sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Sobrevivente - Abiguá Teixeira de Paula


 “Hoje eu vivo feliz com minha família por tudo que conquistei”
Abiguá Teixeira de Paula
Abinoan Santiago Sans
O  sobrevivente dessa semana, é um senhor de baixa estatura, todavia para por aí, pois durante a entrevista, ele mostrou ser um grande homem, que por sua vez mostrou os seus valores e o pulso firme. Um paraense que veio para Macapá ainda menino, junto com os seus irmãos,  no final de década de 30, devido aos imbróglios políticos do qual o seu pai fazia parte. O nosso personagem é o senhor Abiguá Teixeira de Paula, 77 anos, nascido na cidade paraense  de Igarapé Açu. Ele  é o sétimo dos doze filhos do casal Vicente do Carmo de Paula e Maria do Carmo de Paula. Casado há mais de 50 anos com Marieta Andrade de Paula, matrimônio que resultou em quatro filhas – Mara, Regina Lúcia, Marcia Rute e Regiane -, ambas já formadas e bem sucedidas, tanto na questão familiar quanto na carreira profissional. As suas descendentes lhes deram até agora quatro netos.


A vida em Macapá
Como já antecipado, os pais de Abiguá mudaram para o Amapá devido há problema político, pois o seu genitor era oposição ao então governador paraense eleito na época, o Magalhães Barata,  que resultou em perseguição política à Vicente de Paula. “Meu pai era político, então naquela época, o Barata havia ganho a eleição no Pará, e como o meu pai era do contra, o governador o perseguia. Por isso que ele veio para o Amapá, junto  com a família”, conta.

Ele chegou ao Amapá com apenas cinco anos de idade, passando a juventude aqui no Estado, construindo amigos e até hoje cultiva essas amizades. Abiguá estudou em uma das escolas mais tradicionais deste rincão, o Colégio Amapaense. Neste, o nosso entrevistado começou e terminou a sua vida estudantil. 

Abiguá não era muito fã de esporte, diferentemente dos garotos da sua época, ou melhor, o mesmo não praticava esporte por conta de seu pai, que pensando no futuro dos filhos, não deixava os mesmos perderem tempo nas praças e parques da cidade jogando bola,quanto deveriam está lendo um bom livro para aprimorar ainda mais a sua sapiência. “Eu não praticava esporte, pois o meu pai não gostava que os filhos treinassem, ele queria que a gente apenas estudasse”, frisa.

Abiguá lembra que residiu em dois bairros, antes de habitar na sua atual residência: “eu cheguei e fui morar no bairro do Trem, em seguida, no Laguinho e desde 1972 eu estou morando no Centro”. O sobrevivente está morando na Avenida Mendonça Furtado há mais de 40 anos, e acentua como era aquela região: “as casas da minha rua eram todas de madeira,  mas graças a Deus, através de um financiamento, eu consegui melhorar a minha residência”.

Macapá também foi a cidade que proporcionou Abiguá conhecer a sua esposa, e há 52 anos cultivam um casamento sustentado na base de amor, companheirismo e compreensão. 

“Eu a conheci aqui no Amapá e casei . Nós nos conhecemos numa festa e namoramos por sete meses. Namoramos pouco tempo, mas foi o suficiente para saber que um completa o outro e vivemos felizes até hoje com as nossas quatro filhas”, diz.

Trabalho
Abiguá é do tipo de pessoa que não se contenta ficar parado, tanto que depois de se aposentar como funcionário federal  atuando no Colégio Amapaense, o nosso entrevistado continuou trabalhando.

No principio, ele começou como escriturário na Industria de Comércio e Mineração (ICOMI), passando seis anos naquela empresa, chegando a trabalhar em Santana, Serra do Navio, Cupixi e Porto Platon.

Em seguida foi trabalhar no antigo Fórum de Macapá,  que hoje é a sede da Ordem dos Advogados do Amapá (OAB/AP), na frente da cidade. Sendo que neste mesmo período, o nosso homenageado divida o seu tempo com outro ofício, o de inspetor de alunos no Colégio Amapaense, aquele mesmo que ele estudou na juventude. Neste Abiguá exerceu a função por mais de 30 anos.

Ele se aposentou, mas como não se contenta com a inércia, ele começou a trabalhar na Assembléia Legislativa do Amapá (AL/AP), onde está desde 2003.

E hoje, Abiguá só divide o seu tempo com o trabalho na AL/AP, com a família e com a sua sagrada caminhada de todas as tardes.

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