência,  eficácia  e efetividade estão associadas à necessidade da exata alocação das pessoas nas funções as quais desempenham e de sua constante capacitação.
Esta pesquisa mostrou a grande dificuldade que a administração publica e principalmente o servidor encontra na realização das atividades profissionais, necessitando de conhecimento constante, de reconhecimento como estímulo (importante e necessário), de avaliação buscando verificar se os objetivos propostos foram atingidos e finalmente de um feedback a troca de informações e o dialogo.
Neste sentido faz-se necessário que a Administração Pública esteja empenhada em avançar do estágio atual para o desejado, buscando uma administração comprometida com o bem estar da população, com ações planejadas, além de mecanismos que valorizem o servidor, não se esquecendo que o conhecimento, a habilidade e as atitudes necessitam de aprimoramento constante. Para alcançar uma administração de excelência é de suma importância que as unidades de recursos humanos atuem como facilitadoras entre os gestores e os servidores. Constatou- se que a gestão de pessoas precisa integrar todas as áreas da administração visando auxiliar no desenvolvimento das competências, além do constante aprimoramento do conhecimento, da habilidade e da valorização.
Por fim forneceu-se nesta pesquisa uma gama de informações bibliográficas capaz de auxiliar o setor público e seus gestores no desenvolvimento de políticas que leve a administração pública cumprir seu papel de fato, mas possibilitou também conhecer as necessidades atuais não apenas dos servidores mas de toda a administração.

REFERÊNCIAS

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