quarta-feira, 16 de maio de 2018

Equinócio das Letras - Leno Serra Callins


Equinócio das Letras




Leno Serra Callins





Uma nova esperança

        Há muito, muito tempo, numa galáxia muito, muito distante... Essa conhecida abertura remete a uma franquia símbolo da cultura pop, criada por George Lucas e, agora, pertencente à Disney. Estou falando de Star Wars ou, como foi traduzido para o bom português, “Guerra nas Estrelas”, uma franquia iniciada no cinema e que tem o meu apreço desde a minha infância, mas que, diferentemente do que alguns possam imaginar, não é conhecida por todo mundo.
        Menos conhecida ainda é toda a variedade de obras existente além dos filmes, cada vez mais numerosos. Livros, séries animadas, jogos e muitas outras obras existentes em diferentes mídias integram o chamado “universo expandido” de Star Wars, universo esse que, hoje, se divide nos selos “lendas” e “cânone”. Basicamente, a diferença é que todas as coisas classificadas como “lendas” são produções de antes de a Disney comprar os direitos autorais de Star Wars e que não foram nem serão aproveitadas como parte da história válida (canônica) dentro do universo ficcional em questão.
        Como já disse, a franquia tem o meu apreço desde a minha infância e, dos filmes, eu parti para os jogos e acabei chegando às histórias em quadrinhos e livros desse fascinante universo ainda na época em que a Disney não detinha os direitos sobre ela. Foi assim que eu conheci toda a riqueza que um universo ficcional pode ter, ao ponto de os povos e espécies de tal realidade não apenas possuírem idiomas próprios, como eles terem o seu vocabulário e gramática detalhadamente apresentados.
        Uma dessas línguas, falada pelas pessoas da cultura guerreira conhecida como “mandaloriana”, chamou a minha atenção e me levou a pesquisar a respeito de outras línguas existentes em universos ficcionais. Comecei procurando outras dentro da galáxia muito, muito distante onde as histórias – e, agora, lendas – de Star Wars se passam, mas essa busca rapidamente me levou para as línguas existentes em outras realidades fictícias, como, por exemplo, na das obras de J. R. R. Tolkien.
        O fascínio que as línguas élficas da Terra Média despertaram em mim foi muito grande, afinal de contas, elas foram cuidadosamente construídas, parecendo-se realmente com línguas reais e, o mais impressionante: possuindo histórias, o que lhes reforçava a vivacidade. Aliás, Tolkien acreditava que uma língua precisava disso para permanecer viva, de histórias, tanto que “Tolkien uma vez declarou que o esperanto teria sido mais bem sucedido se houvessem mitos para acompanha-lo”. Li isso no “Curso de Quenya”, um PDF facilmente encontrável na internet, ainda nessa época em que eu procurava assiduamente por línguas em obras de ficção. Fiquei me indagando a respeito dessa língua mencionada por Tolkien e, enfim fui pesquisar.
        Essa pesquisa me levou ao curso de Letras, queria construir línguas como as de Tolkien e como o esperanto de Zamenhof, mas, para isso, eu precisaria entender de linguística. Todavia, toda essa jornada pessoal acabou me levando da linguística de volta para a literatura, pois, no curso supracitado, acabei entrando em contato com duas tristes realidades: a maior parte do povo brasileiro não lê e a maioria dos brasileiros é constituída por analfabetos funcionais. Como e para quê, então, construir línguas em universos fictícios e enriquecê-las com histórias próprias se a população para a qual eu faria isso – os falantes de português – nem mesmo utilizam plenamente a sua própria língua?
        Foi, então, que voltei minha atenção não apenas para a própria língua portuguesa, como também para as produções literárias nacionais e, sobretudo, para as relacionadas ao Estado do Amapá, integrantes da chamada “literatura amapaense”, nomenclatura, aliás, que eu prefiro não utilizar, mas a explicação para isso eu darei noutro texto, pois este é para falar, um pouco, do hábito de leitura.
        Retomando. Ao voltar minha atenção para as produções literárias relacionadas ao Amapá, também me senti estimulado a produzir e voltei a escrever, não apenas contos, que já escrevia antes da faculdade e para os quais eu pretendia construir uma ou duas línguas, como também poemas. Até, então, eu não tinha uma relação lá muito próxima com a poesia e, ao começar a ler mais poemas e, consequentemente, a versificar – muito mais experimentalmente do que qualquer outra coisa – eu também comecei a ir aos eventos culturais relacionados.
        Neles, pude observar diversas coisas, dentre as quais, a principal é que a quantidade de pessoas que os frequentam não é das melhores. Além disso, é muito mais fácil encontrar as mesmas pessoas do que alguma cara nova. Nem mesmo os estudantes da área de Letras, que deveriam marcar presença em peso nesses eventos, costumam dar as caras.
        Isso fez com que eu me atentasse para outra triste realidade: a cultura local não é devidamente valorizada. Claro, existe uma série de fatores que levam a isso, mas, um dia, dedicarei um texto apenas para essa questão, que, inclusive, teve um episódio bem recente, envolvendo a Miss Amapá 2018, Williene Lima, e o marabaixo.
        Todavia, um fato é que existem iniciativas culturais espalhadas por aí, quase todas muito tímidas, mas que, certamente, devem ser divulgadas. Por exemplo, no que tange ao hábito de ler, surgiram clubes de leitura nos últimos anos em Macapá, cada um possuindo uma proposta própria e, geralmente, realizando encontros mensais, os quais, além de gratuitos, também costumam sortear brindes entre os participantes.
        Dois desses clubes são o “Leia Mulheres” e o “Lítera-Amapá”. O primeiro se encontra mensalmente na livraria Leitura, no Garden Shopping, e celebrará um ano de existência no último sábado deste mês, no dia 26 de maio. O segundo, cuja diretoria eu integro ao lado de outras pessoas, como a poetisa amapaense Drilly Manfre, se reúne nas tardes do último sábado de cada mês (excepcionalmente, o encontro deste mês será dia 19) no auditório da Biblioteca Pública Elcy Lacerda.
        Quanto às propostas, o clube de leitura “Leia Mulheres” possui um nome bem autoexplicativo, mas, para não deixar nenhuma dúvida: ele procura promover a leitura e o debate de livros escritos por mulheres, pretendendo, assim, valorizar as escritoras, visto que o mercado literário costuma ser visto como hegemonicamente masculino.
        O clube “Lítera-Amapá”, por sua vez, não se restringe a qualquer gênero ou outra característica dos escritores ou dos livros, procurando alternar entre livros nacionais, internacionais e “amapaenses”. Por exemplo, o livro de abril foi “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, e o de maio é “O Estrangeiro”, de Albert Camus. O de junho certamente será de algum autor local.
        Aliás, por falar em junho, a partir desse mês outra proposta do “Lítera-Amapá” sairá do papel, sendo executada também na Biblioteca Pública Elcy Lacerda: a promoção de um sarau temático no segundo sábado do mês. Desde já, sintam-se convidados e apareçam aos encontros dos clubes de leitura. Até a próxima.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Cheia volta atingir moradores do Vale do Jari


