quinta-feira, 26 de junho de 2014

 Macapá violenta e violentada
SÓ OS BANDIDOS TRABALHAM?
Reinaldo Coelho
Da Reportagem



A violência é uma experiência sentida diretamente por um de cada cinco brasileiros que vivem nas cidades com mais de 15 mil habitantes. São vítimas de sequestro, fraudes, acidentes de trânsito, agressões, ofensas sexuais, discriminação e furto e roubo de automóveis, motocicletas e outros objetos.

Os dados são da Pesquisa Nacional de Vitimização e cobre o período de 12 meses anterior à realização do levantamento, realizado em dois períodos entre junho de 2010 a outubro de 2012.   No ranking de estados mais vulneráveis em relação a pessoas que se disseram vitimas de violência em números  expressivos é o Amapá, onde a capital Macapá também ganha disparado 46% e 47,1% respectivamente, seguida por Belém (41,1%).

 

Pra que policia?


Os bandidos proliferam como formigas,  muitos deles vindos do Sul do País e estão se utilizando dos métodos mais impressionantes para cometer crimes nos grandes centros. Os Titãs têm uma música onde relata bem essa realidade, “Polícia”. Cuja a letra trata da violência nos grandes centros e vulnerabilidade da segurancia publica no país “...Polícia! Para quem precisa. Polícia! Para quem precisa de polícia?...”. 

Precisamos de policia para nos proteger 24 horas do dia. O Amapá nos últimos três anos vem passando por um dos seus piores momentos na segurança publica, sendo destaque nos principais meios de comunicação, são assaltos com ou sem refém em residências, instituições publicas e financeiras, furtos em plena luz do dia, arrombamento de residências, saidinhas de banco, enfim todos os meios e maneiras estão dentro dos métodos da bandidagem e o cidadão está atrás das grades de suas próprias casas.

Já estamos diante de uma guerra, e quem está perdendo são as famílias pacatas e ordeiras. Há policiais suficientes nos órgãos públicos que daria para montar um novo pelotão.

A realidade



O cidadão de bem não tem sequer o direito de passear num dia de domingo porque os bandidos acham que não merecem e os delegados, promotores, juízes e outros homens do direito entendem que devemos ser os cordeiros e entregar tudo “de mão beijada” para não sofrer represália.

Esquecem essas mesmas autoridades que lhes cabe o dever de fiscalizar vinte e quatro horas por dia, prevenindo e coibindo ações criminosas. Afinal, para isso foram eleitos ou então simplesmente nomeados e ganham altíssimos salários. E esses salários são os cidadãos que pagam. 

A posição de Macapá entre as mais violentas é confirmada pelos moradores da cidade que estão cada vez mais assustados com a crescente onda de assaltos nos bairros.
 No Infraero I, um dos bairros mais violentos de Macapá, os roubos são normais, a violência acontece em plena luz do dia, como foi o caso da senhora Marilda Rodrigues, o assaltante era um menor estava agressivo e a espancou. “Pensei que ia ser morta. Graças a Deus um pessoal se aproximou e ele assustado fugiu”.
A audácia da bandidagem não tem mais limites, dois padres foram feitos reféns e abandonados na rodovia do Curiaú.  Outro caso aconteceu na Faculdade Fama, onde os bandidos fizeram um arrastão.  De lá foram levados R$ 5 mil, celulares e máquinas fotográficas dos acadêmicos.
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Violência nos bairros periféricos e no interior
Cerca de dez assaltos de grandes proporções foram registrados em Macapá, onde na  maioria deles os bandidos ainda não foram detidos. Na Zona Leste, no Perpetuo Socorro, Cidade I e II perpetua os assaltos, latrocínios e arrombamentos, além das brigas da gangue e o tráfico de drogas. O que piorou o crime no local foi a saída do Batalhão da Policia Militar o que deu folga para os criminosos exercerem seus poderes, além do que o local onde funcionava o comando ficou abandonado e tornou-se uma lixeira pública, além de covil para bandidos.
Os bairros centrais também recebem a visita dos criminosos. Uma distribuidora de bebidas foi alvo dos assaltantes, que abordaram um dos cobradores da empresa, no bairro Jesus de Nazaré. O valor levado foi de R$ 32 mil em dinheiro e cheques.

A criminalidade está avançando a passos largos, saindo da capital e chegando aos municípios interioranos, onde também são cometidos assaltos e roubos, como foi o caso do município de Porto Grande que no fim do mês maio teve uma agência bancária assaltada por três pessoas, portando armas de fogo e roubaram cerca de R$ 460 mil em dinheiro.
As agencias dos Correios no Amapá é as preferidas pelos assaltantes no interior do estado. Uma quadrilha foi presa pela Policia Federal pelos assaltos nas agencias dos Correios em Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Calçoene, Ferreira Gomes e Macapá.

A agenda da bandidagem tem um cronograma de pagamentos, o assalto ocorrido em Santana onde, de acordo com as informações policiais, e sem tiros conseguiram levar quase R$ 2 milhões, pois era época de pagamento dos funcionários públicos.
Ação e reação
Apesar da polícia estar se desdobrando para inibir a ação da bandidagem, a criminalidade continua fazendo muitas vítimas com um diferencial: a maioria dos casos é com reféns.
No mesmo dia que o governo estadual anunciava uma série de medidas para reforça da segurança pública, os bandidos faziam um assalto com refém em uma  farmácia.
De acordo com a assessoria da Sejups, o policiamento da cidade está focado na área comercial de Macapá. Porém os moradores dos bairros centrais não estão sendo beneficiados. “Engraçado  eu moro no centro e mesmo assim, não escapamos de sermos roubados. Fico imaginando o sofrimento do povo que mora em outros bairros, ficam totalmente à mercê desses ladrões que roubam com violência, até matam pra conseguir alguma coisa pra sustentar seus vício” reclama Lucivaldo Pinheiro, morador da Rua Tiradentes.
O pior que o governo não vem conseguindo superar a bandidagem que tem mais folego e uma capacidade maior de  organização. Não estão fazendo algo realmente eficaz pra amenizar isso. Quantas pessoas ainda vão precisar perder suas coisas que conquistaram com trabalho, arriscando suas vidas por má administração e compromisso com o povo?
O senhor José Lindoso, aposentado reclama que não adianta colocar grades e cercas. “Porque eles sabem entrar muito bem pelo telhado! Ou pior, literalmente quebram as paredes pra invadir sua casa… Ou seja, não há muita coisa que eu possa fazer, mas o governo sim.”

Ele ressalta que “bens materiais a gente compra novamente, mas se a gente não reclamar, fica por isso mesmo e podemos sofrer novamente as consequencias. Liguei pro 190 pra fazer a denúncia e cadê que eles vieram averiguar? apenas disseram que a “queixa” foi registrada”.  E ficamos a ver tudo se repetir.

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