segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Editorial - Edição 346


E o que diz a sociedade?

Não há dúvidas de que as pautas mais apreciadas pelos editores são os escândalos, as disputas políticas e muitas vezes as intrigas familiares, quando elas são destaque na sociedade na qual estão inseridas. Mas o prefeito Clécio Luis tem frustrado essa parcela da imprensa que gosta de sangue nas rinhas políticas.

Com inteligência aguda e com sua habilidade diplomática, Clécio tem conduzido com rara destreza as tentativas dos opositores, que utilizam os veículos de comunicação para colocar em xeque a relação institucional entre os governos municipal e estadual.

Longe, muito de longe de ser apático, Clécio tem ignorado solenemente as provocações dos twitteiros e dos blogueiros de plantão que aqui e acolá reproduzem uma frase provocativa dos que querem a instabilidade do alcaide. 

A Constituição Brasileira garante à sociedade nacional o direito à informação. Porém, a Carta não garante a informação veraz.  A verdade, por ser subjetiva, possui várias versões. Resta saber em qual verdade a sociedade quer acreditar. O que para uns é verdade, para outros, não.

Ninguém em sã consciência poderia imaginar que a gestão do município de Macapá iniciaria a todo o "pano", pois a capital do Estado apresenta problemas em todos os setores. Em alguns mais e em outros menos, mas o município está cheio de trabalho para ser realizado e a má conservação das vias públicas, com certeza, é um desses graves problemas, pois em muitas a vida útil da camada asfáltica já venceu há décadas. Com início das chuvas, intensas por sinal, era natural que este problema se agravasse e o que fazer diante da situação caótica, com orçamento fechado por força de lei? Essa é uma verdade. Você acredita nela?

Os analistas políticos argutos não se deixam enganar pelos movimentos velozes do mágico que acena com uma das mãos o lenço no ar, para em seguida tirar da manga uma pombinha branca. Não! Eles acompanham com tenacidade os movimentos políticos que se avolumam num ano Pré-eleitoral. 2014 é ano de eleição. O governador Camilo Capiberibe continua meio perdido num mandato que tem pouco protagonizado. Sua dificuldade de dialogar com os contrários tem lhe rendido uma rejeição preocupante para quem quer ser reeleito. E pode, claro que pode. Mas precisa ter ao seu ouvido um assessor que a todo momento lhe diga baixinho, bem em seu ouvido que ele é apenas um homem e nada mais que isso. Esse conselho simples, pode ser capital para a pretensão do governador, que quase sempre esquece dessa condição de mortal, e se coloca como um semi deus. 

Clécio e Camilo são dois jovens com sólida formação acadêmica, porém são água e óleo na forma de comportar-se diante de uma crise. Apesar das trombetas soarem contra a natural lentidão das ações municipais, Clécio continuar com seu ar professoral, sóbrio a reconhecer que os problemas do município são dele. Falta o assessor auricular do governador Camilo lembrar-lhe urgentemente que ele é apenas um homem. Talvez, assim, ele reconheça que os buracos da cidade são problemas do Estado também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...