“Hoje eu vivo feliz com minha família por tudo
que conquistei”
Abiguá Teixeira de Paula
Abinoan Santiago Sans
O sobrevivente dessa semana,
é um senhor de baixa estatura, todavia para por aí, pois durante a entrevista,
ele mostrou ser um grande homem, que por sua vez mostrou os seus valores e o
pulso firme. Um paraense que veio para Macapá ainda menino, junto com os seus
irmãos, no final de década de 30, devido
aos imbróglios políticos do qual o seu pai fazia parte. O nosso personagem é o
senhor Abiguá Teixeira de Paula, 77 anos, nascido na cidade paraense de Igarapé Açu. Ele é o sétimo dos doze filhos do casal Vicente do
Carmo de Paula e Maria do Carmo de Paula. Casado há mais de 50 anos com Marieta
Andrade de Paula, matrimônio que resultou em quatro filhas – Mara, Regina
Lúcia, Marcia Rute e Regiane -, ambas já formadas e bem sucedidas, tanto na
questão familiar quanto na carreira profissional. As suas descendentes lhes
deram até agora quatro netos.
A vida em Macapá
Como já antecipado, os pais de Abiguá mudaram para o Amapá devido
há problema político, pois o seu genitor era oposição ao então governador
paraense eleito na época, o Magalhães Barata, que resultou em perseguição política à Vicente
de Paula. “Meu pai era político, então naquela época, o Barata havia ganho a
eleição no Pará, e como o meu pai era do contra, o governador o perseguia. Por
isso que ele veio para o Amapá, junto
com a família”, conta.
Ele chegou ao Amapá com apenas cinco anos de idade, passando a
juventude aqui no Estado, construindo amigos e até hoje cultiva essas amizades.
Abiguá estudou em uma das escolas mais tradicionais deste rincão, o Colégio
Amapaense. Neste, o nosso entrevistado começou e terminou a sua vida
estudantil.
Abiguá não era muito fã de esporte, diferentemente dos garotos da
sua época, ou melhor, o mesmo não praticava esporte por conta de seu pai, que
pensando no futuro dos filhos, não deixava os mesmos perderem tempo nas praças
e parques da cidade jogando bola,quanto deveriam está lendo um bom livro para
aprimorar ainda mais a sua sapiência. “Eu não praticava esporte, pois o meu pai
não gostava que os filhos treinassem, ele queria que a gente apenas estudasse”,
frisa.
Abiguá lembra que residiu em dois bairros, antes de habitar na sua
atual residência: “eu cheguei e fui morar no bairro do Trem, em seguida, no
Laguinho e desde 1972 eu estou morando no Centro”. O sobrevivente está morando
na Avenida Mendonça Furtado há mais de 40 anos, e acentua como era aquela
região: “as casas da minha rua eram todas de madeira, mas graças a Deus, através de um
financiamento, eu consegui melhorar a minha residência”.
Macapá também foi a cidade que proporcionou Abiguá conhecer a sua
esposa, e há 52 anos cultivam um casamento sustentado na base de amor,
companheirismo e compreensão.
“Eu a conheci aqui no Amapá e casei . Nós nos conhecemos numa festa
e namoramos por sete meses. Namoramos pouco tempo, mas foi o suficiente para
saber que um completa o outro e vivemos felizes até hoje com as nossas quatro
filhas”, diz.
Trabalho
Abiguá é do tipo de pessoa que não se contenta ficar parado, tanto
que depois de se aposentar como funcionário federal atuando no Colégio Amapaense, o nosso
entrevistado continuou trabalhando.
No principio, ele começou como escriturário na Industria de
Comércio e Mineração (ICOMI), passando seis anos naquela empresa, chegando a
trabalhar em Santana, Serra do Navio, Cupixi e Porto Platon.
Em seguida foi trabalhar no antigo Fórum de Macapá, que hoje é a sede da Ordem dos Advogados do
Amapá (OAB/AP), na frente da cidade. Sendo que neste mesmo período, o nosso
homenageado divida o seu tempo com outro ofício, o de inspetor de alunos no
Colégio Amapaense, aquele mesmo que ele estudou na juventude. Neste Abiguá
exerceu a função por mais de 30 anos.
Ele se aposentou, mas como não se contenta com a inércia, ele
começou a trabalhar na Assembléia Legislativa do Amapá (AL/AP), onde está desde
2003.
E hoje, Abiguá só divide o seu tempo com o trabalho na AL/AP, com a
família e com a sua sagrada caminhada de todas as tardes.
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