Atleta
Passado
Gervásio
Vilhena Pereira – Lateral esquerdo Pitel
O apelido é peculiar à época de juventude, Pitel. Assim é
conhecido o Lateral esquerdo Gervásio Vilhena Pereira, que conta entre os
muitos craques como um jogador de um time só. Pitel defendeu as cores do Clube
da Torre desde sua fundação pelo Padre Vitorio Galliani na Praça de Nossa
Senhora da Conceição há mais de 50 anos.
Perguntado se era peladeiro de rua, ele descarta dizendo
que “Graças a Deus, tínhamos em nosso bairro a Praça da Conceição com cinco
campos e cada um tinha uma equipe responsável. Tínhamos do Yíranga Clube; do
Trem Desportivo Clube; do Olaria Clube, os funcionários trabalhavam na General
Rondon com a Gurjão e eles subiam a ladeira e vinham para a Praça e assim a praça
era nosso encontro das “peladas”.
Relembrando Pitel destaca que os grandes craques que
residiam no bairro proletário de Macapá, também jogaram na “Conceição”. “O
Bira, Aldo, Marco Antonio, Albano entre outros. Muitos passaram pelas mãos dos
saudosos Dário e Evandro Lima que selecionavam para fazer os campeonatos
internos da praça. E muitos se tornaram craque por essa facilidade de
treinamento que ali ocorria”.
O início da vida do craque começou no pré - JOT, que era a
equipe Juvenil, hoje as categorias de base, e depois foi para a JOT, dessa
junção é que foi criado o Ypiranga Esporte Clube. “Eu comecei com apenas
catorze anos de idade na primeira equipe do Ypiranga onde me destaquei como
lateral e com nessa sequência eu fui um dos craques do clube, joguei toda a
carreira no clube. Defendi as cores da torre por mais de dez anos”.
Durante sua trajetória na equipe ypiranguista, Pitel começou
na segunda divisão, naquela época o futebol amapaense tinha duas divisões,
depois o clube passou para a primeira divisão. “Na primeira divisão o maior
título que até hoje existe no clube, foi o de 1976, que o maior jogo da
historia do Amapá, O Ypiranga Clube o conquistou. Foi só esse título, eu tive
em outras modalidades como no Futebol de Salão”.
Mágoa
“Em 1998, eu fui
para o independente, onde o Chibé foi técnico e levou uma três pessoas para
compor sua equipe no time santanense”. Essa ida de Pitel para a equipe
santanense tem um gosto amargo de frustração, por ter defendido anos as cores
do Ypiranga e de repente se viu isolado no banco de reserva, e o ápice
aconteceu na disputa do Copão da Amazônia, “Nesse grande torneio nortista eu
seria o titular da minha posição e fui cortado pela equipe técnica comanda por
Amaral que achavam que eu deveria ficar na reserva, isso me chateou, pois eu sabia
que tinha condições de estar como titular, já que eu tinha conquistado o título
que nos classificou, e deveria estar na equipe para representar o Amapá no
Copão. Isso foi uma decepção para mim, porém fiquei na reserva e no momento em
que ele precisou de mim atuei bem, infelizmente nós perdemos. Por isso que eu
fui para o Independente, uma equipe que começou também com base católica e me
dediquei lá”.
No período que atuava no Independente, veio acontecer um
jogo entre sua atual e a ex-equipe. “Teve um jogo que nós jogamos contra o
Ypiranga, e ganhamos de 1 x 0, e eles entraram com recurso, por acharem que o
nosso goleiro estava irregular. Mas mesmo assim jogando eu consegui ganhar do
Ypiranga de 1 x 0, perdi no tapetão, mas ficou um sabor de vingança”.
Atual futebol
“Os jogadores hoje só pensam no financeiro, esquecem da
parte física e técnica. É só ir ao estádio e é o que se ver, não sabem dar um
passe, quando o fazem é decepcionante; um toque de bola; a bola aérea é muito
difícil de acontecer, enfim eles não têm a técnica nem estão fisicamente
preparados para jogar bem. Inclusive, na época que nós jogávamos fazíamos jogos
treinos no campo de piçarra. Era o nosso maior orgulho de ir ao Glicerão e
vê-lo lotado, hoje o que vemos são “profissionais”. O Glicerão hoje é triste,
pela fase que ele teve. Era para termos um grande estádio ali, falta interesse
das autoridades em querer fazer, hoje vemos mais de dez estádios sendo entregues
no Brasil adentro para Copa do Mundo e isso em três anos e estamos com o Glicério
há mais de dez anos nessa lengalenga”.
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