sexta-feira, 23 de agosto de 2013

De frente com o câncer

Alisamento de cabelo: frequência do uso de formol é proporcional ao risco de câncer.

 O efeito liso do cabelo virou moda nos quatro cantos do Brasil, mas o que muitas mulheres não sabem é que o formol — substância usada na escova progressiva para alisar os fios — é cancerígeno e proibido no País para alisar os fios. 

  De acordo com a dermatologista Maria Natalia D’Fraia, do ambulatório de cabelo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o reagente químico altera o DNA. 

 O formol é um produto químico forte o suficiente para alternar o DNA celular e causar câncer. O risco da doença é proporcional a frequência com que a pessoa entra em contato com o produto. Isso significa que quanto mais vezes o formol for utilizado, maiores são as chances do tumor. 

  Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o formol está relacionado ao aparecimento de tumores na região das vias aéreas, como nariz, boca, faringe, laringe e traqueia. Neste caso, o aparecimento da doença não é imediato, mas pode surgir após anos de uso do produto. 

Para as mulheres que dizem fazer a progressiva com “pouco formol”, a dermatologista alerta que "se o cabelo alisou, com certeza tem mais formol do que a Anvisa permite". 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite apenas 0,2% de formol em produtos de beleza, mas não para fim de alisamento. 
 Esta dose de formol é apenas para conservar o produto e evitar bactérias. 

Além do câncer, o formol causa diversas reações alérgicas e doenças dermatológicas, como dermatite. Por isso, é importante procurar o médico caso ocorra qualquer alteração no coro cabeludo. 

Não dá para tratar as reações da progressiva com "fórmulas" que as pessoas ouvem pelas ruas. É preciso buscar um dermatologista para ele avaliar o caso e fazer o tratamento de acordo com a reação do produto químico. 

  Para saber a quantidade aproximada de formol do produto que o cabeleireiro oferece, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) disponibiliza uma tabela que relaciona alguns sintomas com a concentração da substância cancerígena.  

  A partir de 0,8 ppm*, já é possível sentir as consequências do formol. 

  O risco do formol para a saúde não se restringe apenas a quem alisa o cabelo, mas agride também o profissional que trabalha com o produto.  

  De acordo com o dermatologista Adriano Almeida, diretor da SBC (Sociedade Brasileira do Cabelo), a inalação do formol aquecido é o vilão do procedimento.  

  O profissional aspira a fumaça do formol muito mais do que o cliente no alisamento, podendo desencadear asma, bronquite e até câncer. 

  O dermatologista da SBC alerta que a máscara cirúrgica não impede com o formol. 

  A máscara é inútil. Seria preciso uma super máscara para evitar o contato da química com o organismo.       Para preservar a saúde e afastar o risco de câncer, os dermatologistas são enfáticos: mulheres que querem ter o cabelo liso devem buscar alternativas de alisamento sem o formol. 

  A mensagem também deve ficar clara para o cabeleireiro que, muitas vezes, insiste para a realização da escova progressiva "fraquinha".



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