sexta-feira, 24 de maio de 2013

Da música ao cinema

Estreia de "Faroeste Cabloco" marcada para o fim do mês

Fabiana Figueiredo
fabianafb.ap@hotmail.com

O filme Faroeste Caboclo, inspirado em uma das mais famosas canções da banda Legião Urbana, composta por Renato Russo, estreia no dia 30 de maio, próxima quinta-feira. O trailer do filme já teve mais de 3 milhões de visualizações no YouTube e já repercute na mídia como uma das promessas para o cinema nacional em 2013. O mérito está em criar um filme que, mesmo conhecido pela música, consegue se distanciar da letra e propor uma imersão a um recente passado. Passa-se numa época de Brasília que, para aquela turma, a vida era ditada pela rebeldia simbolizada pelo rock, sexo e drogas.

"Faroeste Caboclo" tem o desafio da proximidade com outra produção também inspirada no legado de Renato Russo. O filme "Somos tão jovens", de Antonio Carlos da Fontoura, recém-lançado e ambientado no início da carreira de Renato Russo, tem tido sucesso em todo o país. Repetir o mesmo com Faroeste caboclo não é tarefa das mais fáceis. Porém, a julgar pelos seguidores saudosistas do Legião, parece que o novo longa-metragem deve trilhar caminho parecido. 
Com direção de René Sampaio, o elenco apresenta os atores globais Ísis Valverde, no papel de Maria Lucia, namorada do protagonista, e Felipe Abib, como o traficante Jeremias. Marcos Paulo, falecido em novembro de 2012, também está no filme e interpreta o pai da personagem de Ísis. Fabrício Boliveira, o protagonista da história, é a revelação no cenário artístico brasileiro, desde que explodiu na minissérie "Subúrbia". 

Enredo
O longa é a própria música Faroeste Caboclo, entretanto de forma atualizada para os dias atuais: conta a saga de João de Santo Cristo desde sua infância no interior da Bahia até sua ascensão, quando vai tentar a sorte em Brasília, no Distrito Federal. Ajudado por Pablo, um primo peruano distante, que vende drogas da Bolívia, ele vai trabalhar numa carpintaria, e acaba se envolvendo com o tráfico de drogas. 
Um dia, ele conhece Maria Lúcia, filha de um senador e os dois se apaixonam, e João inserido ainda mais no mundo do crime e violência, encontra seu maior inimigo, o traficante Jeremias, rival nos negócios e no amor por Maria Lúcia. Marcos Bernstein e Victor Atherino assinam o roteiro inspirado na música escrita em 1979, que contém mais de uma hora e meia de vídeo.

Música
O sucesso da canção "Faroeste Caboclo" marcou a geração da década de 1980, e até hoje envolve o público numa narrativa que lembra o cordel brasileiro. Composta por Renato Russo e interpretada pela lendária Legião Urbana, a letra da música tem 168 versos. Apesar da duração incomum para uma canção popular, um pouco mais de 9 minutos, há duas outras composições de Renato ainda mais extensas. A história tem os elementos de uma tragédia grega conduzida por um personagem solitário que causa compaixão e receio.

"Tinha 14 anos quando ouvia a canção no rádio e a imaginava no cinema. Era o filme que gostaria de fazer. Deu certo. É uma história que faz muito sentido para minha geração. Naquele tempo, minha visão era bem alegórica e acompanhava a métrica e rima, o que não tem como ser repetido no filme. Tive agora um pouco mais de compromisso com a realidade. [...] Este filme retrata um Brasil que ainda é atual. As questões ali ainda permanecem importantes. Fala da minha geração, mas não acho que seja algo datado. Muita molecada ouve Legião e gosta dessa música. Sinal que permaneceu", conclui o cineasta René Sampaio.
Show de Milton Dornellas na VIII Aldeia de Artes Sesc Povos da Floresta
Na próxima sexta-feira, o Amapá receberá o espetáculo “Bom Mesmo é a Gargalhada no Final”, dentro da programação da VIII Aldeia de Artes Sesc Povos da Floresta. É um espetáculo musical em que o artista Milton Dornellas apresenta composições autorais, apostando em uma roupagem acústica e bucólica, valorizada por cordas. O show traz músicas em que se mostra encantado com as possibilidades de trabalhar com a música instrumental, exercitando a expressão dos sentimentos, das geografias, logradouros, relações humanas, de forma saudosa ou futurista, explorando os sons dos instrumentos; leva também, traz músicas com exuberância da presença textual. 
A produção é fundamentada em reflexões sobre vários aspectos da vida: cotidiano, amizades, amores, desencontros, medos e prazeres; encantando o público por meio do uso de violões com cordas de aço e de nylon, viola caipira (dez cordas) e bandolim. Milton se apresenta, acompanhado por outros dois músicos: Edu Brito (guitarra e violões), Chico Limeira (baixo).

O artista
Milton Dornellas Bezerra Júnior é natural da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Entretanto mora em João Pessoa, Paraíba, desde os 14 anos. Em 1975, o artista iniciou seu aprendizado musical. Já em 1980, começou com suas primeiras apresentações ao vivo, sempre com trabalho autoral. Nesse mesmo ano, juntamente com os amigos e parceiros Pedro Osmar, Paulo Ró, Chico César, Adeildo Vieira e Totonho, fundou o MusiClube da Paraíba – entidade que colocou o fazer musical e sua cadeia produtiva na pauta política, apontando caminhos para uma ação cultural mais consistente. 
Em meados de 1980, o músico integrou o grupo musical ‘Etnia’, que realizava um trabalho de pesquisa de ritmos e instrumentos populares, chegando a gravar o disco “Etnia – Ritmos e Instrumentos Populares”. No início dos anos 1990, formou o grupo “Assaltarte”, que ia para as ruas, bares, lojas e rodoviárias, tocando uma única canção: foram mais de cem “assaltos”, que resultou no disco “Assaltarte”, em 1994. Durante a sua trajetória, Milton Dornellas lançou seis discos; além de ter participado de grupos e de diversas coletâneas musicais, como o ‘Cantata Popular’ e a ‘Coletânea Musiclube’.
Em Macapá, o show acontece no encerramento da VIII Aldeia de Artes Sesc Povos da Floresta, no dia 31 de maio, no Sesc Centro, a partir das 22h.

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