É hora de decidir!
Vote pelo Brasil e pelo Amapá
Reinaldo Coelho
Está chegando a hora de você determinar o
futuro do Amapá. Agora nesse segundo turno terá de
um lado Waldez12 e do outro Capi40, dois grandes nomes, mas só um sairá vitorioso,
para exercer o cargo de 1º de Janeiro de 2019 a 31 de Dezembro de 2022. Vamos
votar consciente, vamos votar para o Amapá continuar crescendo ainda mais.
É você que irá decidir, está
em suas mãos. Você já deve ter feito uma análise das propostas de cada um,
apresentadas nas propagandas eleitorais do rádio e televisão. Feito um
julgamento da vida de cada um, do grupo de cada um, pense e veja quem merece
ser o governador do nosso povo para os próximos quatro anos.
Há vinte dias, exatamente no dia 7 de outubro fomos as
urnas pela oitava vez para eleger o presidente da República e o governador do
Estado do Amapá, desde a redemocratização do Brasil e no dia 5 de outubro, foi
aniversário de 30 anos da promulgação da Constituição Cidadã, o livro que virou
as páginas de duas décadas de autoritarismo, supressão de liberdades e
direitos.
E nessas eleições de 2018 vamos exercer, por duas vezes, o
mais importante deles, recuperado após longa mobilização e intensa pressão
popular: o VOTO.No 1º turno escolhemos os deputados federais e estaduais e dois
senadores e na majoritária os candidatos ao governo do Estado e por não terem
alcançados o coeficiente de 50% mais 1 dosvotos úteis, os dois mais votados
seguiram para o segundo turno e amanhã dia 28 de outubro daremos o desfecho
democrático desse ano eleitoral e decidiremos o melhor para o Amapá e para o
Brasil escolhendo o presidente da Repúblicae o governador do Amapá para um
mandato de quatro anos.
Escolhas sem medo
O eleitor votou em Fernando Collor para mudar. Quando esse
derrapou, a mesma massa foi às ruas para pedir sua deposição. Muitos
acreditaram em Lula, mas no instante em que ele não se mostrou a altura da
confiança, esse mesmo povo bom expressou sua frustração. A metade do Brasil que
votou em Aécio deu-lhe as costas quando testemunhou seu mau e corrupto
comportamento. O Brasil que elegeu Dilma ganhou as avenidas para pedir o
abreviamento do seu desastrado e apodrecido governo.
Portanto, ninguém pode se abster de sua obrigação cidadã
com receio do futuro. Ninguém deve se envergonhar de suas escolhas, quando elas
são movidas pela boa causa e expectativa. O voto é pelo o que se espera do
candidato, não pelo o que eleito se torna.
Não repita Pilatos, o juiz mais injusto da história da
humanidade. Não laves as mãos. Use-as para lavar essa Nação e pelas urnas fazer
a assepsia da política, eliminando a sujeira dos maus e alvejando os
bons.
Domingo (28), trinta anos e 23 dias depois da recuperação
de um sagrado direito, não deixe que escolham por você. E não esqueça: a pior
decisão é não decidir.
Imbróglios Eleitorais
A eleição presidencial de 2018 teve o maior
número de candidatos desde a disputa de 1989 – a primeira desde a
redemocratização do país. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve
sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, a menos de um
mês das eleições, o partido decidiu substituí-lo pelo vice na chapa, o ex-prefeito
de São Paulo Fernando Haddad. Serão 13 candidatos, ao todo. No pleito de 89,
foram 22.
Essa caminhada democrática, onde as urnas
recebem o veredicto popular e escolhem seus governantes. A sucessão
presidencial entra em uma terceira e decisiva fase. É agora que as últimas
apostas dos candidatos são feitas para se tentar ampliar, manter ou reverter
cenários. Momentos de calmaria e desespero.
As emoção, tem início pouco antes da chamada
Semana da Pátria – no atentado de 6 de setembro contra Bolsonaro – e passa pelo
11 de setembro – quando o PT finalmente anunciou Haddad candidato em
substituição a Lula. Esses dois fatores mexeram – e com alguma intensidade – no
cotidiano da campanha.
