segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Artigo do Gato – Edição 292

Artigo do Gato – Edição 292

Por que o silêncio?


O presidente da Junta Comercial do Estado do Amapá, Jean Alex comeu abiu, uma fruta amazônica, de um sabor delicioso, mas quando alguém a degusta sente os lábios grudados, em função do leite viscoso e colante que a mesma solta.
O silêncio, estratégia de Jean Alex, utilizada para não explicar o inexplicável, tem prazo de validade, pois vai ter que se posicionar, mesmo que compulsoriamente, perante os deputados estaduais do Amapá. O Deputado Dalto Martins (PMDB), ingressou com requerimento junto à mesa diretora da Casa, pedindo que Jean fosse convidado a comparecer na Assembleia na terça-feira (14), para dar os esclarecimentos devidos. Se não comparecer, será convocado. Se não atender a convocação, será preso.
Jean Alex é mesmo um protótipo de ditador! Quem afirma é Gilberto Laurindo, que sentiu na pele o ranço imperialista do garoto. De forma arbitrária, o Conselheiro da Associação Comercial e Industrial do Amapá, foi mandado embora do Conselho de Vogal da Jucap pelo governador Camilo Capiberibe, a pedido de Jean Alex, que não teve o zelo de ler o regimento interno da instituição e conferir, que vogal tem mandato e não é funcionário da Jucap, e o cargo não é de confiança do governador. Não culpo o governador Camilo, que tem coisas muito mais importantes para tratar, do que se ocupar com o expurgo ilegítimo de um vogal da Jucap. Ele, Jean, induziu o governador ao erro, pois deveria saber que o governador não tem esta prerrogativa de demitir um conselheiro indicado por uma entidade de classe que compõe aquele Conselho. Daí vai ser fácil saber por que Jean desarquivou os atos constitutivos da empresa e mineração Ecometals. É um desavisado, um desatento, ou um despreparado?. O que é pior, pois o órgão de registro do comércio é muito importante para a segurança jurídica do setor.
Bem, mas a discussão aberta por este periódico tem aos poucos incomodado setores da imprensa. Era o nosso objetivo. Até porque não poderíamos calar diante de tamanha atrocidade jurídica. Em função da postagem do advogado Rubem Bermeguy, no blog Repiquete no Meio o Mundo, da jornalista Alcilene Cavalcante, foi aberto uma discussão entre seus leitores acerca do assunto. O radialista Ivo Canuti, também abordou o tema em seu programa, entrevistando Paulo Chedid, diretor da Ecometals, Jean Houat, que vendeu suas ações para a Ecometals e Rubem Bermeguy, advogado da empresa. Em outro programa, ouviram Jean Alex, os comunicadores Pedro da Lua, Rodrigo Portugal e Pedro Filé, do programa O Troco no Rádio, entrevistaram este escriba também sobre o assunto, e o Blog do Heverson Castro, tratou da matéria de forma apaixonada e baixou o nível. Mas que nível tem o Heverson?  Logo ele, que foi expulso do PT, da assessoria da Vice Governadora, do Deputado Balieiro e agora se mantém na mídia esgoelando impropérios contra pessoas físicas e jurídicas. Ele teve seus motivos para defender a decisão de Jean Alex, porém, esses não estão assentados nas verdades dos fatos e nem encontram guarita na seara jurídica.
O grande compositor Chico Buarque de Holanda, escreveu uma letra de protesto contra o regime de exceção, exatamente pelo imperialismo das ações do regime militar. Essa arrogância de Jean Alex, em achar que está acima da lei, desrespeitando os mandamentos que regem a Jucap, passando por cima do estado democrático de direito, por se achar que pode mexer na coisa julgada, e que pode decretar o obituário de empresas constituídas legalmente naquele órgão de registro do comércio, cujo título é “Cálice”, denota bem o sentimento do diretor da Ecometals, Paulo Chedid Lisboa, que não é a primeira vez que tem de ir a justiça contra jornalistas que lhe difamam. Paulo cantarola, envolto na sua revolta angustiante, a música de Chico que diz assim:
 
“Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa...”

Não cale Jean Alex, não Cale!. O regime de chumbo está na página negra da história brasileira. Viva o Estado Democrático de Direito.

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