Cheia volta atingir moradores do Vale do Jari


 
Na noite deste domingo (13) para segunda feira (14) os moradores de Laranjal do Jari foram pegos de surpresa com crescimento no nível do rio Jarí, a água atingiu os bairros mais baixos da cidade, Santarém, Malvinas, Samaúma, sagrado coração de Jesus, mirilandia, e as comunidades próximas a cachoeira.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, o nível do rio Jarí continua subindo, e até a última atualização desta reportagem, atingiu 2,44 metros ao meio DIA. Já registrado com o maior nível desse ano.

A prefeitura de Laranjal do Jarí, já está trabalhando através da Guarda Municipal e defesa civil no apoio as famílias que estão com as casas alagadas, removendo para abrigos.
A distribuição de água está sendo feita por carro pipa e barco, segundo informou a defesa civil municipal, as aulas das escolas da parte baixa da cidade já foram paralisadas.

 http://jarinoticia.blogspot.com.br/2018/05/cheia-atingi-moradores-do-vale-do-jari.html 

Nível do Rio Jari alcança 2,65 metros


Nível do Rio Jari alcança 2,65 metros 
Enchente começou a ser registrada desde domingo (13), no Sul do Amapá (Foto: Defesa Civil Estadual/Divulgação)
Após dois dias do início da cheia em Laranjal do Jari, o nível do rio voltou a subir e até a manhã desta terça-feira (15), a Defesa Civil do estado registou aumento de 2,65 metros. A corporação informou que segue monitorando e deve fazer novo levantamento ao longo do dia.
A inundação na cidade deixou 86 famílias desalojadas. Segundo a Defesa Civil, 46 pessoas de 11 famílias estão abrigadas em uma escola do município e outras 350, pertencente a 75 famílias, foram levadas para casa de parentes ou amigos.
cheia começou no domingo (13). No primeiro momento, quatro bairros foram afetados. Já em novo registro, cerca de oito bairros estão sendo atingidos, os mesmos da enchente que aconteceu em abril, informou o comandante da Defesa Civil Estadual, o coronel Wagner Coelho.
No mês passado, a inundação danificou 510 residências e afetou diretamente 8.696 moradores. Agora, a Defesa ainda deve levantar o número total de imóveis e vítimas da inundação. Ainda 40 pedidos de remoção poderão ser efetuados nesta terça-feira.
“Os mesmos bairros que foram atingidos pela última enchente foram alvos novamente, mas dessa vez com muito mais intensidade. O número que temos é de 11 famílias abrigadas na quadra da escola e outras 75 desalojadas”, disse.
Equipes da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), Secretaria de Transportes (Setrap) e Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (Sims) se deslocaram na segunda-feira (14) para auxiliar as vítimas.
A Caesa atua na distribuição de kits para o tratamento de água potável, pois o município está com o fornecimento comprometido. Caminhões da Setrap vão ser usados para auxiliar na retirada de móveis das casas das vítimas. A Sims inicia o processo de cadastramento dos afetados.
A Defesa e a Guarda Municipal disponibilizaram dois telefones de emergência 24 horas para as famílias que precisarem ser removidas para o abrigo.
·                   Defesa Civil Municipal: (96) 99114-8806
·                   Guarda Civil Municipal: (96) 99136-1561 - Fonte G1


Governo confirma inauguração da UPA Zona Sul para 18 de maio

Governo confirma inauguração da UPA Zona Sul para 18 de maio
Data de inauguração foi confirmada nesta segunda-feira, 14, durante vistoria nas instalações da obra, no bairro Zerão, em Macapá.
Ascom/Sesa/Secom

 Foto: Márcio Pinheiro/Secom
Durante a vistoria, o governador Waldez lembrou-se do longo caminho que foi preciso percorrer para destravar entraves burocráticos e entregar a obra
