sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Novas atitudes em 2014


Em 2013, tive a oportunidade de visitar a trabalho ou de férias diversos lugares, cidades ou países, muitos temas abordados nesta coluna foram enfatizados a partir das experiências vivenciadas nestes lugares, a cada lugar visitado, sempre buscamos relacionar como ocorre a percepção, a cultura, a dinâmica, diferentes interações, e também aspectos de natureza conceitual. Falar sobre cidades, planejamento urbano, organização, gestão e compartilhamento, requer estar antenado com tudo aquilo que vem ocorrendo no campo tecnológico e científico.
É comum ouvir de diversos segmentos, pessoas e até instituições, o quanto é difícil mudar a ordem estabelecida, por conta das estruturas existentes no país, vícios, corrupção, esquemas e principalmente sobre o mau uso dos recursos públicos, porém estabelecer a comunicação com o público também passa pela necessidade de ir além de só informar, não somente descrever a notícia, basicamente os artigos publicados nesta coluna não tem como fundamento divulgar noticias, mas discutir princípios e conceitos importantes para o desenvolvimento da sociedade.
No ano de 2013, visitei as cidades São Paulo, Boa Vista, Belém, Recife, Campo Grande, São Luis, Barreirinha, Manaus, Porto Alegre, Gramado, Brasília, Rio de Janeiro e Buenos Aires. No plano local, a cidade mais visitada foi Oiapoque por conta do desenvolvimento das atividades de pesquisa, neste item sobre a nossa região um dos temas mais discutidos e apresentados para o leitor foi sobre a situação da cidade de Oiapoque, a BR 156 e a Ponte Binacional. Este assunto tem tido muitas discussões por tratar-se de uma matéria de grande relevância para todos. A cada artigo escrito sobre este tema, e a cada visita realizada na cidade de Oiapoque, tenho a convicção que temos um problema sério para solucionar para o futuro, a melhoria das relações institucionais visando contribuir para desenvolvimento efetivo da governança local.
Entre as inúmeras cidades visitadas, ficou o sentimento de perceber como varia de um lugar para outro a concepção de pensar o planejamento urbano, é fato, estamos diante de alguns problemas universais, as cidades estão cada vez mais parecidas quanto aos problemas cotidianos, alguns estão ficando crônicos: trânsito lento, engarramento, excessivo números de veículos, condutores sem a paciência, violência no trânsito, elevados índices de acidentes e mortes, segregação dos espaços, formatação de modelos habitacionais que reproduzem a insustentabilidade urbana. De norte a sul do Brasil ocorrem dificuldades que nos colocam diante da necessidade de repensar as nossas cidades.
No mês de setembro escrevi o artigo: Por uma cidade democrática no século XXI, este tema vislumbrou a imensa necessidade de compreender que a democracia não está somente nas atitudes e no papel, mas também na espacialização das cidades, no justo beneficio que possam alcançar cada vez mais o maior número possível de habitantes. A cidade é de todos, não somente de alguns, a discriminação do espaço da cidade está proporcionando a formação de um estado clandestino e insuportável, só acelera as diferenças e contribui de forma decisiva para a formação de uma Geografia urbana totalmente voltada para o medo.
Um dos momentos mais expressivos de 2013, ocorreu  durante a realização da Copa das Confederações, chamou a atenção do mundo os problemas estruturais de infraestrutura no Brasil, a distância entre o que é prometido e realizado está muito distante. Ao longo do ano, busquei abordar diversos temas sobre o Brasil, Amapá e a Amazônia. Em relação ao contexto da Amazônia, destacamos como estão configuradas as pequenas cidades e as distintas peculiaridades. Em maio, enfatizei o tema da questão da governança, objeto de discussão do XV Encontro Nacional de Pós graduação na área de Planejamento Urbano Regional realizado em Recife, evento que proporcionou reflexões sobre um conjunto de ações estratégicas, passam verdadeiramente pela ampla necessidade do fortalecimento das instituições e a maneira como ocorrem as relações institucionais.
No ano de 2013, busquei destacar os princípios que permeiam a discussão sobre a evolução de nossas cidades, é preciso pensar o conceito de cidade, e quais os princípios queremos aplicar, qual a missão de cada lugar? As cidades não são iguais, tem semelhanças e problemas parecidos, mas não são iguais, evidenciamos que apesar dos amplos esforços do governo federal em investir em setores como a habitação, os recursos do PAC para a região norte se restringem somente a 5,7 por cento para a área social.
Apresentar os problemas não é somente descrevê-los, mas mostrar a causa porque ocorrem, o Amapá tem sido prodigo em apresentar múltiplos problemas, depois de mais de 11 anos da publicação do Relatório de Pobreza do Banco Mundial, que estipula deficiências em relação a composição de renda e as condições de acesso a infraestrutura como abastecimento de água e esgoto, os problemas se agravaram. Os problemas estruturais tem causa certa, mau uso dos recursos públicos e os entraves de gestão e planejamento.
Em outubro, visitei de férias a cidade de Buenos Aires, nesta oportunidade, tive como compreender o que significa para a cultura local, o Tango, para muitos o Tango é algo triste, mas para os argentinos, significa a própria alma e essência do povo, conhecer La Bombonera e a mística do estádio do Boca Juniors, foi uma experiência bem enriquecedora, ver o bairro de origem italiana e perceber como o lugar vai se desenvolvendo em função de uma paixão, o futebol, de constatar a presença brasileira em Buenos Aires, facilitada pelas condições de cambio, algo gratificante no ano de 2013.
Sempre que se aproxima um novo ano, renovamos as nossa expectativas por dias melhores, de que no próximo ano tudo será diferente, entretanto, é preciso mudar de fato as atitudes, defender ideias, princípios e conceitos que são cruciais para buscar o desenvolvimento, porém não iremos alcançar os efeitos esperados, se as relações estiverem baseadas na intolerância, no desrespeito, na falta de bom de senso e fundamentalmente nas correntes de ódio e rancor.
Para o ano de 2014, espera-se que o Amapá seja tratado de forma mais digna, é um ano repleto de alternativas, irão ocorrer eleições para Presidente, Governador, Deputados, enfim. É possível pensar que as pessoas de bem, possam participar neste cenário, evitando como sempre a formação de grupos estabelecidos, nada contribui para o avanço da sociedade. 
Quanto a população, deve ter cuidado e o bom senso de saber que as falácias, mentiras e ilusões não podem ser as qualidades principais de quem deseja ser eleito para qualquer cargo. O preço do arrependimento é incalculável. Em 2013, buscou-se definir um conceito, mas espera-se concretamente que muitos dos temas apresentados nesta coluna possam contribuir de forma decisiva para formar  concepções e novas atitudes em 2014. Agradeço aos leitores pelo incentivo e o estimulo de continuar abordando temas de grande relevância para o nosso Amapá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...