Santa Isabel de Portugal,
Viúva
Viúva da Terceira Ordem
(1271-1336). Canonizada por Urbano VIII no dia 25 de maio de 1625. Isabel
nasceu na Espanha, em 1271. Entre seus antepassados estão muitos santos, reis e
imperadores. Era filha do rei Pedro III, de Aragão, e da rainha Beata
Constança. Era sobrinha-neta de Santa Isabel da Hungria. Foi a neta preferida
de Jaime I, o Conquistador, grande rei de Aragão. Casou, aos 12 anos de idade,
com D. Diniz, que foi rei de Portugal.
Izabel foi cuidada pelo avô,
Tiago I, que se convertera ao cristianismo e levava uma vida voltada para a fé.
Sorte da pequena futura rainha, que recebeu, então, uma formação perfeita e
digna no seguimento de Cristo.
Tinha apenas doze anos
quando foi pedida em casamento por três príncipes, como nos contos de fadas.
Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, Dom Dinis. Esse casamento
significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou
com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida.
Isabel é tida como uma das
rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma
forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata.
Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela,
e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Ela nunca se manifestava sobre a
situação, de nada reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em
Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento,
dentro dos sinceros preceitos cristãos.
Perdeu cedo a filha e o
genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas
amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com
parentes e, sobretudo, do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma
personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela
não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar
inocência de forma incontestável.
Ao mesmo tempo em que
ocupava o seu tempo ajudando a amenizar as desgraças do povo pobre e as dores
dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã.
Ergueu o Mosteiro de Santa
Clara de Coimbra para as jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de
Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em
Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo,
desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais
para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um
perfeito símbolo de paz, do seu tempo.
Quando o marido morreu, em
1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das clarissas de Coimbra, onde ingressou
na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou de seu título de nobreza,
indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a
sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da
vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os
pobres e doentes, marginalizados.
A rainha Isabel de Portugal
morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa foi
sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665.
Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste país, sendo invocada
pelos portugueses como "a Rainha Santa da concórdia e da paz".
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