O brasileiro foi as urnas no dia 7 de outubro
e dos 13 candidatos que submeteram seus nomes a escolha do eleitor, cinco
tinham cacife para disputar as duas vagas para o segundo turno. E o povo optou
por Jair Bolsonaro (17) e Haddad (13).
Na disputa amapaense não foi diferente, após
decidirem quem iria para o segundo turno foi criado expectativas jurídicas que criou
suspense de quem iria concorrer contra o candidato a reeleição Waldez 12.
A irregularidade do PT do Amapá contaminou a chapa
de Capi40, com quem estava coligado, a
ponto dos votos dele serem considerados nulos no dia da eleição,
condição que só foi revertida por uma decisão liminar do ministro do TSE Og
Fernandes, emitida na hora da apuração dos votos.
Mesmo assim, após as urnas colocarem Capi no
segundo turno a situação ficou no aguardo do plenário do TSE, e as propagandas
eleitorais ficaram suspensas.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu
no dia 16 de outubro validar os votos recebidos por João Capiberibe (PSB) no
primeiro turno da eleição para governador do Amapá. Com isso Capiberibe foi
mantido no segundo turno.
Waldez e Capi são adversários históricos e
desde 1995 já ocuparam cinco vezes o cargo maior do Executivo estadual. Capi
assumiu pela 1ª vez entre 1995, sendo reeleito em 1998. Waldez, que tenta
reeleição após vencer em 2014, já governou o Amapá entre 2003 e 2010.
O pedetista de 56 anos, que tem como vice o
empresário Jaime Nunes (PROS), teve a segunda coligação com maior número de
partidos nesta eleição. Nas pesquisas Ibope divulgadas antes da votação deste
domingo, o atual governador sempre figurou em segundo lugar, estando
tecnicamente empatado com Davi no último levantamento, divulgado na sexta-feira
(5).
Capi, de 71 anos, que foi eleito senador em
2010 desistiu da reeleição ao congresso para buscar o terceiro mandato como
governador. Entre 2011 e 2014, o Estado foi governado pelo filho dele, Camilo
Capiberibe. Sem apoio de outros partidos conseguiu apenas formar coligação com
o PT, parceiro histórico.
Propostas
Na campanha, Waldez disse priorizar a máquina
pública e prevê retomar o pagamento integral dos servidores efetivos do
governo, que desde 2016 recebem em duas parcelas. Ele prometeu durante a
campanha a realização de seis concursos públicos em 2019 e também anunciou que
pretende isentar de pagar tarifa de energia elétrica mais de 45 mil famílias.
Capi defendeu desde o início dos debates a
redução da tarifa de energia elétrica, que no fim de 2017 sofreu um reajuste de
37%. Ele prometeu também a reativação da Polícia Interativa, que inclui a
participação comunitária de policiais em áreas periféricas. Na área da saúde,
prometeu a expansão do atual Hospital de Emergência (HE), com a construção de
um prédio de 7 andares.
Box
A tecnologia e a política analógica
O mundo vive uma grave contradição e ela afeta a
democracia em todos os países. As economias se globalizaram, a ciberesfera (internet
mais comunicação móvel) se tornou o principal ambiente para o fluxo de ideias e
para as trocas culturais. Economia e sociedade se digitalizaram. A política,
enquanto isso, continuou local e analógica.
O sociólogo alemão Ulrich Beck, morto precocemente,
captou bem esse movimento. A política não se globalizou, nem se digitalizou. A
globalização digitalizada na economia e na sociedade ainda é um processo
emergente. Está em curso e no seu princípio. Grandes ondas de mudança ainda
estão por vir. Na economia, ainda mal se começou a compreender inteiramente o
alcance disruptivo de tecnologias digitais que só fazem sentido num mercado
digital globalizado, como blockchain. Vai revolucionar o mercado financeiro e a
indústria de seguros. Um artista plástico radicado em Nova York me disse que o
blockchain já está subvertendo inteiramente o mercado global de arte e
alterando completamente a formação de preços das obras. As redes sociais ainda
estão no seu estágio primitivo e já causam mudanças radicais.
