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| Esse tipo de vídeo afeta no comportamento de crianças e adolescentes |
Há
alguns anos, podemos perceber que o número de vídeos postados na internet e
repassados entre os celulares - os quais mostram a violência ocorrida nas
escolas -, no Amapá, tem aumentado. As cenas mais comuns são de dois alunos,
utilizando o uniforme da escola, que brigam tanto dentro, como fora da
instituição. Entre tapas, socos e puxões de cabelo, sempre há um “vencedor” e
um “derrotado”. Não podemos aqui dizer que o vídeo gravado, postado ou
repassado poderia ter sido feito pelo grupo de amigos do “vencedor” ou de quem
quer humilhar o tal “derrotado”, mas há uma grande probabilidade desta
suposição ser verdadeira.
As
confusões têm diversos motivos, entre eles podemos citar casos de disputa por
namorado ou namorada, preconceitos, alguma rixa, inimizades, alguns
adolescentes que fazem parte de gangues urbanas diferentes e inimigas, e vários
outros – tais atos que caracterizam o Bullying. Na maioria dos casos, os
envolvidos se confrontam e alguém sai machucado e, algumas vezes, até desmaiado.
Como aconteceu no município de Oiapoque, em que duas meninas menores de idade,
de uniforme, estavam brigando na calçada da escola, e uma delas desmaiou e
entrou em estado de coma. Algo preocupante, principalmente para os pais, pois
elas não contam que existem ameaças e depois o pai tem que levar a criança
machucada ao hospital, correndo risco de vida.
Esse
tipo de vídeo afeta, nitidamente, no comportamento de muitas crianças e
adolescentes, porque o vídeo exposto mostra e acaba ensinando como gerar a
violência no ambiente em que o expectador vive. De acordo com informações dadas
pela Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais (DEIAI),
houve um aumento considerável do registro de ocorrências que envolvem a
violência intra e extra-escolar, “pois, geralmente, os casos acontecem fora do
ambiente escolar, mas com os alunos fardados, que estão ali no horário de aula,
ocorrendo a filmagem a qual é postada na internet e/ou passada via Bluetooth – casos,
estes, que fazem parte do maior número de denúncias” afirma a Delegada de
Polícia Titular da DEIAI, Izabel Frota. E ainda completa: “Esse ano, ainda não
apuramos nenhum caso de violência postado na internet, mas nós temos vários
casos de filmagens que foram repassadas de celular para celular via Bluetooth.”
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| "Os casos acontecem fora do ambiente escolar, mas com alunos fardados" |
A
delegada diz que é muito difícil evitar que aconteça a divulgação desses vídeos
violentos. Entretanto, ela recomenda: “Aos pais, que evitem os filhos de
levarem celular para a escola, porque o ambiente escolar não é o lugar adequado
para se levar o celular. À Direção da escola, orientamos que não permita a
utilização de celular dentro da sala de aula.”
O
procedimento instaurado na delegacia é o auto de investigação social, que é
concluído e encaminhado para a Promotoria da Infância e Juventude, podendo se
tornar uma medida sócio-educativa para o infrator, prevista no artigo 112 do
Estatuto da Criança e do Adolescente, respondendo ao processo na Vara da
Infância e Juventude.
Izabel
Frota ainda afirma: “nós conseguimos chegar a quem filmou. Essas pessoas são
identificadas, é feito um levantamento, e, estes, são notificados a
comparecerem na delegacia através de intimação, acompanhado de responsável,
quando menor. Na delegacia, ele vai prestar declarações, utilizando-se da
oportunidade de se defender, e essas declarações são condensadas dentro do auto
de investigação criminal.”


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