Estatística aponta que 90% das cirurgias ortopédicas envolvem pacientes que dirigiam ou estavam de carona em motocicletasO Hospital Estadual de Emergência (HE) continua sendo a principal entrada de pessoas vítimas de acidente de trânsito. A maioria das cirurgias ortopédicas de baixa e média complexidade, realizadas atualmente no HE, envolve motociclistas, que somam cerca de 90% dos pacientes atendidos na área de ortopedia do hospital.
Segundo o chefe do setor de Ortopedia e Traumatologia do HE, médico ortopedista Márcio Paiva Brito, pacientes vítimas de acidente de trânsito lideram o ranking de atendimento no setor, seguido de pacientes vítimas de agressão por arma branca (faca), quedas ou outro tipo de agressão física.
O médico acrescentou que são realizadas em média 10 cirurgias ortopédicas por dia no HE. “Esse índice é preocupante. As pessoas continuam se excedendo no trânsito. Primeiro pelo consumo abusivo de bebida alcoólica e segundo por imprudência ou imperícia de motociclistas e de motoristas em geral”, arrematou o médico.
As cirurgias de alta complexidade são encaminhadas para o Hospital Estadual de Clínicas Alberto Lima (HCAL). Para o médico Márcio Brito, a demanda exaustiva de pessoas vítimas de acidente de trânsito sufoca os atendimentos tanto no HE, quanto no HCAL. “Imagine quantos outros pacientes com patologias também graves acabam, muita vezes, por disputar o mesmo hospital em busca do melhor atendimento”.
Posteriormente, parte dos pacientes acidentados recorre ao Centro de Reabilitação do Amapá (Creap). A diretora do Creap, fisioterapeuta Lidiane Dias Alves, confirma a informação. Ela acrescenta que 75% das chamadas envolvem pacientes vítimas de acidentes de trânsito, seguido de vítimas de arma de fogo e quedas.
Hoje, o Centro trabalha com o programa de órtese e prótese, que garante a doação de muletas, próteses de braços e pernas, e até de cadeiras de rodas aos pacientes que tiveram sequelas mais graves e que necessitam do auxílio dos aparelhos para se reabilitar.
O secretário de Estado da Saúde, Edílson Mendes Pereira, defende uma maior integração entre os setores de saúde e de segurança pública na sensibilização de um trânsito mais seguro e prudente. Edílson aposta em campanhas educativas que envolvam Sesa, Departamento Estadual de Trânsito do Amapá (Detran/AP), Polícia Militar (PM) e outros agentes públicos que atuam em defesa de um trânsito consciente.
Já o médico Márcio Brito defende a realização de blitzen permanentes e de caráter repressivo, com punição para os condutores que cometem imprudência ou imperícia no trânsito. Edy Wilson Silva / Sesa
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