ADESÃO AO SELO UNICEF 21/24: AVANÇO NA SAÚDE DAS CRIANÇAS.
Após anos sem boas notícias na saúde, lendo o
Jornal dos Municípios-AP Online, fiquei muito satisfeito, mas ao mesmo
tempo reflexivo, da adesão dos 16 municípios amapaenses à edição 2021-2024
do selo UNICEF, lançado em 01.09.2021, onde a entidade das Nações Unidas (ONU)
prima pela gestão, aplicabilidade e monitoramento das políticas públicas destinadas
às crianças e adolescentes.
Na edição 2017-2020 contou com a adesão de 1.924
municípios, sendo 18 da Amazônia Legal e Semiárido Nordestino, dos quais 473
foram certificados, entre eles 3 no Amapá (Macapá, Amapá e Laranjal do Jari).
Também, em 2016, o Amapá recebeu o selo, pois 4 municípios tiveram queda na
mortalidade infantil e abandono escolar.
A entidade da ONU registrou avanços nos direitos à
educação, saúde, proteção contra violência e participação social. Mas para manter o prêmio, agora (selo 21/24) o
objetivo é fortalecer as politicas publicas nessas áreas, em particular na
saúde, na “busca de impactos concretos e de longo prazo”.
Mas, vem a nossa reflexão crítica da situação real
que estamos passando na saúde do Amapá. Sabemos que houve bastante abandono
escolar e o pouco feito no acolhimento das crianças doentes por Covid-19, com
apoio federal, está sendo desmontado, precocemente, tanto pelo Estado quanto
pela PMM. A única estrutura federal, permanente
e equipada, o H. Universitário-HU, a ala infantil, foi desmontada.
Vem a pergunta: como cumprir o protocolo da UNICEF
e ter indicadores sociais positivos a longo prazo, se já estão descumprindo
garantias e direitos neste momento crítico da saúde, descumprindo a Convenção
sobre os Direitos da Criança, que no Brasil é prevista no Estatuto da Criança
(ECA)?
A municipalização da saúde (Atenção Básica), de
responsabilidade das Prefeituras, deixou muito a desejar na pandemia, tanto na
gestão Clécio, quanto agora (Furlan). Estamos vendo inversão de prioridades,
transferência de competências, falta de investimento em politicas públicas já
consolidadas e pouca transparência nos resultados.
Por isso minha admiração quanto à adesão atual.
Haverá necessidade de toda uma revisão de planejamento, gestão e monitoramento
das políticas públicas para atingir os indicadores e avanços à longo prazo,
critérios esses adotados pela UNICEF.
Ao termino de 4 anos, os municípios terão que avançar
nos resultados que vão refletir “a qualidade das politicas publicas
executadas para a infância e juventude, na participação cidadã e gestão por
resultados”. Com o prêmio anterior
de Busca Ativa Escolar, indo atrás de crianças fora da escola, hoje, nada
valerá ser as Prefeituras encontrarem crianças doentes, sem vacina, e sem
oferecer a possiblidade de uma consulta, através de programas federais como
PACS e PSF.
Para que se repita a premiação na adesão ao selo
atual, a UNICEF conta com o apoio de 11 entidades nacionais e estaduais, como
os Conselhos Municipais de Secretários Municipais (Conasems) e Estaduais (
Conass), Ass. de Municípios do Amapá (AMEAP) e do GEA, ou seja, das maiores
autoridades gestores públicos da saúde, incluindo Prefeitos e o Governador.
Isso subtende que essas entidades se empenharão, em
4 anos, em não apenas apoiar os municípios, mas concretizar “o
desenvolvimento e a implementação políticas públicas em diferentes áreas
essenciais à vida das crianças e adolescentes”, como as descritas a seguir:
·
Desenvolvimento
infantil na 1ª infância; educação de qualidade para todos;
·
Desenvolvimento
integral, saúde mental, e bem-estar na 2ª década de vida; hábitos de higiene e
acesso à água assegurados para crianças e adolescentes nas escolas;
·
Oportunidade
de educação, trabalho e formação profissional; prevenção e resposta às
violências contra as crianças;
·
Famílias
vulneráveis receberão atenção integral em serviços intersetoriais de proteção
social.
E esses “resultados alcançados precisam ser sistemáticos, ou seja,
permanecer nos municípios mesmo após o termino das atividades”. Fonte: <www.jornaldosmunicipiosap.com.br>. Jarbas Ataíde.
01.09.2021.
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