Cerrado
amapaense
Última
das fronteiras agrícolas do Brasil
Jamille Nascimento
Da Redação
A terra vermelha do cerrado está mais produtiva do
que nunca. Até décadas passadas era irrelevante para os negócios hoje está se
transformando em mais uma fronteiras
agrícolas do país, depois do sul onde não há mais condições de expandir; do
Centro-oeste já consolidada e no nordeste na região chamada de Mapitoba – área
que compreende Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia – que vem tendo um aumento
significativa na suas safras.
Agora esta realidade do agronegócio chegou ao Amapá
(e já está chegando tarde), que está se tornando mais uma nova fronteira
agrícola brasileira. Esse ciclo vem se expandindo em várias regiões. Suas
mudanças aconteceram ao longo da história em virtude da situação política e
econômica de cada período.
O primeiro estágio da fronteira agrícola do Brasil
localizava-se no litoral do país, com a extração do Pau-Brasil, em seguida,
utilizaram essa área para o plantio da cana-de-açúcar. Posteriormente,
atividades mineradoras e a realização de outras práticas agrícolas expandiram
ainda mais essa fronteira.
Novas
fronteiras
Com o passar dos anos, a fronteira agrícola foi
avançando para o interior do nosso território. Na metade do século XX, ela alcançou
a floresta do Cerrado, que se localiza, em sua maior parte, na região do
Centro-Oeste Brasileiro.
Atualmente, a fronteira agrícola encontra-se na
Floresta Amazônica, mais especificamente nos estados do Pará, Mato Grosso,
Tocantins, Maranhão e agora o Amapá fará parte deste grupo.
Realidade amapaense
O Cerrado amapaense é uma das últimas fronteiras de
expansão agrícola do Brasil. As áreas de Cerrado do Estado do Amapá
correspondem a 6,9% do território amapaense. De acordo com o levantamento da
Embrapa Amapá, a área da BR-156, que liga Macapá ao município de Oiapoque, é
“abraçada” pelo bioma Cerrado e esta área está fora da abrangência dos 72%da
área protegida do estado do Amapá (Unidades de Conservação ou Área indígena). Atualmente são cultivados cerca de 20 mil
hectares de arroz, feijão-caupi, milho e soja no Cerrado amapaense.
A participação do cerrado amapaense na expansão da
nova fronteira agrícola se deu através de um prolongado estudo realizado pelo
um grupo de trabalho que teve na Embrapa o eixo central desse trabalho.
O ZEE do Cerrado amapaense é coordenado por diversas
secretarias estaduais e com a parceria técnica da Embrapa Amapá e da Embrapa
Amazônia Oriental (Pará), que resultaram
no mapeamento da aptidão agrícola dos solos do Cerrado amapaense.
De acordo com o titular da Setec, os levantamentos
foram divididos em várias unidades, sendo que o Iepa e a Embrapa ficaram
responsáveis pelo levantamento de solo e relatórios completos da aptidão
agrícola dos cerrados.
O ZEE do Cerrado do Amapá é um estudo que vai
definir a vocação econômica de toda a área do cerrado amapaense. Assim, servirá
de instrumento para licenciamentos e investimentos do Governo do Estado, dos
produtores, dos órgãos de pesquisas e outros segmentos da cadeia produtiva. Para
virar lei, é necessário o Executivo Estadual enviá-lo à Assembleia Legislativa
para aprovação.
Os dados finais foram entregues pela Embrapa ao
Governo do Estado na última segunda-feira, (21) a partir das 16 horas, durante
audiência entre o governador do Amapá e os Chefes da Embrapa Amapá (Jorge
Yared) e da Embrapa do Pará (Adriano
Venturieri), no Palácio do Setentrião.
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