sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Espaço saudável

                                   AUTODISCIPLINA NA ALIMENTAÇÃO
Imagino que esteja esperando uma direção para organizar seus hábitos alimentares.

            Você está certo (a) em criar tamanha expectativa. Em geral, tendemos a buscar no exterior, formas de solucionar aquilo que nos causa tanto sofrimento. Sei o quanto é difícil alterar comportamentos que se repetem ao longo da vida. Na repetição dita “negativa”, fortalecemos sentimentos mobilizantes, tais como frustração, decepção e fracasso. Alimentamos assim, um padrão de auto depreciação que cada vez mais, nos afasta da possibilidade de quebrar o ciclo e modificar o comportamento.
Estamos falando de hábitos alimentares e de toda dificuldade em equilibrá-los na promoção da saúde, incluindo o emagrecimento. Porém, essa perspectiva ultrapassa o campo da alimentação, englobando outros aspectos da vida que também pelo ato da repetição fomenta sua permanência improdutiva. Pense comigo. Você já manteve alguma experiência relacional mesmo sabendo que o vínculo não agregava valores à sua vida? O que determina sua insistência numa relação que está fadada ao insucesso? E quando se desfaz essa relação e, descobrimos mais a frente, que encontramos outro vínculo com o mesmo padrão. Por que repetimos esse velho conhecido padrão de relacionamento?
            Percebeu? Estamos ultrapassando o campo da alimentação. Estamos ampliando nossa visão sobre a repetição dos nossos comportamentos e descobrindo o real impedimento para a autodisciplina. Toda experiência humana é regada por afeto, seja na relação ou na escolha da comida. Portanto, diferente do que se pensa organizar hábitos alimentares não se limita às ações premeditadas de um cardápio racionalmente construído.
            Ah! Você deve estar pensando.“Então não tem jeito. Não vale a pena montar cardápios!”. Nada disso! Montar cardápios é saudável assim como também é inteligente abandonar relacionamentos que nos fazem mal. Porém, é importante ressaltar que essas alterações comportamentais não acontecem por motivações racionais. Sabemos o que precisamos, mas algo nos impede a realização.
            Que tal, ampliar nossa reflexão acerca da autodisciplina? Quando ela surge através da razão, sua orientação é mental, correndo o risco de ser engolfada pela crítica e pela rigidez, determinando categorias de “certo” e “errado”. É preciso integrar o campo sensível, o campo do coração que flexibiliza tais categorias, buscando um caminho personalizado, que considere dois aspectos importantes: o que me serve e de que forma. Nesse momento, dissolvemos padrões gerais, universais que determinam o que devemos fazer e como devemos fazer. Invertemos a posição da fonte disciplinar, que antes apontava uma direção de fora pra dentro, agora passa a ser uma orientação de dentro pra fora.
            Complicou? Que bom! Alcançamos o nosso objetivo! Disciplina ajuda a transformar comportamento, porém, é preciso ter clareza de onde vêm os critérios disciplinares. Vem de fora ou de dentro de você? Quem sabe o que é bom pra você, senão você mesmo (a)? Preste atenção de onde vêm suas escolhas... Vem da mente? Cuidado, a mente “mente”.
            Sendo assim, qual será a chave da autodisciplina? Ela está no coração. Inclua seus sentimentos, confie. Você é capaz de decidir sobre sua vida, portanto, sobre sua comida e seus relacionamentos. A melhor organização, seja do comportamento alimentar ou de qualquer outro aspecto de sua vida, é proveniente da percepção generosa do seu coração que é capaz de escutar sua mente na expressão da sua verdade.
            Autodisciplina, por fim, acaba sendo resultado de algo maior. Autoconfiança!
            Procure um nutricionista para adequar sua alimentação às suas necessidades.

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