Sucuriju é a nova rota da pororoca na
costa do Amapá
O fenômeno acontece a partir do encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas (Foto Raimundo Paccó) |
Equipe de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente fará o levantamento
dos novos pontos localizados na Vila do Sucuriju, costa leste do Estado
Da Editoria
Contrariando alguns órgãos, profissionais e especialistas ambientais,
que apontavam o fim de um dos fenômenos naturais mais conhecidos do Estado
Amapá, a pororoca está de volta. Novas rotas das ondas – consideradas as mais
longas em duração – estão sendo encontradas na Vila do Sucuriju, localizada na
Reserva Biológica do Lago Piratuba, na foz do Rio Araguari, costa leste do
Estado.
Para fazer o levantamento dos dados e analisar os novos pontos desse
potencial turístico, uma equipe da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema)
viaja neste sábado, 20, para o local. O grupo de 20 pessoas será composto por
especialistas em recursos hídricos, integrantes da Defesa Civil e do Batalhão
Ambiental, que contarão com a parceria de desportistas da Associação do Surf e
Standup (Assuap) e surfistas nacionais.
Na ocasião, serão feitos os levantamentos de dados da região,
verificação dos pontos geográficos, registro de possíveis mudanças climáticas e
os períodos em que acontece o fenômeno da pororoca.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Marcelo Creão, explica que o
relatório servirá para as duas frentes de trabalho do órgão, que já planeja a
criação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Araguari e do Comitê da
Bacia Hidrográfica do Araguari.
“Iremos fazer também o cadastramento das lideranças locais para que
possam participar do nosso comitê. De posse dos dados, teremos como subsidiar
nossas ações da melhor forma, buscando assim diminuir os impactos ambientais e
potencializar o ecoturismo no Estado”, projetou o gestor.
A técnica da Sema Ivete Morais explica que a presença dos surfistas será
primordial. “Levando em consideração a experiência deles será possível analisar
a intensidade da pororoca e suas possíveis novas rotas, onde elas nascem e
terminam”, destacou.
O trabalho vai durar dez dias. A equipe passará pelo Arquipélago do
Bailique, percorrendo toda a costa do município de Amapá e Tartarugalzinho, até
a Vila do Sucuriju, onde ficarão acampados no navio que dará suporte ao grupo.
Pororoca
O fenômeno acontece a partir do encontro das correntes fluviais com as
águas oceânicas. No Amapá, alguns fatores foram apontados como causadores do
suposto fim da pororoca em anos anteriores, como: construção de hidrelétricas
no Rio Araguari e a degradação causada pelo pisoteio de búfalos na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário