sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Comércio amapaense fechará 2011 no vermelho

Apesar das vendas de fim ano, o Estado ficará abaixo do percentual do ano anterior
Abinoan Santiago
Vitrines enfeitadas, novos artigos natalinos e estoques carregados e sem clientes para consumi-los, essas são as palavras que podemos definir a atual situação do centro macapaense. As calçadas do centro comercial de Macapá ainda não estão do jeito que sempre foram no final dos anos anteriores. E isso afetou drasticamente a economia do comércio da capital. Pois desde o começo de 2011 as vendas do Estado estão caindo a cada mês. As esperanças dos empresários locais estão depositadas nas vendas de fim de ano, como afirma Marcos Antonio, presidente do Sindicato dos Lojistas do Amapá (Sindlojas) e vice-presidente da Federação Comercial do Amapá (Fecormércio): “as vendas do natal será a nossa última saída (...) com o pagamento da primeira parcela do 13º salário no final de Novembro e a segunda parcela até 20 de Dezembro, nós podemos ter um volume melhor nas vendas”. Mas de acordo com o presidente, mesmo assim o ano de 2011 fechará com saldo negativo em relação ao ano anterior, em média 7% menor que 2010.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Amapá teve uma queda drástica, chegando a possuir um saldo negativo no comércio varejista ampliado, -9,7%. O Estado ficou muito atrás dos primeiros colocados, Tocantins (30,7%) e Rondônia (13,9%).
Outro dado do IBGE preocupa a economia Tucuju, pois segundo o instituto, das 6.618 empresas registradas até o ano passado, 60% são do setor varejista. Ou seja, se a economia for mal, mais da metade das empresas amapaense cadastradas também seguem no mesmo sentido. Para o vermelho.
Causas
Segundo Marcos Antonio, uma das causas para esse fato ocorrer, seria a dependência dos contras-cheques públicos. Ainda mais com a determinação do governo federal em retirar do salário dos servidores federais os 84,32% do Plano Collor. Outra causa que provocou essa queda no comércio foi em relação aos pouquíssimos contratos temporários no comércio, mesmo estando a menos de dois meses do final do ano. Ou seja, quando menos gente sem dinheiro no bolso, a circulação da moeda é relativamente proporcional.
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Construção civil é o setor que mais emprega atualmente
Em contraponto a baixa no comércio, a construção civil amapaense segura a economia com seus empregos de carteiras assinadas. Uma prova disso é o crescimento do emprego, segundo o IBGE o Estado gerou mais de 5 mil empregos diretos. Muito além da expectativa dos últimos anos que se manteve na média de 1,7 mil (ano). A Fecomércio afirma que a maior parte desse percentual está localizada no interior do Amapá, devido as construções das hidrelétricas e por conta da mineração. “Se nós olharmos pela informação do IBGE, o instituto afirma estarmos crescendo com o emprego, mas quando alguém emprega mil pessoas no Laranjal do Jarí, por exemplo. A contagem desses empregos será do Estado e não para Macapá ou para aquele município empregador. Esse movimento empregatício não está acontecendo na capital, e sim em outras partes do Amapá. Um bom exemplo de um município empregador é o de Ferreira Gomes, por conta da construção da hidrelétrica”, frisa Marcos. De acordo com o vice-presidente da Fecomércio, os resultados dessas contratações não estão sendo sentido na capital. Mas espera que com o final de ano, esses empregados venham para a capital fazer compras.
Dos 5,3 mil empregos, apenas uma magra parcela é do setor comercial. O saldo entre contratações e demissões, o produto no mês de Setembro – última pesquisa realizada pelo IBGE -, é de 950 empregos. Destes, 350 é do comércio.                               

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