Artigo
O mal da corrupção
Pedro Velleda
Há alguns anos atrás,
o Brasil não reconheceria, nem de longe, a percepção da gravidade da corrupção
que cresce a cântaros nesse brejeiro país. Organizações tentam garantir a
transparência, mas o descontrole social da administração pública é inevitável.
Alguns setores do Executivo, Legislativo e Judiciário não se atinam para o
problema e o que falta é mobilização para elevar o padrão ético dos agentes sob
sua jurisdição.
A corrupção requer uma
luta árdua e pressupõe muito gás. Os propósitos frente às dificuldades que se
interpõem no caminho, para o extermínio desse mal, são duros demais. Agir
contra a corrupção sugere confrontos com interesses organizados, públicos e
privados, o que acaba espedaçando a teia social.
Num mundo das
tecnologias fantásticas, as redes sociais ganham cada vez mais relevância para
o exercício da cidadania e acabam se criando as ferramentas certas, de atuação
e mobilização contra a corrupção.
Mas, parece que a
empreitada é realmente dura. Cada vez mais difícil. São as velhas polêmicas
ideológicas, os embates políticos, as ameaças, as desqualificações mentirosas,
difamações, enfim, todas as formas escusas de ação, sem contar que os malinados
corruptos, agem por baixo do pano, mesmo expostos à sociedade pelas próprias
armadilhas.
O desalmado, que se
beneficia com a corrupção, opõe-se às iniciativas de ajuste da administração pública.
Abandona a luta a pretexto de paz. Ah, isso não vale.
Pior mesmo é que os corruptos
‘verdadeiros excrementos humanos’ também se unem para desqualificar as ações e
as pessoas que denunciam a corrupção. Formam uma rede com poder e força de
intimidação suficiente para aniquilar seus contestadores.
Está aí o cenário de
toda evolução que ocorreu na humanidade para chegar onde estamos hoje.
Os corruptos desejam
viver numa vida de luxúria, independente de quem seja o prejudicado.
Êpa! Alto lá... – A coisa pública não deve ser usada em
benefício da sociedade, para assegurar um futuro melhor com o aumento da
expectativa e qualidade de vida? Então o buraco é mais embaixo.
Tá certo que a
sociedade brasileira mudou, é verdade, iniciativas sociais têm surgido para
debelar a corrupção da vida social.
E você perguntaria: –
Porque o Brasil deve lutar contra a corrupção?
Por que a vida deve ser organizada para podermos alcançar o desenvolvimento da
comunidade onde se vive, deve-se exigir inicialmente comportamento ético dos
ocupantes dos poderes constituídos e eficiência na gestão dos serviços
públicos.
O que não se pode
esquecer que uma das obrigações mais importantes do cidadão é, justamente, não
aceitar ser vítima da corrupção.
Não há como negar, a
corrupção é um dos grandes males que destrói a vida social e desqualifica o
poder público em nosso século.
Há uma carência dos
serviços públicos essenciais, aliado a pobreza de muitos municípios e seus
cidadãos, que vivem numa penúria financeira.
A corrupção corrói a
dignidade do cidadão, deteriora o convívio social, contamina os indivíduos e
compromete a vida das gerações atuais e futuras. Os impostos pagos pelos
cidadãos são apropriados por agentes gananciosos, que no afã de se protegerem
isolam-se em interesses particulares, até romperem-se os laços da solidariedade
social através da mútua desconfiança.
Ouvi de um
magistrado: “Precisamos evoluir e atacar as causas dos problemas crônicos que trancam
o fortalecimento das instituições e dos hábitos políticos do próprio país, que
passam pela impunidade dos agentes públicos e privados que praticam delitos em
detrimento dos cofres públicos. Não podemos mais ficar alheios ao que acontece
à nossa volta, pois a nossa omissão é também é responsável por essa situação”.
Abramos os olhos, e bem
arregalados, pois as consequências da corrupção são devastadoras –, “quando o desvio de recursos públicos arruína
todos os serviços urbanos, inviabiliza a melhoria dos equipamentos necessários
ao bem estar dos cidadãos e impede a construção e conclusão de obras
indispensáveis às cidades e ao país”.
Os malfeitos são
perceptíveis na carência crônica de verbas para obras públicas, sobretudo, para
garantir o direito à educação e à saúde de qualidade.
Sem falar da
existência de organizações criminosas, com atuação a nível estadual e até
nacional, que dispõem de um arsenal de empresas-fantasma para utilizar em
diversas situações corruptas.
O subdesenvolvimento
econômico e social, crônicos, tem se revelado.
Por isso, para
aqueles que compartilham da corrupção, ativa ou passivamente, e os que dela
tiram algum tipo de proveito, comprometendo eticamente a administração e o
convívio decente inviabilizando os negócios públicos, pelo contrário, devem ser
responsabilizados civil e criminalmente por todos os atos comissivos e
omissivos que solapam o erário publico.
Intolerável, assim
deve ser com a tal corrupção!
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