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul, vai passar a funcionar a partir desta sexta-feira, 18. A data de inauguração foi confirmada pelo governador Waldez Góes nesta segunda-feira, 14, durante vistoria nas instalações da obra, localizada na Avenida Ivaldo Veras, no bairro Zerão, em Macapá.
Acompanhado das equipes técnicas da saúde e infraestrutura, o governador inspecionou toda a UPA e lembrou do longo caminho que foi necessário percorrer para chegar até o momento da entrega. “Não foi fácil construir, equipar e comprar os medicamentos e correlatos. Fico grato a todos os envolvidos nessa importante obra que vai beneficiar a nossa gente com atendimentos de urgência e emergência de média complexidade”, destacou.
 O governador complementou que a UPA da Zona Sul será a primeira unidade a ser administrada por uma Organização Social de Saúde (OSS) e contará com uma estrutura completa no atendimento de complexidade intermediária, que são casos com gravidade média de urgência e emergência. "Nós iremos abrir uma lacuna importante no âmbito do diagnóstico, com um serviço altamente resolutivo, em que serão ofertados exames laboratoriais, de raio-x e ultrassonagrafia. Se necessário, o paciente já será bem encaminhado para uma unidade de alta complexidade", anunciou.
A expectativa é que a rotatividade média seja de 4,5 mil atendimentos por mês, com funcionamento 24h. Entre os atendimentos de complexidade intermediária que serão ofertados, estão problemas de pressão, corte com pouco sangramento, queda com torsão e muita dor, queda com suspeita de fratura, febre alta, cólicas renais, intensa falta de ar, convulsão, dores no peito e vômito constante.
A UPA da Zona Sul será gerenciada pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), que é uma entidade sem finalidade lucrativa, que colabora com o Executivo com a realização de serviço público. A parceria possibilitará o melhor atendimento ao usuário e economia no que diz respeito à compra de medicamentos, correlatos e equipamentos.
O secretário de Estado da Saúde (Sesa), Gastão Calandrini, reforçou que com a entrega da UPA, o estado consegue desafogar o Hospital de Emergência (HE) de Macapá, onde 60% dos atendimentos deveriam ser resolvidos na atenção básica.  "Com a implantação desse novo modelo de gestão, a nova UPA irá descentralizar, humanizar e melhorar os serviços de saúde prestados à população", concluiu Calandrini.
A obra
Orçada inicialmente em R$ 3,6 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a construção da UPA da Zona Sul foi iniciada em abril de 2014, com previsão de entrega para setembro do mesmo ano. Mas, a obra teve que ser paralisada no início de janeiro de 2015, porque ficou emperrada em processos burocráticos e por causa de atrasos em repasses durante a gestão anterior do Governo do Amapá.
Outros problemas foram inconsistências estruturais. O projeto apresentado ao BNDES previa a edificação em um terreno plano. No entanto, a área possuía uma declive de cinco metros de diferença entre os níveis mais alto e baixo. Por esta razão, fora necessárias readequações ao projeto original que passou a ter, entre outras novidades, um estacionamento subterrâneo.
Contudo, estas adaptações exigiram um aditivo - um recurso extra de 25% do valor inicial. Isso só foi possível em agosto de 2015, após um longo processo de gestão política. A exemplo de outros empreendimentos no Estado, a UPA da Zona Sul só foi retomada depois que o chefe do Executivo fez uma série de visitas ao BNDES, em Brasília (DF), e articulou apoio da bancada federal amapaense com a atuação da equipe técnica de governo, para tirar o Amapá da situação de inadimplência perante o governo federal.

