Piscina do estádio Glicério Marques, no Centro de Macapá, está com sujeira e abandono |
Desporto
amapaense
Estruturas
sucateadas
Reinaldo Coelho
Da Reportagem
As diversas estruturas esportivas da cidade de
Macapá, criadas para incentivar Modalidades do esporte amador, hoje estão subutilizados
ou, literalmente, abandonados. Entre elas, destacam-se a Piscina Olímpica, o Ginásio
Paulo Conrado e as Arenas Esportivas dos Bairros.
Piscina Olímpica Capitão Euclides Rodrigues - matagal |
Junto ao esquecimento das estruturas físicas, estão
os atletas. Eles tentam sobreviver ao descaso do poder público e à falta de
incentivo para desenvolver o talento e aprimorar o desempenho. Sem apoio
oficial num estado dependente de verbas pública, é cada vez mais difícil para
os atletas representar o Amapá, com destaque, nas competições nacionais e
internacionais.
De acordo com atletas e dirigentes esportivos, não
faz muito tempo, o desporto, em todas as suas modalidades, recebiam incentivo e
tinham prestígio o que não acontece mais. A época de ouro do esporte local
passou, e eles não se conformam com o esquecimento do esporte.
Esse descaso não tem apenas o Governo do Amapá como
principal protagonista. A Prefeitura de Macapá também está colaborando para os
atletas amapaenses despontem para o anonimato.
Amapaenses vitoriosos no atletismo local e sem apoio - Cópia |
Segundo levantamento dos próprios desportistas, cerca
de 1.500 atletas treinam voleibol, basquetebol, atletismo, natação e ciclismo,
badminton judô, karate, Jiu jitsu e Tae-kwon-do no
Amapá. Sem incentivo oficial, a única saída é o incentivo da família, para que
sejam ‘adotados’ por outras unidades da federação, onde o apoio aos atletas é
uma das prioridades dos governantes.
Nesse cenário de abandono, mais de oito amapaenses, em
poucos meses, estarão competindo pela seleção brasileira masculina, feminina e
juvenil em várias modalidades. No Jiu jitsu e Tae-kwon-do o destaque é Venilton Torres; no
tênis de mesa, a já consagrada Belissa Lisboa, que se transferiu com suas
raquetes para Santa Catarina,
Não apenas Venilton e Belissa, mas nos demais casos,
os recursos para treinar e descobrir esses atletas se restringe à iniciativa familiar,
sem nenhum respaldo do poder público ou da iniciativa privada.
Amapaense Venilton Torres no podio e na seleção brasileira de Taekwond - Cópia |
Elaine Tavares e Venilton Torres Teixeira ladeam o mestre Bruno Igreja - Cópia |
“Se fôssemos depender do governo para treinar
atletas de alto rendimento em nosso Estado, estaríamos perdidos”, avalia o
ex-presidente da Federação de Taekwondo, mestre Junior Maciel.
Uma das revelações do atletismo Thayson Viana, treina em locais impróprios. Mas medalha sempre que compete |
Uma das situações mais vexatórias ocorre no
atletismo. Grandes nomes, como André Brito e Thayson Viana, são obrigados a
treinar em qualquer lugar, por completa falta de estrutura na capital.
Pista de atletismo do 'Zerão' ainda não teve instalação iniciada |
“O esporte é bastante incentivado por outros Estados,
mas aqui não temos a mesma força”, avalia Thayson. Ele acredita que a
Prefeitura de Macapá tem o dever de dar apoio para destacar seus talentos. “Mas
não é o que acontece. Não temos sequer local para treinar. O Estádio Zerão, que
tem uma pista de atletismo, que ainda não foi inaugurado”, reclama.
Modalidade que já teve sua geração de ouro, a natação
também é o retrato do abandono. A piscina Olímpica – com sede administrativa,
sanitários e lanchonete – há anos não passa por uma reforma. Parece piada, mas
até a água da piscina está contaminada. No passado, o parque aquático foi usado
para provas nacionais e internacionais.
A piscina do estádio Glicério de Souza Marques, no
Centro de Macapá, vive situação similar. O lugar parece mais um depósito de
lixo com muita sujeira, mato alto e frascos vazios de produtos de limpeza.
Recentemente, a piscina do Glicério recebia cerca de 400 alunos entre crianças, atletas
profissionais e idosos, que praticavam hidroginástica. A reforma começou em
2008, mas foi interrompida em 2009.
Nadador Eliel Oliveira |
Com poucas opções para treinar, o nadador Eliel
Oliveira vai disputar duas importantes competições no segundo semestre de 2014:
o Torneio Aberto Brasil Masters de Natação, em São Paulo e o Mundial, na cidade
de Montreal, no Canadá.
Com tristeza, Eliel lembra que já treinou na Piscina
do Glicério Marques. “É muito triste o que aconteceu, pois a piscina do
Glicério é essencial para a formação de novos atletas”, conclui.
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