Intervenção artística chama atenção no centro de Macapá
Ação fez parte do Festival Quebramar, realizado no mês passado. Intervenção foi feita em forma de serigrafia, por grupo internacional.
Fabiana Figueiredo
fabianafb.ap@hotmail.com
No início deste mês, os amapaenses que passaram no centro de Macapá voltaram os olhares para uma construção localizada na Rua Independência, ao lado esquerdo do prédio da Superintendência da Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá (OAB/AP).
Um grupo de artistas paulistas, experientes no assunto, chamado Coletivo SHN coloriu o prédio que estava abandonado, utilizando a técnica de trabalho baseado na serigrafia, e depois colando stickers, lambe-lambe e pôsters nas paredes da construção.
"Trouxemos o SHN para o Quebramar, porque eles são expressão nesse trabalho, viajam o mundo fazendo exposições e intervenções. Eles juntos de artistas locais fizeram várias intervenções pela cidade durante o Festival", explicou Otto Ramos, representante da Casa Fora do Eixo no Amapá.
A Casa Fora do Eixo Amapá foi responsável pela vinda do grupo ao Amapá para participar do Festival Quebramar, que convidou ainda um artista plástico conhecido do grupo também, Daniel Nec (RN), que já morou em Macapá durante 5 anos e ajudou na execução da intervenção.
O Coletivo SHN e Daniel Nec participaram de um Bate-papo na tarde da quinta-feira, dia 28, integrando a programação do Festival Quebramar (que aconteceu de 26 de Novembro a 01 de Dezembro, em vários espaços de Macapá).
"Tiramos dúvidas, falamos sobre o trabalho e o projeto de intervenção. Fizemos a intervenção no sábado e domingo. Nós já tínhamos os lugares para intervir, e aquele local era um deles (...) Eu gosto daqui e quero voltar, já morei 5 anos aqui e quando puder, volto sim", informa Daniel Nec, 25 anos, que não tem o trabalho focado na serigrafia, mas que contribuiu com as ações do SHN no Amapá.
De acordo com Otto Ramos, os integrantes na Casa Fora do Eixo Amapá estão montando um projeto para trazer novamente o grupo paulista ao Estado, realizar oficinas e promover um novo festival que envolve artes visuais e intervenções artísticas urbanas no ano que vem.
"Em 2014, queremos realizar um festival de intervenção urbana com artes visuais. Eles virão novamente", afirma Otto, que, na quarta-feira (04), se expressou em rede social: "Muito orgulho dessa galera!!! SHN + Daniel Nec + Henrique Silveira ficou lindo os pontos que receberam as intervenções #?PresentePraCidade?".
SHN
É um coletivo criado em Americana (SP), em 1998, vindo do universo punk, hardcore, ou seja, do 'faça-você-mesmo'. Composto por André Ortega, Daniel Cucatti, Eduardo Saretta, Haroldo Paranhos, Kleber Botasso, Marcelo Fazzolin e Rogerio Fernandes (CDR).
O SHN começou a fazer tiragens em serigrafia e expor uma quantidade de stickers, gravuras e pôsteres exaustivamente repetidos, colados nas ruas de São Paulo, como uma linha de produção em montagem artesanal.
O objetivo é a intervenção por meio da linguagem lúdica e bem humorada, adquirida logo nos primeiros contatos que tiveram com a cena independente internacional por meio dos fanzines e revistas que chegavam ao Brasil ou eram produzidos aqui.
O trabalho do coletivo não se restringe apenas à produção da serigrafia. Seus fundadores também são responsáveis pela realização de workshops de serigrafia, disseminando a cultura do sticker, do lambe-lambe e do pôster.
Quebramar
O Festival Quebramar reuniu artistas locais e nacionais entre os dias 26 de novembro e 1º de dezembro em Macapá. Houve a realização de palestras, oficinas e shows musicais. O evento aconteceu no Centro de Difusão Cultural Azevedo Picanço e no palco da Fortaleza de São José, um dos principais pontos turísticos da capital. O Quebramar 2013 foi apresentado pela Petrobras, após ser contemplado pelo Programa Petrobras Cultural na seleção de festivais de música.
----------------------------------------------------------------------------------------------------
Jovens escritores lançam livro regionalizado
No próximo dia 13 de dezembro (sexta-feira), os jovens poetas Rodrigo Ferreira e Tiago Quingosta lançarão o livro composto de poemas da dupla. A noite de autógrafos do livro "Foz Florescente" acontecerá às 19h, no Centro Cultural Padre Jorge Basile, ao lado da Igreja Jesus de Nazaré - Avenida Leopoldo Machado.
Rodrigo, 26, e Tiago, 24, foram contemplados no edital de publicação literária Simãosinho Sonhador, e receberam R$ 10 mil para investir no primeiro livro dos escritores.
De acordo com o autor Tiago, "foi uma honra participar do Edital porque fomos contemplados juntamente com 11 outros escritores que já têm uma ótima carreira literária no Estado".
O nome do livro "Foz Florescente" é um jogo de palavras com a junção de Foz - que remete à "boca do rio", onde há muitas flores e vidas nascendo -, e Florencência - iluminação, brilho.
"Nosso livro traz basicamente poesias regionais, que falam das nossas lendas, da cultura, traços indígenas que temos; traz também a vida macapaense, como foi crescer numa cidade pequena, que está no meio da Amazônia e possui muitas belezas naturais. Assuntos que vão desde o romantismo até questões existenciais", afirma Quingosta.
"A pessoa vai comprar o livro e estará comprando, na verdade, duas obras, conhecerá o trabalho de dois autores ao mesmo tempo", ressalta Tiago.
Os autores

"Todos que escrevem querem ser lidos e eu ainda quero lançar muitos livros e poder mostrar o trabalho e arte que tanto amo", afirma o escritor.
Rodrigo tem o trabalho focado na Mitologia Grega, assunto que gosta bastante desde quando começou a escrever poemas, aos 16 anos. O autor também gosta de escrever com sonetos, rimas, e métrica, o que define seu estilo de texto.
Para Rodrigo Ferreira, a oportunidade e sensação são únicas por se tratar de sua primeira obra. "É, sem dúvida, uma emoção ver um sonho realizado e saber que pode compartilhá-lo com mais pessoas que apreciam a arte poética. Também é gratificante deixar pra posteriores gerações um pedaço de si, de seu trabalho como um artista das palavras", emociona-se Rodrigo.
Tiago e Rodrigo são fundadores do grupo Pena e Pergaminho (P&P). "Viemos somar! Nosso Estado tem muitos artistas (Atores, Atrizes, Cantores, etc), e o P&P veio para ajudar as pessoas que estão à margem, não divulgam seu trabalho, a mostrar o que fazem, além de discutir, analizar o que as pessoas estão escrevendo no Amapá", complementa Tiago.
A dupla já lançou o livro na 2ª Feira de Livros do Amapá (Flap), e prepara uma noite de autógrafos - como Quingosta define - mais "intimista".
Nenhum comentário:
Postar um comentário