domingo, 16 de julho de 2017

Editorial



 O Abigeato dá um prejuízo milionário à pecuária local

Policiais e fazendeiros costumam dizer que o furto de gado, atividade conhecida como abigeato, é um crime que existe a séculos em toda a história da humanidade.
Mais do que resistir ao tempo, esse tipo de crime, que atormenta produtores rurais em todo o Estado, torna-se mais danoso com associação de ladrões a grupos de criminosos.
É fato que bandos de abigeatários não só sobrevivem há séculos como também chegaram aos dias atuais exibindo maior eficiência nos furtos. Para isso, aliaram-se a quadrilhas que têm outros negócios ilegais e fizeram com que a carne chegasse com mais rapidez ao consumidor.
Os pecuaristas amapaenses sofrem com a exclusão do Amapá do mercado nacional e internacional, impossibilitando a exportação de proteína animal amapaense devido a febre aftosa, que felizmente pela ação rigorosa da atual gestão estadual, através da DIAGRO, recebeu neste primeiro semestre nova classificação a de médio risco de contaminação da febre aftosa, o que possibilita a carne bovina e bubalina ser exportada para o mercado interno e internacional.
Quanto ao roubo de gado, vivo ou abatido, pois, os bandidos roubam até de barco e muitas vezes os abatem no próprio local vem acontecendo um surto criminoso que está assustando os produtores. Cansados de acordar e encontrar apenas cabeças e buchadas de seus animais na beira do rio alguns associados da ACRIAP procuraram através da instituição parceria com o Ministério Público, DIAGRO, e Polícia Militar, através do Batalhão Ambiental, para juntos estudarem soluções que previnam novos furtos.
Outro instrumento, que veio ajudar no combate a esse crime, é a modificação no Código Penal Brasileiro, que de acordo com a mudança na legislação, o crime que era tratado como furto comum e raramente se tirava de circulação, por muito tempo, agora, com a tipificação do crime e aumento da pena, inclusive para a receptação, deve acontecer uma redução nos delitos, que acontecem em todo o Brasil.
Na torcida pelo fim da impunidade aos ladrões de gado, estão os criadores de Tartarugalzinho e Cutias do Araguari, onde antes a criação de gado era comum, os que ainda resistem aos roubos, e seguem criando seus animais, são tachados de corajosos. O próprio presidente da ACRIAP já sofreu com esse crime, foi roubado em 400 cabeças, e declara que os pecuaristas amapaenses sofrem um prejuízo mensal de mais de R$ 3 milhões/mês, o que pode chegar a aproximadamente R$ 40 milhões/ano.
Para um Estado que ainda engatinha na sua economia e onde os investimentos na pecuária são ínfimos, devido à falta de recursos próprios, isso é um baque enorme para o PIB local.
O destino mais comum para o gado furtado é o abate e a posterior comercialização nos arredores. A quantidade de animais furtados ou carneados varia em função do lugar onde se encontram no campo, da proximidade com as rodovias, casas ou movimentações e da presença de cães de guarda.
Outra situação bem mais perigosa é a venda clandestina de carne bovina proveniente desse gato roubado, abatido e vendido nos municípios e bairros periféricos de Macapá. O número médio, de 30 mil cabeças de gado – referente tanto aos animais carneados nas propriedades quanto os furtados para posterior abate – seria alusivo ao ano de 2016. Aqui não importa tanto os números. O crime é muito significativo. É uma atividade prejudicial tanto economicamente quanto pela questão sanitária. É uma carne cujo transporte e abate certamente foram realizados sem a higiene necessária. Em outras ocasiões a carne é vendida para açougues, que revendem aos clientes, onde o produto é comercializado diretamente aos restaurantes.

Isto é um ato que põe em risco a saúde da população amapaense, e é perigoso, além do prejuízo econômico causado aos pecuaristas e aos cofres públicos.

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