O DESPERDÍCIO DO MOMENTO
Rodolfo Juarez
Mais uma vez
os responsáveis pela gestão dos interesses de Macapá e Santana desperdiçaram
uma oportunidade de firmar um dos principais fenômenos astronômicos como item
de atração turística com reflexo direto na economia.
No dia 23 ocorreu o Equinócio de Setembro!
No dia 23 ocorreu o Equinócio de Setembro!
Um momento
muito especial e que só não é único porque tem outro assemelhado que acontece
em março, entretanto, sujeito às chuvas comuns no período e às dificuldades que
isso implica.
Não sei se
por falta de estudo ou por falta de interesses, ou por querer se posicionar
como os da idade antiga, que preferiam reter as informações que tinham a
distribuí-las com a população, para demonstrar sabedoria ou considerar-se detentor
de poderes especiais e, para alguns, até mágicos.
Faz tempo
que a magia e a sabedoria “do comum de todos” deixaram de influenciar
comportamentos, mesmo assim, por aqui, se nota esse descuido ou burrice, quando
procuram definir o momento.
Primeiro os
gestores de Macapá, que têm um ponto para desenvolver os seus motivos
turísticos e, depois, os de Santana que, embora não tenham esse ponto definido
com a mesma imponência de Macapá, conta com a dedicação de pessoas como Miguel
Duarte que querem apenas despertar a consciência popular para o fenômeno
astronômico.
O equinócio
é definido como o instante em que o Sol, em sua órbita aparente, isto é, como
vista da terra, cruza o plano do equador celeste, implicando em noites iguais,
ou seja, a ocasião em que o dia e a noite tem o mesmo tamanho quanto à medida é
o tempo.
O desafio ao
conhecimento é tanto que, nomina-se aqui em Macapá, o equinócio de setembro
como equinócio da primavera. Ora, no equador não tem equinócio da primavera.
Estamos utilizando uma linguagem imprópria, ou destruindo um dos momentos
especiais que poderia ter a cidade, se alinhando em definições dadas pelas
rádios, televisões e jornais das regiões sudeste e sul, onde realmente se
verifica o equinócio da primavera.
No mesmo
momento em que se comemora o equinócio da primavera na região sudeste, também
se comemora o equinócio de outono para as regiões, em outros países,
naturalmente e que estão no hemisfério norte do planeta Terra.
Não faz
muito tempo que um dos responsáveis pelo programa encarregado de destacar o
equinócio referiu-se da seguinte maneira:
“- Uma pena.
Já passou a hora do equinócio.”
Esses
absurdos se repetiram esse ano, com os organizadores continuaram lamentando a
ocorrência do fenômeno no final da madrugada.
Se
observarem o calendário de eventos desse período poderão notar que aquele que
recebeu menos importância foi o equinócio que, ao contrário, poderia ser a
grande referência para o VII Encontro de Contabilidade da Amazônia Legal, para
a Semana de Valorização com a Pessoa Idosa e para tantos projetos sociais que
estão em fase de realização e que não se referem ao equinócio.
Os paraenses
fazem os eventos importantes durante o Círio de Nazaré, todos se referindo à
festa religiosa que a tornou o grande momento turístico e econômico da capital do
Pará.
E o que se
faz ainda por aqui tem o chamamento dos dirigentes estaduais, sem conseguir (!)
chamar a atenção dos dirigentes municipais que mais deveriam se interessar.
A
programação é ruim e a divulgação mal feita. Ninguém do povo tem o seu
interesse despertado pelo evento.
As enquetes
respondem a todas essas perguntas, entretanto, não listam os motivos que
provocam dos municípios de Macapá e Santana tamanha ausência.
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