segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Antenados - Finais e começos


Estou escrevendo a matéria da coluna Antenados desta semana diretamente do Rio de Janeiro, já que eu e (parte da) minha família viemos para cá a fim de celebrar o casamento de Camila - prima que por muito tempo atuou como uma irmã mais velha para mim.

Ela mudou-se para o Rio em 2007, para cursar Direito na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Eu fiquei em Belém, depois fui para Macapá, concluí meu ensino médio e, chegada a minha vez, fui fazer Letras na Universidade Federal do Ceará. Mesmo distantes uma da outra, nossos sentimentos permaneceram os mesmos.

 Dada essa nossa intimidade e proximidade, vocês podem imaginar como estou me sentindo ao assimilar a ideia de que uma de minhas primas mais chegadas vai se casar. De certo modo, seu matrimônio marca o final de uma Era.

Vou tomando consciência de que minha prima amadureceu muito nesses últimos tempos, vive atolada de compromissos, imprevistos hollywoodianos, e dois celulares que não param de zumbir, ao melhor estilo "mulher de negócios". Percebo, assim, que ela já não mais terá tempo para as velhas brincadeiras de criança... Não me chamará mais de "carapanã de tênis", não implicará com meu jeito de correr, tornou-se mais séria, mais grave.

Sim, é o final da Era em que brigávamos e discutíamos com o mesmo afã em que ríamos e trocávamos segredos. Acabaram-se os grandes bate-papos no banheiro e as frivolidades sadias de duas meninas que tinham muito a ensinar e aprender uma com a outra. Vivêramos coisas maravilhosas, situações engraçadíssimas, ou apenas ficamos ali, desfrutando do sossego de ter intimidade sincera com alguém. Vocês então podem entender o motivo de eu estar tão nostálgica...

Mas, por outro lado, mesmo com nossa Era findando, minha prima me fez perceber que outra Era se inicia. Todo fim é um começo, não é mesmo? Creio que seja. Começa agora a Era em que os sonhos e metas se realizam, a Era em que minha prima avança em seu caminho, constrói uma família com o rapaz que ama, deixa as meninices para trás. 

Contudo, já agora não tenho mais medo de que tudo o que compartilhamos até aqui se perca. Não se perderá. Permaneceremos com a mesma amizade-irmandade, mas em degraus diferentes da vida. Tudo dará certo, eu creio. E desejo a minha prima toda a felicidade. Que o Senhor abençoe os novos rumos da vida dela, que a faça coberta de alegria e de amor, e que jamais percamos uma a outra. Venha, assim, este próximo começo.

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