PERDENDO A ESPERANÇA
Rodolfo Juarez
A cada
conversa, em cada entrevista ou em cada debate que tenho a oportunidade de
participar mais preocupado fico com os rumos que estão sendo dados nas
administrações municipais.
Nem as
técnicas mais elementares da boa administração pública, como os planos de curto
e médio prazo, urbano ou de desenvolvimento, estão sendo objeto de prioridade
pelas administrações municipais, seja no município onde está a capital, seja
nos demais municípios que formam o Estado do Amapá.
As
questões de interesse público são tratadas com pouco caso, sem qualquer
indicação da preocupação com o futuro. Apenas o agora é o que interessa!
Desse
jeito a população pode se preparar para contar com uma cidade sem condições de
abriga-la com segurança e com a possibilidade de lhe trazer as condições que
conta para satisfazer as suas mínimas exigências de deslocamento, de ambiente
saudável e de confiança administrativa.
Os
gestores estão apostando não sei no que. Visam exclusivamente às eleições como
se esse fosse o maior objetivo dos administradores.
Todos
aqueles que chegam a uma das prefeituras municipais almejam, primeiro lá
permanecer, criando ambiente favorável para o desenrolar político, trocando
qualquer coisa pelo apoiamento “para o próximo pleito”.
O que é
prioritário é a próxima eleição. Pouco importando os problemas que a população
está sentindo no seu dia a dia, demonstrando nenhum interesse em consolidar um
programa que tenha um tamanho maior que o seu mandato, ou que não possa
contribuir com o seu futuro político.
Tudo
está sendo feito para “limpar a barra” do administrador de plantão. E esse
assunto é levado tão a sério que não adianta qualquer auxiliar propor alteração
no rumo atual que é imediatamente chamado a atenção, observando se aquela
medida vai ou não vai dar voto na próxima eleição.
Na
prefeitura já não se sabe quem cuida do que. São tantos os penduricalhos que
estão agarrados na administração que o custo da administração municipal está
tão alto, mas tão alto, que o trabalho é feito no limite extremo da lei de
responsabilidade fiscal, como se isso fosse o único limite importante.
Os
grandes programas estão estacionados há bastante tempo nas gavetas da
administração municipal. Ninguém fala mais em macrodrenagem, em plano de
desenvolvimento urbano, em um programa de expansão urbana, de proteção
ambiental, e tantas outras ações que precisavam estar sendo preparadas para
atender a expectativa da população.
Agora
mesmo, quando das chuvas de março, o que veio em mente dos administradores foi
tentar medidas artificiais que antes de atenderem às necessidades do
contribuinte, atenderiam a burocracia municipal ou a confirmação de que a
melhor maneira de administrar seria não obedecendo às leis que orientam as
administrações públicas.
O
Município não conta com nada programado, nada que possa fazer parte daquilo que
os prefeitos sabem que precisa ser feito – pelo menos se comprometeu na
campanha eleitoral – e o que resta são as reclamações da população que, a cada
dia, perde a esperança nos administradores municipais e no que podem fazer de
forma duradoura que possa garantir o futuro das cidades.
É
preciso reagir. Os prefeitos precisam reagir. Antecipar-se aos fatos e buscar a
saída para os problemas que são de todos e não de como pode tornar a sua
candidatura viável para a próxima eleição.
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