Governo do Amapá começa a organizar envio de ajuda humanitária a Laranjal do Jari

Governo do Amapá começa a organizar envio de ajuda humanitária a Laranjal do Jari
Donativos enviados pelo governo federal chegaram nesta terça-feira, 15, ao Estado. E devem ser enviados ao município a partir de quinta-feira, 17.
Por: Phillippe Gomes

 Foto: Philippe Gomes / Secom
Ajuda humanitária chegou nesta terça-feira ao Quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá
O Governo do Estado do Amapá (GEA) recebeu na manhã desta terça-feira, 15, os kits de ajuda humanitária encaminhados pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional para as pessoas afetadas pela inundação no município de Laranjal do Jari, no Sul do Estado.
A entrega foi feita no Quartel do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CMB/AP). O envio do material, pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cedec), deve iniciar a partir de quinta-feira, 17, através de balsas cedidas pelo Governo do Amapá.
Os primeiros kits de ajuda devem atender, pelo menos, mil e novecentas famílias, de acordo com levantamento que foi realizado ainda no mês de abril. Os kits são compostos de cestas básicas, material de limpeza, de higiene pessoal, água mineral, colchões e kits dormitórios, além de itens específicos para crianças e para idosos e pessoas com deficiência.
De acordo com coronel Janary Picanço, subcomandante-geral do CBM, as famílias que serão comtempladas com esse material foram cadastradas no mês passado e por causa da enchente dos últimos dias, outras famílias deverão ser cadastradas para receber ajuda. A perspectiva é que esse material seja conferido e catalogado ainda nesta terça-feira, 15, para então, iniciar o processo de deslocamento dos kits até Laranjal do Jari.
“Nossas equipes estão fazendo o recebimento desse material e depois disso vamos iniciar o processo de deslocamento até o município de Laranjal do Jari. As famílias estão sendo assistidas de perto pela Defesa Civil Estadual juntamente com secretariado do Governo do Amapá e da Prefeitura de Laranjal do Jari. Vamos nos esforçar para que esses kits cheguem o quanto antes para essas famílias que foram atingidas”, destacou o coronel Janary.
Monitoramento
Segundo o coordenador da Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Wagner Coelho, o nível do Rio Jari atingiu 2,67 metros, na régua em frente a cidade. Este volume de água ocasionou mais transtornos para comunidade. A Defesa Civil vai continuar com o monitoramento nas áreas afetadas. “São áreas de risco pontuadas pela Defesa Civil. Não podemos baixar a guarda”, reforçou o militar.

