sexta-feira, 16 de maio de 2014

SAÚDE EM FOCO

ALGAS: NO AR, NO ALIMENTO E NA SAÚDE HUMANA
          Quando respiramos o oxigênio (O2) normalmente não estamos preocupados com a origem e com a qualidade do ar inspirado.  Assim também fomos induzidos e ensinados a creditar por algum tempo de que  a floresta Amazônia preservada era a maior fonte desse gás vital para nossa sobrevivência, inclusive chamada erroneamente de “Pulmão do Mundo”. Porém, há bem pouco tempo, foi descoberto que a maior fonte de oxigênio do planeta não vem das florestas, mas de outra origem: dos oceanos, produzido por um ser unicelular chamado alga.
As algas são seres que contribuem sobremaneira para a sobrevivência humana, não só pela alta capacidade de fotossíntese (onde se origina o O2), mas também pela riqueza alimentar. Pertencem ao reino Talófito, formada por um talo, variável em dimensão, que vai desde microscópicas até algas gigantes que podem atingir até 60 metros de comprimento, sendo considerados os maiores seres da terra.  Variam de cor : azuis (cianofíceas) do mar, água doce e solos úmidos; verdes (clorofíceas) de água  doce; castanhas (feofíceas) também marinhas; vermelhas (rodofíceas), a maioria marinha.
Quem pensaria que nosso alimento gasoso contido no ar dependesse de seres minúsculos?
Em relação à sua capacidade nutricional e medicinal destacam-se as algas castanhas, vermelhas, cálcicas e magnesianas. Elas sempre foram utilizadas na agricultura como adubo. No Oriente fazem parte da alimentação diária.  Daremos destaque, neste artigo, às cianofíceas  Spirulina máxima, encontrada nas águas alcalinas, ricas em minerais, como no lago Tschad na África e no lago Texcoco no México, que neste país serviu de alimentação para o povo asteca, e à  Chlorella pyrenoidosa (Clorela), consumida tradicionalmente na China e no Japão. O francês Bernard Courtois , em 1811, isolou o iodo de algas castanhas, como da  Fucus vesiculosus L. (Fucaceae), presentes nos rochedos das costas do Atlântico, Pacífico e Mar do Norte.
Além do iodo, também são encontrados outros elementos minerais, como: brometos, cloreto de sódio e de potássio, sulfatos de sódio, fosfato de cálcio e de ferro, e outros oligoelementos (manganês, estanho, selênio, cobalto, ouro, arsênio.  Em 100g de  spirulina,  contém:  proteínas (60-70g), carboidratos (14-20g), lipídios (6-7g) e Clorofila (0,68g).  A clorela (100g) é rica em aminoácidos essenciais e não essenciais (60%), lipídios (10%), fibras (2,8%) e carboidratos( 18 %), constituindo rica fonte  minerais, além de vitaminas diversas.  O iodo atua no metabolismo geral do organismo e no funcionamento da glândula tireóide, que regula e interfere  na assimilação de  lipídios e carboidratos.
O magnésio (100g de clorela contém 284,0 mg) interfere na fixação do cálcio nos ossos, empregados como suplementos  nos idosos, no combate à osteoporose e ao fortalecimento tecidual, além de sua atuação na contratilidade cardíaca e na formação do sangue.  O potássio  atua prevenindo as inflamações reumáticas crônicas, como as artrites e artroses, cuja medicina convencional trata com os corticosteróides. O teor de fósforo da clorofila (1.170,00 mg) gera energia para uma maior atividade cerebral, prevenindo as degenerações cerebrais próprias da senilidade ( Alzheimer, Parkinson, Demências em geral).
Isso sem falar das vitaminas que atuam no crescimento, no fortalecimento do organismo e na ativação da função celular, devido a sua ação enzimática e catalítica.  A vit. A age prevenindo  o raquitismo, perda de peso e nas convalescências de doenças graves. No complexo B, destaca-se a B1 que atua no equilíbrio do sistema nervoso e possui propriedade analgésica, e a B12  ( cerca de 74,30 mg na clorela) que tem ação antianêmica.  A vit. C ( 53,10 mg na clorela) atua na ativação da imunidade, defesa de resistência orgânica,  destruindo toxinas e fortalecendo ( forma o colágeno ) os tecidos, sendo um poderoso antioxidante natural.
Quanto aos maiores flagelos da humanidade, as doenças crônicas, a fome e os cânceres, podem ser evitados com uso racional e suplementar desses organismos. Foi descoberto no extrato da clorela um polissacarídeo chamado chlon-A, considerado um preventivo de células cancerosas e com propriedades de retardar o seu crescimento.  (TESKE &TRENTINI, 1995). Outra substância encontrada, chamada CGF ( Chlorella Growth Factor), um nucleopeptídeo sulfurado, é estimulante do sistema imune.
Podemos nos aproveitar e contribuir para os benefícios diretos e indiretos desses organismos, ignorados e desprezados pela a indústria química, alimentícia, agrícola e pecuária que despeja toneladas de resíduos químicos tóxicos nos mares e mananciais e metano na atmosfera, provocando desequilíbrio na composição das águas e redução da camada de ozônio.  
Cuidando da qualidade do ar que respiramos, evitando desmatamento, limpando os rios, córregos, lagos, oceanos e outros mananciais,  estaremos preservando as algas. Talvez o Rio Amazonas contribua mais para a respiração dos terráqueos do que a floresta nativa, que esta sendo cortada para dar lugar à pecuária e monoculturas, como eucalipto e soja, que empobrece a terra, geram pouca mão de obra e contribuiu para a acumulação de renda de poucos . 
Portanto, as algas, possuem uma ação fortificante e reconstituinte dos organismos cansados, debilitados e doentes, uma ação remineralizante nos casos de raquitismo e, por conseguinte, uma ação tonificante, reconstituinte e estimulante das defesas do organismo, podendo contribuir e transformar-se num forte aliado no combate à várias doenças , algumas até consideradas crônicas e incuráveis pela medicina convencional(RUDDER, E.A.M.C., 1998).A esse tratamento natural chamamos de Algoterapia.  MACAPÁ-AP, 08.05.2014.



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