sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

CISMANDO - PEDRO VELLEDA


Relutâncias de aceitação

Aqui, na agitada redação do Tribuna, procuro o arquivo da edição 489, que entre outras coisas mostra as minhas obrigações, revisão, reforço na editoria, e claro, o artigo do Velleda, o meu texto semanal, ora pois..., para a coluna Cismando. Pela primeira vez, não sei o que escrever. Respiro, saboreando o delicioso café da Rose Brau, e finalmente pesco um ágil pensamento sobre a dificuldade que a gente tem de aceitar as coisas, principalmente as mais lógicas. Ora, aceitar é um início da transformação. Aceitar + ação.

Receber de boa vontade aquilo que é oferecido.

Mas porque é tão difícil aceitar? Aqui peço uma ajuda ao amigo espírito Hammed.

Quando precisamos aceitar uma circunstância que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à nova situação. A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos. De verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos começar aceitando. Simplesmente nos aceitando.

Mas o que é auto aceitar-se... Reconhecer os erros e acertos, respeitando a si próprio como um Espírito em evolução; não se revoltar ou ficar triste porque ainda não tem as boas atitudes que gostaria; aceitar o próprio corpo físico.
Auto aceitação não deve significar acomodação ou revolta, mas uma atitude de humildade para aceitar que ainda somos imperfeitos e mudar para melhor. A auto aceitação fortalece a paciência e a fé, nos auxiliando a viver em harmonia conosco e com os outros.

É difícil aceitar as perdas materiais ou afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições. A nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que nos gera sofrimento. Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais complicado e pesado.

Em outras ocasiões, nossa reação é a de negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais como revolta, tristeza, culpa e indignação. Todas essas reações são destrutivas e desagregadoras.

Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades e nos impedem de enxergar as soluções. Pode parecer que quando nos resignamos diante de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e sendo fracos. Mas não. Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e que a vida é regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com serenidade e fé.

Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes mudanças que a vida nos apresenta, devemos começar admitindo a nova situação. A aceitação é um ato de força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e humildade, e nos impulsiona para a luta. É detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar. Existem inúmeras situações na vida que não estão sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las. É fundamental entender que esse posicionamento não significa desistir, mas sim manter-se lúcido e otimista no momento necessário.

Aceitar é exercitar a fé. É expandir a consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter uma atitude saudável diante da vida. É nos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos oferecer. Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova oportunidade de renascimento no corpo físico.

Os sentimentos de amargura, desespero e revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das próprias dificuldades em lidar com os problemas.

Lembremos que todas as dores são transitórias. Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e resignação. Olhemos para elas como mecanismos da Lei Universal que o Pai utiliza para que possamos crescer em direção a Ele. Busquemos, desse modo, as fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor nos dirá como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.


Bem, deves estar encafifado com o que leste. Mas não te cobres tanto, as vezes fica difícil aceitar... Portanto, busque alicerçar a sua vida na alegria de viver e na esperança, na certeza de que “não há mal que dure sempre”, posto que Deus a tudo conduz e vela por todos os filhos, nas variadas situações do planeta terrestre.

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