A molecada aqui de Macapá ainda
não pode ganhar de mim"
Por Fabiana Figueiredo
Nesta edição, você conhecerá a história do paulistano e grande mesatenista Marcos Yamada, mas que ainda ajuda no esporte do tênis de mesa, treinando vários atletas que estão despontando em todo o Brasil.
Em 1971, ele teve seu primeiro contato com o tênis de mesa, aos 14 anos, que, segundo Marcos, foi com uma idade avançada para o esporte. Foi por meio de seu irmão que ele começou nessa carreira de atleta. "Meu pai foi um profissional de futebol, minha infância inteira foi só jogar futebol. Por um acaso, meu irmão começou a jogar tênis de mesa, e me levou nesse clube, que ficava do lado da minha escola, o Nippon. Eu me identifiquei muito, porque não tenho uma altura propícia para ser jogador profissional de futebol, como foi meu pai, então eu dediquei minha carreira pro tênis de mesa", conta Yamada.
Como atleta, só praticou até os 17 anos, em 1975, quando recebeu o convite de se tornar treinador no Nippon. Foi o diretor do clube quem percebeu a vocação de lecionar de Marcos, e o incentivou a seguir nessa rota. Lá, ficou como treinador até 1988. Depois foi para o Clube do Palmeiras.
O mesatenista lembra-se dos amigos que também são destaques: "O Cláudio Kano, Hugo Hoyama e o Biriba são três grandes nomes do tênis de mesa em todo o Brasil. Mas para mim, o Beriba foi o melhor de todos os tempos, porque ele conquistou torneios fantásticos. Com certeza, ele foi uma lenda, ele é o Pelé do tênis de mesa brasileiro".
Durante seus anos dourados, Marcos se dedicou bastante ao esporte, chegando a ficar 10 horas diárias treinando, e, assim, foi conquistando as melhores medalhas e campeonatos, tanto no juvenil quanto no adulto. Foi Hepta-campeão Paulista, Bi-campeão Brasileiro Intercolonial Japonês (Individual), Vice-campeão Sul-americano, Vice-campeão Brasileiro Universitário, dentre outros.
Uma foto antiga, ainda em Prudente, onde já se tornara treinador |
Hoje, aos 55 anos, atua como Diretor da Federação Paulista de Tênis de Mesa e representante da marca Butterfly no Brasil. Mas ele é formado em Engenharia Elétrica, exercendo a profissão durante dois anos. Mesmo com uma formação, Marcos Yamada não deixou de lado a paixão e o empenho no tênis de mesa, e, até hoje, treina atletas de renome e forma treinadores por todo o Brasil.
Yamada comenta sobre a modernização do esporte: "As técnicas mudam todos os anos. Sempre tem um golpe diferente, um material novo. A tecnologia tem influenciado muito no esporte, e foi tanto que a velocidade da bola está chegando a quase 200km/h. Essa interação já mudou a bola, aumentando o diâmetro, e reduzindo essa velocidade. Daqui a dois anos, o material da bola vai mudar novamente para reduzir ainda mais a velocidade da bola.
Sobre as novas estrelas no tênis de mesa, o treinador destaca: "O número um do Brasil é o Gustavo Tsuboi. Ele foi meu aluno quando pequeno, e hoje é o nome do tênis de mesa nacional. A minha filha, Jéssica Yamada, também é boa, tanto que hoje está na porta das olimpíadas. No cenário amapaense, destaco o Caio Lobato, fui professor dele, levei-o para a China e Japão. E ele é um jogador que vai crescer muito mais".
Yamada ainda esbanja suas habilidades com a raquete para seus alunos |
Ao ser perguntado sobre seu preparo físico e se conseguiria jogar no alto nível, Marcos revela que falta muito preparo físico, pois não treina mais, porém "ainda dou minhas 'raquetadas' por aí. A molecada aqui de Macapá ainda não pode ganhar de mim, não (risos)", brinca Yamada.
O treinador diz que o tênis de mesa é um esporte que tem muitas vantagens, pois não tem contato físico, e evita lesões. "É um esporte muito interessante e muito bom. A família inteira pode jogar no mesmo nível, não precisa de um espaço muito grande, você queima muita caloria, desenvolve muita velocidade e raciocínio", afirma Marcos, ressaltando a importância da prática de esportes por todos da família.
Hoje, Marcos Yamada dedica todas as suas atividades para o tênis de mesa e para sua família, também envolvida com o esporte. Percebe-se no olhar dele o amor e a satisfação que tem pelo que faz.
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