sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

RENIVALDO COSTA

by RENIVALDO COSTA

Eu ainda quero acreditar no PT!


“Ao longo dos anos, fui me convencendo de que parte expressiva dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), com destaque para Lula, não tinha um projeto de sociedade para o Brasil. Havia quase que exclusivamente um projeto de poder. Portanto, atualmente, não há espaço para surpresa ou decepção. O fato é que Lula e o PT morreram. Enterremos Lula e, sem compaixão, deixemos o PT chorar os seus mortos. E que o espectro de Lula não ronde as esquerdas brasileiras nos próximos anos. Assim, poderemos reconstruir blocos consistentes de forças políticas efetivamente democráticas e populares. Lula foi uma aposta perdida”.
O parágrafo acima me foi enviado por correio eletrônico por um amigo e atribuído a Reinaldo Gonçalves, professor titular de Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A íntegra do artigo teria sido publicada no caderno Mais da Folha de São Paulo.
Não tive acesso ao artigo em sua completude, mas com relação ao que tive conhecimento tenho a dizer que, sinceramente, não acredito nisso. Não que eu ache que o PT seja o paladino da moralidade e honestidade; sei que não o é, porém não creio que Lula seja um corrupto ou um singelo sonhador. Pelo contrário. Percebo-o como um grande idealista que batalhou seus sonhos e busca realizações.
Não sou ingênuo ao ponto de pensar que o PT é imune a corrupções. Primeiro porque a corrupção, infelizmente, não é atributo exclusivo dos outros partidos, segundo porque não sou petista (nem filiado a qualquer partido político; sou filiado às boas ideias), tampouco iludido. Todavia, penso que é fundamental perceber a forma como os não-ocupantes da presidência da República e cargos anexos estão imbuídos numa empreitada para achincalhar o Partido dos Trabalhadores e fazer com que acreditemos que a aposta na “esperança em vez do medo” foi uma tolice. Decididamente, penso que não. Caixa dois já existia nos governos anteriores (tucanos, diga-se de passagem); compra de deputados também.
Não busco justificar um erro com o outro, mas pretendo dizer que essa massa parlamentar deplorável que atua nos rincões do País, principalmente no Planalto Central, é mero reflexo da nossa sociedade brasileira que prefere, em muitos casos, fazer parte de esquemas, recebendo sua parte, do que estancar a sangria de dinheiro público. Lamentavelmente, a maioria não quer apenas deixar de ser oprimida, mas passar a ser agente opressor.
O atual governo não mudaria radicalmente o Brasil em dez anos. Claro que não! Humanamente impossível! É um processo de mudança e essa mudança está acontecendo. Se a crise política por que atravessamos guarda fortes semelhanças com um caos político é sinal que podemos colher bons frutos deste momento, lembrando sempre que a crise é uma ocasião de oportunidades, de saber criar alternativas e novos caminhos em face das adversidades.
Nunca na história brasileira tivemos tamanhas podridões expostas. Isso é progresso e demonstração que a democracia está funcionando. Resquícios imperialistas e coronelistas ainda temos, porém estamos avançando, não tenho dúvida. É preciso que cada um de nós, efetivamente, queiramos melhorar o País. Não basta que eu ou você venhamos a ter uma vida satisfatória. É preciso que eu e você (leia-se todos nós ou aos menos grande parte da população) queiramos (e criemos) melhores condições para todos.
Para não me alongar mais, sintetizo: é preciso que ajamos diariamente para um Brasil melhor para mim, para você, para todos nós, hoje e amanhã, para que os mensalões, cuecas e malas repletas de dinheiro façam parte dos livros de História e museus sobre uma fase de faxina moral do nosso País.

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