domingo, 29 de janeiro de 2012

Atleta do Passado – Alcino (Alcinão)


Quase 30 anos dedicados ao vôlei,
que o colocaram como um dos maiores pontas da modalidade no Amapá

por Dalton John


“Eu não queria parar, mas o meu corpo não deixou mais”, lembra Alcino, que jogou até os 40 anos,  mais devido aos  problemas físicos teve que deixar o esporte. Porém ele não desanimou, seguiu sua caminhada, mas após a sua época das quadras, ele não viu mais o vôlei como nos tempos de jogador, “Depois que eu parei dava muita vontade de jogar, por isso não pensei nem em ser técnico, e também nem entrava mais na quadra, se não tivesse problema no joelho, eu jogava até hoje”, diz Alcino.

Na quadra jogava como ponta, e passou pelos principais times da época: Trem, Amapá Clube, Macapá Esporte Clube, São José e Ypiranga Clube, e também jogou pela seleção amapaense. Era sinônimo de títulos, por onde jogou sempre ganhou o que disputou. Também representou o estado nos jogos universitários de 1976, realizados no Rio Grande do Sul.  

Primeiros Ataques
Alcino começou cedo no esporte, aos 13 anos jogava na cidade de Serra do Navio, no oeste do Estado, quando foi descoberto para o vôlei “Eu brincava com meus amigos, e era até questionado, por que não pensei em jogar futebol, eu até batia uma bolinha, mas a minha grande paixão eram mesmo as quadras. Até que um dia, numa dessas partidas, um senhor chamado Frank viu e me colocou no time do Manganês”, afirma Alcino.


No ano seguinte, a vinda para Macapá foi através de Alaôr, que era o treinador do Trem na época, que após vê-lo jogar, o trouxe para a locomotiva. No time, onde passou várias temporadas, conquistou o tri-campeonato amapaense, o bi-campeonato juvenil e foi campeão infanto-juvenil. Ele lembra com alegria dos seus companheiros de Trem “Além de companheiros de jogo, eram e ainda são grandes amigos. Essa geração era formada por Batuca, Bode, Bolacha,  Falcão, Itapuã, Jaciguara, João Armindo, Léo, Marco Aurélio, Moacir e o Santa Rosa. O treinador era o Alaôr e o presidente da Federação de Vôlei era o Wilson Pontes de Sena e depois assumiu o Bernardino”.

Saltando dos Trilhos
Na temporada de 1978, Alcino partiu para o Amapá Clube, onde foi bi-campeão amapaense, em uma equipe que contava com grandes nomes como Betola, Mazinho, Gilvan, Cubano, Carlos Alberto, Julião, Kitão e Sivandro. Também teve uma passagem pelo São José, onde foi bi-campeão. Uma das passagens mais marcantes para Alcino foi no Esporte Clube Macapá, onde o que prevaleceu foi a superação, “Naquele tempo para se jogar no time, o atleta tinha que ser de boa família, ter uma considerável condição econômica, mas consegui entrar no time apenas com a minha técnica e o meu modo de jogar. Foi gratificante, pois o meu pai era cozinheiro e trabalhava na ICOMI”, afirma Alcino. Pela seleção amapaense, o jogador esteve na partida de inauguração do ginásio Avertino Ramos, em 1976, entre as seleções do Amapá e do Pará.  A seleção local venceu por 3 sets a 1.

Por trás das quadras        
Uma das grandes vitórias que o esporte trouxe parta Alcino, foi a disciplina e a persistência, pois nos seu tempos de jogador, as bolas eram feitas de couro, portanto mais pesadas que  chegavam a ferir os atletas. Não se tinha um acompanhamento médico, nem alguns fatores essenciais para um esportista, como monitoramento muscular e alimentação adequada.

Entre as várias lembranças do seu tempo, o ex-jogador destaca que, para permanecer nos times os atletas tinham que ser aplicados dentro e fora das quadras, “além de tentarmos ser bons jogadores,  tínhamos que ser bons na sociedade, precisávamos ter boas notas na escola, bom comportamento em casa e ir à igreja aos domingos. Isso não era ruim, pelo contrário, foi muito gratificante, pois assim conquistei meus grandes amigos e por onde eu ando, seja no Trem, no Laguinho ou no Centro, encontro colegas dos vários times que joguei”, diz Alcino. O esportista encerrou a carreira jogando no Ypiranga Clube após problemas com o joelho. No clube da torre, Alcino ganhou um título de campeão amapaense.  

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