Animais exóticos que viriam ilegalmente ao Amapá são resgatados


Animais exóticos que viriam ilegalmente ao Amapá são resgatados

Análise da PNAD 2017 confirma que consumo do GLP nos lares brasileiros está estável

Análise da PNAD 2017 confirma que consumo do GLP nos lares brasileiros está estável
Dados revelam que aumento do uso da lenha e do carvão indica que esses combustíveis são usados de forma auxiliar e não em substituição ao GLP
A análise dos dados abertos da PNAD 2017 revela que a resposta positiva de 12,3 milhões de domicílios à pergunta "Este domicílio utiliza lenha ou carvão na preparação de alimentos?" significa que 17,6% dos domicílios utilizam a lenha e o carvão de forma auxiliar. Essa parcela não substituiu o botijão de gás pela lenha ou carvão na preparação de alimentos em virtude do aumento do preço desse combustível nos últimos anos, conforme amplamente noticiado. O total de domicílios que utilizam gás de botijão ou encanado permaneceu em 98,4% dos lares.
A tabela 2 mostra que não houve queda significativa no consumo de GLP entre 2016 e 2017. Nota-se ainda que o GLP apresenta um alto grau de inelasticidade (elasticidade muito próxima de 0), o que condiz com a essencialidade do bem e a ausência de bens substitutos. Apesar do expressivo aumento de 11% do uso de carvão ou lenha nos lares brasileiros, nenhuma região apresentou decréscimo superior a 1% no consumo de gás de botijão ou encanado.
Tabela 1 – Domicílios que utilizam lenha ou carvão na cocção de alimentos (Fontes: IBGE, ANP)
Este domicilio utiliza lenha ou carvão na preparação de alimentos? (em domicílios)
CombustívelPNAD 2016% PNAD 2016PNAD 2017% PNAD 2017
Lenha ou carvão (sim)11.110.456,59
16,05%
12.300.922,88
17,63%
Lenha ou carvão (não)58.106.786,16
83,95%
57.472.462,63
82,37%
Tabela 2 – Variação no preço do GLP x Variação no consumo
UF
Variação do preço em 2017 - GLP 13 kgs 2017 (ANP)
Variação entre 2016-2017 do consumo de GLP (ANP)Elasticidade preço demanda (Δ % p / Δ % q)Crescimento de domícliios com gás encanado ou botijão (PNAD)
Piauí
18%
2,26%
8,14
-0,7
Paraíba
25%
1,99%
-0,08
-0,6
Pará
16%
0,67%
-0,04
0,2
Maranhão
28%
2,22%
-0,08
0,2
Bahia
17%
1,99%
-0,12
-0,4
Acre
26%
-2,12%
0,08
0,3
Tocantins
21%
0,81%
-0,04
-0,9
Minas Gerais
19%
3,16%
-0,17
0,5
Ceará
15%
3,94%
-0,26
-0,2
Sergipe
35%
2,23%
-0,06
-0,5
Amapá
5%
2,39%
-0,44
-0,2
Pernambuco
25%
-1,07%
0,04
-0,4
Rio Grande do Sul
18%
-3,87%
0,22
0,5
Paraná
12%
-0,06%
0,01
-0,3
Amazonas
30%
2,56%
-0,08
-0,5
Rondônia
24%
0,41%
-0,02
0,5
Mato Grosso
24%
1,96%
-0,08
-0,2
Alagoas
23%
1,30%
-0,06
0,7
Rio Grande do Norte
14%
0,38%
-0,03
0,1
Santa Catarina
22%
1,15%
-0,05
0,1
Espírito Santo
14%
-2,66%
0,18
-0,2
Mato Grosso do Sul
16%
2,16%
-0,13
-0,4
Goiás
21%
3,95%
-0,19
-0,9
Roraima
26%
-0,62%
0,02
-0,2
São Paulo
23%
-0,47%
0,02
0,1
Rio de Janeiro
17%
-0,09%
0,01
-1,9
Distrito Federal
14%
1,55%
-0,11
-0,2

