Jonas Moraes - Lateral direito

O maior palco do futebol local é o Estádio Glicério Marques, ali ocorreram grandes jogos e jogadas,  grandes públicos prestigiaram seus clubes e idolos, histórias foram feitas e estórias propagadas. Atualmente, está sendo terminado o Estádio Milton Corrêa - O Zerão, porém ele não substituirá o velho Gliceirão da Favela, nos corações dos desportistas e jogadores que por ali passaram e escreveram sua trajetória nos anais do futebol amapaense.

É o caso de Jonas Moraes, macapaense, foi um dos muitos discípulos do grande mestre esportivos amapaense, o professor 91 no antigo Ginásio de Macapá e era peladeiro no Bairro do Laguinho. Na época do amadorismo jogou no América Futebol Clube, com uma passagem relâmpago pelo Santana Esporte Clube chegou ao Esporte Clube Macapá. "O Macapá foi o time que me identifiquei e joguei lá durante dez anos".

O lateral direito Jonas, durante essa trajetória conquistou diversos títulos foi Campeão Amapaense Juvenil; Tri Campeão Amapaense; Campeão do Copão da Amazônia (1977) pelo E. C. Macapá. Atualmente Jonas é Professor de Educação Física, antes atuou como Técnico em Eletrônica na CEA, não conseguiu se identificar com o trabalho e estudou para Educação Física. Ele justifica que infelizmente o futebol amapaense não favorecia viver da pratica, os que conseguiam ir para fora do Estrado, ainda conseguiam viver de futebol. "Felizmente, estudei e me formei em Educação Física, passando a atuar em escola publica e fui designado para escola em Mazagão Velho, assim tive de me afastar do futebol de campo. Porém, já atuei foras dos gramados como técnico do São José".

Com referência a força do desporto em tirar os jovens da zona de risco, o professor Jonas, diz que isso em partes: "Realmente tira os jovens da rua, porém é a educação e a formação do caráter desses jovens que os tira do caminho das drogas e das violências. O esporte preenche o espaço de uma criança, porém um bom professor que o oriente e interaja a ter um bom futuro e que seja um bom cidadão, ajuda, e muito. Não vamos longe - temos o Carlos Alberto do Vasco e o Deco do Fluminense pegos no doping".

Ao comparar o futebol do seu tempo aos dias atuais, Jonas foi enfático: "Tínhamos bastantes praças e era o local onde encontrávamos as garotadas. Na Praça da Conceição tinha cinco campos de treinamentos, hoje não, elas ficaram bonitas, porém sem a finalidade de agregar os jovens no lazer. Temos de deixar a criança livres para criar suas jogadas". 

Quanto à situação atual ele justifica explicando que o futebol amapaense está passando por uma fase de amadurecimento e de aprendizagem, pois antes trabalhavam com o amadorismo-romântico, onde um treinamento de um período e conseguia se  fazer um bom futebol. "Estamos com 20 anos de futebol profissional, comparados a outros clubes brasileiros que são centenários. Os diretores têm de exercer uma gestão profissional, saber que os clubes não são propriedades privadas, por isso é que acontecem de perderam suas sedes para as reclamações trabalhistas. E os jogadores devem passar a exercer seu futebol com determinação, acatando as resoluções dos árbitros, as orientações dos técnicos e tratando os oponentes com respeito e consideração, além de evitar ofender o público presente aos jogos".