quarta-feira, 1 de abril de 2015

Rodolfo Juarez




PERDENDO A ESPERANÇA
Rodolfo Juarez
A cada conversa, em cada entrevista ou em cada debate que tenho a oportunidade de participar mais preocupado fico com os rumos que estão sendo dados nas administrações municipais.
Nem as técnicas mais elementares da boa administração pública, como os planos de curto e médio prazo, urbano ou de desenvolvimento, estão sendo objeto de prioridade pelas administrações municipais, seja no município onde está a capital, seja nos demais municípios que formam o Estado do Amapá.
As questões de interesse público são tratadas com pouco caso, sem qualquer indicação da preocupação com o futuro. Apenas o agora é o que interessa!
Desse jeito a população pode se preparar para contar com uma cidade sem condições de abriga-la com segurança e com a possibilidade de lhe trazer as condições que conta para satisfazer as suas mínimas exigências de deslocamento, de ambiente saudável e de confiança administrativa.
Os gestores estão apostando não sei no que. Visam exclusivamente às eleições como se esse fosse o maior objetivo dos administradores.
Todos aqueles que chegam a uma das prefeituras municipais almejam, primeiro lá permanecer, criando ambiente favorável para o desenrolar político, trocando qualquer coisa pelo apoiamento “para o próximo pleito”.
O que é prioritário é a próxima eleição. Pouco importando os problemas que a população está sentindo no seu dia a dia, demonstrando nenhum interesse em consolidar um programa que tenha um tamanho maior que o seu mandato, ou que não possa contribuir com o seu futuro político.
Tudo está sendo feito para “limpar a barra” do administrador de plantão. E esse assunto é levado tão a sério que não adianta qualquer auxiliar propor alteração no rumo atual que é imediatamente chamado a atenção, observando se aquela medida vai ou não vai dar voto na próxima eleição.
Na prefeitura já não se sabe quem cuida do que. São tantos os penduricalhos que estão agarrados na administração que o custo da administração municipal está tão alto, mas tão alto, que o trabalho é feito no limite extremo da lei de responsabilidade fiscal, como se isso fosse o único limite importante.
Os grandes programas estão estacionados há bastante tempo nas gavetas da administração municipal. Ninguém fala mais em macrodrenagem, em plano de desenvolvimento urbano, em um programa de expansão urbana, de proteção ambiental, e tantas outras ações que precisavam estar sendo preparadas para atender a expectativa da população.
Agora mesmo, quando das chuvas de março, o que veio em mente dos administradores foi tentar medidas artificiais que antes de atenderem às necessidades do contribuinte, atenderiam a burocracia municipal ou a confirmação de que a melhor maneira de administrar seria não obedecendo às leis que orientam as administrações públicas.
O Município não conta com nada programado, nada que possa fazer parte daquilo que os prefeitos sabem que precisa ser feito – pelo menos se comprometeu na campanha eleitoral – e o que resta são as reclamações da população que, a cada dia, perde a esperança nos administradores municipais e no que podem fazer de forma duradoura que possa garantir o futuro das cidades.
É preciso reagir. Os prefeitos precisam reagir. Antecipar-se aos fatos e buscar a saída para os problemas que são de todos e não de como pode tornar a sua candidatura viável para a próxima eleição.


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