Macapá
violenta e violentada
SÓ OS BANDIDOS TRABALHAM?
Reinaldo
Coelho
Da
Reportagem
A
violência é uma experiência sentida diretamente por um de cada cinco
brasileiros que vivem nas cidades com mais de 15 mil habitantes. São vítimas de
sequestro, fraudes, acidentes de trânsito, agressões, ofensas sexuais,
discriminação e furto e roubo de automóveis, motocicletas e outros objetos.
Os
dados são da Pesquisa Nacional de Vitimização e cobre o período de 12 meses
anterior à realização do levantamento, realizado em dois períodos entre junho
de 2010 a outubro de 2012. No ranking de estados mais vulneráveis em
relação a pessoas que se disseram vitimas de violência em números expressivos é o Amapá, onde a capital Macapá
também ganha disparado 46% e 47,1% respectivamente,
seguida por Belém (41,1%).
Pra que policia?
Os bandidos proliferam como formigas,
muitos deles vindos do Sul do País e estão se utilizando dos métodos
mais impressionantes para cometer crimes nos grandes centros. Os Titãs têm uma
música onde relata bem essa realidade, “Polícia”. Cuja a letra trata da
violência nos grandes centros e vulnerabilidade da segurancia publica no país “...Polícia!
Para quem precisa. Polícia! Para quem precisa de polícia?...”.
Precisamos de policia para nos proteger 24 horas do dia. O Amapá nos últimos três
anos vem passando por um dos seus piores momentos na segurança publica, sendo
destaque nos principais meios de comunicação, são assaltos com ou sem refém em
residências, instituições publicas e financeiras, furtos em plena luz do dia,
arrombamento de residências, saidinhas de banco, enfim todos os meios e
maneiras estão dentro dos métodos da bandidagem e o cidadão está atrás das
grades de suas próprias casas.
Já estamos diante de
uma guerra, e quem está perdendo são as famílias pacatas e ordeiras. Há
policiais suficientes nos órgãos públicos que daria para montar um novo pelotão.
A realidade
O cidadão de bem não tem sequer o direito de passear
num dia de domingo porque os bandidos acham que não merecem e os delegados,
promotores, juízes e outros homens do direito entendem que devemos ser os
cordeiros e entregar tudo “de mão beijada” para não sofrer represália.
Esquecem essas mesmas autoridades que lhes cabe o dever de fiscalizar
vinte e quatro horas por dia, prevenindo e coibindo ações criminosas. Afinal,
para isso foram eleitos ou então simplesmente nomeados e ganham altíssimos
salários. E esses salários são os cidadãos que pagam.
A posição de Macapá
entre as mais violentas é confirmada pelos moradores da cidade que estão cada
vez mais assustados com a crescente onda de assaltos nos bairros.
No Infraero I, um dos bairros mais violentos
de Macapá, os roubos são normais, a violência acontece em plena luz do dia, como
foi o caso da senhora Marilda Rodrigues, o assaltante era um menor estava
agressivo e a espancou. “Pensei que ia ser morta. Graças a Deus um pessoal se
aproximou e ele assustado fugiu”.
A audácia da bandidagem
não tem mais limites, dois padres foram feitos reféns e abandonados na rodovia
do Curiaú. Outro caso aconteceu na Faculdade
Fama, onde os bandidos fizeram um arrastão.
De lá foram levados R$ 5 mil, celulares e máquinas fotográficas dos
acadêmicos.
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Violência nos bairros
periféricos e no interior
Cerca de dez assaltos
de grandes proporções foram registrados em Macapá, onde na maioria deles os bandidos ainda não foram
detidos. Na Zona Leste, no Perpetuo Socorro, Cidade I e II perpetua os
assaltos, latrocínios e arrombamentos, além das brigas da gangue e o tráfico de
drogas. O que piorou o crime no local foi a saída do Batalhão da Policia
Militar o que deu folga para os criminosos exercerem seus poderes, além do que
o local onde funcionava o comando ficou abandonado e tornou-se uma lixeira
pública, além de covil para bandidos.
Os bairros centrais
também recebem a visita dos criminosos. Uma distribuidora de bebidas foi alvo
dos assaltantes, que abordaram um dos cobradores da empresa, no bairro Jesus de
Nazaré. O valor levado foi de R$ 32 mil em dinheiro e cheques.
A criminalidade está avançando
a passos largos, saindo da capital e chegando aos municípios interioranos, onde
também são cometidos assaltos e roubos, como foi o caso do município de Porto
Grande que no fim do mês maio teve uma agência bancária assaltada por três
pessoas, portando armas de fogo e roubaram cerca de R$ 460 mil em dinheiro.
As agencias dos
Correios no Amapá é as preferidas pelos assaltantes no interior do estado. Uma
quadrilha foi presa pela Policia Federal pelos assaltos nas agencias dos
Correios em Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Calçoene, Ferreira Gomes e
Macapá.
A agenda da bandidagem
tem um cronograma de pagamentos, o assalto ocorrido em Santana onde, de acordo
com as informações policiais, e sem tiros conseguiram levar quase R$ 2 milhões,
pois era época de pagamento dos funcionários públicos.
Ação
e reação
Apesar da polícia estar
se desdobrando para inibir a ação da bandidagem, a criminalidade continua
fazendo muitas vítimas com um diferencial: a maioria dos casos é com reféns.
No mesmo dia que o
governo estadual anunciava uma série de medidas para reforça da segurança
pública, os bandidos faziam um assalto com refém em uma farmácia.
De acordo com a
assessoria da Sejups, o policiamento da cidade está focado na área comercial de
Macapá. Porém os moradores dos bairros centrais não estão sendo beneficiados.
“Engraçado eu moro no centro e mesmo
assim, não escapamos de sermos roubados. Fico imaginando o sofrimento do povo
que mora em outros bairros, ficam totalmente à mercê desses ladrões que roubam
com violência, até matam pra conseguir alguma coisa pra sustentar seus vício”
reclama Lucivaldo Pinheiro, morador da Rua Tiradentes.
O pior que o governo não
vem conseguindo superar a bandidagem que tem mais folego e uma capacidade maior
de organização. Não estão fazendo algo
realmente eficaz pra amenizar isso. Quantas pessoas ainda vão precisar perder
suas coisas que conquistaram com trabalho, arriscando suas vidas por má
administração e compromisso com o povo?
O senhor José Lindoso,
aposentado reclama que não adianta colocar grades e cercas. “Porque eles sabem
entrar muito bem pelo telhado! Ou pior, literalmente quebram as paredes pra
invadir sua casa… Ou seja, não há muita coisa que eu possa fazer, mas o governo
sim.”
Ele ressalta que “bens
materiais a gente compra novamente, mas se a gente não reclamar, fica por isso
mesmo e podemos sofrer novamente as consequencias. Liguei pro 190 pra fazer a
denúncia e cadê que eles vieram averiguar? apenas disseram que a “queixa” foi
registrada”. E ficamos a ver tudo se
repetir.
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