quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Artigo , o mal da corrupção ; Pedro Velleda


Artigo


O mal da corrupção
Pedro Velleda

Há alguns anos atrás, o Brasil não reconheceria, nem de longe, a percepção da gravidade da corrupção que cresce a cântaros nesse brejeiro país. Organizações tentam garantir a transparência, mas o descontrole social da administração pública é inevitável. Alguns setores do Executivo, Legislativo e Judiciário não se atinam para o problema e o que falta é mobilização para elevar o padrão ético dos agentes sob sua jurisdição.

A corrupção requer uma luta árdua e pressupõe muito gás. Os propósitos frente às dificuldades que se interpõem no caminho, para o extermínio desse mal, são duros demais. Agir contra a corrupção sugere confrontos com interesses organizados, públicos e privados, o que acaba espedaçando a teia social.

Num mundo das tecnologias fantásticas, as redes sociais ganham cada vez mais relevância para o exercício da cidadania e acabam se criando as ferramentas certas, de atuação e mobilização contra a corrupção.

Mas, parece que a empreitada é realmente dura. Cada vez mais difícil. São as velhas polêmicas ideológicas, os embates políticos, as ameaças, as desqualificações mentirosas, difamações, enfim, todas as formas escusas de ação, sem contar que os malinados corruptos, agem por baixo do pano, mesmo expostos à sociedade pelas próprias armadilhas.

O desalmado, que se beneficia com a corrupção, opõe-se às iniciativas de ajuste da administração pública. Abandona a luta a pretexto de paz. Ah, isso não vale.

Pior mesmo é que os corruptos ‘verdadeiros excrementos humanos’ também se unem para desqualificar as ações e as pessoas que denunciam a corrupção. Formam uma rede com poder e força de intimidação suficiente para aniquilar seus contestadores.

Está aí o cenário de toda evolução que ocorreu na humanidade para chegar onde estamos hoje.

Os corruptos desejam viver numa vida de luxúria, independente de quem seja o prejudicado.

Êpa! Alto lá... – A coisa pública não deve ser usada em benefício da sociedade, para assegurar um futuro melhor com o aumento da expectativa e qualidade de vida? Então o buraco é mais embaixo.

Tá certo que a sociedade brasileira mudou, é verdade, iniciativas sociais têm surgido para debelar a corrupção da vida social.

E você perguntaria: – Porque o Brasil deve lutar contra a corrupção? Por que a vida deve ser organizada para podermos alcançar o desenvolvimento da comunidade onde se vive, deve-se exigir inicialmente comportamento ético dos ocupantes dos poderes constituídos e eficiência na gestão dos serviços públicos.

O que não se pode esquecer que uma das obrigações mais importantes do cidadão é, justamente, não aceitar ser vítima da corrupção.

Não há como negar, a corrupção é um dos grandes males que destrói a vida social e desqualifica o poder público em nosso século.

Há uma carência dos serviços públicos essenciais, aliado a pobreza de muitos municípios e seus cidadãos, que vivem numa penúria financeira.

A corrupção corrói a dignidade do cidadão, deteriora o convívio social, contamina os indivíduos e compromete a vida das gerações atuais e futuras. Os impostos pagos pelos cidadãos são apropriados por agentes gananciosos, que no afã de se protegerem isolam-se em interesses particulares, até romperem-se os laços da solidariedade social através da mútua desconfiança.

Ouvi de um magistrado: “Precisamos evoluir e atacar as causas dos problemas crônicos que trancam o fortalecimento das instituições e dos hábitos políticos do próprio país, que passam pela impunidade dos agentes públicos e privados que praticam delitos em detrimento dos cofres públicos. Não podemos mais ficar alheios ao que acontece à nossa volta, pois a nossa omissão é também é responsável por essa situação”.

Abramos os olhos, e bem arregalados, pois as consequências da corrupção são devastadoras –, “quando o desvio de recursos públicos arruína todos os serviços urbanos, inviabiliza a melhoria dos equipamentos necessários ao bem estar dos cidadãos e impede a construção e conclusão de obras indispensáveis às cidades e ao país”.

Os malfeitos são perceptíveis na carência crônica de verbas para obras públicas, sobretudo, para garantir o direito à educação e à saúde de qualidade.

Sem falar da existência de organizações criminosas, com atuação a nível estadual e até nacional, que dispõem de um arsenal de empresas-fantasma para utilizar em diversas situações corruptas.

O subdesenvolvimento econômico e social, crônicos, tem se revelado.
Por isso, para aqueles que compartilham da corrupção, ativa ou passivamente, e os que dela tiram algum tipo de proveito, comprometendo eticamente a administração e o convívio decente inviabilizando os negócios públicos, pelo contrário, devem ser responsabilizados civil e criminalmente por todos os atos comissivos e omissivos que solapam o erário publico.

Intolerável, assim deve ser com a tal corrupção!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...