quinta-feira, 24 de setembro de 2015

ARTIGO DO RODOLFO JUAREZ

O DESPERDÍCIO DO MOMENTO
Rodolfo Juarez

Mais uma vez os responsáveis pela gestão dos interesses de Macapá e Santana desperdiçaram uma oportunidade de firmar um dos principais fenômenos astronômicos como item de atração turística com reflexo direto na economia.

No dia 23 ocorreu o Equinócio de Setembro!
Um momento muito especial e que só não é único porque tem outro assemelhado que acontece em março, entretanto, sujeito às chuvas comuns no período e às dificuldades que isso implica.

Não sei se por falta de estudo ou por falta de interesses, ou por querer se posicionar como os da idade antiga, que preferiam reter as informações que tinham a distribuí-las com a população, para demonstrar sabedoria ou considerar-se detentor de poderes especiais e, para alguns, até mágicos.

Faz tempo que a magia e a sabedoria “do comum de todos” deixaram de influenciar comportamentos, mesmo assim, por aqui, se nota esse descuido ou burrice, quando procuram definir o momento.

Primeiro os gestores de Macapá, que têm um ponto para desenvolver os seus motivos turísticos e, depois, os de Santana que, embora não tenham esse ponto definido com a mesma imponência de Macapá, conta com a dedicação de pessoas como Miguel Duarte que querem apenas despertar a consciência popular para o fenômeno astronômico.

O equinócio é definido como o instante em que o Sol, em sua órbita aparente, isto é, como vista da terra, cruza o plano do equador celeste, implicando em noites iguais, ou seja, a ocasião em que o dia e a noite tem o mesmo tamanho quanto à medida é o tempo.

O desafio ao conhecimento é tanto que, nomina-se aqui em Macapá, o equinócio de setembro como equinócio da primavera. Ora, no equador não tem equinócio da primavera. Estamos utilizando uma linguagem imprópria, ou destruindo um dos momentos especiais que poderia ter a cidade, se alinhando em definições dadas pelas rádios, televisões e jornais das regiões sudeste e sul, onde realmente se verifica o equinócio da primavera.

No mesmo momento em que se comemora o equinócio da primavera na região sudeste, também se comemora o equinócio de outono para as regiões, em outros países, naturalmente e que estão no hemisfério norte do planeta Terra.

Não faz muito tempo que um dos responsáveis pelo programa encarregado de destacar o equinócio referiu-se da seguinte maneira:
“- Uma pena. Já passou a hora do equinócio.”
Esses absurdos se repetiram esse ano, com os organizadores continuaram lamentando a ocorrência do fenômeno no final da madrugada.

Se observarem o calendário de eventos desse período poderão notar que aquele que recebeu menos importância foi o equinócio que, ao contrário, poderia ser a grande referência para o VII Encontro de Contabilidade da Amazônia Legal, para a Semana de Valorização com a Pessoa Idosa e para tantos projetos sociais que estão em fase de realização e que não se referem ao equinócio.

Os paraenses fazem os eventos importantes durante o Círio de Nazaré, todos se referindo à festa religiosa que a tornou o grande momento turístico e econômico da capital do Pará.

E o que se faz ainda por aqui tem o chamamento dos dirigentes estaduais, sem conseguir (!) chamar a atenção dos dirigentes municipais que mais deveriam se interessar.

A programação é ruim e a divulgação mal feita. Ninguém do povo tem o seu interesse despertado pelo evento.

As enquetes respondem a todas essas perguntas, entretanto, não listam os motivos que provocam dos municípios de Macapá e Santana tamanha ausência.

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