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“O esporte amador amapaense não tem apoio nenhum. Temos somente um ginásio poliesportivo que é o Avertino Ramos, no futebol a esperança é o Zerão que estamos aguardando a inauguração. Vamos continuar a trabalhar e esperamos daqui a dois anos reerguer o esporte amapaense”.
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Reinaldo Coelho
DA REPORTAGEM
"Iniciei minha trajetória no Futebol amapaense jogando na XXXIV Copa Marcilio Dias, na Praça Nossa Senhora da Conceição, aos 17 anos, competindo pela equipe da Alemanha. O coordenador do certame era o Manga que também dirigia o Esporte Clube União e ele me convidou para compor o quadro dessa equipe". É assim que Aluízio Augusto Oliveira de 59 anos conta como foi sua trajetória no futebol amapaense.
Mais como todo garoto brasileiro, o futebol veio através das peladas de fim de tarde e Aluízio complementava na Escola Padre Dário, onde estudava e era incentivado pelo Dário Evandro de Lima da Juventude Oratoriana da Paroquia de Nossa Senhora da Conceição. "O meu primeiro clube foi fora do Amapá, e através de meu pai Pantaleão Oliveira que era da Marinha Brasileira e foi para o destacamento naval de Recife e me levou para jogar no Náutico de Recife, fiquei um ano lá. Aqui no Amapá, o União foi meu clube".
Ele lembra que junto com ele foi para o União os jogadores Maranhão, Roque, Birungueta, Barros, era um time razoável. Tinha o Tenente Rodrigues da PM que também se incorporou a essa equipe. "No Náutico eu tive uma distensão muito grave na virilha e vim para Belém onde meu irmão era médico, mas não houve necessidade de operar então vim para o Amapá e compus com Trem Desportivo Clube, onde joguei por cinco anos, conquistando cinco títulos no Juniores e no Estadual só vice campeonatos. Foi no Trem que encerrei minha carreira de jogador e iniciei a de técnico".
Técnico
Formado em Educação Fisica, Aluizio Augusto passou a comandar o Plantel a Locomotiva do Trem Desportivo Clube. "Como técnico além do Trem, coordenei a equipe do Amapá Clube, onde fui campeão; Campeão pelo Macapá Esporte Clube; Vice-campeão pelo Independente; Campeão pelo Trem no Copão da Amazônia, foi muito bom".
"É preciso incentivar as categorias de base. Caso contrário, vamos continuar importando jogadores"
Árbitro
Para partir para o centro do campo e começar a dirigir as partidas de futebol com "Juiz" Aluízio Augusto entrou por acaso. "Foi uma época que o Savino vez uma revolta na Federação de Futebol e ficou sem árbitro. Então, eu Ciro Picanço e Estevão Picanço nos reuniram e foram arbitrar. Isso foi de 1978 a 1980, sai como melhor árbitro".
Como professor de Educação Física, a lateral direita e agora árbitro já atuava como juiz da Copa do Mundo Marcilio Dias, e essa experiência ele levou para o gramado. "È difícil atuar como juiz em partidas de várzea, porém esse tirocínio me ajudou a atuar e muito bem nos gramados amapaenses".
Futebol hoje
"Uma triste realidade é a decadência do futebol amapaense, a falta de apoio e incentivo para o surgimento de novos jogadores e principalmente para que o torcedor retorne aos estádios, que também quase não existem mais" esse é um desabafo de um jogador do tempo áureo do esporte do Amapá, quando exportávamos grandes atletas para todas as regiões do País e hoje importamos atletas já decadentes em suas regiões e o resultado é o fiasco do Amapá em qualquer competição que dispute fora dos gramados e aqui o que se vê é um bate-bola em um gramado fora do contexto do atual futebol brasileiro. "Antes tínhamos amor pela camisa vestida, hoje o que funciona é a "grana". As escolinhas de futebol estão extintas e os valores locais se acabando".
Com referencia a Copa Verde Aluízio diz que o Copão da Amazônia está sendo ressuscitado através da Copa Norte. "Vai dar muitos frutos, se o os responsáveis pelo futebol local, souberam trabalhar temos grandes valores para brilharem nessa competição. Principalmente pelo interior amapaense. Sou professor modular e rodo por todo o Estado, tenho observado grandes valores em Ferreira Gomes, Amapá, Tartarugalzinho o que falta é olheiros para trazer esses atletas e fazer uma mescla e produzir um bom campeonato com um bom time de futebol".
Investimentos oficiais não vêm acontecendo atualmente. "Não temos pessoas indentificadas para trabalhar no esporte local. Um exemplo é a Copa Marcilio Dias, que já tem mais de meio século e não é valorizada devidamente. Já era tempo da Sedel e da Comel tomarem para si esse evento. Não sei o que está acontecendo, é pedido recursos para a realização da copa e do valores apresentado é atendido 5%". Aluízio Augusto ressalta que com as Olimpíadas de 2016 outras unidades da federação estão se mobilizando para fornecerem atletas para as diversas seleções nacionais das modalidades que irão competir e o Amapá nada e nem apoia que está se mobilizando. "O esporte amador amapaense não tem apoio nenhum. Temos somente um ginásio poliesportivo que é o Avertino Ramos, no futebol a esperança é o Zerão que estamos aguardando a inauguração. Vamos continuar a trabalhar e esperamos daqui a dois anos reerguer o esporte amapaense".
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