sexta-feira, 11 de outubro de 2013

pioneirismo













"Nossa Macapá cresceu muito. Hoje temos tudo com facilidade. Falta cuidar mais da nossa cidade, mas os macapaenses têm que por mão nas obras e ajudar a mantê-la limpa. Os jovens têm que estudar e não deixar se envolver com a droga, e os idosos, buscar força e energia na felicidade e procurar serem sadios na mente, que terão corpo sã".
Cristina Coelli Lameira, aposentada federal





Reinaldo Coelho
Da Reportagem

A editoria do pioneirismo não precisou ir longe para encontrar sua pioneira da semana e encontrou uma mulher com alma de criança, que aproveitou para homenagear o Dia das Crianças. No bairro Central, mais precisamente na Avenida Procópio Rola estava aquela mulher, faceira e sorridente, transmitindo energia por todos os poros e sem papas na língua, sempre apressada e fã de uma piada irônica e mordaz. Ela é Cristina Coelli Lameira, que fez questão de explicar que Coelli é Célia em latim. Ela recebeu a reportagem em sua residência e resumiu. "Tenho 75 anos, porém não gosto de rotina, adoro atividades físicas e conversar com amigos, além de fazer novas amizades".

Cristina Coelli Lameira nos lembra a música Guantanamera, poema de José Julián Martí y Pérez, poeta cubano, por ser irrequieta e parecer que tem alguma coisa a fazer. Porém, ela é fã de Zé Miguel e adora dançar Carimbó. É um pé de valsa, revelam suas amigas. Cristina nasceu em Belém (PA), veio para Macapá aos cinco anos de idade acompanhando os pais, Hermano Jucá de Araújo, empresário madeireiro, proprietário de uma estância e que tinha um comercio, onde hoje funciona a Agencia Central do Banco do Brasil, no Canal da Mendonça Junior, antigo Canal da Fortaleza. Sua mãe, Regina Pinto de Araújo era economista e foi convidada pelo então Capitão Janary Nunes que estava assumindo o governo do Território Federal do Amapá, para vir trabalhar no novo governo.

Retornou à capital paraense na fase estudantil e passou a estudar como interna do Colégio Santo Antonio, concluindo ali, o antigo primário. Retornou à Macapá e fez o ensino ginasial no Instituto de Educação do Território do Amapá (IETA), hoje Universidade Estadual do Amapá (UEAP). "Fiz o curso de normalista, que formava professores. Porém, não era a minha profissão. Eu não tinha vocação para ser professora. Conversei com meus pais e fui trabalhar na Maternidade de Macapá, como Agente Administrativa. Lá, passei 32 anos e ali me aposentei.  Durante muitos anos, prestei serviço como secretária no consultório da médica ginecologista Euclélia".


Aposentadoria

Cristina, que após sua aposentadoria ficou com muito tempo livre, o qual não era preenchido com nenhum tipo de atividade resolveu participar de um grupo da terceira idade. O escolhido foi o Alegria de Viver, do SESC, onde ela é reconhecida por gostar de dançar. "Pertenço a esse grupo há 15 anos. Frequento as atividades três vezes por semana".

Depois de sua entrada no grupo, sua vida passou por uma grande mudança. "Hoje, eu faço de tudo, até desfilar. Já fui Miss Simpatia e duas vezes fui princesa "do Alegria de Viver", relembra.
Uma das danças preferidas de Cristina Lameira é o Carimbó, dança típica do Pará, e suas amigas relatam que ela tem pique para uma noite inteira de dança, tendo chegado até às 6 horas da manhã em um dos bailes oferecidos a terceira idade. "Eu acho isso bom por que me sinto disposta. Eu não sinto nada e nem tenho alteração na minha pressão. Eu só sei o que é isso por que já trabalhei no hospital".

Casamentos

A experiência do casamento e da separação veio cedo para Cristina Coelli Lameira, ela se casou aos 15 anos com Ubirajara Lameira e se separou após oito anos de casada, "Meu primeiro casamento obedeceu todo ritual, casei no religioso e no civil, como era menor de idade teve de meus pais autorizarem. Depois ele sumiu com outra mulher está vivo no Rio de Janeiro e nem pediu divorcio".

Desse primeiro casamento nasceram três filhos, Elder Lameira, engenheiro elétrico que trabalha na CELPA, em Marabá; Deusa Regina de Araujo Lameira, Turismológa e Sandra Maria Araújo Lameira, professora. Depois, veio o segundo casamento, que ela faz questão de frisar que foi "encostado". "Depois de dois anos de separada conheci Zózimo de Almeida Brito e com ele tive dois filhos Iara Leda Araújo e Zózimo de Almeida Brito, que foi criado pelo meu irmão, e hoje meu filho mora no Japão. Tenho nove netos e dois bisnetos. O casamento durou cinco anos, pois logo ele veio a falecer".

Hoje, feliz e tranquila Cristina Coelli Lameira relembra de Macapá com saudades. Porém, sem saudosismo, ela conta que não gosta de discutir política, trabalhou na época dos governos militar e depois da implantação da democracia. O que mais lhe entusiasma é o crescimento do Estado. "Nossa Macapá cresceu muito. Hoje, temos tudo com facilidade, falta cuidar mais da nossa cidade, mas os macapaenses têm que pôr a mão nas obras e ajudar a mantê-la limpa. Os jovens têm que estudar e não deixar se envolver com a droga, e os idosos, buscar força e energia na felicidade e procurar ser sadios na mente que terão corpo sã".




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