Os governos, todos analógicos e com perspectivas
puramente nacionais, reagem de forma convencional. Alguns, como os Estados
Unidos, veem a ciberesfera como algo análogo ao mercado tradicional e
desenvolvem políticas analógicas para ela. Na Europa, buscam regular a
ciberesfera. Na Índia tentam moldá-la como um canal de bens públicos,
financiado pelo orçamento estatal, criando um recorte útil, mas acanhado, do
mundo digital para o cidadão. Outros países, como a China, resolveram dominar a
ciberesfera, como dominam o ambiente social físico, a sócioesfera,
autoritariamente, como forma de controle social e político e meio de
doutrinação. Xi Jinping está dando início ao que pode ser uma nova Revolução
Cultural, aos moldes da maoísta, usando armas digitais. Domina as tecnologias e
as produz localmente, utilizando big data, reconhecimento facial e redes com
este objetivo. É o modelo mais próximo do pesadelo orwelliano de 1984.
Todos tendem a fracassar. A ciberesfera não é um
mercado convencional, como o mercado analógico, que levou o capitalismo a seu
auge e lhe deu o status de único modelo econômico da transição do após Guerra
Fria. É mais ágil e mais disruptiva do que qualquer arcabouço regulatório
disponível. Também não se sustenta como uma infraestrutura de bens públicos.
Permite incontáveis tipos de iniciativas, muitas delas controladas como vias
privadas de uso comum. Nenhuma “cibermuralha”, por mais poderosa e sofisticada,
resistirá eternamente aos ataques dos hackativistas. O ecossistema digital
globalizado, a ciberesfera, é muito mais aberta a formas anárquicas,
individuais ou coletivas, de ação do que qualquer sociedade jamais foi. Esse
individualismo digital e globalizado desafia todas as formas de controle
estatal, empresarial ou organizacional nascidos analógicos, mesmo nas suas
formas digitais. Essas formas serão sempre uma espécie de remasterização de uma
base analógica.
Esse processo de transformação digital, produz
reações preconceituosas de governos e de pessoas. Os governos o veem como uma
ameaça. A pessoas acabam confundindo tudo com seu lado mais nocivo, seja como
um mundo dominado por haters, um ecossistema mais afeito às fake news, do que à
informação fidedigna, ou um território de sedução para o mal. Como todo artefato
humano a ciberesfera e suas infinitas possibilidades têm luz e escuridão,
virtudes e vícios. Todavia, tanto a globalização, quanto a digitalização são
irreversíveis e processos ainda em expansão. Quanto mais rápido nos adaptarmos,
mais benefícios poderemos retirar da mudança.
Na política, o dilema é mais profundo e mais
complexo. O estado-nacional está se tornando o epicentro dos problemas e,
principalmente, da crise da democracia. De todas as espécies institucionais
desenvolvidas nos séculos 19 e 20 é a menos capaz de adaptar-se e a mais
ameaçada de extinção. E a reação típica é o retrocesso. Na economia, via
políticas protecionistas. Na sociedade, via autoritarismo, censura e
manipulação. Nada disso terá êxito no tempo histórico, ou na história do futuro.
E não há caminhos alternativos claros e simples.
A política pode se globalizar por meio de uma
grande conversação digital e plural e estimular o desenvolvimento de mecanismos
cosmopolitas de politização da ciberesfera. Mas a ideia de um governo global é
assustadora. Parece implausível um governo global único democrático. Se houver
um governo global único, o mais provável é que seja totalitário. Mesmo uma
grande federação democrática da Terra, imaginada por autores de ficção
científica, soa impraticável. A democracia, pelo menos como a conhecemos, se
realiza no plano do estado nacional.
Mas o estado-nação, como sabemos, não foi o
primeiro ecossistema a desenvolver-se como democracia. O ecossistema originário
da busca por uma república democrática foi a cidade. E faz todo sentido
retornar às cidades para a base de uma nova vida democrática digital. As
cidades se globalizam e se digitalizam com mais naturalidade do que as nações.
Podem se tornar muito mais inteligentes do que qualquer estado nacional. O encolhimento
do espaço de poder e autoridade do estado-nação e o alargamento dos poderes das
cidades parece um caminho muito mais plausível para compatibilizar democracia
local com política global na sociedade digital emergente.
*Sérgio Abranches é cientista
político, escritor e comentarista da CBN. É colaborador do blog com análises do
cenário político internacional.
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