Conduta difícil...
Em
minhas reflexões diárias parei para analisar a minha conduta como homem de bem.
Inspirar no Espírito de Verdade reproduzo aqui o que diz ‘Kardec’ com relação a
cumprir a lei de justiça, amor e caridade.
“Se
o homem de bem interroga sua consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo
perguntará se violou essa lei (de justiça, amor e caridade), se não praticou o
mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião
de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o
que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça
e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete
à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens
espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida,
todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem
murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem
pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do
fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra
satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer
ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos
aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si,
é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta,
ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação
generosa.
O
homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de
raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos
outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não
pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo
que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu
orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de
causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode
evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência de Deus. Não
alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e
esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe
será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque
sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do
Cristo: (Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado).
Nunca
se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se
a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda
suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos
os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em
si de melhor do que na véspera. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas
vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa,
mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de
que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é
o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Finalmente,
o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis
da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus”.
Não
custa, em meio a tantas injustiças, desmazelos e hipocrisia, se esforçar por
tentar corrigir, no nosso caráter, pelo menos dez por cento do que acabamos de
mencionar.
Oxalá
que os pretensos candidatos, do pleito do ano que vem, nesta judiada Macapá,
leiam este artigo e saiam dessa amiotrofia política que se instalou na capital.
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