Na tabela abaixo, observa-se que oito Estados representaram 73,16% do crescimento de domicílios que utilizam lenha ou carvão, o que sugere que esse evento possa estar fortemente correlacionado às tradições e culturas locais.
Tabela 3 – Participação dos principais Estados consumidores de lenha e carvão
UF
% domicílios em2016% domicílios em 2017% crescimento nacional em 2017
Pará
45,00%
51,80%
14,95%
Minas Gerais
17,50%
19,60%
14,03%
Bahia
20,70%
23,70%
13,57%
Paraná
14,70%
17,10%
8,06%
Piauí
32,60%
39,20%
5,87%
Maranhão
44,90%
47,80%
5,71%
Rio Grande do Sul
33,70%
35,00%
5,60%
Mato Grosso
13,50%
19,00%
5,37%
Em Belém, capital com a maior presença da lenha no Brasil, o crescimento foi distribuído pelas faixas de renda, porém, o peso naturalmente recaiu sobre a faixa de menor renda pela quantidade de domicílios incluídos nesse intervalo. Chama a atenção que a maior taxa de crescimento ocorreu na faixa mais rica do município. A ANP não divulga os dados de consumo de gás por faixas de renda, o que impossibilita uma análise estratificada. O fato é que o consumo de GLP no Estado do Pará aumentou em 2,26%.
Tabelas 5 e 6 – Participação da lenha ou carvão em Belém e Curitiba
Variação no total de domicílios que utilizam lenha ou carvão no Pará por faixa de rendimento domiciliar per capita
Faixa de rendimentoDomicílios que utilizam lenha ou carvão (2016)Domicílios que utilizam lenha ou carvão (2017)Crescimento absoluto 2017Taxa de crescimento por faixa de renda
Até 1 salário mínimo
83.173
121.220
38.047
46%
Mais de 1 até 2 salários mínimos
29.027
33.482
4.455
15%
Mais de 2 até 3 salários mínimos
7.673
11.494
3.821
50%
Mais de 3 até 5 salários mínimos
5.460
7.271
1.811
33%
Mais de 5 salários mínimos
3.888
6.766
2.878
74%
Total
129.220
180.232
51.013
39%

Em Curitiba, por outro lado, o maior crescimento no uso da lenha ou carvão foi no intervalo de renda superior, que aumentou 426%. Curitiba foi a cidade com maior taxa de crescimento do país, saltando de 18 mil para 51 mil domicílios. Pode-se supor que, em Curitiba, possa ter aumentado o uso de churrasqueira de varanda gourmet, lareira ou qualquer outro evento ainda não observável.
Variação no total de domicílios que utilizam lenha ou carvão em Curitiba por faixa de rendimento domiciliar per capita
Faixa de rendimentoDomicílios que utilizam lenha ou carvão (2016)Domicílios que utilizam lenha ou carvão (2017)Crescimento absoluto 2017Taxa de crescimento por faixa de renda
até 1 salário mínimo3.4197.2873.868
113%
Mais de 1 até 2 salários mínimos4.44911.8537.404
166%
Mais de 2 até 3 salários mínimos3.70410.5126.808
184%
Mais de 3 até 5 salários mínimos3.7587.9274.169
111%
Mais de 5 salários mínimos2.62113.77611.155
426%
Total17.95151.35533.404
186%
Tabela 7 – Participação da lenha ou carvão nos domicílios brasileiros
Variação no total de domicílios que utilizam lenha ou carvão no Brasil por faixa de rendimento
Faixa de rendimento (efetivo) domiciliar per capitaDomicílios em 2016 que utilizam lenha ou carvão% por faixa de rendaDomicílios em 2017 que utilizam lenha ou carvão% por faixa de renda2Crescimento absoluto 2017Taxa de crescimento por faixa de renda
Até ¼ salário mínimo2.342.433
35%
2.681.487
36%
339.054
14%
Mais de ¼ até ½ salário mínimo2.299.253
24%
2.406.838
24%
107.585
5%
Mais de ½ até 1 salário mínimo3.307.730
17%
3.553.175
18%
245.445
7%
Mais de 1 até 2 salários mínimos2.057.486
11%
2.348.535
13%
291.049
14%
Mais de 2 até 3 salários mínimos540.701
8%
668.799
10%
128.098
24%
Mais de 3 até 5 salários mínimos314.096
7%
369.130
8%
55.034
18%
Mais de 5 salários mínimos248.758
6%
272.959
7%
24.201
10%
Total11.110.45712.300.9231.190.466
11%
A tabela 7 indica que o crescimento da lenha ou carvão no Brasil, ocorrido em 1.190.466 domicílios, não aparenta ser um evento correlacionado com o aumento de preços do botijão de gás, já que novamente ocorreu em todas as faixas de rendimento.






