sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Comunidade carnavalesca festeja a inauguração da Cidade do Samba


Depois do repasse estadual à LIESA, agora é a vez dos barracões serem entregues às escolas de samba para os preparativos do carnaval 2012.

Abinoan Santiago
No começo de 2011 o Governo do Estado do Amapá (GEA) não repassou recursos para as agremiações carnavalescas do Estado, o que gerou um imbróglio entre ambos. Porém esse fato foi recompensado com o repasse da verba à Liga das Escolas de Samba do Amapá (LIESA), no montante de R$ 2,5 milhões para garantir o espetáculo na Avenida Ivaldo Veras no ano seguinte e, para fechar este ano com “chave de ouro” a comunidade sambista comemora a entrega da Cidade do Samba Alice Gorda, na última terça-feira, 20. O evento contou com a presença de autoridades como: a do governador Camilo Capiberibe, do secretário Joel Banha, presidentes das escolas e da LIESA, além dos amantes do carnaval. Como era de se esperar, o Samba marcou a solenidade de inauguração com a presença do renomado sambista e compositor Arlindo Cruz, que sacudiu o público presente com alguns dos seus sucessos, como: Favela, Alto lá, Dor de amor, entre outros. O sambista carioca subiu ao palco após a bela apresentação das baterias das escolas de samba do Amapá.


Os cinco galpões, medindo 25 x 60 m, e 14 m de altura estavam com suas obras paradas desde 2009 foram construídos em apenas 8 meses e custaram quase R$ 9,5 milhões, recursos oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), incluindo o aditivo de R$ 419.633,94 das adaptações do entorno como: “obras de nivelamento e asfaltamento, sinalização e iluminação externa”, afirmou o secretário estadual de Infra Estrutura, Joel Banha.

O secretário também informou sobre a suposta construção de outros cinco barracões para atender as dez escolas, sendo assim, cada uma ficando com o seu galpão nas confecções de suas alegorias e fantasias, “a segunda etapa passa para uma avaliação desses primeiros barracões e se houver necessidade da construção de mais 5 para as escolas, nós poderemos trabalhar em cima de um novo projeto (...), o governo ainda terá que sentar com a LIESA para decidir essa etapa posterior”, garantiu. Porém informou que está assegurada a reforma do Sambódromo, “o que está certo é a questão da reforma do Sambódromo, pois queremos fazer a arquibancada de concreto no outro lado da Avenida”.

O espaço é de enorme importância ao carnaval amapaense, pois o Estado torna-se um dos únicos da Federação a possuir Sambódromo e Cidade do Samba, “com certeza estamos tendo um privilégio que poucos estados do Brasil possuem, mas estamos deixando claro que isso aqui é um patrimônio da população e não da liga”, afirmou o presidente da LIESA, Orles Braga.

O complexo também servirá para as Escolas produzir e oferecer as suas oficinas às comunidades do entorno da Cidade do Samba. Segundo Braga, os galpões são espaços para fazer as programações das escolas, os projetos sociais, eventos e oficinas. E concluiu: “É um salto muito grande para a profissionalização do carnaval amapaense”.

Como existe dez escolas para cinco barracões, cada galpão ficará com 2 agremiações, o critério fica à escolha das mesmas, entretanto uma regra tem que ser seguida, a escola que desfilará no primeiro dia não poderá ficar no mesmo local de uma que entrará na Avenida no dia seguinte, “deixamos por afinidade e critério de ordem de desfile, ou seja, quem desfilará no primeiro dia, não ficará no mesmo barracão de quem entrará na avenida no segundo dia”, disse Braga.

A Universidade do Samba Boêmios do Laguinho já está “namorando” outra escola para dividir o galpão, sem que a prejudique, como afirma o presidente da agremiação, Vicente Cruz: “a Boêmios está tentando acertar com a Emissários da Cegonha para que nós possamos dividir o mesmo barracão”.

Cidade do Samba em números

Os galpões medem 25 x 60 m, e 14 m de altura e custaram exatamente R$ 9.418.473,36. Apenas neste ano foi investido o montante de R$ 5.265.585,40 em 8 meses de obras.  Têm banheiros masculinos, femininos e adaptados para deficientes, piso industrial, setor administrativo, cozinha, bar, caixa d'água e cisterna com capacidade para armazenar 23 mil litros, portão em chapa, instalação elétrica e hidráulica industrial. A área externa terá bancos, iluminação e estacionamento.

Os detalhes receberam atenção no acabamento. A administração foi entregue com refrigeração e portas e janelas com vidro temperado. A área central possui exaustor e abertura para ventilação natural. O bar e cozinha são revestidos com cerâmica para manter a higiene e balcão em granito. Nos banheiros, o piso é modelo Copacabana e nas paredes foram usadas lajotas multicoloridas, lembrando a época carnavalesca. Os barracões terão ainda lixeiras seletivas. E ficarãosob responsabilidade de uma comissão composta por representantes do GEA, LIESA e das agremiações do grupo de acesso e especial.

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