O Abigeato dá um prejuízo milionário à pecuária
local
Policiais e fazendeiros costumam dizer que o
furto de gado, atividade conhecida como abigeato, é um crime que existe a
séculos em toda a história da humanidade.
Mais do que resistir ao tempo, esse tipo de
crime, que atormenta produtores rurais em todo o Estado, torna-se mais danoso
com associação de ladrões a grupos de criminosos.
É fato que bandos de abigeatários não só
sobrevivem há séculos como também chegaram aos dias atuais exibindo maior
eficiência nos furtos. Para isso, aliaram-se a quadrilhas que têm outros
negócios ilegais e fizeram com que a carne chegasse com mais rapidez ao
consumidor.
Os pecuaristas amapaenses sofrem com a exclusão
do Amapá do mercado nacional e internacional, impossibilitando a exportação de
proteína animal amapaense devido a febre aftosa, que felizmente pela ação rigorosa
da atual gestão estadual, através da DIAGRO, recebeu neste primeiro semestre
nova classificação a de médio risco de contaminação da febre aftosa, o que
possibilita a carne bovina e bubalina ser exportada para o mercado interno e internacional.
Quanto ao roubo de gado,
vivo ou abatido, pois, os bandidos roubam até de barco e muitas vezes os abatem
no próprio local vem acontecendo um surto criminoso que está assustando os
produtores. Cansados de acordar e encontrar apenas cabeças e buchadas de seus
animais na beira do rio alguns associados da ACRIAP procuraram através da instituição
parceria com o Ministério Público, DIAGRO, e Polícia Militar, através do
Batalhão Ambiental, para juntos estudarem soluções que previnam novos furtos.
Outro instrumento, que
veio ajudar no combate a esse crime, é a modificação no Código Penal Brasileiro, que de acordo com a
mudança na legislação, o crime que era tratado como furto comum e raramente se
tirava de circulação, por muito tempo, agora, com a tipificação do crime e
aumento da pena, inclusive para a receptação, deve acontecer uma redução nos
delitos, que acontecem em todo o Brasil.
Na torcida pelo fim da
impunidade aos ladrões de gado, estão os criadores de Tartarugalzinho e Cutias
do Araguari, onde antes a criação de gado era comum, os que ainda resistem aos
roubos, e seguem criando seus animais, são tachados de corajosos. O próprio
presidente da ACRIAP já sofreu com esse crime, foi roubado em 400 cabeças, e
declara que os pecuaristas amapaenses sofrem um prejuízo mensal de mais de R$ 3
milhões/mês, o que pode chegar a aproximadamente R$ 40 milhões/ano.
Para um Estado que ainda
engatinha na sua economia e onde os investimentos na pecuária são ínfimos,
devido à falta de recursos próprios, isso é um baque enorme para o PIB local.
O destino mais comum para
o gado furtado é o abate e a posterior comercialização nos arredores. A
quantidade de animais furtados ou carneados varia em função do lugar onde se
encontram no campo, da proximidade com as rodovias, casas ou movimentações e da
presença de cães de guarda.
Outra situação bem mais
perigosa é a venda clandestina de carne bovina proveniente desse gato roubado,
abatido e vendido nos municípios e bairros periféricos de Macapá. O número médio, de 30 mil
cabeças de gado – referente tanto aos animais carneados nas propriedades quanto
os furtados para posterior abate – seria alusivo ao ano de 2016. Aqui não
importa tanto os números. O crime é muito significativo. É uma atividade
prejudicial tanto economicamente quanto pela questão sanitária. É uma carne
cujo transporte e abate certamente foram realizados sem a higiene necessária. Em
outras ocasiões a carne é vendida para açougues, que revendem aos clientes,
onde o produto é comercializado diretamente aos restaurantes.
Isto é um ato que põe em
risco a saúde da população amapaense, e é perigoso, além do prejuízo econômico
causado aos pecuaristas e aos cofres públicos.
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