quinta-feira, 30 de maio de 2013

Atleta Passado
Gervásio Vilhena Pereira – Lateral esquerdo Pitel





O apelido é peculiar à época de juventude, Pitel. Assim é conhecido o Lateral esquerdo Gervásio Vilhena Pereira, que conta entre os muitos craques como um jogador de um time só. Pitel defendeu as cores do Clube da Torre desde sua fundação pelo Padre Vitorio Galliani na Praça de Nossa Senhora da Conceição há mais de 50 anos.

Perguntado se era peladeiro de rua, ele descarta dizendo que “Graças a Deus, tínhamos em nosso bairro a Praça da Conceição com cinco campos e cada um tinha uma equipe responsável. Tínhamos do Yíranga Clube; do Trem Desportivo Clube; do Olaria Clube, os funcionários trabalhavam na General Rondon com a Gurjão e eles subiam a ladeira e vinham para a Praça e assim a praça era nosso encontro das “peladas”.

Relembrando Pitel destaca que os grandes craques que residiam no bairro proletário de Macapá, também jogaram na “Conceição”. “O Bira, Aldo, Marco Antonio, Albano entre outros. Muitos passaram pelas mãos dos saudosos Dário e Evandro Lima que selecionavam para fazer os campeonatos internos da praça. E muitos se tornaram craque por essa facilidade de treinamento que ali ocorria”.
O início da vida do craque começou no pré - JOT, que era a equipe Juvenil, hoje as categorias de base, e depois foi para a JOT, dessa junção é que foi criado o Ypiranga Esporte Clube. “Eu comecei com apenas catorze anos de idade na primeira equipe do Ypiranga onde me destaquei como lateral e com nessa sequência eu fui um dos craques do clube, joguei toda a carreira no clube. Defendi as cores da torre por mais de dez anos”.
Durante sua trajetória na equipe ypiranguista, Pitel começou na segunda divisão, naquela época o futebol amapaense tinha duas divisões, depois o clube passou para a primeira divisão. “Na primeira divisão o maior título que até hoje existe no clube, foi o de 1976, que o maior jogo da historia do Amapá, O Ypiranga Clube o conquistou. Foi só esse título, eu tive em outras modalidades como no Futebol de Salão”.

Mágoa
 
 “Em 1998, eu fui para o independente, onde o Chibé foi técnico e levou uma três pessoas para compor sua equipe no time santanense”. Essa ida de Pitel para a equipe santanense tem um gosto amargo de frustração, por ter defendido anos as cores do Ypiranga e de repente se viu isolado no banco de reserva, e o ápice aconteceu na disputa do Copão da Amazônia, “Nesse grande torneio nortista eu seria o titular da minha posição e fui cortado pela equipe técnica comanda por Amaral que achavam que eu deveria ficar na reserva, isso me chateou, pois eu sabia que tinha condições de estar como titular, já que eu tinha conquistado o título que nos classificou, e deveria estar na equipe para representar o Amapá no Copão. Isso foi uma decepção para mim, porém fiquei na reserva e no momento em que ele precisou de mim atuei bem, infelizmente nós perdemos. Por isso que eu fui para o Independente, uma equipe que começou também com base católica e me dediquei lá”.

No período que atuava no Independente, veio acontecer um jogo entre sua atual e a ex-equipe. “Teve um jogo que nós jogamos contra o Ypiranga, e ganhamos de 1 x 0, e eles entraram com recurso, por acharem que o nosso goleiro estava irregular. Mas mesmo assim jogando eu consegui ganhar do Ypiranga de 1 x 0, perdi no tapetão, mas ficou um sabor de vingança”.

Atual futebol

“Os jogadores hoje só pensam no financeiro, esquecem da parte física e técnica. É só ir ao estádio e é o que se ver, não sabem dar um passe, quando o fazem é decepcionante; um toque de bola; a bola aérea é muito difícil de acontecer, enfim eles não têm a técnica nem estão fisicamente preparados para jogar bem. Inclusive, na época que nós jogávamos fazíamos jogos treinos no campo de piçarra. Era o nosso maior orgulho de ir ao Glicerão e vê-lo lotado, hoje o que vemos são “profissionais”. O Glicerão hoje é triste, pela fase que ele teve. Era para termos um grande estádio ali, falta interesse das autoridades em querer fazer, hoje vemos mais de dez estádios sendo entregues no Brasil adentro para Copa do Mundo e isso em três anos e estamos com o Glicério há mais de dez anos nessa lengalenga”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...