Relutâncias de aceitação
Aqui, na agitada redação do Tribuna, procuro
o arquivo da edição 489, que entre outras coisas mostra as minhas obrigações,
revisão, reforço na editoria, e claro, o artigo do Velleda, o meu texto
semanal, ora pois..., para a coluna Cismando. Pela primeira vez, não sei o que
escrever. Respiro, saboreando o delicioso café da Rose Brau, e finalmente pesco
um ágil pensamento sobre a dificuldade que a gente tem de aceitar as coisas,
principalmente as mais lógicas. Ora, aceitar é um início da transformação.
Aceitar + ação.
Receber de boa vontade aquilo que é
oferecido.
Mas porque é tão difícil aceitar? Aqui peço
uma ajuda ao amigo espírito Hammed.
Quando precisamos aceitar uma circunstância
que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à
nova situação. A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em
aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos
submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos. De verdade, se
quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos
começar aceitando. Simplesmente nos aceitando.
Mas o que é auto aceitar-se... Reconhecer os
erros e acertos, respeitando a si próprio como um Espírito em evolução; não se
revoltar ou ficar triste porque ainda não tem as boas atitudes que gostaria;
aceitar o próprio corpo físico.
Auto aceitação não deve significar acomodação
ou revolta, mas uma atitude de humildade para aceitar que ainda somos
imperfeitos e mudar para melhor. A auto aceitação fortalece a paciência e a fé,
nos auxiliando a viver em harmonia conosco e com os outros.
É difícil aceitar as perdas materiais ou
afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições. A
nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que
nos gera sofrimento. Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir
nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais
complicado e pesado.
Em outras ocasiões, nossa reação é a de
negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais
como revolta, tristeza, culpa e indignação. Todas essas reações são destrutivas
e desagregadoras.
Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e
insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades e nos
impedem de enxergar as soluções. Pode parecer que quando nos resignamos diante
de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e sendo fracos. Mas não.
Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e
que a vida é regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com
serenidade e fé.
Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção
de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes mudanças que a vida nos
apresenta, devemos começar admitindo a nova situação. A aceitação é um ato de
força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e humildade,
e nos impulsiona para a luta. É detentora de um poder transformador que só quem
já experimentou pode avaliar. Existem inúmeras situações na vida que não estão
sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las. É fundamental entender que
esse posicionamento não significa desistir, mas sim manter-se lúcido e otimista
no momento necessário.
Aceitar é exercitar a fé. É expandir a
consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter uma atitude
saudável diante da vida. É nos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos
oferecer. Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova
oportunidade de renascimento no corpo físico.
Os sentimentos de amargura, desespero e
revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das próprias dificuldades em
lidar com os problemas.
Lembremos que todas as dores são
transitórias. Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e
resignação. Olhemos para elas como mecanismos da Lei Universal que o Pai
utiliza para que possamos crescer em direção a Ele. Busquemos, desse modo, as
fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor nos dirá
como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.
Bem, deves estar encafifado com o que leste.
Mas não te cobres tanto, as vezes fica difícil aceitar... Portanto, busque
alicerçar a sua vida na alegria de viver e na esperança, na certeza de que “não
há mal que dure sempre”, posto que Deus a tudo conduz e vela por todos os
filhos, nas variadas situações do planeta terrestre.
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