Técnicos amapaenses do
IBGE detectam erros e MDS corrige
Da Redação
Em 80 anos de existência o IBGE construiu
reputação de qualidade técnica, independência, seriedade e respeito, inclusive
no exterior e essa imagem não pode ser abalada por ingerência política. Este
ano alguns políticos e a administração do instituto, aderiram a possibilidade da
não divulgação da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicilio (Pnad).
De imediata uma rebelião dos técnicos do IBGE
contra a suspensão e a expectativa da mudança da metodologia que levou anos
sendo aperfeiçoa virou o jogo.
Esse cuidado e a confiança no trabalho desses
técnicos trouxeram mais uma prova de que a administração publica, não tem
qualificado seus servidores e o cuidado na fiscalização de dados absurdos sobre
os investimentos realizados pela União através de seus ministérios e
autarquias.
Isso ficou provado na semana passada, quando os
técnicos amapaense ao analisar os dados divulgados pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) sobre a transferência de recursos
do programa Bolsa Família, referente ao mês de agosto, para o Amapá, apresentam
informações equivocadas sobre a ótica populacional no estado.
A constatação e afirmação foram feita pelos
técnicos do IBGE-AP, Adrimauro Gemaque e Joel Silva, durante entrevista a uma rádio local no dia 23 de agosto.
Segundo o MDS, o Amapá tem 359.159 famílias que
recebem o benefício. “O problema é quando se abre a planilha por município. Os
números simplesmente não batem, são muito inferiores. Não se sabe a metodologia
utilizada pelo MDS, mas esses números são contraditórios”, disse o técnico
Adrimauro Gemaque.
Segundo o MDS, o município de Vitória do Jari
tem o maior valor médio de remuneração por família, chegando a R$ 306,56. Para
os estatísticos do IBGE, entre o número de famílias mostradas na planilha e o
repasse de R$ 73 milhões feito pelo Ministério, existe um distanciamento muito
grande.
“Os números diferem da realidade. São diminutos
dentro do documento. Com isso pode se perguntar: pra onde está indo esse
dinheiro?”, declarou Joel Silva.
Dados do IBGE mostram que no Amapá 9,93% da
população vivem na linha extrema da pobreza. Isso corresponde a 72 mil famílias
que vivem com até R$ 70 por mês. Quando se associa ao número de pobres, o
número de famílias chega a 150 mil.
O mais importante o MDS constatou e confirmou
que haviam errado e enviaram aos técnicos amapaense uma nota (leia abaixo) e de
acordo com a declaração do técnico Adrimauro Gemaque a nossa reportagem. “As
informações divulgados (18/08) pelo MDS referente ao número de famílias
vinculadas ao Programa do Bolsa Família, nos levou a vários questionamentos em
relação aos dados que foram apresentados. Estavam muito a quem da realidade em
função da população do Estado do Amapá. Mesmo porque, quando confrontava-se a
nível municipal as informações eram diferente”.
O MDS
reconheceu que houve equívoco e nos enviou a nota que segue
Prezados Joel e Adrimauro.
Enviamos resposta ao jornal Diário do Amapá, que publicou matéria no último domingo, 24 de agosto, com o título “Técnicos do IBGE questionam números do MDS sobre o Bolsa Família no Amapá”, informando que o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família no estado do Amapá é de 54.932 e não 359.195. A falha ocorreu devido a um erro de digitação da equipe da assessoria de comunicação no momento da formulação da tabela enviada à imprensa junto com o release, substituindo os dados do Amapá com os do estado do Amazonas. Não há erro nos dados produzidos pelo corpo técnico do ministério e nem no pagamento efetuado. Lamentamos o ocorrido e ficamos à disposição para qualquer outro esclarecimento.
Atenciosamente.
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Júlio César Amaral
Assessor de Imprensa
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(61) 2030.1451
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