Depois do repasse estadual à
LIESA, agora é a vez dos barracões serem entregues às escolas de samba para os
preparativos do carnaval 2012.
Abinoan Santiago
No começo de 2011 o Governo do Estado do Amapá (GEA) não repassou
recursos para as agremiações carnavalescas do Estado, o que gerou
um imbróglio entre ambos. Porém esse fato foi recompensado com o repasse da
verba à Liga das Escolas de Samba do Amapá (LIESA), no montante de R$ 2,5
milhões para garantir o espetáculo na Avenida Ivaldo Veras no ano seguinte e,
para fechar este ano com “chave de ouro” a comunidade sambista comemora a
entrega da Cidade do Samba Alice Gorda, na última terça-feira, 20. O evento contou
com a presença de autoridades como: a do governador Camilo Capiberibe, do
secretário Joel Banha, presidentes das escolas e da LIESA, além dos amantes do
carnaval. Como era de se esperar, o Samba marcou a solenidade de inauguração
com a presença do renomado sambista e compositor Arlindo Cruz, que sacudiu o
público presente com alguns dos seus sucessos, como: Favela, Alto lá, Dor de
amor, entre outros. O sambista carioca subiu ao palco após a bela apresentação
das baterias das escolas de samba do Amapá.
Os cinco galpões, medindo 25 x
60 m, e 14 m de altura estavam com suas obras
paradas desde 2009 foram construídos em apenas 8 meses e custaram quase R$ 9,5
milhões, recursos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), incluindo o aditivo de R$ 419.633,94 das adaptações do entorno
como: “obras de nivelamento e
asfaltamento, sinalização e iluminação externa”, afirmou o secretário estadual
de Infra Estrutura, Joel Banha.
O secretário também informou sobre a suposta construção de outros
cinco barracões para atender as dez escolas, sendo assim, cada uma ficando com
o seu galpão nas confecções de suas alegorias e fantasias, “a segunda etapa
passa para uma avaliação desses primeiros barracões e se houver necessidade da
construção de mais 5 para as escolas, nós poderemos trabalhar em cima de um
novo projeto (...), o governo ainda terá que sentar com a LIESA para decidir
essa etapa posterior”, garantiu. Porém informou que está assegurada a reforma
do Sambódromo, “o que está certo é a questão da reforma do Sambódromo, pois
queremos fazer a arquibancada de concreto no outro lado da Avenida”.
O espaço é de enorme importância ao carnaval amapaense, pois o
Estado torna-se um dos únicos da Federação a possuir Sambódromo e Cidade do
Samba, “com certeza estamos tendo um privilégio que poucos estados do Brasil
possuem, mas estamos deixando claro que isso aqui é um patrimônio da população
e não da liga”, afirmou o presidente da LIESA, Orles Braga.
O complexo também servirá para as Escolas produzir e oferecer as
suas oficinas às comunidades do entorno da Cidade do Samba. Segundo Braga, os
galpões são espaços para fazer as programações das escolas, os projetos
sociais, eventos e oficinas. E concluiu: “É um salto muito grande para a
profissionalização do carnaval amapaense”.
Como existe dez escolas para cinco barracões, cada galpão ficará
com 2 agremiações, o critério fica à escolha das mesmas, entretanto uma regra
tem que ser seguida, a escola que desfilará no primeiro dia não poderá ficar no
mesmo local de uma que entrará na Avenida no dia seguinte, “deixamos por
afinidade e critério de ordem de desfile, ou seja, quem desfilará no primeiro
dia, não ficará no mesmo barracão de quem entrará na avenida no segundo dia”,
disse Braga.
A Universidade do Samba Boêmios do Laguinho já está “namorando”
outra escola para dividir o galpão, sem que a prejudique, como afirma o
presidente da agremiação, Vicente Cruz: “a Boêmios está tentando acertar com a
Emissários da Cegonha para que nós possamos dividir o mesmo barracão”.
Cidade do Samba em números
Os galpões medem 25 x 60 m, e 14 m de altura e custaram exatamente R$
9.418.473,36. Apenas neste ano foi investido o montante de R$ 5.265.585,40 em 8
meses de obras. Têm banheiros
masculinos, femininos e adaptados para deficientes, piso industrial, setor
administrativo, cozinha, bar, caixa d'água e cisterna com capacidade para
armazenar 23 mil litros, portão em chapa, instalação elétrica e hidráulica
industrial. A área externa terá bancos, iluminação e estacionamento.
Os detalhes receberam atenção no acabamento. A administração foi
entregue com refrigeração e portas e janelas com vidro temperado. A área
central possui exaustor e abertura para ventilação natural. O bar e cozinha são
revestidos com cerâmica para manter a higiene e balcão em granito. Nos
banheiros, o piso é modelo Copacabana e nas paredes foram usadas lajotas
multicoloridas, lembrando a época carnavalesca. Os barracões terão ainda
lixeiras seletivas. E ficarãosob responsabilidade de uma comissão composta por
representantes do GEA, LIESA e das agremiações do grupo de acesso e especial.
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