Dados da atividade regional reforçam recuperação ainda lenta da economia

Dados da atividade regional reforçam recuperação ainda lenta da economia


Enquanto Sul, Norte e Nordeste crescem no início do ano, Sudeste registra estabilidade e Centro-Oeste recua; especialistas afirmam que retomada do PIB continua fraca e gradual no País
Dados de atividade do Banco Central (BC) reforçam que a economia brasileira ainda “anda de lado”, ao indicarem uma recuperação muito lenta em todas as cinco regiões do País, avaliam especialistas.
Segundo o Boletim Regional do BC divulgado ontem, as atividades do Sul (+0,5%), o Norte (+2,1) e o Nordeste (+0,3%) apresentaram crescimento no trimestre encerrado em fevereiro de 2018, contra o trimestre terminado em novembro de 2017. O Sudeste, por sua vez, registrou estabilidade, enquanto a economia do Centro-Oeste (-0,5%) teve queda no período.
“Era de se esperar uma retomada mais consistente do que a que estamos registrando neste momento, tendo em vista a melhora dos principais indicadores macroeconômicos, como os de inflação, que estão mais baixos, assim como os juros menores”, comenta a professora de economia da Fecap, Juliana Inhasz, ressaltando que os problemas fiscais e as indefinições políticas estão minando a confiança das empresas e das famílias brasileiras.
“Ninguém está apostando muito que a atividade terá forte expansão neste ano. Todos estão esperando os próximos movimentos no cenário político [como a definição do próximo presidente] para tomar decisões”, diz Inhasz.
Segundo o relatório do BC, a retração da atividade no Centro-Oeste (CO) refletiu o desempenho ruim da indústria de transformação e da construção civil, os quais, por sua vez, anularam o resultado positivo da agricultura – sobretudo, da safra de soja. A indústria de transformação do CO recuou 2,5%, influenciada pelos desempenhos negativos das indústrias automobilística, biocombustíveis, farmacêutica, alimentícia e de produtos de madeira.
Segundo Inhasz, o alto desemprego e a dificuldade de ganhos significativos na renda são os fatores que contribuíram para o encolhimento da indústria, serviços e comércio no CO, no início do ano. Além disso, ela lembra que o agronegócio, mesmo gerando resultados positivos na produção e nas exportações, já é bastante mecanizado e, por isso, emprega menos gente do que na década de 1990, por exemplo.
Para a professora da Fecap, a desocupação e a falta de um avanço consistente nos rendimentos também explicam a estabilidade na atividade do Sudeste. Apesar do BC destacar no Boletim que o consumo das famílias lidera o processo de retomada, Inhasz afirma que as famílias ainda estão receosas de elevar muito as suas compras, tanto por medo de perderem o emprego, quanto por não terem estabilidade na ocupação, ou até mesmo por não estarem trabalhando.
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MP Eleitoral consegue cassação de mandato do vereador Anderson Almeida

MP Eleitoral consegue cassação de mandato do vereador Anderson Almeida
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Decisão do TRE considerou prática de abuso econômico e político nas eleições de 2016 

Por quatro votos a dois, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) decidiu, nesta segunda-feira (14), pela cassação do mandato do vereador Anderson Almeida, do Município de Santana/AP. A decisão é resultado de ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral que denunciou a prática de abuso do poder econômico e político do vereador nas eleições de 2016.

Ficou comprovado que Anderson Almeida executou, com recursos próprios, construção de galpão público na área portuária de Santana, com o intuito de influenciar o eleitorado para angariar votos no pleito de 2016. Para o MP Eleitoral, a entrega da obra, em julho de 2016, véspera do período de campanha eleitoral, demonstrou a intenção do vereador de que o eleitorado associasse mais facilmente a obra recém-entregue ao candidato apontado como responsável.

O MP Eleitoral ressaltou, ainda, que ficou “devidamente evidenciado que a obra, além de ter sido financiada pelo então candidato, foi objeto de ampla divulgação em ano eleitoral como sendo de responsabilidade de Anderson Almeida”. Para o órgão, estava claro o benefício eleitoreiro advindo da conclusão da obra, tendo em vista a importância do galpão para as atividades comerciais da comunidade da área portuária de Santana.

Além da cassação do mandato, a decisão do TRE/AP também determina a inelegibilidade do candidato por oito anos a contar das eleições de 2016

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...