Um dos cenários mais atrativos da cidade de Macapá, talvez seja a orla, do Canal do Jandiá até o Araxá. Porém, pouco se oportunizou nestas últimas décadas, estudos que contribuíssem para avaliar tecnicamente o valor turístico de todo este corredor fluvial entre as duas cidades. Diversos estudos têm sido realizados pelo Governo Federal com o intuito de auxiliar as cidades que estão localizadas em áreas de orlas.
Entre os inúmeros projetos com suporte do governo federal, destaca-se: Gestão Integrada da Orla Marítima - Projeto Orla surge como uma ação inovadora no âmbito do Governo Federal, conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, e pela Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, este projeto visa contribuir em escala nacional, com a aplicação de diretrizes gerais de disciplinamento de uso e ocupação de um espaço que constitui a sustentação natural e econômica da zona costeira, a Orla Marítima.
Está presente nessa concepção o desafio em lidar com a diversidade de situações representadas pela extensão dessa faixa, que atinge 8.500 km e aproximadamente 300 municípios litorâneos, que perfazem, segundo o último censo, uma população em torno de 32 milhões de habitantes. Subjacente aos aspectos de territorialidade encontra-se a crescente geração de conflitos quanto à destinação de terrenos e demais bens sob o domínio da União, com reflexos nos espaços de convivência e lazer, que são consideradas de uso comum do povo.
Esse cenário de natureza complexa iluminou a construção dos procedimentos técnicos para a gestão das áreas de orlas, cujas bases estão expressas nos fundamentos para gestão integrada, este documento tem uma estrutura conceitual sobre os arranjos político-institucionais como base para orientar e avançar na descentralização da gestão da orla para a esfera municipal. Focaliza a importância do Projeto como estratégia de resgate da atratividade desse espaço democrático de lazer, além dos aspectos intrínsecos de gestão patrimonial que interagem na sustentabilidade das ações de intervenção propostas pelos municípios envolvidos.
No caso do Amapá, em 2004, a Prefeitura de Santana elaborou o projeto de desenvolvimento da orla marítima visando melhorar as condições e qualidade de vida da população santanense, em especial daqueles que moram, desenvolvem atividades ou utilizam a orla, com propostas justas e adequadas para a cidade de Santana. O chamado Projeto de Gestão Integrada da Orla tinha como finalidade: Fortalecer o município para viabilizar a gestão integrada da orla, junto com o setor público estadual e federal; o envolvimento da sociedade civil na gestão integrada da orla e o desenvolvimento sustentável na orla, preservando o meio ambiente.
A cidade de Macapá, não tem um projeto integrado que valorize a orla, além do perímetro entre o bairro Perpetuo Socorro ao Araxá. Tal fragmentação acabou contribuindo para uma visão segmentada da perspectiva de desenvolvimento econômico através do turismo. São muitas as atividades concentradas neste trecho, diferente de Santana, que elaborou uma proposta, que pode ser retomada, Macapá limitou-se as ações isoladas.
Se considerarmos as avaliações do que representa culturalmente as orlas de Macapá e Santana, vamos perceber uma série de configurações e diversificações de natureza econômica, cultural, paisagística e ribeirinha ao longo de uma larga extensão. Em épocas passadas, ventilou-se inclusive a possibilidade de ter uma via panorâmica, da frente da cidade até o balneário de Fazendinha. Porém, é preciso fazer uma reflexão para compreender os motivos pelos quais nossas cidades padecem de uma crise de gestão. Macapá e Santana têm uma orla espetacular, poucas cidades na região tem, entretanto estão relegadas a um quadro de adversidades, e em condições lastimáveis.
Em vários lugares do mundo, há um número grande de cidades de pequeno ou maior porte que utilizam rios, canais e bacias que valorizam imensamente a atividade turística. Na Europa, isso é utilizado com muita intensidade, é assim na cidade de Paris com o rio Sena, e em Veneza-Itália com mais 170 canais, dão o complemento para a paisagem cênica para a realização de trajetos fluviais onde os roteiros utilizados para chegar aos diversos atrativos, monumentos, museus, etc.
Apesar de Macapá ter uma orla privilegiada onde a paisagem contempla todos os elementos paisagísticos para o desenvolvimento turismo, a relação é escassa com o rio Amazonas. É preciso que a atividade do turismo, seja algo concreto com metas, planos, programas e projetos com a participação efetiva do empresariado e da população. O uso da orla para o desenvolvimento do turismo é praticamente zero, não usufruímos do rio Amazonas, existem perdas enormes que prejudicam sensivelmente a geração de emprego e renda.
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